28 março, 2009

NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO…


Faz hoje precisamente um ano que saiu neste blogue um artigo sobre a Comemoração do Dia dos Municípios com Centro Histórico. Na altura, foi comentada a estranheza de Almeida não assinalar a efeméride, partindo-se para uma reflexão sobre o abandono ou desvario de intervenção sobre o património histórico, afectando a memória e o carácter identitário local.
(O mesmo continua acessível neste blogue, bastando clicar na Etiqueta abaixo – “Dia dos Municípios com Centro Histórico”, no final deste artigo).

Decorrido este período de tempo, as questões de fundo são as mesmas. No entanto, a propósito deste mesmo Dia, verificaram-se duas mudanças dignas de menção: a primeira, é que, muito possivelmente estimuladas pelos reparos, ou quem sabe porque cada vez mais todos os momentos são importantes para se mostrar dinamismo, as autoridades concelhias, este ano, não se esqueceram de assinalar a data. Sobre isso, Almeida pode regozijar-se: os reparos, ainda que transmitidos pela única via aberta, como um simples blogue, que restou aos almeidenses para comunicar com as autoridades locais, parecem afinal ir surtindo algum efeito, apesar também de alguma natural crispação, por variados motivos que sempre envolvem estas situações.

A segunda mudança, relacionada com a primeira, é que desta vez é apresentado um programa de Jornadas do Instituto de História de Arte de Coimbra, recheado de iniciativas:

Dia 27, 12.00 horas - Percurso guiado (não diz por quem, mas se o Instituto de História de Arte é o convidado, presumivelmente será conduzido nessa visita…);
14.30 – Visita de Estudo (Instituto de História de Arte) “Arte Mudéjar e Fortificação na Raia Seca da Meseta”. Também não diz que tipo de visita de estudo, se é virtual, se é uma excursão na meseta… não se sabe.

Dia 28, 9.00 horas – O Baluarte de S. João de Deus - Visita ao estaleiro.
Bem a propósito: o estaleiro das casamatas. A polémica intervenção que tanta tinta fez correr e originou um debate acesso, inclusive em sessão pública, por sua vez muito agitada já em 2006, esta com a presença do Executivo, do Coronel Eng. Sousa Lobo (defendendo a necessidade de um estudo mais aprofundado antes de qualquer intervenção radical), dos Arq. João Campos e Arq. João Marujo (defendendo o contrário), bem como do Arq. José Afonso, então Director Regional do IPPAR, (o qual viria a assumir uma forte oposição ao projecto das casamatas), além de outros. De toda aquela estrondosa diatribe, a que também concorreu o protesto da oposição política, resultaria uma obra da autoria do Arq. João Campos, publicada pela CMA nesse mesmo ano, com a sua proposta para intervenção nas casamatas, posteriormente alterada. Recordo o destaque: “com prefácio do Prof. Doutor Pedro Dias”.

E recordo-o, porque nessa altura, mesmo a colaborar com a CMA, fui surpreendida pela decisão de inclusão dessa informação relativa a um prefácio para um cartaz, facto que transmiti tanto ao Executivo como a quem o concebeu (imagem abaixo), o qual foi ainda exactamente transposto para os outdoors de divulgação do Programa da 2ª Recriação Histórica de Almeida: parecera-me, excessivo, descabido, e até pretensioso, tanto mais que no mesmo programa constava igualmente a apresentação da reedição do livro “O Castelo de Almeida” do Dr. José Vilhena de Carvalho, o qual estava previsto ser justamente homenageado nesse ano, bem como das “restantes Edições da CMA”, onde vários e também conceituados autores tinham colaborado de forma muito generosa, mas sem qualquer destaque individualizado nessa divulgação, conforme as indicações por mim enviadas.


Voltando, no entanto, a estas Jornadas de 2009, a propósito do Dia dos Municípios com Centro Histórico, vou saltar alguns pormenores que podem ser consultados no sítio da CMA em http://www.cm-almeida.pt/municipio/agendadomunicipio/Paginas/Comemoracaoceama.aspx
referindo apenas uma inauguração de uma exposição do Instituto Geográfico Português, que promete e ainda bem que permanece mais uns tempos, para chegar ao programa previsto para as
11.30 horas - Sessão Comemorativa do Dia com Centro Histórico: Um documento para o Acervo do CEAMA pelo Prof. Doutor Pedro Dias.

