05 dezembro, 2008

ENSAIO CONTRA A CEGUEIRA

NOTA PRÉVIA: Ao escrever este artigo, presto homenagem a José Saramago pela inspiração para o título, ao mesmo tempo que rendo tributo à obra deste grande escritor, muitas vezes incompreendido, quando a sua escrita se esforça por transmitir uma profunda preocupação com os desequilíbrios da sociedade humana, na esperança obstinada de que a mesma sociedade identifique e consciencialize a origem dos problemas - para depois fazer algo para os corrigir.

Recordo ainda o impacto negativo que o filme “Blindeness” (inspirado na obra “Ensaio sobre a Cegueira” deste autor) teve nos Estados Unidos, provocando intensa polémica por parte da Federação Nacional de Cegos que, sem o entender, acusou Saramago de retratar os cegos como incapazes e criminosos, bem como a resposta lúcida do escritor ao retorguir calmamente que “a estupidez não escolhe entre cegos e não-cegos”, associando-a a outra bem mais conhecida de todos nós, que “o pior cego é aquele que não quer ver!”


Aviso ainda que o artigo é relativamente extenso. Por isso, quem não gosta de ler ou reflectir com calma, e apenas vem ao blogue à procura de espreitar novidades de Almeida, é preferível desligar já!


***

Por uma questão de lisura com quem nos lê, fiz questão nas primeiras participações de explicar as razões de ruptura com a equipa que actualmente dirige os destinos de Almeida. Podia não o ter feito, mas achei que devia, mesmo sabendo que, de seguida, essa intenção de clareza poderia ser subvertida para explicação de actuação por ressabiamento, problemas não resolvidos e outros desvirtuamentos relacionados. (O que veio a acontecer, embora apenas diminutamente, fazendo jus à perspicácia dos almeidenses!)

Esse é um risco perfeitamente normal para quem se exprime publicamente, mas entendo que o respeito devido às pessoas que procurei empenhadamente motivar e envolver por Almeida, sobretudo as mais cépticas ou as mais renitentes, fosse por prudência ou antigos dissabores, e até as pessoas que testemunharam os sinais desse esforço… mereciam essa explicação. Ainda assim, confesso que a preocupação ficou perfeitamente secundarizada perante a enormidade do ambiente que se vive em Almeida, tristemente lembrando outros tempos de sujeição, perseguição e retaliação que todos agora julgaríamos improváveis.

O favorecimento de apajoadores ou apaniguados tornou-se uma coisa tão comum na sociedade portuguesa que quase ninguém estranha e até acha “legítima”. Já a perseguição às críticas e seus autores, ou mesmo a simples familiares desses, ainda que tenham tentado e esgotado previamente todas as vias do diálogo, deveria merecer de todos os cidadãos livres e esclarecidos a maior repulsa e indignação, no entanto, lamentavelmente, por acomodamento, conivência ou simples cegueira, nem sempre alcançam a gravidade desse atentado à dignidade humana e à democracia!

Bem sei que o aproximar de eleições é propício a esse clima. Sobretudo quando tantas forças são postas em jogo e em que não vencer, pelo menos para alguns, parece hipótese fora de questão. Quanto aos cidadãos comuns, não é tanto por motivos de vitórias partidárias, mas talvez por pacatez, indiferença, sobrevivência e cumplicidade de interesses, que parecem ficar imunes a uma visão e vontade próprias. (E que conveniente que isso é para os que se sentem detentores do poder!...)

No entanto, foi precisamente esse clima de intimidação e cobardia que veio reforçar a anterior convicção de que quem não aceita as prepotências como legítimas… NÃO deve vergar-se!

Por isso, ao contrário do que chega a ser insinuado, aqueles que dão a cara neste blogue pelo seu descontentamento com o rumo que Almeida tomou não são pessoas ressabiadas. Magoadas, sim. Desiludidas, certamente. Porque
apesar de se terem afastado, preferiam ter podido colaborar em acções positivas por Almeida! No entanto, foram forçadas a escolher entre a falta de dignidade ou a voz da sua consciência com cara levantada – e, obviamente, só podiam rejeitar a primeira.

O que não significa é que as razões das críticas assim desapareçam ou que o afastamento passe a significar desinteresse! Daí a manutenção das suas críticas, por coerência com as suas convicções e falta de alternativa perante o autismo e a arrogância instalados!

