31 dezembro, 2008

FELIZ ANO NOVO


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Recados, Gifs e Imagens no Glimboo.com




Feliz Ano de 2009

São os votos dos Autores do

Almeida Forum

05 dezembro, 2008

ENSAIO CONTRA A CEGUEIRA

NOTA PRÉVIA: Ao escrever este artigo, presto homenagem a José Saramago pela inspiração para o título, ao mesmo tempo que rendo tributo à obra deste grande escritor, muitas vezes incompreendido, quando a sua escrita se esforça por transmitir uma profunda preocupação com os desequilíbrios da sociedade humana, na esperança obstinada de que a mesma sociedade identifique e consciencialize a origem dos problemas - para depois fazer algo para os corrigir.

Recordo ainda o impacto negativo que o filme “Blindeness” (inspirado na obra “Ensaio sobre a Cegueira” deste autor) teve nos Estados Unidos, provocando intensa polémica por parte da Federação Nacional de Cegos que, sem o entender, acusou Saramago de retratar os cegos como incapazes e criminosos, bem como a resposta lúcida do escritor ao retorguir calmamente que “a estupidez não escolhe entre cegos e não-cegos”, associando-a a outra bem mais conhecida de todos nós, que “o pior cego é aquele que não quer ver!”


Aviso ainda que o artigo é relativamente extenso. Por isso, quem não gosta de ler ou reflectir com calma, e apenas vem ao blogue à procura de espreitar novidades de Almeida, é preferível desligar já!


***

Por uma questão de lisura com quem nos lê, fiz questão nas primeiras participações de explicar as razões de ruptura com a equipa que actualmente dirige os destinos de Almeida. Podia não o ter feito, mas achei que devia, mesmo sabendo que, de seguida, essa intenção de clareza poderia ser subvertida para explicação de actuação por ressabiamento, problemas não resolvidos e outros desvirtuamentos relacionados. (O que veio a acontecer, embora apenas diminutamente, fazendo jus à perspicácia dos almeidenses!)

Esse é um risco perfeitamente normal para quem se exprime publicamente, mas entendo que o respeito devido às pessoas que procurei empenhadamente motivar e envolver por Almeida, sobretudo as mais cépticas ou as mais renitentes, fosse por prudência ou antigos dissabores, e até as pessoas que testemunharam os sinais desse esforço… mereciam essa explicação. Ainda assim, confesso que a preocupação ficou perfeitamente secundarizada perante a enormidade do ambiente que se vive em Almeida, tristemente lembrando outros tempos de sujeição, perseguição e retaliação que todos agora julgaríamos improváveis.

O favorecimento de apajoadores ou apaniguados tornou-se uma coisa tão comum na sociedade portuguesa que quase ninguém estranha e até acha “legítima”. Já a perseguição às críticas e seus autores, ou mesmo a simples familiares desses, ainda que tenham tentado e esgotado previamente todas as vias do diálogo, deveria merecer de todos os cidadãos livres e esclarecidos a maior repulsa e indignação, no entanto, lamentavelmente, por acomodamento, conivência ou simples cegueira, nem sempre alcançam a gravidade desse atentado à dignidade humana e à democracia!

Bem sei que o aproximar de eleições é propício a esse clima. Sobretudo quando tantas forças são postas em jogo e em que não vencer, pelo menos para alguns, parece hipótese fora de questão. Quanto aos cidadãos comuns, não é tanto por motivos de vitórias partidárias, mas talvez por pacatez, indiferença, sobrevivência e cumplicidade de interesses, que parecem ficar imunes a uma visão e vontade próprias. (E que conveniente que isso é para os que se sentem detentores do poder!...)

No entanto, foi precisamente esse clima de intimidação e cobardia que veio reforçar a anterior convicção de que quem não aceita as prepotências como legítimas… NÃO deve vergar-se!

Por isso, ao contrário do que chega a ser insinuado, aqueles que dão a cara neste blogue pelo seu descontentamento com o rumo que Almeida tomou não são pessoas ressabiadas. Magoadas, sim. Desiludidas, certamente. Porque
apesar de se terem afastado, preferiam ter podido colaborar em acções positivas por Almeida! No entanto, foram forçadas a escolher entre a falta de dignidade ou a voz da sua consciência com cara levantada – e, obviamente, só podiam rejeitar a primeira.

O que não significa é que as razões das críticas assim desapareçam ou que o afastamento passe a significar desinteresse! Daí a manutenção das suas críticas, por coerência com as suas convicções e falta de alternativa perante o autismo e a arrogância instalados!

Nunca me motivou a luta partidária como tal: observo-a, atenta, como forma de discernimento relativamente ao mundo que me rodeia. Tal como muitos portugueses, desilude-me ver os sucessivos governos a culpar o anterior pelas dificuldades e fracassos. Tantas vezes esse filme passou que era tempo de termos aprendido alguma coisa com ele - e exigirmos políticos diferentes, mais competentes e com obrigação de respeitar efectivamente quem os elege e lhes paga o salário.

Em Almeida, terra onde sempre nos interessamos pelos problemas e potencial, emprestando colaboração sempre que possível, nunca me viram ou ouviram a criticar abertamente este ou aquele executivo, ainda que reconhecendo algumas falhas que todos têm e tiveram. Mesmo assistindo, diversas vezes, ao passar de oportunidades, optei por fazer as observações ou reparos directamente junto dos interlocutores responsáveis, sem que nunca fosse molestada ou marginalizada por isso, conseguindo manter sempre os níveis de cordialidade e transparência com todos, sem trair as minhas próprias opiniões ou precisar de fingir-me alheada com o que se passava.

Porque haveria agora de ser de outro modo? Perante os sinais, não estava nas nossas mãos a possibilidade de ocultar as opiniões e alinhar de fachada ou de bandeja como tantas vezes vejo fazer? Decerto que sim.

Então, antes de alguém volte a usar o termo de “bota-abaixo” para este blogue, gostaria de lembrar que ele está aberto a todos os elogios que os participantes queiram fazer também sobre a forma como os destinos de Almeida estão a ser tratados. Se bem que talvez haja pouco que se possa acrescentar aqui à informação que sobeja no Boletim Municipal… ou que o objectivo deste espaço seja mais um espaço de reflexão e de debate do que de informação, cuja função compete a um jornal, muitas vezes com publicidade paga. Aqui, publicam-se opiniões, trocam-se preocupações, partilham-se ideias. E cada um, dentro das restrições de uma comunicação pública, deve ser livre de expressar as suas.

Pela parte que me toca, estou tranquila: fiz os reconhecimentos em tempo e local próprios, quando acreditei na sua justeza; e se agora não os faço, é porque vi desaparecer o chão de credibilidade e prazo de validade para os mesmos.

Quando descobri este blogue, tocou-me a coragem de um homem só e determinado, contra ventos e marés. Antes de decidir intervir, mantive-me atenta ao seu esforço, procurando o despertar de consciências, atitudes cívicas e empenho pela sua terra, aqui e ali apoiado das participações de cidadãos isolados, em crescendo. Decorridos tantos meses de existência deste espaço, reconhecida por muitos o seu interesse, registada a activa participação, não deixa de surpreender, mesmo assim, a opção de negação das evidências, a constatação de ligeireza ou indiferença que continua a verificar-se em espectadores de bancada, para não falar das incondicionais atitudes de servilismo que, sem muitas razões de convicção, mais parecem “cumprir o seu dever”… a ponto de às vezes suscitar dúvidas: SERÁ QUE ALGUMA VEZ ALMEIDA VAI ABRIR OS OLHOS?!

Justamente porque diversas vezes, em privado ou em público, apelei a um envolvimento activo e solidário por Almeida, (sem que passe pela cabeça de muitos a tristeza que é ver as boas ideias e intenções irem pelo cano abaixo), posso afirmar que dei (demos) muitas mais oportunidades que o simples benefício da dúvida como testemunho de boa-fé! Contudo, hoje, deixou de se poder ignorar, e sobretudo calar, o destino que Almeida merecerá… se não quiser ver, ouvir e sentir por todo o lado a vassalagem, a intimidação e o desalento que são mais que flagrantes!

Sejamos lúcidos: há certamente, no meio de tantas coisas más, algumas que são boas. Mas como um participante anteriormente aqui disse, fazer bem é apenas uma obrigação, já que houve voto de confiança e larga margem para isso. De resto, para além de atitudes de pesporrência e falta de respeito pelos concidadãos, já sobejamente evidentes, se problemas havia, muitos mais foram altiva ou inutilmente criados, outros não seriamente abordados, outros agravados e muitos mais apenas iludidos.

Almeida com tantos problemas… não tem alternativas se não quiser vencer desafios para ter oportunidades! Todos nos orgulhamos de Almeida. Mas os almeidenses não podem ficar-se apenas pelo orgulho na sua terra; devem evoluir para motivos de que se orgulhar, unir-se em torno de uma vontade o mais possível comum e determinada, sem marginalizações, sem retaliações, saindo da resignação, do medo, da apatia ou da cobardia.