Note-se, o Prof. Doutor Pedro Dias é uma respeitável figura académica, certamente vem a Almeida, a convite, e com a melhor das boas intenções. Mas tanto destaque fez-me lembrar uma qualquer outra notícia que pressenti relacionada. E de facto: um dos parágrafos relativos aos elementos do júri do recente doutoramento do Arq. João Campos, precisamente em História da Arte, tão pressurosamente alardeado no sítio oficial da CMA, e logo depois retirado perante as críticas, para ser publicado no jornal Praça Alta, reza o seguinte:


- O Senhor Doutor António Pedro Machado Gonçalves Dias, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Orientador;


Bom. Com isso se pode melhor explicar o objectivo da Comemoração do Dia dos Municípios com Centro Histórico este ano em Almeida. Senti pena. Afinal, não parece verificar-se uma maior sensibilização por parte do Município relativamente ao seu Centro Histórico. Todo este fio condutor de coincidências e de factos configura mais uma necessidade de patentear aos almeidenses a ideia de que o que tem vindo a ser feito em Almeida ao nível do património recebe bênçãos académicas lançadas do alto, num jogo de imagem que tacitamente promove o doutoramento de um técnico contratado pelo município, onde o “mestre”, é convidado a visitar a obra do “discípulo”. Mas neste jogo de espelhos, há um estilhaço brutal que fende a imagem quase idílica de alto a baixo: que o técnico, discípulo, consultor, por muito qualificado que seja, repetidamente demonstrou, tanto em público como em privado, a sua incapacidade de diálogo e a sua atitude impositiva para com o património de Almeida – com o que profundamente ofende e repele os almeidenses.

E é assim que esta Comemoração de um Dia dos Municípios com Centro Histórico, se revela afinal mais uma vez ditado de cima para baixo, ineficaz, deparando-se com o mesmo vazio de adesão, porque é destinado a encher o olho, quando os almeidenses já estão fartos de que tanto lhes atirem areia para os olhos!

Maria Clarinda Moreira

19 março, 2009

Almeida Moderna

Já nos tinha constado que os sentidos de observação e de humor dos almeidenses estavam bastante refinados.

A evidência disso chegou-nos por um anónimo que registou uma iniciativa bem-humorada, de que alguns falavam, mas poucos tinham conseguido observar, possivelmente devido à celeridade de quem se sentiu visado…

Aqui está: Almeida moderna!




12 março, 2009

HOTEL 4 ESTRELAS

Hotel das Termas da Fonte Santa.

Pergunto se alguém terá dúvidas em definir esta acção como um acto eleitoralista?

O senhor Presidente da Câmara Municipal de Almeida na última Assembleia Municipal de 26 de Fevereiro de 2009, informou os presentes que está a ser efectuado um novo furo para extracção de água, actualmente com uma profundidade de cerca de 250 metros.


“…há um novo furo que já vai com cerca de 250 metros de profundidade…”.

Informou ainda que durante o corrente ano este furo vai ter necessidade de uma fase de experimentação, supostamente digo eu, para se saber se a água extraída é adequada ao seu uso terapêutico. Não obstante a afirmação, deixou pairar no ar a incerteza na capacidade do caudal do furo para abastecer a piscina das termas.

“…O actual furo precisa de período de experimentação que vai ocorrer já este ano. O furo vai ter capacidade, mas talvez não seja possível alimentar a piscina…”.

Deixou ainda a informação de que na eventualidade do furo não satisfazer o exigível, só resta a alternativa de procurar um segundo furo.

“…Os trabalhos estão a correr bem, apareceu um primeiro aquífero, está-se à procura de um segundo talvez à temperatura de 45 graus centigrados…e se este furo falhar só resta uma alternativa: um segundo furo!...”

Poderemos concluir da declaração do senhor Presidente da Câmara de Almeida à Assembleia Municipal, que nada está seguro no que diz respeito à principal exigência numas termas, como é a qualidade terapêutica da água.
Como diz e muito bem o nosso Povo, neste caso concreto a Câmara andou com o carro à frente dos bois.

Vou colocar a hipótese muito subjectivamente, de imaginar que nenhum dos furos consegue produzir água em quantidade ou em qualidade.
Perante uma situação destas qual vai ser o fim dos balneários, do hotel a construir, das infra-estruturas ali já construídas? Qual será a finalidade da parceria entre a entidade privada e a empresa municipalista? E se houver custos, porque vai haver, e não houver receita? Quem arca com as despesas? E se a entidade privada perante uma situação de fracasso puro da extracção de água, decidir falir, quem assumirá responsabilidades dos investimentos? Qual o motivo porque a empresa municipalista fica como sócio minoritário? Numa reunião do conselho de administração o que é que pode exigir? De quem são os terrenos onde estão a ser efectuadas as construções? Porque razão.....
Poderia deixar aqui mais perguntas para as quais as respostas serão certamente discutíveis. No entanto, como cidadão deste concelho, tenho o direito de saber as respostas para estas e outras que possam surgir, porque é aqui que eu pago os meus impostos.