Nunca me motivou a luta partidária como tal: observo-a, atenta, como forma de discernimento relativamente ao mundo que me rodeia. Tal como muitos portugueses, desilude-me ver os sucessivos governos a culpar o anterior pelas dificuldades e fracassos. Tantas vezes esse filme passou que era tempo de termos aprendido alguma coisa com ele - e exigirmos políticos diferentes, mais competentes e com obrigação de respeitar efectivamente quem os elege e lhes paga o salário.

Em Almeida, terra onde sempre nos interessamos pelos problemas e potencial, emprestando colaboração sempre que possível, nunca me viram ou ouviram a criticar abertamente este ou aquele executivo, ainda que reconhecendo algumas falhas que todos têm e tiveram. Mesmo assistindo, diversas vezes, ao passar de oportunidades, optei por fazer as observações ou reparos directamente junto dos interlocutores responsáveis, sem que nunca fosse molestada ou marginalizada por isso, conseguindo manter sempre os níveis de cordialidade e transparência com todos, sem trair as minhas próprias opiniões ou precisar de fingir-me alheada com o que se passava.

Porque haveria agora de ser de outro modo? Perante os sinais, não estava nas nossas mãos a possibilidade de ocultar as opiniões e alinhar de fachada ou de bandeja como tantas vezes vejo fazer? Decerto que sim.

Então, antes de alguém volte a usar o termo de “bota-abaixo” para este blogue, gostaria de lembrar que ele está aberto a todos os elogios que os participantes queiram fazer também sobre a forma como os destinos de Almeida estão a ser tratados. Se bem que talvez haja pouco que se possa acrescentar aqui à informação que sobeja no Boletim Municipal… ou que o objectivo deste espaço seja mais um espaço de reflexão e de debate do que de informação, cuja função compete a um jornal, muitas vezes com publicidade paga. Aqui, publicam-se opiniões, trocam-se preocupações, partilham-se ideias. E cada um, dentro das restrições de uma comunicação pública, deve ser livre de expressar as suas.

Pela parte que me toca, estou tranquila: fiz os reconhecimentos em tempo e local próprios, quando acreditei na sua justeza; e se agora não os faço, é porque vi desaparecer o chão de credibilidade e prazo de validade para os mesmos.

Quando descobri este blogue, tocou-me a coragem de um homem só e determinado, contra ventos e marés. Antes de decidir intervir, mantive-me atenta ao seu esforço, procurando o despertar de consciências, atitudes cívicas e empenho pela sua terra, aqui e ali apoiado das participações de cidadãos isolados, em crescendo. Decorridos tantos meses de existência deste espaço, reconhecida por muitos o seu interesse, registada a activa participação, não deixa de surpreender, mesmo assim, a opção de negação das evidências, a constatação de ligeireza ou indiferença que continua a verificar-se em espectadores de bancada, para não falar das incondicionais atitudes de servilismo que, sem muitas razões de convicção, mais parecem “cumprir o seu dever”… a ponto de às vezes suscitar dúvidas: SERÁ QUE ALGUMA VEZ ALMEIDA VAI ABRIR OS OLHOS?!

Justamente porque diversas vezes, em privado ou em público, apelei a um envolvimento activo e solidário por Almeida, (sem que passe pela cabeça de muitos a tristeza que é ver as boas ideias e intenções irem pelo cano abaixo), posso afirmar que dei (demos) muitas mais oportunidades que o simples benefício da dúvida como testemunho de boa-fé! Contudo, hoje, deixou de se poder ignorar, e sobretudo calar, o destino que Almeida merecerá… se não quiser ver, ouvir e sentir por todo o lado a vassalagem, a intimidação e o desalento que são mais que flagrantes!

Sejamos lúcidos: há certamente, no meio de tantas coisas más, algumas que são boas. Mas como um participante anteriormente aqui disse, fazer bem é apenas uma obrigação, já que houve voto de confiança e larga margem para isso. De resto, para além de atitudes de pesporrência e falta de respeito pelos concidadãos, já sobejamente evidentes, se problemas havia, muitos mais foram altiva ou inutilmente criados, outros não seriamente abordados, outros agravados e muitos mais apenas iludidos.

