30 abril, 2009

UM ANÓNIMO DISSE...

Anônimo disse...
E o povo de Almeida continua sem saber como pode aparecer um edifício como o mamarracho naquele sítio, quando nem sequer uma grade autorizam colocar numa janela.Quando é que alguém se propõe explicar esta situação caricata?Porque razão alguns podem fazer edifícios que são autênticos escarros e outros não podem colocar só uma grade de protecção numa simples janela.Alguém tem que explicar isto…


Quando foram colocados neste blogue os excertos das comunicações de Ray Bondin e do Presidente da CMA, sob o título “CIDADES AMURALHADAS – Problemas de gestão”, abstive-me de sublinhados e destaques porque os mesmos, por si só, eram suficientemente elucidativos. Bastava uma simples leitura atenta para compreender a sua importância e o seu alcance. Os comentários entretanto adicionados ao dito ‘post’ mostram que os almeidenses são argutos e não precisam de muitas palavras para dizer o que lhes vai na alma…

E o que lhes vai na alma, como se viu, não deixa de ir ao encontro das reflexões mais profundas e desenvolvidas por um perito de prestígio internacional em matéria de Preservação de Bens Culturais, como Ray Bondin, porque estas matérias, ainda que alguns defendam quase exclusivas de “entendidos”, assentam também numa observação e opinião de bom senso, possível a qualquer um que estima e sente como sua uma herança patrimonial que lhe cabe defender, já que também por ela sempre tem sofrido outro tipo de constrangimentos.

Quando os almeidenses vivem toda a espécie de restrições para recuperarem os seus imóveis, sem ajuda técnica, sem incentivos para a preservação de um bem que é também colectivo, e ainda com o risco de verem os seus investimentos atrofiados por uma máquina incongruente que constantemente lhes cria obstáculos, jamais podem aceitar que lhes enfiem umas palas com argumentos de “críticas paralisadoras”. Muito menos, se bem na frente dos olhos lhes põem outros “autênticos escarros”, sem sequer lhes consentir o direito de contestação, sob pena de marginalização ou represálias, remetendo-os à condição de anónimos, procurando intimidá-los com espingardadas à toa, apostando em trunfos que só denunciam legitimidade perdida ou, pior ainda, em estratégias silenciosamente urdidas com o fito de impor mais intervenções avulsas, descontextualizadas, quer da vontade colectiva dos seus habitantes quer do pulsar de todo o ambiente e envolvência histórica da sua terra.

Uma evidência dessa estratégia fez-se em Agosto passado, como se pôde verificar com uns chamados ‘workshops’, em que foram convidados diversos escultores para trabalharem o granito de forma a criarem ‘projectos escultóricos’, os quais por sua vez serviriam de base, para não lhes chamarmos de pretextos, para outras intervenções cuja dimensão e impacto deixaram os almeidenses de boca aberta: um imponente miradouro, com rampas, escadarias, pérgola, esplanada… em posição dominante e visível de todos os quadrantes, ao pé e à distância de aproximação à vila e, por outro lado, um cravo com um pedúnculo de centenas de metros de extensão com tanques e repuxos de água, encimado por um amontoado de paralelípedos de pedra para condicionar o acesso à entrada principal da fortificação, defronte às Portas de S. Francisco.

O que está em causa não é, como é óbvio, o progresso de Almeida, que ninguém, muito menos os almeidenses, os mais interessados, querem impedir, nem os próprios monumentos, um o memorial do Bicentenário da Guerra Peninsular, outro o monumento ao 25 de Abril, cuja ideia até partiu de cidadãos de Almeida que, sobretudo no último caso, há muito nela persistem. Por muito questionáveis que sejam os tais ‘projectos escultóricos’, não é tanto contra os mesmos que os almeidenses se insurgem. Esses ou outros projectos… era pouco previsível que fossem consensuais. Talvez, contudo, o risco fosse menor se tivesse havido um envolvimento afectivo das forças vivas do concelho, cativando os estudantes e as associações culturais, bem como outros cidadãos, de preferência almeidenses, num esforço afectivo e em saudável competição de ideias que poderiam depois ser desenvolvidas pelos artistas, o que não aconteceu… e já poderia ter acontecido também na chamada requalificação da porta nova, ficando apenas ao critério de um núcleo restrito de decisores, vendo-se agora que o resultado não é da simpatia dos seus habitantes, nem sequer constitui qualquer motivo de orgulho nele!

