24 junho, 2010

ESTOU REVOLTADO!

“…O Agrupamento de Escolas de Vilar Formoso vai fundir-se com o Agrupamento de escolas de Almeida.

Esta situação já é uma realidade que vai estar em prática a partir de 1 de Julho.
Numa reunião, na última semana, foi dada a conhecer a tomada de decisão “unilateral” por parte da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) aos Directores e Presidentes dos Conselhos Gerais de ambos os agrupamentos.
Como está a acontecer um pouco pelo distrito e pelo país o Ministério de Educação está a fundir Agrupamento, de forma a ter apenas um agrupamento de escolas por concelho.
O que vai mudar com a fusão?
Os menos afectados (por enquanto) serão os alunos, esta mudança é mais estrutural e de gestão.

Com a fusão dos agrupamentos vai existir apenas um Director responsável pelos dois agrupamentos;
Passará existir uma secretaria com maiores responsabilidades e outra com menos funcionários e menos responsabilidades (podendo os funcionários mudar de secretaria ou mesmo estar em excesso);
Os departamentos e Grupos terão os professores de ambas as escolas, passando a haver reuniões de professores dos dois agrupamentos;
Os professores poderão ter que leccionar em ambas as escolas;
…”
(In Rádio Fronteira)

O meu comentário é simples e breve.
A desertificação do Concelho de Almeida, como tenho vindo a alertar, é um facto e está em ritmo acelerado.
A Fusão dos Agrupamentos de escolas de Almeida e de Vilar Formoso, vai originar despedimentos de funcionários e de professores. Este é o drama imediato que esta medida vai originar.
Mas o que mais me admira “nisto tudo”, é a passividade, o assobiar para o ar, os braços caídos com que os habitantes do Concelho estão a receber esta medida dolorosa, e dramática até, para o seu futuro.


Onde está aquela gente toda que se juntou no Centro de Saúde de Almeida, quando começou a correr a noticia que o Governo de Lisboa tinha intenções de encerrar as urgências do mesmo? Onde está a rádio, os jornais e até a televisão chamados a toda a pressa para passar a mensagem de “tal crime”? Então esta medida não merece atitude semelhante? Não merece a revolta do povo deste Concelho? Não merece que façamos o favor de ir para a rua de punhos no ar?


Entre a minha tristeza por ver o definhar, agora de forma mais acelerada, deste concelho onde resido e onde os meus filhos nasceram e crescem, está um misto de revolta e de vontade de mostrar a minha indignação por uma medida injusta e contraproducente. Mais... porquê tanta pressa? Só por motivos económicos e financeiros? Já ninguém pensa em penderação? Já ninguém pensa em ser prudente?...E o futuro ninguém pensa nele? ...e as nossas gentes...ninguém pensa nelas?...talvez já ninguém pense...
Nestas condições como poderemos querer que os nossos filhos aqui permaneçam? Como poderemos pedir aos empresários deste país ou de outro qualquer para investir numa região deserta?


De revolta pela hipocrisia e passividade de certos fazedores de opinião e de alguns intelectuais bacocos da nossa praça. De revolta ainda por sentir que o interesse pessoal de cada um está mais valorizado que o interesse comum. O que tem importância são os meus interesses o resto “que se dane”…e o último que feche a porta…esta é a forma de estar que se “vive” em Almeida.


Assistimos impávidos e serenos à luta intestina pela gestão da escola, uma vez que só vai haver um Director, quando na minha humilde opinião seria a resolução mais simples de tomar: O DIRECTOR DO “NOVO” AGRUPAMENTO ESCOLAR TEM QUE SER A PESSOA MAIS HABILITADA E/OU COM MAIOR OU MELHOR FORMAÇÃO. Escrevo com letras maiúsculas na tentativa que alguém dos serviços competentes da Cidade da Guarda consiga ler.
O melhor e mais habilitado em termos de formação, tem que ser o futuro Director do Agrupamento Escolar de Almeida.
Tão simples quanto isto.
A bem de um ensino melhor e mais eficiente.


Assistimos impávidos e serenos a mais despedimentos e ao afastamento de pessoas da nossa região.
Podem insentivar o investimento no turismo ou no comércio, pois não valerá de nada! Podem "investir" em novos patrimónios culturais pois já ninguém virá cá para os ver. Até quando será possivel irmos continuando a rir e a cantar...?


Enfim, assistimos impávidos e serenos a este jogo de interesses nojento e vergonhoso.


Os senhores políticos ou politiqueiros deste país continuam a tratar o interior de uma forma degradante e até infamante.


Enfim...cada vez somos menos...cada vez temos menos votos…até quando?...até voltarmos aos anos esquecidos em que os filhos do Concelho de Almeida, se quisessem continuar a estudar no ensino secundário, teriam que se deslocar para a Guarda…será que estará muito longe esta medida?...olhem que não!!!
Mas, enquanto os despedimentos forem no quintal do nosso vizinho…está tudo muito bem…infelizmente em Almeida é assim...Almeida está assim...


Para terminar vou lançar mais um alerta, ainda com a esperança de despertar consciências dos tais fazedores de opinião ou intelectuais bacocos: estou plenamente convencido que a próxima medida será o encerramento da Empresa Municipalista. A medida está em curso pois já existe equipe de estudo sobre a matéria, no sentido de reduzir custos ao estado. No entanto…queira Deus que esteja enganado.
E assim vamos (sobre)vivendo em Almeida…



João Neves

10 junho, 2010

As obras já começaram...