Almeida com tantos problemas… não tem alternativas se não quiser vencer desafios para ter oportunidades! Todos nos orgulhamos de Almeida. Mas os almeidenses não podem ficar-se apenas pelo orgulho na sua terra; devem evoluir para motivos de que se orgulhar, unir-se em torno de uma vontade o mais possível comum e determinada, sem marginalizações, sem retaliações, saindo da resignação, do medo, da apatia ou da cobardia.

Todos nós podíamos ficar calados. Podíamos. Até era mais cómodo… e evitavam-se dissabores. No entanto, as razões para estes ou outros dissabores existem de qualquer modo. E se todos nós que podemos fazer qualquer coisa, nos encolhemos a um canto… fazemos um grande jeito para que tudo fique na mesma!

Se é isso que querem… arcarão com a escolha: explicarão um dia a si mesmos ou aos filhos porque a sua terra optou por fazer que se desenvolvia, encostada a promessas de sombra benigna, em vez de se desenvolver efectivamente, contando com o ânimo, a cabeça e os braços dos seus habitantes.

Só que esse jeito, eu não faço. Por isso, modestamente, com o meu teclado, decidi escrever. Contra a cegueira.


- Têm a palavra os Almeidenses!

Maria Clarinda Moreira

22 comentários:

  1. Saiba Ex.ma Sra. que, aquilo a que chama cegueira, é não mais que desinteresse causado por vêr, sim é este o verbo que pretendo usar, por onde andaram nas últimas décadas os nossos destinos.
    Como jovem que sou, do concelho por certo, já mais de uma vez trabalhei por ele DE BORLA, SEM INTERESSES PESSOAIS, PARTIDARIOS OU POLITICOS nem mesmo de reconhecimento social.
    Tentei sempre puxar pelo que é nosso, dentro e fora do concelho, muitas vezes contra quem queria, podia e, enfim, mandava... e continuo de bom grado a fazê-lo, sem mágoa, sem vontade de vingança e muito menos sem ressaibiamento do que quer que seja – nem todas as galinhas cabem no mesmo poleiro, assim me ensinou a minha querida mãe desde miúdo.
    Felizmente para mim, circunstâncias da vida, fizeram-me ir em busca de novos rumos e novos desafios.
    (Relembro que atrás pretendi mesmo usar o verbo VER.)
    Felizmente também, vejo que ano após ano, almeida tem evoluído e criado condições para se tornar num forte pólo de turismo, tendo criado as condições básicas para tal… ainda me lembro de há pouco mais de 10 anos atrás andar numa escola onde nunca tomei um duche depois de uma aula de educação física, de a única água para diversão e/ou desporto ser a do Rio Côa, de praticar desporto num ringue ao ar-livre (até basquetebol a chover se jogava), de ver gente e mais gente à procura de informação e ver o Posto de Turismo fechado, de não ter um posto público para passar trabalhos académicos, já para não falar de pesquisas na internet, de não haver qualquer tipo de animação, programa cultural ou festa que permitisse passar o tempo na rua junto dos amigos, etc…, entre muito mais…
    Saiba cara Sra. que, acabei de fazer um ensaio, não sobre cegueira porque felizmente apenas sofro de estigmatismo e está devidamente controlado, mas fechei realmente, por momentos, os olhos e recordei imensas coisas que me fazem sentir o tal orgulho em ser de Almeida, voltando a afirmar com toda a convicção que o caminho está certo e que, poderá não se chegar onde se pretende mas, o caminho deve ser este.
    Em jeito de conclusão, saiba que como eu, assim pensam muitos jovens desta terra aos quais é preciso ouvir para entender e não fabricar opiniões descabidas apoiadas em sentimentos egocêntricos.
    AFINAL DE CONTAS, APENAS VER e SENTIR O QUE SE PASSA COM AS PESSOAS…

    f.afonso

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  2. Não posso utilizar os argumentos tão profundos, do f.afonso pelo simples facto de não ter crescido, como ele, em Almeida.

    Não querendo de modo nenhum "colar-me" ao f.afonso, até porque sei que a pessoa em causa não gosta desse tipo de conduta,não posso deixar de dizer que há muito tempo que esperava por alguem com esta frontalidade e com legitimidade para isso já que como se diz na giria, é filho da terra.