Todos nós podíamos ficar calados. Podíamos. Até era mais cómodo… e evitavam-se dissabores. No entanto, as razões para estes ou outros dissabores existem de qualquer modo. E se todos nós que podemos fazer qualquer coisa, nos encolhemos a um canto… fazemos um grande jeito para que tudo fique na mesma!

Se é isso que querem… arcarão com a escolha: explicarão um dia a si mesmos ou aos filhos porque a sua terra optou por fazer que se desenvolvia, encostada a promessas de sombra benigna, em vez de se desenvolver efectivamente, contando com o ânimo, a cabeça e os braços dos seus habitantes.

Só que esse jeito, eu não faço. Por isso, modestamente, com o meu teclado, decidi escrever. Contra a cegueira.


- Têm a palavra os Almeidenses!

Maria Clarinda Moreira

17 novembro, 2008

ERA UMA VEZ...

Era uma vez um reino, não muito longe, apenas distante no tempo, cuja corte gostava muito de festas. As cortes sempre gostaram de festas, entenda-se. Seja porque a governação, sem elas, é uma tremenda chatice, seja porque impressionam o povo que acorre a aplaudir os cortejos a passar, seja porque os folguedos também ajudam a distrair dos problemas e com isso toda a gente parece mais feliz, ou simplesmente porque a realização de festas são sinal de abundância – ou pelo menos é o que se julga…

O povo, a princípio, até apreciava ver aquela gente toda animada que vinha de longe só para vir visitar aquele reino, mas quando a festa acabava, começou a verificar que afinal pouco mais lá ficava que os desperdícios deixados na pressa da partida, que no dia seguinte tudo voltava a ser monótono e vazio, que naquela terra já nenhum outro remédio parecia haver senão esperar pela festa seguinte em que tudo espevitava mas nenhum sortilégio efectivamente melhorava aquele triste viver... e começou a desesperar.

Foi então que surgiram alguns murmúrios de descontentamento. Mas como não passavam de murmúrios, coisa que sempre houve em todas as terras, ninguém ligou muito. Muito menos o rei. Até porque as pessoas não se atreviam a falar mais alto, com medo das orelhas atentas que as iam denunciar e, por isso, as festas foram continuando, cada vez mais animadas… segundo o que se contava.

Entretanto, como festas combinam com espaços enfeitados, não tardou a concluir-se que havia que remodelar todas as salas antigas do palácio, jardins e arredores, convocando-se os conselheiros, com ordens de chamar outros mais reputados, de forma a apresentarem propostas, planos e ideias, para fazer cumprir uma promessa do rei de que haveria de tornar aquele reino o mais famoso de todas as terras próximas e distantes.

Começou então também a lufa-lufa de obras e arranjos, até importação de estátuas, parecendo que o dinheiro jorrava, enquanto o povo, atordoado pelas novidades que surgiam todos os dias, se limitava a coçar a cabeça, não vendo quem é que ia pagar aqueles exageros… embora desconfiando que, como de costume, acabaria por ser ele mesmo através dos seus tributos, sem ao menos sentir que isso iria contribuir em alguma coisa para melhorar a sua luta diária pela sobrevivência.

Porém, a corte pouco se preocupava com isso. Também, pensar nas necessidades do povo não é propriamente prioridade de uma corte, nunca o foi, o importante é “trazê-los pela corda” e “não arrebitarem demasiado cabelo”, comentava-se nos salões, rindo-se uns com os outros. Quando algumas vozes mais indignadas se levantaram, logo o rei as condenou, banindo-as da sua presença e, assim, a maioria foi preferindo o silêncio amordaçado, enquanto outras optaram voluntariamente pelo risco de serem proscritas, passando a enviar os seus protestos por pássaros a voar, sabendo que irão sempre ter a algum lado, ou que há sempre um viajante que acaba por reparar neles.

Por isso, subitamente, lembrando-se do episódio de uma rainha que foi decapitada pelo seu povo que não tinha pão (“Não têm pão? Comam brioches!”, terá comentado com natural frivolidade…), o rei reuniu de emergência a sua corte para, pelo sim pelo não, saber o que fazer a tantos pássaros indignados que começaram a incomodar por todo o lado. E a decisão que dali resultou foi, adivinhem se forem capazes, isso mesmo: que juntariam todos os barões para uma caçada aos pássaros, com o fito de tentar eliminar os vestígios dessa contestação.

O que aconteceu a seguir, ninguém sabe muito bem, pois o desfecho das histórias muitas vezes se perde na noite dos tempos… e cada um desenvolve a sua versão: “Quem conta um conto… acrescenta um ponto”, não é verdade?

- Mas ninguém duvida que com tanto pássaro a voar no céu, sempre algum ou outro atinge o seu destino, embora muitos possam ficar pelo caminho! Daí haver sempre a probabilidade de se cruzarem com um deles e assim poderem ouvir o final desta história de antigamente…

…Se bem que apenas para recordar esses tempos de outrora pois, apesar de continuarem a existir caçadas e caçadores, agora os reis já não governam assim. E qualquer semelhança desta história com a realidade actual, pelo menos em qualquer reino civilizado, não passa de pura imaginação para entreter um serão!

Por Maria Clarinda Moreira
Ilustrações de Adelchi Galloni

29 outubro, 2008

INTERVENÇÕES DESTAS? NÃO, OBRIGADO!

Poderá parecer aos menos avisados munícipes que a defesa do património histórico na sede do município em Almeida ou no concelho é uma questão em que pouco mais há a dizer. Aliás, poderão até outros habitantes do concelho interrogar-se sobre a veemência com que neste blogue se tem abordado este tema, já que essa questão não afecta a sua própria aldeia ou vila e, portanto, até possam “estar-se nas tintas” para o que se passa na sua sede…
Mas não parece que seja assim: já por várias vezes, em participações escritas, tentei transmitir a importância que o património histórico, natural, cinegético e ecológico tem para o concelho. Penso mesmo que é nele que reside a grande parte da sua possibilidade de sobrevivência económica e social, já que a estagnação económica e social das regiões do interior resulta da sua desertificação humana e do facto de as pessoas partirem para onde exista trabalho que lhes possa proporcionar melhor qualidade de vida.

E que potencialidades tem o concelho de modo a travar ou mesmo inverter essa desertificação? Qual a receita que poderá, pelo menos parcialmente, estancar este abandono constante dos residentes que se tem vindo a acentuar?

Activar a economia, investindo na agricultura, na indústria transformadora, no comércio?
Hoje em dia, e ainda mais com os efeitos de globalização, parece não haver dúvidas sobre as hipóteses de se encontrar nestas três áreas de actividade a possibilidade de serem muito mais dinamizadas, a ponto de inverter esta tendência das populações, sobretudo os jovens, de se deslocarem para as cidades.
Vejamos: a agricultura, no nosso concelho, não tem as condições geológicas dos solos ou climatéricas ideais para concorrer com outras regiões, tanto nacionais como comunitárias, no tipo de culturas tradicionais nem de outras, agora de produção em massa. Portanto, a agricultura aqui pode ter alguns nichos de produção restrita, nomeadamente a pecuária e silvicultura, mas pouco mais; a indústria, além da falta de pessoas, tem carência de pessoal qualificado. Uma grande fábrica não pode ser no nosso concelho implantada, pois se inicialmente até seria encarada como uma mais-valia, perspectivando-se como entidade empregadora de uma grande fatia da população activa, imagine-se o desastre social que seria, caso encerrasse… (lembremo-nos dos exemplos da Montebelo em Almeida e da Rhode em Pinhel que provocou um grande abalo social, com centenas de pessoas desempregadas que não tiveram na sua maioria alternativa de mudar para outro emprego). Assim, a hipótese mais viável seria procurar dinamizar pequenas ou médias indústrias e incentivar especificamente as ligadas à produção tradicional local, o que pode bem ser um objectivo por quem tem responsabilidades políticas…