O artigo que acima se reproduz foi publicado na edição de 13 Abril 2010 do Jornal Praça Alta. Por achar que muitos, além de mim, pudessem ver-me no seu teor como o alvo dos recados, enderecei ao mensário um texto para publicação, que a seguir se insere:


Ex.mº Senhor Director do mensário
Praça Alta
Almeida

CC/ Chefe da Redacção do Praça Alta


Li, com estupefacção, o apontamento publicado na pág. 2, sob o Editorial da última edição do Jornal Praça Alta intitulado " As obras já começaram...", referindo-se ao começo das obras relativas implantação de um monumento ao 25 de Abril na praça do mesmo nome, o qual se vai situar defronte às Portas de S. Francisco em Almeida.

Não me insurgiria com o teor do texto se o autor (e como não é assinado, será da autoria da Direcção / Redacção desse mensário) apenas desse conhecimento das referidas obras sem comentários de outro foro. No entanto, refere que houve polémica quanto à implantação do monumento usado como "arma de arremesso político" (no original, entre aspas) e, prosseguindo, que tal construção motivou, nas páginas do PA uma certa, (de novo entre aspas e também em itálico), "azia intelectual bacoca", finalizando o período, afirmando ainda que "para alguns que não devem conhecer o ditado popular: "Presunção e água benta, cada qual toma a que quer"” (com aspas e em itálico).
No derradeiro parágrafo, remata com os votos bem expressos, a negrito, de que o resultado final dos trabalhos fique a contento de todos.


Senhor Director, como sabe, o signatário tem vindo a escrever tanto no blogue http://forumalmeida.blogspot.com/ como nas páginas do PA vários artigos, manifestando total discordância com a decisão do actual executivo camarário relativamente ao que pensa ser uma aberração o implante, requalificação ou o que quer que se lhe queira chamar, de uma construção espúria e completamente desfasada da envolvente histórico-patrimonial que são as muralhas da Vila de Almeida, estas sim, classificadas monumento nacional.

Além de mim, apenas a Redacção do Praça Alta publicou, na edição nº 168 de Maio de 2009, uma notícia comentada sobre uma planta e um esquema do que seria o novo percurso de trânsito automóvel a que que tal novo"monumento" iria obrigar, o que logo bastou para que no número seguinte a mesma redacção viesse fazer um acto de contrição público, com um humilde pedido de desculpas, pois o autor ou os autores do projecto se acharam ofendidos, inclusive ameaçando processar a Redacção por abuso e não autorização de publicação dos esquemas, ou peças do projecto em causa. E, depois disso, não mais a redacção do PA publicou qualquer outra notícia alusiva às projectadas obras.

Nesta perspectiva, a publicação em aspas das frases anteriormente mencionadas parecem, no contexto em que que se apresentam, serem uma tomada de posição crítica da Direcção/Redacção do PA, não a si própria e ao seu trabalho publicado, mas antes dirigidas ao signatário, o que é totalmente inaceitável e de modo algum corresponde à verdade, pois nunca referi ser a construção da nova configuração da Praça 25 de Abril, uma "arma de arremesso político", nem referi que tenha sido uma "azia intelectual bacoca" ou que "presunção e água benta, cada qual toma a que quer"...

Portanto, agradeço que seja pela parte da Direcção / Redacção do PA definido o que se pretende dizer com tais afirmações, pois não quero crer que queiram visar um membro de há longos anos, que prezo ser, da Associação dos Amigos de Almeida, da qual fui seu Presidente da Direcção, apenas me movendo o amor que nutro por Almeida, reservando-me simplesmente o direito de me insurgir, como qualquer cidadão de bom-senso e algum conhecimento de História, com as múltiplas intervenções que a estão a descaracterizar um vetusto e insubstituível Património colectivo. Solicito pois, não só a publicação deste meu texto como a já referida definição explicativa do teor do apontamento em causa, se não na mesma página do Editorial, pelo menos com clara indicação nesse local quanto a esta reacção que vai assinada por mim para publicação.
Com os meus cumprimentos,
Rui Brito da Fonseca


No dia 27 de Maio, recebi um mail do Sr. Armindo Pereira informando que "quem neste momento toma decisões” decidiu não publicar o meu texto no PA, conforme eu solicitara, pois o mesmo "estará desprovido de qualquer interesse editorial".

Pode não ter interesse editorial, mas como poderia ser visto como o visado do mencionado apontamento, levando inclusive os leitores a interpretações sobre o que de mim o(s) autor(es) do artigo teria(m) escrito, penso que ao menos merecia ser publicado, assinado como foi, tratando-se do meu ponto de vista. O Sr. Armindo Pereira, contudo, esclarece-me que as várias expressões usadas no artigo nada tinham a ver comigo, não me sendo, portanto, dirigidas, nem reproduzindo, mesmo que eufemisticamente, qualquer posição que eu tomara enquanto discordante da implantação daquela forma do chamado "Monumento ao 25 de Abril" na Praça do mesmo nome, em Almeida. Seriam tais frases dirigidas a outrem...

Não reproduzo o mail que me foi dirigido já que o mesmo foi assinado não pelo director do PA, mas sim pelo Sr. Armindo Pereira, manifestando-me consideração. E como tal, interpreto a missiva como de carácter pessoal, não devendo ser aqui publicamente divulgada. Ao próprio comuniquei a decisão de publicação neste Fórum, salvaguardando a posição que defendo.
Rui Brito da Fonseca