    Já que outros argumentos não são crediveis que seja este, vindo de alguem que está acima de qualquer suspeita nesta caça às bruxas

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  3. Mais uma vez a Dra. Clarinda nos presenteou com um artigo de muito nível, o que já não é surpresa para quem vem lendo as suas intervenções neste bolg. Independentemente do conteúdo, só pela forma como escreve, desenvolve o seu raciocínio e pela força que coloca no texto, já valeria a pena lê-lo. Mas para além disso há, como é óbvio, muito mais! Constata-se o enorme gosto por Almeida, a imensa vontade de contribuir para o seu progresso e desenvolvimento real, a defesa do que é justo em detrimento da parcialidade,a repulsa pelo clientelismo descarado, a reprovação do silêncio e cobardia de muitos, pese embora a sua compreensão, o exemplo de coragem e muito importante, a luta desinteressada! Almeida seria muito diferente se os valores acima referidos tivessem muitos seguidores.Mas, a cegueira ou enviesamanto obstinado, levam a comentários descabidos, ou visivelmente tendenciosos. Vejamos o caso do Sr. F. Afonso, que como afirma: "felizmente para mim, circunstâncias da vida, fizeram-me ir em busca de novos rumos e novos deasfios." Haverá maior prova do marasmo em que se encontra o nosso concelho, do que a frase proferida por este senhor? Será que quem gosta de Almeida e acredita que está em progresso, fica feliz por ter que debandar? Ou será, que está a tentar dizer, que apesar de "tantas" melhorias nos últimos dez anos, carências que tanto o marcaram quando por cá andava, são insuficientes para fixar os jovens?O que falta, justamente a Almeida, é investimento capaz de fixar a maior parte dos poucos jovens que ainda cá nascem e, atraír, se possível, alguns de fora. Necessita-se, como pão para a boca, de investimentos que criem mais valias geradoras de emprego, ao invés de malbaratar dinheiro público em festarolas, obras faraónicas inúteis e empobrecedoras do património e, alguns "elefantes brancos", como o açude do moinho das lages, que para quem tem memória, iria acabar com a falta de água e nunca serviu para nada! Mas convenhamos, para alguns, aqueles que pensam apenas neles, os "boys" laranjinhas, a quem deram emprego em vez de o conquistarem por mérito,Almeida é um paraíso!Há quem sonhe com uma Almeida muito melhor e pense que vale a pena lutar por esse ideal, em vez de assistir acomodado ao "statu quo". Juntemos as nossas vozes.

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  4. Meu Caro,
    fizeram!!! leu bem. felizmente começo a ver que colegas e amigos meus, nos dias de hoje não têm de fazer o mesmo.

    f. afonso
    (Francisco Afonso, nascido e criado em Malpartida)

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  5. Hoje, 10 de Dezembro, faz 60 anos que a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS foi adoptada e promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, numa tentativa de conter os abusos contra a dignidade humana e a sociedade civil.

    Composta por 30 artigos fundamentais, que acabariam incorporados na maioria das Constituições dos países democráticos, pretendiam tornar-se um bastião de prevenção contra as arbitrariedades de qualquer tipo e de qualquer regime político.

    Ao relê-los, porém, e comparando-os com o que se passa à nossa volta ou nos entra pela casa dentro pelos meios de comunicação, damo-nos conta da distância que separa um documento conscientemente escrito com as melhores intenções e a inoperância das instituições no cumprimento daquilo que subscrevem e até proclamam, coadjuvados pela indiferença e por interesses particulares mais imediatos.

    Ainda a propósito de Saramago, cuja Fundação distribuiu hoje gratuitamente um exemplar dessa mesma Declaração Universal, pode ler-se num texto seu, transcrevendo uma comunicação proferida num jantar de celebração da atribuição de Prémio Nobel de Literatura em 1998, o seguinte:

    “Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-los os Governos, seja porque não sabem, seja porque não podem, seja porque não querem. Ou porque não lho permitem os que efectivamente governam, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder, absolutamente não democrático, reduziu a uma casca sem conteúdo o que ainda restava de ideal de democracia. Mas também não estão a cumprir os cidadãos que nós somos. Foi-nos proposta uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos. Não é só esperar que os Governos façam (…) Tomemos, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicamos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor”.

    Na esperança de contribuir para um melhor conhecimento desses direitos e curiosidade sobre os restantes, deixo aqui o registo de um deles:

    Artigo 19.º

    Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”.


