15 julho, 2010

O nosso Estado...

Temos ultimamente vindo a ser bombardeados com a mais variada informação sobre a situação económica em que este pobre país se encontra.
Ao ouvirmos afirmações de especialistas, nacionais ou internacionais, a nossa preocupação deve aumentar.
Expressões como “Portugal pode entrar em falência”, do reputado economista António Sampaio e Mello à Renascença no seguimento de um comentário feito às declarações de Paul Krugman, Nobel da Economia, a uma entrevista ao jornal espanhol “El País”, “...existe uma elevada probalidade de a Grécia sair da zona euro, e que, por contágio, Portugal, Espanha e Irlanda seriam afectados.”, ou, "Para 2011, os factores de incerteza são maiores, porque é mais difícil prever o que se irá passar num horizonte temporal mais longo", afirmou o ministro da Economia Vieira da Silva, à Lusa, entre outras, que podemos encontrar na imprensa diária da especialidade.
Estas expressões, devem preocupar-nos e muito.
A agência de notação financeira, Moody’s veio agora baixar ainda mais o “rating” da dívida portuguesa em mais dois níveis.
Os bancos não fogem à regra e 8 deles foram objecto de diminuição de “rating”, entre os quais, os mais importantes.


Entretanto ao ouvirmos os responsáveis políticos portugueses nas suas mais variadas declarações públicas em online, temos afirmações para todos os gostos.
O Governo e o Partido Socialista vêm afirmar que está tudo como previsto.
Os partidos da oposição, fartam-se de tecer críticas ao Governo, mas quando é chegada a hora de união para se oporem a certas e determinadas decisões, dividem-se.
Para não ficar de fora, também o senhor Presidente da República vem dizer que é importante dar atenção às classes mais desfavorecidas, isto é, aos novos pobres. Sim porque cada vez há mais, segundo as suas palavras, sendo necessária mais atenção para «...aqueles que sofrem em silêncio, que até há pouco tempo não imaginavam poder hoje encontrar-se na situação em que se encontram, situação em que, nalguns casos, é mesmo de carência alimentar». Estas palavras ditas pelo mais alto representante da Nação, são entendidas por mim, de que já haverá gente neste país a passar fome.
Não me passa pela ideia o que se irá passar com as centenas ou milhares de famílias que daqui a algum tempo irão deixar de receber o subsídio de desemprego, em função das novas directrizes governamentais.
Certamente que os familiares mais directos vão ter que repartir muita coisa com eles. Isso vai torná-los também, mais pobres.


Pelo que nos vai sendo dado observar, verificamos que muita gente ainda não conseguiu interiorizar que o momento que estamos a atravessar é muito complicado. Perdemos muito tempo a discutir situações que não nos levam a lado nenhum e muito menos acrescentam mais valias.

Seja a nível governamental seja a nível caseiro, o que já deveríamos ter começado a fazer, era cortar nas despesas fúteis.


Não me considero um entendido em xilomancia, mas observando com atenção o que se passa à nossa volta, não me parece que venham aí dias melhores. Bem pelo contrário. Vamos ter que continuar a pagar os erros dos incompetentes. E por quanto tempo?


                                                                                    José Augusto Rodrigues Marques