23 maio, 2013

Aos professores...e aos outros...


O Governo pretende aplicar aos professores de carreira as regras de mobilidade especial - quadro de excedentários - e geográfica da Função Pública.


Vejo a luta que se trava no meu País entre os Professores e este Governo que se esqueceu dos Mestres que lhes deram algum do saber que hoje…enlameiam ou vilipendiam.
Vejo as lágrimas de alguns deles perante o futuro que lhes está reservado impedindo que exerçam uma das profissões mais nobres que existe.
Vejo o desespero de alguns perante a ameaça de despedimento impedindo de exercer o que mais gostam de fazer…formar homens e mulheres.
Vejo também a lucidez que demonstram ao encetarem esta luta contra os “grandes líderes” quando está em causa a educação e a cultura de um Povo, base para o seu progresso.
Aos Professores quero dizer-lhes que estarei sempre do seu lado.
Aos Professores quero pedir-lhes que nunca desistam da nobre luta que estão a encetar pelo futuro geracional de todo um Povo.
Aos Professores que tencionam fazer greve mesmo em dia de exames nacionais quero dizer-lhes que têm o meu apoio incondicional e que não estou minimamente preocupado se os mesmos não se realizarem por tal motivo.
Aos Professores em luta o meu obrigado.
Aos Pais…bom…que escolham de que lado da barricada estão…sempre estive do lado dos meus Mestres e estarei do lado dos Mestres dos meus filhos.


Tornado em Oklahoma...Professores...


 

Carta aberta de um estudante liceal grego.


Aos meus professores… e aos outros:

O meu nome é K. M., sou aluno do último ano num liceu em Drapetsona, Pireu.
Decidi escrever este texto porque quero exprimir a minha fúria, a minha revolta pelo atrevimento e pela hipocrisia daqueles que nos governam e daqueles jornalistas e media mainstream que os ajudam a pôr em prática os seus planos ilegais e imorais em detrimento dos alunos, dos estudantes e de todos jovens.

A minha razão para escrever é a intenção dos meus professores de fazer greve durante o período dos exames de admissão à Universidade e os políticos e jornalistas que choram lágrimas de crocodilo sobre o meu futuro, o qual “estaria em causa” devido à greve.

De que falam vocês? Que espécie de futuro tenho eu devido a vocês? E quem é que verdadeiramente pôs em causa o meu futuro?
Deitemos uma vista de olhos sobre quem, já há muito tempo, constrói o futuro e toda a nossa vida:

- Quem construiu o futuro do meu avô? Quem vestiu o seu futuro com as roupas velhas da administração das Nações Unidas para a ajuda de emergência e reconstrução e o obrigou a emigrar para a Alemanha?
- Quem governou mal e estripou este país?
- Quem obrigou a minha mãe a trabalhar do nascer ao pôr-de-sol por 530 euros por mês? Dinheiro que, uma vez paga a comida e as contas, nem chega para um par de sapatos, para já não falar num livro usado que eu queria comprar numa feira de rua.
- Quem reduziu a metade o ordenado do meu pai?
- Quem o caluniou, quem o ameaçou, quem o obrigou a regressar ao trabalho sob a ameaça da requisição civil, quem o ameaçou de despedimento, juntamente com todos os seus colegas dos serviços de transportes públicos quando eles, que apenas queriam viver com dignidade, entraram em greve?
- Quem procurou encerrar a universidade que o meu irmão frequenta para atingir alguns dos seus sonhos?
- Quem me deu fotocópias em vez de manuais escolares?
- Quem me deixa enregelar na minha sala de aula sem aquecimento?
- Quem carrega com a culpa de os alunos das escolas desmaiarem de fome?
- Quem lançou tanta gente no desemprego?
- Quem conduziu 4.000 pessoas ao suicídio?
- Quem manda de volta para casa os nossos avós sem cuidados médicos e sem medicamentos?
Foram os meus professores que fizeram tudo isto? Ou foram VOCÊS que fizeram tudo isto?
Vocês dizem que os meus professores vão destruir os meus sonhos fazendo greve.
Quem vos disse alguma vez que o meu sonho é ser mais um desempregado entre os 67% de jovens que estão no desemprego?
Quem vos disse que o meu sonho é trabalhar sem segurança social e sem horários regulares por 350 euros por mês, como determinam as vossas mais recentes alterações às leis laborais?
Quem vos disse que o meu sonho é emigrar por razões económicas?
Quem vos disse que o meu sonho é ser moço de recados?
Gostaria de dirigir algumas palavras aos meus professores e aos professores em toda a Grécia:

Professores, vocês NÃO devem recuar um único passo no vosso compromisso para connosco. Se recuarem agora na vossa luta, então sim, estarão verdadeiramente a pôr em causa o meu futuro. Estarão a hipotecá-lo.

Qualquer recuo vosso, qualquer vitória que o governo obtenha, roubará o meu sorriso, os meus sonhos, a minha esperança numa vida melhor e em combater por uma sociedade mais humana.
Aos meus pais, aos meus colegas e à sociedade em geral tenho a dizer o seguinte:
Quereis verdadeiramente que aqueles que nos ensinam vivam na miséria?
Quereis que sejamos moldados nas salas de aulas como mercadorias de produção maciça?
Quereis que eles fechem cada vez mais escolas e construam cada vez mais prisões?
Ides deixar os nossos professores sozinhos nesta luta? É para isso que nos educais, para que recusemos a nossa solidariedade?
Quereis que os nossos professores sejam para nós um exemplo de respeito por nós próprios, de dignidade e de militância cívica? Ou preferis que nos dêem um exemplo de escravidão consentida?
Finalmente, quereis que vivamos como escravos?
De amanhã em diante, todos os alunos e pais deviam ocupar-se de apoiar os professores com uma palavra de ordem: “Avançar e derrotar a tirania fascista!”
Lutemos juntos por uma educação de qualidade, pública e livre. Lutemos juntos para derrubar aqueles que roubam o nosso riso e o riso dos vossos filhos.