    Se olharmos bem para este simples artigo, teremos a dimensão de quantas vezes ainda hoje é ignoto, negligenciado e desprezado!

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  6. Lido atentamente este "Ensaio Contra a Cegueira", para já os meus sinceros cumprimentos à Drª Clarinda, e manifestar o meu apreço e concordância com o teor do seu ensaio.
    Pretendo sobre o mesmo dizer (no verdadeiro sentido da palavra) como mero contributo opinativo, o seguinte:
    1 - É hoje passados 34 anos do Dia 25 de Abril de 1974 - Dia da Liberdade, estranhamente, a "essência" de determinadas opiniões, mas de forma as pessoas se deverão inibir de ofazer, e assim contribuir para um melhor e maior aprofundamento desta vertente da Democracia, coisa que parece incomodar ainda alguns, só.
    2 - Fenómeno dos tempos que não sendo mais que resquícios de outrora, alguns ao invés de verem com os meios com a natureza nos deu a TODOS, optam bastas vezes pelas "directas" a quem diverge, efectivamente mais parecendo ainda estarem, tempos da outra senhora. Não se preocupe e continue e muito bem a escrever sobre que está muito mal no Concelho de Almeida, e obrigatóriamente face ás muitas promessas feitas em 2005, não têm pura e simplesmente sido cumpridas, ou começadas sequer. Assim se as pessoas virem que está mal, porque é que fazem como a avestruz, e evitam (!!!) ter opinião; só por se ser do mesmo pensamento político?.Nada mais de errado cercearmos a nossa própria Liberdade.
    3 -Indubitavelmente que o Concelho de Almeida, é há muito um Concelho estagnado e em constante perda,e não será só por se situar na Beira Interior Norte, mas principalmente fruto de condutas políto/governativas redutoras no sentido de haver um desenvolvimento e crescimento sustentados. Existem bastantes indicadores que nos "dizem" que o nosso Concelho, está pura e simplesmente desertificado face à sua área, sem investimento em campos esseciais para uma vida melhor, e assim é muito natural que as pessoas que tais coisas as magoam, alertem os demais Almeidenses, para o caos em que está a cair o Concelho, de há quase quatro anos para cá.
    4 - O Concelho de Almeida certamente que muitos problemas tem fruto até da conjuntura nacional, mas o maior que tem para mim além da passividade que tem sido feita no exercício da sua gestão autárquica, em termos de opções (!?), é o de algumas pessoas continuarem a "insistir" na ocultação desta gritante realidade,e ainda por cima por vezes, invectivarem, quem tem opinião diferente e até a poderá bem fundamentar. Sim, é cada vez mais urgente que, "...com tantos problemas..." protelados só por incapacidade manifesta os mesmos não foram minimamente começados a serem pensados e alargadamente a nível Concelhio, devidamente abordados. Silêncio, é que "jamais"; bastaram 48 anos de ditadura fascista.
    5 - Pensa-se efectivamente que há que mudar de política ou de pessoas, porque o Concelho de Almeida e os Almeidenses, ASSIM não vão a lado nenhum, e muito menos encolherem-se, ou continuarem a ficarem ao sabor da "opinião", ou "saber"(!?) dos que se julgam, acima do seu semelhante.
    Acredito que os Almeidenses, que são pessoas (sobretudo) saberão em 2009, dar uma resposta adequada, a esta autárquica perda de visão estratégica.