Quanto ao comércio, em todo o concelho, como se sabe, o centro mais marcante desta actividade está na fronteira de Vilar Formoso, que também já viu melhores dias, caracterizado não só pelo movimento rodoviário e pela atracção das gentes de Espanha aos seus mercados e estabelecimentos… mas hoje a carecer de outras estratégias, que seria muito importante repensar!
- Qual é, então, a área mais agregadora de esforços em que se deverá apostar para que haja alguma dinamização e possa ser o volte-face da situação actual, resultando na criação de condições de fixação de alguma população?
Todos os analistas que se têm debruçado sobre esta problemática parecem unânimes em privilegiarem o turismo como a aposta mais forte, a pedra de toque para melhorar o nível económico das populações, motivando-as a fixar-se localmente, evitando a sua contínua fuga para o litoral ou para o estrangeiro.
Ora, para haver turismo tem que haver visitantes. E a estes o que os atrai para se deslocarem e permanecerem em Almeida e no seu concelho? Naturalmente aquilo que possui como autêntico, e deve ser preservado, bem como outras valências que possam ser criadas ou melhor aproveitadas e lhe são complementares. O que possuímos em todo o concelho é um conjunto diversificado do património que pode constituir uma rede de pontos de atracção únicos e genuínos para os visitantes.
E nele incluído, a vertente do património histórico-natural que ressalta por várias freguesias no concelho, com um expoente na sede do município, onde está implantada uma fortaleza, relativamente bem conservada que, pela sua grandiosidade e tipo de construção, a todos surpreende e, pela sua identidade e harmonia arquitectónica, é uma mais-valia histórica invulgar que atrai visitantes, os quais poderão despender algum dinheiro se houver em que o gastar, ou permanecer na região, simplesmente em lazer, a rever memórias ou a descansar do bulício das cidades. E naturalmente procurarão bens que sejam os mais típicos da região ou relacionados com a sua história e tradição, pois não irão adquirir algo que normalmente têm em qualquer loja ou sítio junto das suas residências habituais. E como visitar também abre o apetite ao forasteiro, este mais facilmente ficará seduzido por sabores e receitas tradicionais se existirem locais, inclusive espalhados pelas outras freguesias, bem divulgados, onde se possa bem comer, se se mantiver a qualidade naquilo que apresentam…
Mas o visitante só vem a Almeida, permanece, recomenda a amigos, regressa novamente e aqui gasta dinheiro, se se sentir atraído por algo que valha a pena ver ou usufruir, como lugar único pelas suas características.
... E alguém de bom senso acredita que esse mesmo visitante aprecia a vulgaridade de acrescentos e mamarrachadas nos espaços históricos da vila de Almeida e nos núcleos histórico-naturais de algumas das suas freguesias, que só os descaracterizam?!!!
No entanto, esta vaga delapidadora de um património cultural diferente, praticamente único meio capaz de gerar algum benefício, portanto, de ajudar a fixar pessoas, espalhou já efeitos perversos e ao que parece com muita vontade de continuar. Sem pensar que com ela desaparecem o ambiente e o encanto genuíno que Almeida conheceu e ainda possui! E que vulgarizando ou desfeando qualquer pedaço de história e cultura se está a destruir não só algo magnífico como também economicamente produtivo…
Para que é que Almeida necessita de pirâmides de vidro sobre portas abaluartadas, edifícios modernaços na sua praça de visitas, pórticos com azulejos geometricamente dispostos e outros arremedos de obras de arte? Que mais-valia terá para o Centro Histórico a construção de um edifico no ponto mais elevado da vila, visível, recortando o horizonte, contrastando pela sua forma e modernidade junto das vetustas ruínas do que foi um grandioso castelo medieval, ao lado do antigo cemitério?

Em que vai valorizar Almeida um monumento ao 25 de Abril que, pela sua dimensão de implante e contraste, com todo o aparelho de granitos e repuxos, ofusca a monumentalidade da entrada da própria fortaleza e reduz a imponência das suas Portas a um vulgar acesso de qualquer vila ou cidade?

Se há que ordenar o trânsito, se há que precaver acidentes junto ao jardim da pérgola, se existe um desejo de um monumento ao 25 de Abril, será que a melhor solução é atravancar todo o acesso a uma fortaleza histórica… com granitos, tanques e esguichos, numa zona que sempre lutou com falta de água?
Como nos disse um amigo que recentemente visitou Almeida, e agora acompanha todos estes projectos com apreensão pelo efeito perverso que já conheceu de outros lugares, todas estas obras não passam de “arquitetontices”… Mas pior ainda, são desperdiçadoras de verbas que poderiam ser canalizadas para a manutenção e restauros efectivamente valorizadores, tanto do Monumento como de outros lugares de interesse do concelho!
Quando é que os Almeidenses se darão conta destes desvarios e dirão: “BASTA!”???


- O Monumento é nacional, mas nós que aqui vivemos ou lhe estamos intimamente ligados por gerações, devemos ser ouvidos sobre o que nele querem fazer! De outro modo, Almeida e seu concelho, por onde se fizerem intervenções destas, irremediavelmente e cada vez mais, se irá a todos os níveis empobrecendo, em vez de se valorizar. E nós também seremos considerados responsáveis por não pedirmos contas a quem assim (tão mal) decide.

Rui Brito da Fonseca

12 outubro, 2008

MAIS QUE MIL PALAVRAS...


Ainda a propósito dos posts mais recentes, relacionados com o património de Almeida, que têm motivado intensa participação de visitantes e comentários dos leitores, é interessante salientar o seguinte:

1) Há bem pouco tempo, antes do aparecimento deste blogue, os temas relacionados com o Património eram apenas aflorados pela generalidade dos almeidenses nas esquinas, em voz baixa, com indignação recalcada, ou apenas com a resignação de quem normalmente se sentia impotente para se pronunciar sobre o que quer que fosse que achavam mal, deixando o trabalho de contestação aos “políticos”, se assim o entendessem.
2) O aparecimento e divulgação das novas tecnologias permitiu uma alteração significativa da forma de expressar o parecer de cada um, porque nem que seja a coberto de anonimato, salvaguardadas as elementares regras de decoro, podem exprimir a sua opinião, cientes que sobre eles não recairá nenhuma retaliação, como sucedia antes.
3) Por não constituir qualquer apologia do anonimato, antes uma contingência de um meio pequeno e de cidadãos pouco à vontade, ou que no dia-a-dia sentem represálias pela livre expressão do seu pensamento, este blogue não tem alternativa para lhes dar voz, mas em contrapartida, parte desta característica fundamental: todas as participações temáticas que introduzem os debates são assinadas pelos seus autores, sem recurso a qualquer nome falso.
4) Quer isto dizer que felizmente os tempos evoluíram, por um lado, mas também que as pessoas que voluntariamente assinam as suas participações dão a cara por aquilo que escrevem, assumindo publicamente as suas posições – sem medo de serem rotuladas por chicanas que defendem interesses contrários aos deste espaço de debate, ou de serem contestadas por falta de veracidade naquilo que publicam.

Assim, e a talhe de foice de alguns comentários menos informados, mais indignados, ou melhor intencionados, estes defendendo o diálogo com o poder autárquico, torna-se pertinente esclarecer o seguinte:

- Antes de bater a porta na colaboração com este executivo, também eu acreditei que o seu presidente era uma pessoa experiente, pelo seu trabalho autárquico como vereador durante 12 anos, além de outros como presidente de Junta de Freguesia; também eu pensei que era uma pessoa seriamente preocupada com o futuro dos seus concidadãos, tomando algumas atitudes excessivamente exaltadas como frontalidade e coragem, sinais de determinação e vontade de concretização dos projectos em que acreditava.

E não me enganei. Pelo menos totalmente. De facto, é uma questão de registo (o excesso de voluntarismo conduz geralmente a problemas de autismo) e de perspectiva: diversas vezes reconheci publicamente o mérito deste executivo em procurar criar condições de dinamismo cultural, embora, confesso, me desiludisse que começasse a torná-lo mero folclore, sem capacidade de perspectivar, a par disso, outras preocupações mais fundas e a longo prazo. Liderar para a satisfação imediata pode ser um acto de inteligência para sobrevivência no poder, mas é também uma de falta de visão estratégica e consequente. Pior do que isso, deixar-se ficar refém de técnicos contratados para “fazer obra” e usar dinheiros comunitários, sem querer sequer escutar verdadeiramente a opinião de outros munícipes ou técnicos, invocando uma teoria de “macacos e galhos” para se justificar nas competências de quem contrata, é um sinal demolidor de credibilidade. Três vezes (3!) me esforcei por ter um diálogo sereno e cara a cara, com este executivo, além de outras vezes, por escrito e à distância, para tentar resolver a bem um insulto público desrespeitador da divergência de opinião. A reacção tardia e meramente descartadora não foi mais do que uma cobertura para atitudes arrogantes, às quais se colou indelevelmente, vindo também a encarnar atitudes muito semelhantes, como se viu nos recentes workshops.