PS: Menciono as minhas notas do ano lectivo 2011/12, não por vaidade mas para cortar a palavra àqueles que avançarem com o argumento ridículo de que “só quero escapar às aulas”: Comportamento do aluno: “Muito Bom”. Classificação média: 20 (“Excelente”) [a nota mais alta nos liceus gregos].






07 maio, 2013

Pacote da ignorância


O novo pacote de austeridade anunciado na sexta-feira chega a ser uma agonia.
Mais uma vez, o governo fustiga os trabalhadores e pensionistas e poupa os grandes grupos económicos.
As medidas para reequilibrar as contas públicas em cerca de 1500 milhões de euros por ano poderiam ser outras, bem diversas.


Em primeiro lugar e de uma vez por todas, o governo tem de baixar drasticamente as rendas das parcerias público-privadas (PPP).
O eventual ganho anual para as Finanças com as medidas agora anunciadas pelo primeiro-ministro pouco excede o que foi pago a mais, só num ano, em 2011, nas PPP rodoviárias.


 
Nos últimos quatro anos, os encargos líquidos com as PPP quadruplicaram, atingindo por ano montantes da ordem de dois mil milhões de euros (2.000 MILHÕES de Euros).
 

Basta!

Baixem as rendas ou, em alternativa, EXPROPRIEM as PPP pelo seu justo valor.


Em segundo lugar, o governo poderia ainda conseguir poupar nos juros da dívida pública.
Não é aceitável que o estado consigne ao pagamento de juros 14% dos impostos pagos por todos os cidadãos e empresas.

Em 2013, à semelhança de anos anteriores, o estado pagará em juros mais do que gasta em saúde, educação ou qualquer outra atividade.

Para baixar o custo do serviço da dívida, é necessário colocar parte da dívida no mercado interno a juros bem mais favoráveis, renegociar os contratos com juros mais elevados e obter períodos de carência nos pagamentos. Não podemos ter um estado refém da sua dívida pública.
Foi aliás para evitar esta situação que tivemos um resgate!

Também ao nível da receita o governo tem margem para atuar.
Poderia aumentar a coleta se tributasse todos os cidadãos e não isentasse de impostos os fundos imobiliários fechados.


Os maiores beneficiários da especulação imobiliária estão isentos de IMI ou IMT. Uma tributação deste património com taxas de 1% poderia representar um ganho superior a mil milhões de euros (1.000 MILHÕES).

Claro que para tomar medidas deste tipo e outras afins há que ter coragem para enfrentar o fortíssimo "lobby" financeiro que se alimenta da dívida pública portuguesa e suga os recursos do orçamento de estado.

Mas é este o nível mínimo de coragem que se exige ao chefe do governo de Portugal.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário



…este Governo é ignorante, incapaz e prepotente…porquê mantê-lo por mais tempo?...quanto se pouparia com eleições gerais imediatas????

03 maio, 2013

...depois não diga que não avisei Sr. Silva...





"Quando as tropas norte-americanas libertaram os campos de extermínio nas áreas conquistadas às tropas nazis, o general Eisenhower ordenou que as populações civis alemãs das povoações vizinhas fossem obrigadas a visitá-los.

Tudo ficou documentado.
Vemos civis a vomitarem.
Caras chocadas e aturdidas, perante os cadáveres esqueléticos dos judeus que estavam na fila para uma incineração interrompida.
A capacidade dos seres humanos se enganarem a si próprios, no plano moral, é quase tão infinita como a capacidade dos ignorantes viverem alegremente nas suas cavernas povoadas de ilusões e preconceitos.
O povo alemão assistiu ao desaparecimento dos seus 600 mil judeus sem dar por isso.
Viu desaparecerem os médicos, os advogados, os professores, os músicos, os cineastas, os banqueiros, os comerciantes, os cientistas, viu a hemorragia da autêntica aristocracia intelectual da Alemanha.
Mas em 1945, perante as cinzas e os esqueletos dos antigos vizinhos, ficaram chocados e surpreendidos.

Em 2013, 500 milhões de europeus foram testemunhas, ao vivo e a cores, de um ataque relâmpago ao Chipre.

Todos vimos um povo sob uma chantagem, violando os mais básicos princípios da segurança jurídica e do estado de direito.
Vimos como o governo Merkel obrigou os cipriotas a escolher, usando a pistola do BCE, entre o fuzilamento ou a morte lenta.
Nos governos europeus ninguém teve um só gesto de reprovação.
A Europa é hoje governada por Quislings e Pétains.

A ideia da União Europeia morreu em Chipre.
As ruínas da Europa como a conhecemos estão à nossa frente.

É apenas uma questão de tempo.
Este é o assunto político que temos de discutir em Portugal, se não quisermos um dia corar perante o cadáver do nosso próprio futuro...como nação digna e independente."



"União Europeia morreu em Chipre"

por VIRIATO SOROMENHO MARQUES - DN 26-03-2013







...eu...bom...eu fico enjoado, agoniado e até repugnado com alguns colunistas e aspirantes a fazedores de opinião da nossa praça, quando opinam em defesa dos rapazes que desde Lisboa e dos centros de poder atiram para a desgraça milhões...quando desviam o olhar ao verem a tristeza que coabita no quintal do seu vizinho...mas eles...esses mesmos aspirantes a  prepotentes, sabem que os rapazes que eles seguem religiosamente, estão a destruir a vida dos seus amigos e companheiros...talvez ignorem que a praga poderá chegar um dia ao seu quintal...talvez...veremos...


João Neves