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  7. Eu tenho que lamentar a falta de contraditório ou a pobraza desse mesmo contraditório, em relação aos artigos e comentários que aqui têm sido feitos.
    Sem ser autor do blog, quero esclarecer no entanto o Sr. F. Afonso, que todos nós sabemos que o Concelho de Almeida não está como o vimos em Abril de 1974. Mal seria de nós se tal acontecesse. Como estariamos todos incluindo o Senhor Afonso, não é? Porque, que eu saiba, já passaram pela Câmara de Almeida muitos Presidentes, uns melhores que outros, mas sempre deixaram alguma obra no Concelho. Os Senhores Tó Sousa, Dr. Andrade, Dr. Costa Reis deixaram obra que está à vista de todos. Mas, mesmo essa obra pode ser motivo de critica, porque não? Estamos em 2008 Senhor Afonso. A liberdade de expressão no nosso País já existe à muito tempo.
    Agora, o que está em equação será o que o executivo de Baptista Ribeiro fez ou não. Ponto.
    Na minha humilde opinião, a única coisa que este executivo tem feito, e parece-me sem olhar a gastos (a qualidade seria assunto para outra ocasião) são as festas e os eventos, que até serão da autoria, parece-me do Senhor Vereador José Alberto, de acôrdo pelo que tenho lido através de informação da própria C.M.A. e dos media em geral. Quanto a obras em si, investimentos reais, palpáveis pode-se afirmar que as obras deste executivo são zero. Todas as obras em execução são da autoria do Dr. Costa Reis, honra lhe seja feita. Eu gostaria que alguém me indicasse uma obra, só uma, que fosse idealizada e iniciada pelo Presidente Baptista Ribeiro. Porque inaugurações, cortar fitas ou dizer que vão fazer no futuro, isso já são estratégias muito conhecidas e não enganam ninguém.

    Para terminar, o que eu não posso de forma alguma aceitar é atitudes prepotentes e semelhantes aos praticados por um qualquer País Sul Americano ou Africano: eu quero posso e mando e quem não fôr por mim,leva para tabaco.

    Um abraço de solidariedade ao Senhor João Neves. Confie que Deus escreve direito por linhas tortas.

    Alma até Almeida

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  8. Recentemente perdi a minha capacidade de visão, entenda-se a física! Confesso que fiquei alarmado. Esta confissão vem a propósito do último post ao excelente artigo da Dra Clarinda. Ao ler o post do Sr. MNBF, fico com a sensação de que ele também enfocou a sua "visão". Sendo MNBF comentador assíduo em temas concelhios, sauda-se este "forte" contributo, direi muito mais esclarecido do que em outras circunstâncias. Leia-se por exemplo o forte apoio que deu à berraria da CMA aquando da atribuição da gestão do RSI a uma entidade concelhia. A prática tem demonstrado que a sociedade civil é mais eficaz na abordagem e resolução dos problemas locais. Enfocando-me na questão da cegueira, está bem de ver que as reacções do Sr. Soares e do Sr. Afonso ( este ao que parece labutando em outras terras por não terem sido criadas melhores condições na sua, a sua nostalgia demonstra-o), indiciam problemas de visão e olhem, cego é quem não quer ou não tem capacidade para ver. Ou então, talvez sejam cidadãos menos exigentes para com aqueles que têm a obrigação de bem gerir os nossos impostos. Vá-se lá saber porque é que são tão pouco exigentes! Para a Sra Clarinda e Rui F., meus caros, continuem com a lupa apurada nas vossas pertinentes intervenções.

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  9. Este trabalho da Dra Clarinda só vem confirmar a qualidade da sua escrita e do seu pensamento.
    Por mais que se leia e releia o artigo,a verdade é que divagando pelo concelho temos que chegar à mesma conclusão.
    Como Almeidense que sou só lhe posso agradecer a postura pública.
    E sabe perfeitamente que não está só,há muita gente que está do seu lado. Esperemos para ver dentro de alguns meses.
    Fico à espera de mais artigos seus.

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  10. Ao caro Anónimo que teve a delicadeza de se lembrar de mim, aquando do meu simples comentário ao "Ensaio contra a Cegueira", os meus sinceros cumprimentos, e oxalá que melhore rápidamente da sua transitória falta "...da capacidade de visão, entenda-se a física!".
    "...enfocou a sua "visão". Em primeiro lugar desconheço na língua portuguesa qual o signicado da palavra que antecede o artigo definido feminino singular; para melhorar a visão, já uso óculos há uns anos, e para o outro significado que se lhe possa atribuir utilizo, a busca pessoal de audição de outras opiniões, a leitura, e sobretudo o raciocínio sobre os factos de que me não alheio "jamais".
    "...comentador...", gosto mais se mo permite de: expressador de opinião; é que não tenho formação em Jornalismo, nem berro. Não "berro", falo sómente respeitando os outros.
    Pode crer que sempre que possível continuarei a lutar por uma melhoria qualitativa pelo Concelho de Almeida, e pelos Almeidenses, que merecem muito mais daquilo que têm.
    Desculpe, mas agora vou almoçar ...