Contudo, não se pense que a verdade dos factos se resume a isto: outra resposta a uma reacção de protesto pelo desaforo de sucessivos atropelos relativamente a convidados e recriadores já na Recriação Histórica e respectivas Jornadas de 2007, onde como mentora e dinamizadora inicial das mesmas, confessava que “tinha vindo a Almeida para sofrer, só não sabia é que ia doer tanto” veio, por sua vez assinada pelo Vice-Presidente do Executivo, vereador de Cultura, a quem também se entregavam os louros de qualquer êxito das iniciativas, sintetizada em apenas dois provérbios, via mail (lamento, se desiludo os admiradores):

- “Mais vale mágoa no coração, que vergonha na cara!”
e
- “Nos milheirais comem os pardais”

Como não preferi a vergonha de pactuar com o que estava fora das nossas concordâncias, nem estava disposta a “comer nesses milheirais”, mantive-me fora. Mais tarde, bastante mais tarde, completamente afastada da colaboração com Almeida, e antes de qualquer participação neste blogue, prova de que o regime que aqui vigora é “quem não é por mim é contra mim”, recebi uma carta assinada pelo Presidente, acusando-me, bem como a toda a minha família chegada, de “boicote”…

- Pasme-se!!! Todos a torcermos por Almeida, colaborando até ao limite das nossas disponibilidade e boa fé - e ainda levamos com desconsiderações e desconfianças destas! Boicote… apenas porque tivemos a lisura de não escamotear as nossas discordâncias junto de quem acreditávamos ter o dever de as escutar e procurar ouvir outras opiniões para melhor decidir??? E como se não bastasse, ainda declarando ter-se imposto a si mesmo “um período de reflexão”. Período de reflexão que só pode ter gasto, não no silêncio da sua consciência, mas na companhia da sua trupe de toupeiras, procurando em vão desenterrar quaisquer “acusações falsas” – sem conseguir fundamentar um único argumento!

Na altura, levou nova resposta escrita, que obviamente não serviu de nada, já que ficou no segredo do Olimpo. Um Olimpo onde os deuses continuam a planear levar por diante mais “investimentos”, simpósios, projectos escultóricos baptizando-os de “arte popular”, para impingirem mais obras, obras como aquelas que vão conseguindo aprovar com manobras de braço enfiado no IGESPAR de Lisboa, ou batendo com pé no chão para vencer as resistências da Delegação Regional de Cultura, contra a vontade da população, contra o parecer e recomendação de outros técnicos, como o Arq. Perbellini da Europa Nostra, do Dr. Ray Bondin, membro do ICOMOS…esse, azar no discurso que trouxe, amigo do arq. João Campos, começando por elogiá-lo, sem saber o que ia verdadeiramente encontrar no terreno e acabando, sem querer, por pôr o dedo na ferida de Almeida. (Sobre tudo isto, voltaremos com mais notícias, oportunamente!)

Por isso, e porque o debate não se pode efectuar com marginalização dos almeidenses, nem com o escamotear da verdade, escolhemos este fórum para, responsavelmente, todos podermos exprimir as nossas opiniões. Não, não se trata de vinganças nem politiquices: como se pode ver, até aqui TODAS AS TENTATIVAS DE DIÁLOGO SAIRAM GORADAS. Sobrou apenas este espaço, que irrita muita gente, certamente, mas cuja intenção, à falta de melhor, é que haja participação de consciências livres e verdadeiramente democráticas sobre o futuro de Almeida.

Enquanto isso, e evidência do que aqui é muitas vezes afirmado, podemos todos ir-nos preparando, porque apesar de toda a contestação, a probabilidade de as obras se efectuarem, se tornará uma certeza! Porque a máxima é “só não é polémico quem não faz nada e pelo menos eu faço”. É tarde demais para recuar: investido tanto espalhafato, tanto alarde com peritos, mesmo que estes até nem fossem ou se viessem a revelar tão competentes como isso, não importa! Os ovos foram todos postos nesse cesto. O cesto que é oferecido aos almeidenses com promessas de um pão-de-ló para o seu desenvolvimento. E os ovos, mesmo que já cheiram mal, não se podem deitar fora e voltar atrás…

E tais ovos de tão podres e inchados de contentamento por esta enorme confiança de um executivo de uma pobre autarquia desertificada, até já saltam do cesto, em gestos de grande audácia, ameaçando atirar-se a quem lhes fizer frente: aconteceu nos workshops, acontecera antes, e tornará a acontecer. Ainda recentemente, por ocasião, da visita da Secretária de Estado da Cultura, houve mais evidências desse descaramento.

Mas não nos indignemos: está a ser fabricado um pão-de-ló em forma de estrela, que será posto numa travessa bem comprida, com um cravo cheio de repuxos para não murchar o espírito do 25 de Abril em Almeida. No meio, um exemplar da tal “arte popular” que pode ser por todos admirada: 24 calhaus + 1 de metal, que ainda falta. Tudo para que os almeidenses “sejam muito felizes”… sobretudo aqueles que ainda há pouco eram desdenhosamente apelidados de “abrileiros” por, na melhor das intenções, sonharem com um monumento comemorativo dessa efeméride!


- Que sorte a nossa!

Maria Clarinda Moreira

02 outubro, 2008

E DEMOS CABO DO MUNDO!

Em crónica publicada no Jornal de Notícias de 09.05.2007, o escritor Manuel António Pina recorda ler na escola o seguinte epigrama de Bocage:

Arrimado às duas portas,
Pingue boticário estava.
E brandamente acenou
A um doutor que passava.

Mal que chega o bom Galeno
Diz o outro com ar jucundo:
Unamo-nos, meu doutor,
E demos cabo do Mundo!

Propondo o autor dessa crónica, que se substituísse “boticário” por “autarca” e “doutor” por “arquitecto”, obter-se-ia (cita-se):

um panorama mais-que-perfeito do que acontece hoje em muitas cidades. A mistura explosiva de voluntarismo e ignorância de autarcas com o voluntarismo e arrogância de alguns arquitectos tem vindo a destruir a memória e ‘espírito do lugar’ de numerosos centros históricos”.



Precisamente temendo que o erro ilustrado nestes versos jocosos de Bocage pudesse acontecer em Almeida perante os sinais notórios de aparecimento de um “contentor de obras” na Praça da Liberdade, junto à Câmara, bem como uma reconfiguração de um buraco anteriormente feito na muralha, no qual se investia sem uma efectiva mais-valia de adequação dessa entrada a um centro histórico como o de Almeida, foi escrito e entregue, no final desse mesmo mês de Maio de 2007, um memorando de apelo ao Executivo para parar e reflectir, antes de mais, sobre as verdadeiras necessidades desta vila.


A resposta, tardia, veio embrulhada num convite, com elogios à mistura, de continuação de colaboração “à distância sem interferência neste grupo de trabalho” no qual tinha sido instada a participar, pelo qual dera a cara, procurando cativar todas as sinergias de amigos e estudiosos dedicados a Almeida.

A decepção de ver um executivo que prometia um dinamismo “comprometido com todos” a tomar esta opção de marginalizar qualquer tentativa de contestação, fazendo concessões unilaterais a arquitectos, foi tão profunda que não houve outra saída senão recusar o indigno ‘convite’ e afastar-me dessa colaboração com Almeida.


Mais de um ano depois, com outras advertências pelo meio perante mais evidências de autismo, tive oportunidade de comprovar nestes últimos workshops que a arrogância não apenas se manteve como ainda se acentuou.

E que o voluntarismo troante apenas confirmou um fraco servilismo, pronto a persistir (e pagar!) mais disparates.


Por essa determinação de destruição da memória e ‘espírito do lugar’ de Almeida, tenho que reconhecer que, afinal, uns e outros se tornaram autênticos merecedores da ironia dos versos de Bocage:

Unamo-nos, meu doutor,
E demos cabo do Mundo!


Um Mundo de potencial, que ainda mal despontado estava, logo se procurou atrofiar, dando prioridade à aplicação de mezinhas à toa que, venham de “boticário” ou de “doutor”, afinal não passam mesmo de banha-da-cobra… que se pretende alastrar a outros lugares do concelho de Almeida.

Com que objectivos? Cabe aos munícipes julgar!

Maria Clarinda Moreira

12 setembro, 2008

(DES)ARRANJOS EM ALMEIDA

Lamentavelmente, confirmaram-se os receios que levaram à minha participação no “Praça Alta” de Agosto e no último ‘post’ deste blog, chamando a atenção para o eventual risco que corria o património histórico-cultural da vila de Almeida, a propósito dos workshops promovidos pela CMA no dia 23 de Agosto.
Seria até mais pragmático reconhecer que a organização dos tais workshops não passaria de uma tentativa de branqueamento das intenções para intervir a próprio contento no centro histórico de Almeida, não fosse a presença massiva dos almeidenses que compareceram para tomar conhecimento dos projectos e, ao fazê-lo, os contestarem veememente. Isto porque o que foi apresentado como novas obras ultrapassa o razoável em termos de bom senso, constituindo, caso se concretize, algo que pode inclusivamente ser visto como de lesa-património. Habituados que devem estar à indiferença ou distracção dos almeidenses, esperariam as entidades promotoras uma fraca participação destes, o que misturado com os aplausos de circunstância dos convidados de fora, uma vez mais passaria por uma tácita anuência para o tipo de intervenção. Mas, desta vez foi diferente, e pelo vigor das intervenções, dificilmente nada daqui para a frente será igual…