Respondendo eu próprio à pergunta que fiz quando comecei este comentário, direi que qualquer acto que qualquer presidente de Câmara faça ou decida, é sempre de cariz político. A razão do mesmo é precisamente angariar mais votos.
No entanto e pelas declarações do senhor presidente da Câmara Municipal de Almeida à Assembleia Municipal última, é que me surgiram as perguntas que deixei ficar e que mais pessoas as partilham.
Mas a minha maior preocupação é pela questão da água.
Não sou técnico nem especialista da matéria. Mas o meu pai já falecido, ensinou-me que quando num local semelhante ao da Fonte Santa onde sempre existiram linhas de água e de qualidade como todos sabemos, o facto de se fazerem rebentamentos com dinamite a alguma profundidade, provocam quase sempre desvios dessas linhas de água. Será por isso que o senhor presidente já levantou um pouco do véu, para que amanhã não apanhemos uma surpresa maior?
Este executivo deveria ser mais respeitador por todo um trabalho desenvolvido pela anterior Vereadora e Vice-Presidente da Câmara, essa sim de qualidade para Almeida, que foi a Dra. Natércia Ruivo Gouveia.

Voltarei mais tarde a este tema.


João Neves

10 março, 2009

ONDE SERÁ QUE EU JÁ VI ISTO...?



Ou pondo a questão de outra forma.
Quem disse que a marca “Almeida” não vende?

Pode estar aqui o “ovo de Colombo” dos Comerciantes da Vila de Almeida…

Este candeeiro urbano esteve em “exposição” na Vila de Almeida com o intuito de ser instalado pelas suas ruas e demais espaços urbanos mas, não chegou a ser utilizado.
Perante o desagrado da população desistiram de os aplicar.

Para meu espanto, eis que constato agora que está a ser comercializado pela Empresa





SONERES - José Sereno, Publicidade e Iluminação, S.A.
Rua Central de Frejufe, 786
Silva Escura
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A questão que se poderá aqui pôr, será qual a mais valia que a Autarquia de Almeida usufruirá deste processo?
Sim, porque o candeeiro foi arquitectado para ser aplicado em Almeida.

Não foram utilizados porque a população não gostou e não os queria, agora aparecem à venda com a designação de Candeeiros Tipo Almeida.


A Câmara de Almeida tem todo o direito de usufruir dividendos deste processo, uma vez que está a ser utilizado o nome e a imagem da nossa Vila.



ou será algum Franchising…


Será que a Câmara de Almeida está ao corrente deste processo?

Quem disse que a marca ALMEIDA não vende?



João Neves

05 março, 2009

Consciência....

Gostaria de trazer até aqui um pensamento sobre a palavra consciência.

Falar de consciência é falar de algo muito importante na nossa vida no dia-a-dia.
Falar de consciência é falar de valor ou valores, que nos devem ter sido incutidos pelos nossos pais aquando da formação de crianças para jovens e posteriormente adultos.
Falar de consciência é falar no comportamento que nos deve orientar não só hoje, como no amanhã, no depois, e no depois.
Existem outras palavras que de uma ou outra forma, também podem substituir a expressão consciência sem alteração do sentido.

Consciência pode ser igual a, verdade.
Consciência pode ser igual a, honestidade.
Consciência pode ser igual a, rectidão.
Consciência pode ser igual a, honradez.
Consciência pode ser igual a, conhecimento.
Consciência pode ser igual a, remorso.
Consciência pode ser igual a, humildade.
Consciência pode ser igual a, cuidado extremo com que se executa qualquer trabalho.

Mas também podemos utilizar a palavra noutras expressões de cariz popular, e se tivermos um pouco de tempo para as analisar em pormenor, certamente levar-nos-ão a dar muitas voltas na nossa consciência à medida que fazemos uma introspecção.
Chamar-lhe-ei, a consciência do eu por si mesmo.

Exemplos.
Consciência moral, é no meu entender a função da consciência que consiste na distinção entre o bem e o mal.
Meter a mão na consciência, é no meu entender a forma de examinar com atenção os próprios actos ou sentimentos.
Voz da consciência, é no meu entender um sentimento íntimo que nos avisa do que se passa em nós, dando-nos o conhecimento das nossas acções, aprovando-as ou reprovando-as.
Objecção de consciência, é no meu entender um acto de recusar servir como soldado.

Poderia deambular por vários pensamentos relacionados com as expressões aqui deixadas, ou mesmo pelos vários significados expressos da palavra consciência, relativamente a atitudes assumidas pelas mais diversas pessoas no desempenho das suas funções profissionais.
O objectivo deste pensamento, não é este.
O objectivo deste pensamento, é despertar as consciências em todos quantos lerem este texto, e fazerem uma análise química, para depuração de ideias.
O objectivo deste pensamento, é que cada um de nós meta a mão na consciência, faça uma introspecção da sua capacidade de execução profissional e compreenda definitivamente se deve ou não assumir desafios para os quais está ou não preparado.
É aqui que observamos a objecção de consciência. Devemos recusar-nos servir como soldado num posto de general, uma vez que as decisões carecem de conhecimentos estratégicos mais profundos. Mas não nos devemos importar de servir num posto de soldado apesar de sermos coronéis, ou generais.
É aqui que a consciência se converte em humildade.
Estas atitudes são raras, mas existem.
E não é menos verdade que só são assumidas por HOMENS.