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  11. Pois é.
    Com esta cegueira em que Almeida ficou atrofiada ou com tanta areia atirada para os olhos, resta saber se Almeida irá ter daqui para a frente mais ‘visão’ relativamente ao seu futuro. Se não se prepara para eleger novamente os seus dirigentes ao calha dos partidos, fiando-se em cantigas dos que se governam a si msmos, vingando-se de qualquer crítica ou cobardemente naquilo que vêem como ameaças, mesmo até não sendo.
    É que se assim for, e com mais manobras rasteiras, esse aparelho todo até tem razão em se ficar a rir do que aqui e por todo o lado é comentado, fazendo do povo almeidense idiota…

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  12. Quero propor ao José Augusto, ao João Neves, à Dra. Clarinda, ao Dr. Rui Brito, ao Sr. Mário Martinho e muito mais gente que eu sei que estão com eles, que não passem ao largo das próximas eleições autárquicas.
    Os Senhores têm valor mais que suficiente para formar uma lista de independentes candidata às próximas eleições autárquicas. Anunciem a candidatura e verão que as pessoas vão aparecer pois estão fartas desta gente dos actuais partidos.
    Vocês se quiserem conseguem e acredito que, pelo menos o eleitorado do PSD vai todo ou quase todo para vós. O que hoje parece mentira verão que na altura é verdade.
    Força Senhor José Augusto. Você ainda não está em idade de reforma.

    A.C.Oliveira

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  13. Bom Dia,

    para quem se apregoa defensor de direitos incondicionais como a liberdade de expressão ou a liberdade de opinião fica realmente, este blog, muito a dever aos mesmos.
    Realmente é triste não podermos falar do que queremos e quando queremos.
    Descansem, não vou incomodar mais.... pelo menos neste VOSSO, não meu, espaço.

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  14. A Dra Manuela Ferreira Leite afirmou que, uma das soluções para a situação económica e financeira do País, seria suspender o Regime Democrático por alguns meses.

    Se fosse o Dr. Santana Lopes a fazer esta afirmação não sei o que fariam ao Homem.

    Suspender a democracia por 6 meses quer dizer exactamente o quê?

    - Dissolver o Parlamento e criar um regime de partido único?
    - Suspender qualquer acto eleitoral?
    - Suspender os direitos de livre expressão e associação?
    - Suspender o direito dos trabalhadores se unirem em sindicatos, e/ou todos os cidadãos
    em associações?
    - Criar um regime jurídico para delitos de opinião e prender quem se manifestar contra
    as ideias dos governantes?
    - Dar ao governo poderes para alterar a constituição ou suspende-la?
    - Nacionalizar a economia e planifica-la?

    Era bom que esta Senhora fosse mais explicita e dizer claramente se quer uma ditadura transitória de esquerda ou de direita?

    Um fascismo ou um comunismo?

    Mas ainda bem que esta Senhora manifestou as suas intenções antes de estar no poder, pois normalmente os políticos só manifestam as suas tentações totalitárias depois de lá estarem sentados. A Dra. Manuela já vai avisando como será quando lá chegar.

    Agora vejo onde os nossos políticos vão beber.
    Refiro-me aos políticos do Concelho de Almeida.
    Agora já sei onde aprenderam.
    Com uma professora assim, nada admira da parte dos nossos.

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  15. Resposta ao sr. F. Afonso do dia 17de Dezembro às 09;17H.

    Afirma no seu comentário:

    "para quem se apregoa defensor de direitos incondicionais como a liberdade de expressão ou a liberdade de opinião fica realmente, este blog, muito a dever aos mesmos."

    Não entendi o porquê desta sua afirmação. Por acaso o senhor não escreveu o que quis sobre o post da Dra. Clarinda Moreira?
    Por acaso o seu comentário não foi publicado na integra?
    Por acaso o senhor não leu alguns comentários inclusivamente contra os autores deste blogue,nos quais incluo este seu?
    O sr. Afonso não emitiu a sua opinião com toda a liberdade de expressão e pensamento?
    Então qual a razão pela qual o senhor afirma que este blogue fica realmente muito a dever aos mesmos?

    "Realmente é triste não podermos falar do que queremos e quando queremos."

    Esta é outra afirmação que eu definirei como jactanciosa,em função do que já lhe transmiti neste meu comentário.