Tanto in loco na zona do Castelo como no auditório das Portas de Santo António, houve oportunidade de detalhadamente serem explicadas pelo arquitecto João Campos, consultor contratado pela CMA, e pelo Presidente as respectivas perspectivas e justificações de intervenção: no espaço exterior do antigo cemitério, contíguo ao Castelo, foi proposta a construção de um edifício em altura, com funções de arrumos na parte inferior, englobando o depósito de água que se encontra ao nível do solo, e na parte superior um miradouro com pérgula e pala, eventualmente munido de esplanada e até cafetaria, servido de diversas escadarias e rampas de acesso, que, no seu conjunto de tal modo volumoso, de linhas modernas e implantado num lugar altaneiro da vila, logo se imporia para quem chegasse a Almeida, em recorte de horizonte entre o depósito da água antigo e a torre do relógio.
Se até aqui os almeidenses se indignam com o edifício conhecido, entre outros nomes, por “mamarracho” da Praça da Liberdade junto à Câmara, e que maioritariamente, para não dizer na totalidade, os desgosta, desta vez o que se propõe é algo que rivaliza com essa construção, com larga vantagem em termos de desenquadramento e fealdade e, pior ainda, notoriedade… mesmo à distância. Portanto, mais uma vez se está a perspectivar um novo atentado ao valor e espaço histórico de Almeida como um todo, quebrando o respeito que os almeidenses sentem por aquele lugar, chocando com as suas memórias e o luto que ainda hoje sofrem pela tragédia da explosão do castelo em 1810.
Além disso, mesmo removidas todas as ossadas do cemitério velho, essa aberrante construção iria implicar imposição de terraplenos num sítio que carece de mais exaustivas escavações arqueológicas, pois se sabe que no local existiu a igreja matriz, destruída aquando da explosão do castelo. Portanto, qualquer intervenção naquele local, que apesar de aspecto abandonado, está carregado de alma para os almeidenses, faz com que só deixe de ser considerado sagrado, quando o tempo e a memória das pessoas que conheceram o cemitério e porventura ali tiveram sepultados parentes, desaparecerem também. Mesmo nessa eventualidade, as intervenções de construção ali, deverão primeiro aguardar a colocação a descoberto da totalidade das ruínas soterradas da igreja, para então se estudar o que melhor se coaduna ao local. Mas, de certeza, que não uma obra que impositivamente mexa com o todo histórico e paisagístico de Almeida como a que ora se propõe.
Para completar o naipe, está previsto no projecto e logo à entrada do portão ladeado por dois cedros um monumento tipo memorial à efeméride dos 200 anos do “Sacrifício de Almeida”, alusivo à explosão do Castelo. Independente da qualidade ou do gosto plástico do mesmo, é proposto ter na frente também um “espelho de água”, na forma eufemística de lhe chamar um tanque que, mercê da previsível e constante necessidade de manutenção para ter água corrente, ou acabará por ficar seco, ou fatalmente transformado em repositório de lixo e água estagnada. Durante o workshop e integrado no “Simpósio de escultura” foi apresentado esse memorial, alegadamente um “estudo”, até pelo texto que não se consegue decifrar. Bem se pode estranhar que um monumento que pretende comemorar 200 anos da explosão do castelo, ou seja para 2010, já esteja concretizado… a ponto de merecer coroa de flores no seu local provisório!

Foram ainda mostradas uma série de esculturas que deverão ser colocadas em vários pontos do concelho. Uma delas, designado por Monumento ao 25 de Abril, que serve de pretexto ao “arranjo urbanístico” junto às Portas de S. Francisco, o qual, segundo o projecto, será implantado mesmo defronte à Porta exterior, ocupando o largo ali existente, e prolongando-se até ao jardim da pérgola, defronte aos edifícios dos antigos celeiros, com três longos “espelhos de água”… uma mania que querem fazer chegar a Almeida, depois de comprovado erro noutros lugares…
Sem questionar esse monumento, de alguma anterior controvérsia, confirmada pelo remate um tanto indelicado como foi explicado pelo seu autor com um “quero é que os almeidenses sejam felizes!...”, o que se torna descabido é sobretudo pela sua dimensão e extensão o local onde vai ser erigido. O largo ficará com uma espécie de rotunda, desaparecendo quase toda a área de salvaguarda ao monumento da fortaleza, que vai ser preenchido com essa construção. Ora, uma vez mais se está a desrespeitar toda a envolvência histórica do local, não tendo em conta o espaço junto às Portas de S.Francisco sobrepondo-se-lhes visualmente e fazendo desaparecer o amplo campo de visibilidade para quem chega e entra em Almeida. A imponência que as Portas ostentam desaparecerá, envolvidas que vão ser pelo novo monumento. Um local que nas praças de guerra quase sempre existia como parada externa para a formatura de tropas que desfilariam em dias de festa, ou partiriam em missão de patrulha e combate no exterior, deixa irremediavelmente de existir.

Com estas preocupações partilhadas, é fundamental que os Almeidenses se apercebam que, por detrás de um pretenso dinamismo de construção de obras, cada uma delas pode representar uma ou mais machadadas ao monumento histórico de Almeida. Implantadas numa antiga praça de guerra que se pretende em harmonia de ambientes e construções integradas que constituem a sua inegável mais-valia, vêm estes verdadeiros atentados empobrecê-la, em vez de beneficiá-la.
É preciso urgentemente demonstrar a este autismo decisor que basta de tanto disparate arquitectónico que está inegável e irreversivelmente a descaracterizar a nossa histórica terra. Os workshops serviram como primeiro passo, mas os almeidenses não devem descansar!

Rui Brito da Fonseca

16 agosto, 2008





À Atenção dos Almeidenses:
- uma vez mais o nosso património histórico em perigo?


Acedendo ao sítio da CMA e ao blog do Jornal Praça Alta, tem-se conhecimento do Programa da Recriação do Cerco de Almeida 2008, que ocorrerá entre os dias 22 e 24 de Agosto próximo.

Chamou-me especial atenção o programa da tarde do dia 23 de Agosto, próximo Sábado. Anuncia-se a realização de dois workshops. O primeiro, com o seguinte tema:” o projecto do município para a regeneração da zona do castelo”; com os temas em discussão:
“O arranjo urbanístico do alto da cidadela”, “A importância arqueológica e sua integração” e o “ Projecto do miradouro da Praça Forte”.
O segundo workshop tem por tema : “O 1º Simpósio de Almeida - Um programa de Escultura para o Concelho”, com os temas em discussão: “O Memorial do Sacrifício de Almeida e os 200 Anos da Guerra Peninsular” e o “Monumento do 25 de Abril e outras Intervenções de Arte Pública como monumentos de inovação urbanística a assinalar”.

Ora todas estes workshops parecem pertinentes e revestidos até de alguma democraticidade, pois neles poderão - ao que se julga - participar quem quiser, não necessitando de inscrição…

Contudo, há que estar atento às propostas de mais “projectos do município” e “arranjos urbanísticos” e agora também “Arte Pública” (estaremos para ver o que entendem por isso…), pois poderão enfermar de aspectos que não são de todo os mais adequados para a valorização de Almeida.

Considerando as mais recentes intervenções, é de temer que de novo possam surgir soluções descabidas e desadequadas ao todo histórico que o monumento, no seu conjunto, representa. As obras e inovações executadas por ou com o beneplácito da Câmara disso são exemplos. Sem pretender ser prolixo para quem me lê, gostaria só de, uma vez mais, enunciar os mais recentes: edifício tipo caixote na Praça da Liberdade (quase em frente à Câmara); azulejaria e granitos tipo estação de metro na porta nova junto às casamatas”, armações em aço e vidro, quais cutelo e paliteiro, construídas sobre as Portas de Santo António; postes de iluminação tipo estádio de futebol no picadeiro exterior, esquadros e quilhas de granito semi-polido por detrás da Pousada; propostas para espelhos de água junto às Portas de S. Francisco… só para referir as mais destacadas. Também, ao que tudo leva a crer, acrescenta-se o mais recente “(des)arranjo” das Casamatas…

Não se conhecem ainda estes novos projectos, mas pelos exemplos anteriores… e pelo autismo conhecido…é indispensável ter os olhos bem abertos ao que dali vai sair!
Por isso, os Almeidenses que verdadeiramente se interessam pela preservação do património da sua terra deverão estar alerta com o que se pretende construir. Corre-se o risco de, com novos “ (des) arranjos”, cada vez mais a Praça-Forte ficar incaracterística como monumento histórico graças a intervenções que vulgarizam o seu espaço histórico.

Pergunta-se: o que é que Almeida tem que cative os visitantes e que possa, bem gerido, tornar-se uma fonte de rendimento para a terra? O que é que ali vão encontrar os visitantes que os façam voltar, ou propagandear junto dos seus conhecidos o interesse na visita? Um antigo e monumento militar classificado, com implantes de modernices semelhantes a tantas outras terras?

O visitante ao entrar no espaço interior das muralhas, deveria ser naturalmente envolvido pelo ambiente que caracteriza uma época passada, pois só assim sente a originalidade do seu testemunho histórico. Mas, actualmente, o que vê? Edifícios e espaços numa certa harmonia que transmitem uma determinada mensagem histórica e, ao virar da esquina, leva um choque na ambiência sentida ao esbarrar de caras com edifícios, construções e intervenções que contrastam com o todo monumental. A viagem que estava a viver, ou a memória evocada do ambiente de outras épocas e outros tempos, afinal o aliciante e objectivo de visitar Almeida, é violentamente cortado pelo anacronismo que lhes surge perante os olhos. E então sobra a inevitável desilusão de constatar que Almeida poderia ser única na sua monumentalidade, preservada pelo tempo e estimulada com novas intervenções de forma integrada, e, em vez disso, se torna apenas comparável a qualquer lugar antigo com casas, praças e modernas intervenções. Ao fim e ao cabo, vulgar!

É isso que nós não queremos - e tememos possa acontecer. Para contrariar essa tendência, bem como a falta de um debate que deveria ser amplo, aberto à população e com prazo temporal alargado, e não se confinar a um mero workshop em que aos presentes, como habitualmente, é argumentando pouco tempo disponível, sem lhes dar tempo de reflexão suficiente para questionar o quer que seja…

…Num dever de cidadania, deveremos estar presentes nos tais workshops e, se for caso disso, intervir, levantando questões e até eventualmente demonstrando o nosso desagrado por propostas que acharmos desadequadas. Assim, apesar de não idealmente, podemos mostrar às autoridades decisoras se os projectos apresentados merecem ou não o nosso apoio e vão ao encontro do querer dos Almeidenses. De outro modo, corre-se o risco de ver a nossa Almeida, em poucos anos, mais desvirtuada no seu todo arquitectónico que nos duzentos anos anteriores!


Rui Brito da Fonseca

14 agosto, 2008

Alma até Almeida...bem iluminada.


“Alma até Almeida“ é um grito de guerra já conhecido internacionalmente mas que muitas pessoas desconhecem certamente o verdadeiro motivo da sua criação.
Também não é minha pretensão aqui e agora esclarecer esse ponto.
O motivo deste comentário é um outro.

Hoje quando vamos a um médico, seja de clinica geral ou de uma qualquer especialidade para consultar sobre qualquer problema que nos incomoda um pouco mais, depois de uma receita com mais ou menos antibióticos, vem sempre o conselho de que após o jantar, deve-se sempre dar um passeio a pé.

Talvez por isso ou talvez porque algumas pessoas encaram essa ideia como uma das últimas modas, ou ainda porque gostam, cada vez mais vemos gente a passear à noite.
Ainda bem que o conseguimos fazer sem qualquer contratempo, pois lugares há onde não é possível com receio de assaltos.
Deixemos também isso ao cuidado das autoridades competentes.

Verdadeiramente o que me leva a escrever hoje é o facto de todos aqueles que nesta bela Vila histórica de Almeida após o jantar mais ou menos magnificente, podemos admirar a imagem deslumbrante nocturna da nossa Vila, devido à sua recente iluminação.

Na realidade é difícil aqui deixar uma fotografia por palavras, já que a beleza com toda a iluminação, é simplesmente espectacular.

Certamente houve um empenho forte por parte da Câmara, e assim sendo temos que louvar tal decisão.




Esperemos, isso sim, que esta situação não seja passageira, após o termino do Verão ou a saída dos emigrantes.

Certamente os nacionais migrantes que por aqui passem uma noite ou mais, serão os primeiros a levar este maravilhoso postal nocturno para outras paragens, o que significa que será a melhor publicidade para que muita mais gente venha até Almeida.



Deixo aqui o convite aos almeidenses, para que um dia destes passem por cá a visitar-nos, e possam apreciar esta beleza.

Sem quaiquer preconceitos de qualquer espécie, creio que hoje poderemos gritar alto e bom som, porque se adapta bem a tudo aquilo que aqui descrevi “Alma até Almeida” .

12 agosto, 2008

EUROPA virada a Sul

A discussão sobre os mais variados sistemas de energia para uso caseiro, tem levado muita gente a emitir opiniões para variadíssimos gostos.
Na reunião do passado mês da União para o Mediterrâneo, o presidente francês Nicholas Sarkozy, lançou para discussão com fortes probabilidades de ter pernas para andar a possibilidade de uma vez por todas, se resolver a questão energética para toda a Europa.
A ideia de um grupo de cientistas, é a de construir no maior deserto quente do mundo, uma quinta de painéis solares capazes de gerar energia suficiente para abastecer toda a Europa.
Desde logo Nicholas Sarkozy e Gordon Brown decidiram apoiar publicamente este projecto, considerando esta ideia a melhor forma de responder aos críticos que dizem que a urgência de uma solução não permite soluções de carácter solar ou eólico.
Os mesmos cientistas afirmam que a recolha de raios solares em células fotovoltaicas é três vezes mais produtiva no deserto do Sahara do que no norte da Europa.
Outro especialista na matéria e funcionário do Instituto para a Energia da Comissão Europeia, Arnulf Jaeger-Walden, afirmou no fórum de abertura da Eurociência em Barcelona que basta apenas uma captação de 0,3% da luz solar do deserto do Sahara e Médio Oriente, para permitir um abastecimento a toda a Europa.
Diga-se que o espaço necessário para essa captação pode ser um pouco menos do que a área do País de Gales na velha Inglaterra.
A construção do parque solar terá um custo aproximado de 450 mil milhões de euros por ano, até 2050.
Nessa altura, a produção estimada daquela que poderá ser a maior quinta solar do mundo, é de 100 gigawatts de energia. O maior gerador nuclear só produz um máximo de 3 gigawatts.
A Greenpeace sempre atenta a estas coisas, já deu o seu aval.
O Instituto para a Energia da Comissão Europeia está fortemente empenhado neste projecto e procura reunir esforços de toda a Europa, de forma a conseguir-se este objectivo.
Esta solução poderia até ao ano de 2020, reduzir o consumo de energia em 20% e acabar com a dependência do petróleo.
Naturalmente que não será fácil este trabalho em função dos grandes interesses instalados.
Como a questão do nuclear foi recentemente abordada neste pequeno país, ainda que muito superficial e sinteticamente por dois políticos portugueses, valerá talvez a pena deixar aqui este post, à consideração.
Sendo a esperança a última a morrer, aguardemos por ela em prol da vivência do futuro dos nossos descendentes.


09 agosto, 2008

REPOR A VERDADE, A BEM DA CREDIBILIDADE POLITICA - 2ª PARTE

Porque se registaram problemas no artigo publicado anteriormente e uma vez que o debate estava a ser interessante e elucidativo..."pedimos desculpa pela interrupção mas o debate segue já a seguir"




Fiquei incomodado com esta troca de comunicados entre o PS e os Vereadores do PPD/PSD do Executivo da Câmara Municipal de Almeida.
Penso que se deve pedir a todos os intervenientes na vida politica concelhia, que tenham uma postura mais séria e clara, de forma que todos os habitantes deste Conselho sejam devidamente informados, caso contrário correm o risco de verem os seus excelentes comunicados a irem para o cesto dos papéis mesmo antes serem lidos e, mais uma vez, a credibilidade dos nossos políticos ser avivada de forma ainda mais negativa.
Quanto ao facto do comunicado do executivo camarário ter sido “autenticado” com as assinaturas do Senhor Presidente da Câmara e por dois dos seus Vereadores, foi uma bela ideia já que ficamos sem dúvidas nenhumas da autoria das afirmações transcritas no mesmo.Mas, vamos lá tentar fazer aqui um ponto de ordem nesta troca de comunicados e, sobretudo de uma forma que todos percebam bem:


1 – O Governo de Portugal acabou com as taxas de aluguer dos contadores da água?
É verdade.


2 – A Câmara de Almeida criou uma nova taxa ou imposto (coloquem o rótulo que quiserem)em sua substituição?
É verdade.
3 – Medidas sociais – famílias numerosas.
Uma simples pergunta: haverá muitas famílias com mais de 2 filhos (eu não digo 3, eusó digo 2 filhos!). Como a redução só beneficia as famílias com 3 ou mais filhos...francamente!