    Sr. F. Afonso,
    o senhor jamais incomudará qualquer autor deste blogue pelos seus comentários neste espaço,muito pelo contrário.

    Num país livre e democrático as pessoas devem expressar as suas opiniões e todos os outros as devem respeitar. O que não se deve exigir a ninguém é que concordemos com elas, aí sim cada um é livre de estar ou não de acordo.

    Fiquei com a ideia de que alguém feriu a sua susceptibilidade ao expressar o desacordo da sua opinião.

    Para quem escreveu o que escreveu como primeiro comentário neste post,sinto que o valor de liberdade de expressão e/ou liberdade de opinião,é matéria que deve ser revista.

    Aproveito para lhe desejar um Santo Natal.

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  16. Sr. José Augusto,

    pergunte a quem modera quantos comentários ficaram por postar...

    Retribuo os votos de Boas Festas

    f.afonso

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  17. O Sr. Francisco Afonso conhece-me desde muito novo, e sabe muito bem que o João Neves não recebe lições de democraticidade, de seriedade e de honestidade, nem dele nem de ninguem.
    O que posso acrescentar será que, se o Sr. Francisco tem algum comentário ou mesmo post a publicar que o faça directamente para o blog ou para o meu email, isto se estiverem de acôrdo com os principios que estipulámos para este blog e que estão publicados.

    Se diz que enviou comentários e não foram publicados...por algum motivo foi. Se pretender dar-se ao trabalho de os enviar outra vez, pois faça-o.

    Apartir deste ponto...meu caro, não posso fazer mais nada.

    João Neves

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  18. É verdade que este concelho não pode progredir existindo no seu seio pessoas com uma mentalidade prepotente, pedante e ainda com um vazio de ideias enorme, e que quando não têm poder de contradição optam pelo insulto e classificando os antagonistas com qualificativos falsos de forma que o lema de que “uma mentira várias vezes, pode tornar-se verdade”.

    Felizmente parece-me que cada vez há menos referências deste quilate, felizmente.

    Como diz a letra da canção do post seguinte e referente à data festiva natalícia, felizmente que “cada vez somos mais…”.

    A bem do Concelho de Almeida.

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  19. Não estamos cegos não, Dra. Clarinda.

    E como diz a letra da cantiga, CADA VEZ SOMOS MAIS.

    A faina das festas e festinhas, oficiais ou não, continua, a forma de estar do nosso Presidente da Câmara continua, cheira-me que o actual executivo vai sofrer nas próximas eleições autárquicas pesada derrota, apesar de desconhecer os seus adversários.

    Nem poderia ser de outra forma.

    Que belo discurso efectuou na nossa festa de Natal o nosso Presidente da Câmara. Pelo menos longo e fastidioso foi.

    A.V.

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  20. ... e o burro ainda hei-de ser eu...

    não faço compilações dos comentarios que escrevi e não foram publicados e mais, João, não discuto pessoas, acredito que todas têm o seu valor, discuto ideias isso sim, onde me apetecer e com quem me apetecer porque, para mim, aprendemos sempre qualquer coisa com quer que seja.
    E lições também não dou, optei desde cedo pela carreira que queria seguir e, desde cedo também, ouve dois caminhos que pus de parte - ensino e politica.
    Por aqui me fico.

    Boas Festas para todos

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  21. Meu caro F. Afonso, quem diz o que quer, sujeita-se a ouvir o que não quer! Portanto, antes de criticar, deve pensar se tem estaleca para aguentar ser criticado. Pelos vistos, não tem. Se não gosta dos argumentos de quem opina sobre o seu artigo, é fácil, rebata-os. Se não consegue rebatê-los, então resigne-se, é o mais sensato! Argumentar com falta de democracia do blog, é ridículo, pois cada um escreve o que quer, desde que seja educadamente, como é exemplo o seu comentário. Já agora, Os jovens que não precisam de saír de Almeida como o senhor,devem ser os colocados na Câmara/empresa municipal, mas como bem sabe e é por demais evidente, são apenas os PSD e amigos! Ou viu alguma publicação dos concursos? Onde, em que jornal?  Para que conste, estamos a perder uma média anual de cerca de 150 habitantes. Será isto progresso?

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  22. não tenho por hábito falar para as paredes, nem para gente que não se identifica (com nada) e simplesmente vai em ondas.

    Um bom ano

    f.afonso

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