4 – IMI.
Vamos lá clarificar esta questão do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, tão propagado pelo executivo camarário desde as últimas eleições autárquicas como se uma oferta ao Povo do Concelho de Almeida se tratasse.
Vamos lá repor a verdade dos factos:Em 16/12/2003 o Executivo da Câmara Municipal de Almeida apresentou à Assembleia Municipal uma reforma da Tributação sobre o Património Imobiliário (o tal IMI), propondo a taxa máxima de 0,8 (sim, disse bem: a proposta do Executivo Camarário foi a taxa máxima).Esta proposta do executivo foi reprovada pelos Deputados, com 22 votos contra, 6 votos a favor e 19 (dezanove) abstenções. O que diz a Lei nos casos de “chumbos” da proposta do executivo, a taxa a aplicar passará a ser a taxa mínima de 0,4.Portanto, se temos que agradecer a alguém pela aplicação da taxa mínima de 0,4, não será certamente ao executivo camarário, uma vez que a sua proposta foi de 0,8 (nada mais nada menos que a taxa máxima), mas sim aos Senhores Deputados da Assembleia Municipal que a impuseram.Estes são os factos verdadeiros, como poderão comprovar pela Acta nº 9 de 16/12/2003 da Assembleia Municipal de Almeida, aqui publicada.Parafraseando um dos comunicados…confundir é grave, mentir é feio…




















5 – IRS.
O Governo da Nação entregou às Câmaras Municipais 5% do valor cobrado em IRS.Por sua vez, as Câmaras deveriam reduzir o IRS dos seus Munícipes nas percentagens queentendessem até aquela percentagem, a bem de uma politica social e humana de realçar.

Pelo gráfico a seguir publicado, poderão verificar quais as Câmaras verdadeiramente benfeitoras.

Resumindo, podemos dar os parabéns à Câmaras Municipais de Manteigas, Alcoutim, Castro Marim, Crato, Gavião, Oleiros, Ponte de Lima, Ponte de Sor e Terras do Douro.

João Neves

05 agosto, 2008

REPOR A VERDADE A BEM DA CREDIBILIDADE POLITICA

Fiquei incomodado com esta troca de comunicados entre o PS e os Vereadores do PPD/PSD do Executivo da Câmara Municipal de Almeida.

Penso que se deve pedir a todos os intervenientes na vida politica concelhia, que tenham uma postura mais séria e clara, de forma que todos os habitantes deste Conselho sejam devidamente informados, caso contrário correm o risco de verem os seus excelentes comunicados a irem para o cesto dos papéis mesmo antes serem lidos e, mais uma vez, a credibilidade dos nossos políticos ser avivada de forma ainda mais negativa.

Quanto ao facto do comunicado do executivo camarário ter sido “autenticado” com as assinaturas do Senhor Presidente da Câmara e por dois dos seus Vereadores, foi uma bela ideia já que ficamos sem dúvidas nenhumas da autoria das afirmações transcritas no mesmo.

Mas, vamos lá tentar fazer aqui um ponto de ordem nesta troca de comunicados e, sobretudo de uma forma que todos percebam bem:

1 – O Governo de Portugal acabou com as taxas de aluguer dos contadores da água?

É verdade.

2 – A Câmara de Almeida criou uma nova taxa ou imposto (coloquem o rótulo que quiserem)
em sua substituição?

É verdade.

3 – Medidas sociais – famílias numerosas.

Uma simples pergunta: haverá muitas famílias com mais de 2 filhos (eu não digo 3, eu
só digo 2 filhos!). Como a redução só beneficia as famílias com 3 ou mais filhos...francamente!

4 – IMI.

Vamos lá clarificar esta questão do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, tão propagado pelo executivo camarário desde as últimas eleições autárquicas como se uma oferta ao Povo do Concelho de Almeida se tratasse.

Vamos lá repor a verdade dos factos:

Em 16/12/2003 o Executivo da Câmara Municipal de Almeida apresentou à Assembleia Municipal uma reforma da Tributação sobre o Património Imobiliário (o tal IMI), propondo a taxa máxima de 0,8 (sim, disse bem: a proposta do Executivo Camarário foi a taxa máxima).

Esta proposta do executivo foi reprovada pelos Deputados, com 22 votos contra, 6 votos a favor e 19 (dezanove) abstenções. O que diz a Lei nos casos de “chumbos” da proposta do executivo, a taxa a aplicar passará a ser a taxa mínima de 0,4.

Portanto, se temos que agradecer a alguém pela aplicação da taxa mínima de 0,4, não será certamente ao executivo camarário, uma vez que a sua proposta foi de 0,8 (nada mais nada menos que a taxa máxima), mas sim aos Senhores Deputados da Assembleia Municipal que a impuseram.

Estes são os factos verdadeiros, como poderão comprovar pela Acta nº 9 de 16/12/2003 da Assembleia Municipal de Almeida, aqui publicada.

Parafraseando um dos comunicados…confundir é grave, mentir é feio…





















5 – IRS.



O Governo da Nação entregou às Câmaras Municipais 5% do valor cobrado em IRS.
Por sua vez, as Câmaras deveriam reduzir o IRS dos seus Munícipes nas percentagens que
entendessem até aquela percentagem, a bem de uma politica social e humana de realçar.
Pelo gráfico a seguir publicado, poderão verificar quais as Câmaras verdadeiramente
benfeitoras.



Resumindo, podemos dar os parabéns à Câmaras Municipais de Manteigas, Alcoutim, Castro Marim, Crato, Gavião, Oleiros, Ponte de Lima, Ponte de Sor e Terras do Douro.

João Neves



04 agosto, 2008

Fim de um ciclo

A participação activa num qualquer partido político, tem regras que devem ser meticulosamente cumpridas pelos militantes.
Para podermos exigir aos outros o cumprimento dessas regras, não podemos incorrer em qualquer falha, seja voluntária ou involuntariamente.
Analisando os Estatutos do partido, podemos ler na alínea c) do artigo 7º, “Contribuir para as despesas do Partido através do regular pagamento das quotizações”.
Podemos ler ainda no ponto 5 do artigo 9º, “ Cessa a inscrição no Partido dos militantes que deixem de satisfazer o pagamento das quotas por período superior a dois anos”.
É o meu caso.
Já noutras ocasiões e nos lugares próprios afirmei que só aceitaria pagar as minhas quotas à Comissão Política Concelhia de Almeida, desde que o valor ficasse de imediato ali, e não tivesse que ir parar à sede nacional em Lisboa. Tornei-me assim num contestário.
Assim sendo e de forma a evitar incómodos à Comissão Política Nacional bem como ao Conselho de Jurisdição Nacional, conforme o determina o ponto 7 do artigo 9º, limitei-me a informar o Partido da minha cessação de militante.
Poderia ter nomeado outros motivos para esta suspensão, mas entendi que deveria ser este.
Assim pois, termina aqui mais um ciclo da minha vida pessoal.

24 julho, 2008

DIRECÇÃO REGIONAL DA CULTURA DESCONHECE INTERVENÇÃO NAS CASAMATAS DE ALMEIDA



Existem formas diversas de resolver problemas com origem em divergências de opinião. No entanto não tenhamos dúvidas que a via do diálogo é a que melhores resultados originará. Mas esse diálogo tem que ser encarado à partida com humildade, com respeito pelas opiniões dos antagonistas, muita prudência e sensatez. Não será tudo isto que terá faltado neste confronto entre a Câmara Municipal de Almeida e o IGESPAR?

Quem vai vencer este confronto? O actual executivo Câmarário? O IGESPAR? Quem será o vencedor?
Quem já estará a perder é Almeida...disso não tenho dúvidas nenhumas.
Lamento.

Ora leiam este artigo publicado no Jornal Terras da Beira.


Terras da Beira - Edição de 10-07-2008

Direcção Regional da Cultura desconhece a intervenção nas Casamatas de Almeida

A Direcção Regional de Cultura do Centro em Castelo Branco desconhece que tipo de intervenção é que está a ser feita nas Casamatas de Almeida, onde a autarquia quer instalar o Museu Militar. A instituição, a que está afecto aquele monumento, recebeu no ano passado um projecto de recuperação do espaço, que recebeu um parecer negativo e nunca mais voltou a receber qualquer outro.

O director dos serviços em Castelo Branco da Direcção Regional da Cultura do Centro, José Afonso, garante que aquele organismo «não tem a mínima responsabilidade em atrasos» relacionados com a instalação do Museu Militar nas Casamatas de Almeida.
O arquitecto prestou este esclarecimento ao TB depois do presidente da Câmara Municipal de Almeida, Batista Ribeiro, ter acusado aquele organismo de falta de resposta em relação a determinados aspectos daquele projecto, que a autarquia pretendia abrir ao público este mês.

José Afonso garante que a resposta ao projecto apresentado pela autarquia, em finais de Julho do ano passado, foi dada no dia seguinte.

O parecer a essa intervenção foi «negativo», como evidencia José Afonso e garante que não voltou a dar entrada nos serviços qualquer outro projecto para as Casamatas. «Sabem perfeitamente que o meu parecer foi negativo. O assunto foi a Conselho Consultivo que me deu razão», sustenta.
O dirigente da Direcção Regional de Cultura do Centro desconhece por isso que tipo de intervenção é que está a ser feita naquele monumento.

José Afonso diz estar «absolutamente convicto» da sua posição que defende «para bem do monumento».

De recordar que o presidente da Câmara Municipal de Almeida admitiu ao TB que tinha contornado os serviços de Castelo Branco e recorrido ao presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) para dar seguimento à obra de requalificação das Casamatas.

Mas para além do IGESPAR, as obras terão também de ter o aval da Direcção Regional de Cultura do Centro, instituição a que está afecta o monumento. «Não podem intervir sem o projecto vir à Direcção Regional da Cultura do Centro», assegura o arquitecto.
José Afonso entende que «o caminho que se está a seguir não só está a atrasar brutalmente todo este processo, como está a criar problemas».
Aquele responsável censura o percurso da obra de recuperação das Casamatas: «Começa-se com uma metodologia, depois salta-se para outra, contesta-se, faz-se outro projecto a meio... há qualquer coisa que não esté bem nisto. Até no meu ponto de vista de cidadão», sublinha.

O arquitecto entende que «neste clima [de acusações aos serviços de Castelo Branco] não se vai a lado nenhum. Temos de trabalhar em equipa. Não é por haver um projectista contratado pela Câmara que o parecer das entidades se vai alterar», avisa. José Afonso alerta que «há circuitos administrativos e competências» a cumprir.

O dirigente da Direcção Regional de Cultura volta a dizer que lhe «dói muito ver o monumento a ser molestado» e sublinha que a musealização «não pode, nem deve atentar contra o momento». «Esse é um princípio sagrado das regras do património. É preciso saber que o monumento está acima da musealização. O espaço em si já é objecto de musealização», alerta. «Pode lá não ter nada, o vazio das suas salas vale por si», defende.

José Afonso vinca ainda que é a musealização que tem de se submeter ao monumento e não o monumento à musealização. "É aquilo que querem fazer e eu acho que isso é uma inversão absoluta dos valores e das regras".

17 julho, 2008

OBVIAMENTE...RENÚNCIO!


Depois de todas as peripécias, um tanto ou quanto sombrias, ocorridas no processo de escolha da equipe candidata às últimas eleições autárquicas, que originaram uma posição da minha parte em defesa de todos os Militantes do PSD.

Depois do vexame a que fui sujeito pelo Senhor Presidente da Comissão Politica Concelhia de Vilar Formoso do Partido Social Democrata, incluindo uma tentativa de agressão da sua parte, quando cumpria o meu dever de militante nas últimas eleições para o Presidente do Partido.

Depois de recorrer do facto para o Presidente da Assembleia da Secção de Vilar Formoso do PSD, não tendo reciprocidade nem tentativa da sua parte para resolver estes factos que são graves, limitando-se a enviar-me uma carta a informar-me que tinha ouvido o dito senhor.

Depois de recorrer ainda para o Conselho de Jurisdição Distrital do PSD da Guarda, sobre os factos ocorridos, não obtendo qualquer resposta.

Depois ainda de ter dado conhecimento à Comissão Politica Distrital do PSD da Guarda sobre todos os factos ocorridos e supracitados, mais uma vez sem receber qualquer resposta.

Obviamente não me resta outra atitude que não seja a minha renúncia de Militante do Partido Social Democrata.

Esta atitude surge depois de ter feito todos os esforços, como acima referi, para que este processo fosse resolvido dentro do PSD, de forma a defender o bom nome do mesmo. Tal atitude não foi assim entendida pelos actuais senhores detentores do poder no Concelho de Almeida e no Distrito da Guarda. Só me resta então, e em defesa da minha dignidade, abandonar,com muita pena e até mágoa, o Partido Social Democrata.

Aos Militantes Sociais Democratas do Concelho de Almeida vai o meu abraço e reconhecimento pela forma como sempre fui acarinhado e respeitado.


João Neves

05 julho, 2008

Nulidade......para quem?

No passado dia 29 de Junho no canal 1 da RTP, após o Telejornal das 20 horas, tivemos mais um momento do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Sempre que possível, procuro ouvi-lo.
Desta vez, conseguiu surpreender-me negativamente a determinada altura da sua intervenção.
Referindo-se ao actual Ministro da Agricultura, classificou-o negativamente, chegando ao ponto de afirmar que era uma “nulidade”.
Não satisfeito com a afirmação, ainda esclareceu o significado da palavra que empregou no âmbito do mundo universitário.
Para nós comuns cidadãos deste país, nulidade, é sinónimo de falta de aptidão ou talento, insignificância, ninharia, pessoa que não tem mérito nenhum, entre outras coisas.
Com todo o respeito que me merece o Prof. Marcelo e as suas opiniões, devo dizer que neste caso não concordo nem subscrevo a ideia.
O Ministro da Agricultura, é ainda hoje o cidadão Jaime de Jesus Lopes Silva, Almeidense e de quem sou amigo desde os tempos de escola primária e do Externato Frei Bernardo de Brito (anos 60).
O Jaime (como era conhecido entre os amigos), sempre foi uma pessoa educada, respeitadora e acima de tudo um aluno exemplar. Já nessa altura sobressaía em relação aos demais, e por isso chegou onde chegou.
Não havendo outras, esta razão é mais do suficiente para não reconhecer ao Prof. Marcelo capacidade de análise em relação a uma pessoa, com a qual certamente nunca terá falado e muito menos convivido.
Nós, Almeidenses, devemos estar orgulhosos pelo facto de podermos contar com um conterrâneo num cargo político tão importante quanto o de Ministro. Mas não devemos sentir esse estado de alma, só pelo Jaime. Devemos sentir o mesmo pelo facto de o actual Procurador-geral da República ser também cidadão deste concelho. E que dizer do Prof. Eduardo Lourenço?
Nulidade, não se pode dizer que seja uma palavra forte ou fraca.
Vale o que vale no contexto em que for inserida.
E neste caso depreendo que foi proferida como classificação política.
Analisando a área em que nos envolvemos, ou seja a Europa, verificamos que muitos dos países que hoje fazem parte do global, incluindo alguns provenientes da antiga Europa de Leste, os seus cidadãos vivem em melhores condições do que nós portugueses.
Recentemente a OCDE classificou Portugal num dos lugares últimos de uma tabela.
Não bastando isto, o Primeiro Ministro afirmou recentemente numa entrevista também ao canal 1 da RTP que o abrandamento económico que se verifica actualmente, deve levar-nos a sentir maiores dificuldades nos próximos anos.
Para mim, é uma preocupação muito grande pelo facto de vir de quem vem. Não me esqueço que José Sócrates, sempre foi uma pessoa optimista e afirmava aos quatro ventos que o País estava numa recuperação jamais vista nos últimos anos. Lá está o velho lema dos políticos, o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira.
Enfim…
Mas esta situação arrasta-se de há uns anos a esta parte.
Hoje estão uns no poder, amanhã estão outros, e quando se substituem arranjam sempre uns lugarezitos em empresas com ou sem comparticipação estatal.
Com o aproximar das próximas eleições, no PPD/PSD já se estão a perfilhar os da “velha guarda” para consegui um lugar ao Sol.
Será que vamos voltar ao mesmo? E nós cidadãos comuns, a ver passar o futuro ao lado.
Então, pegando na palavra do Prof. Marcelo, “nulidade”, pergunto se não se poderá aplicar a quase todos os políticos que até hoje tiveram responsabilidades governativas.
Ou então, porque não, a todos nós quantos já votamos nesses políticos. Sim, porque perante a incapacidade qualitativa de melhorar o País à semelhança dos europeus, deveríamos era “correr” com esta classe política.

Para terminar, vou deixar aqui uma sugestão.

De forma a contrariar a ideia do Prof. Marcelo, e como forma de nos solidarizarmos com o Ministro Almeidense Jaime Silva, demonstrando-lhe o nosso sentimento fraterno, porque não endereçar um convite ao Sr. Ministro para uma visita oficial à sua terra? Porque não a convocação de uma Assembleia Municipal extraordinária, órgão máximo do concelho, para o receber e demonstrar-lhe que independentemente da cor política a que cada um de nós possa estar ligado, no que diz respeito ao concelho de Almeida e aos Almeidenses espalhados por aí, estamos todos solidários e coesos.
Atenção, que as eleições ainda não estão à porta, por isso não se corre o risco de colagem política.
Que se faça luz sobre algumas mentes……




29 junho, 2008

Memória curta...infelizmente!

Quando li este artigo da Clara Ferreira Alves dei comigo a pensar se será característica do Povo Português, esta questão de ter a memória curta. Se tentarmos recordar o que tem sido a história de Almeida nas últimas três décadas, ou mesmo na última década, pois verificaremos que também nós temos memória curta. Infelizmente...


Vale a pena ler até ao fim, este artigo de Clara Ferreira Alves


*A Justiça criminosa* por Clara Ferreira Alves
In Pluma Caprichosa, 22 de Out de 2007



Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso.

Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.


Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia.


E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?

E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente"importante" estava envolvida, o que aconteceu?

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.