Nesse, como noutros casos, o que mais fere e indigna os almeidenses, como se tem conseguido perceber pelas opiniões manifestadas, agravadas pelo clima de secretismo, tentativa de imposição, com aprovações consumadas, é o enquadramento e impacto proposto: para um memorial ao sacrifício de Almeida, com a explosão do seu castelo há 200 anos, é previsto o acoplamento de uma enorme estrutura betonada para turista mirar, em conflito com a memória dos seus habitantes; enquanto que para outro monumento à designada ‘revolução dos cravos’, se apresenta como já oficialmente aprovado, um projecto para uma grande rotunda com espelhos de água, pedra e mais pedra, largos passeios em redor, restringindo os corredores de circulação. No primeiro, uma volumetria para se conseguir ver bem à distância, no outro um enquadramento que condicionaria e ofuscaria o que está na frente, com séculos de pré-existência!

Ao que parece, nem a sugestão de que o monumento fosse colocado mais sobre o espaço do jardim exterior foi considerada. É para pôr à frente das Portas da Fortaleza e pronto! Mesmo que afecte a envolvência da chegada, percepção e fruição do outro monumento de fundamental relevância e antiguidade histórica no local.

Mas que critérios de intervenção são estes, em que a uns tudo parece ser possível e a outros nada, nem uma simples grade, com o argumento de não compatibilidade com a envolvente do centro histórico? Alguém que explique, pede um anónimo.

Um documento da UNESCO, o Memorando de Viena, datado de 2005, citado por Ray Bondin como uma enorme esperança para o entendimento das intervenções nas cidades históricas, obriga a reflectir sobre esta problemática, pondo em evidência o risco de que enquanto precisamente a discussão internacional procura centrar-se nas intervenções modernas nas cidades históricas, enfatizando a importância de preservar a sua envolvência, como forma de ajudar a compreender as forças e as necessidades das pessoas que as construíram… no rincão modesto de Almeida, com toda a sua relevância patrimonial nacional, traçam-se rumos totalmente opostos.

Logo no Preâmbulo do referido documento avisa-se que este deve ser lido como um continuum de outros documentos fundamentais da UNESCO, já aprovados, nomeadamente de 1964 a "Carta Internacional para a Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios" (Carta Veneza), de 1968, a "Recomendação da UNESCO relativa à preservação dos bens culturais ameaçados por obras públicas ou privada", de 1976 "Recomendação da UNESCO sobre a protecção e Contemporânea Papel das Áreas Históricas ", de 1982 ICOMOS-IFLA a"Carta Internacional de Jardins Históricos"(Carta Florença), do ICOMOS 1987 "Carta para a Conservação das Cidades Históricas e Zonas Urbanas"(Carta Washington), de 1994 o Documento de Nara sobre Autenticidade, bem como a Conferência HABITAT II e da Agenda 21, ratificados pelos Estados-Membros, em Istambul (Turquia), em Junho de 1996.

Chama ainda a atenção de que o referido Memorando e o actual debate sobre a conservação sustentável dos monumentos e sítios devem ser vistos como uma chave para a afirmação de uma abordagem integrada, ligando arquitectura contemporânea, desenvolvimento urbano sustentável e integridade da paisagem assente nos padrões históricos existentes, parque imobiliário e contexto.

E mais adiante, nos Princípios e Objectivos, refere:

‘O desafio central da arquitectura contemporânea na histórica paisagem urbana é responder a dinâmicas de desenvolvimento a fim de facilitar as evoluções sócio-económica e de crescimento, por um lado, e, simultaneamente, respeitar a definição da sua paisagem urbana e o seu enquadramento paisagístico, por outro. A vivência das cidades históricas, especialmente cidades Património Mundial, exige uma política de planeamento urbanístico e de gestão que toma a conservação como um ponto-chave para a conservação. Neste processo, a autenticidade e integridade da cidade histórica, que são determinadas por vários factores, não podem ser comprometidas’.

'O futuro da nossa histórica paisagem urbana apela à compreensão entre os responsáveis políticos, urbanistas, empreendedores urbanos, arquitectos, conservadores, proprietários, investidores e cidadãos preocupados, trabalhando em conjunto para preservar o património urbano, considerando simultaneamente a modernização e o desenvolvimento da sociedade de um modo cultural e historicamente sensível, reforçando a identidade e a coesão social.'


Ora, pelo que é dado observar pelo percurso destes últimos anos, e novamente pela apresentação oficial de mais um projecto de intervenção, ainda no último dia 25 de Abril, precisamente para assinalar a efeméride, não é nada disso que se está a passar em Almeida. Há qualquer coisa aqui que está errada.
E só os almeidenses podem ajudar a corrigir.

Maria Clarinda Moreira

Digitalização de pág. da revista 'Visão' desta semana. Se o monumento é polémico agora, imagine-se com o restante.

24 abril, 2009

25 DE ABRIL

"...A marcha para o Carmo foi extraordinária pelo apoio popular que agregou, que contribuiu bastante para que o Carmo perdesse a vontade de resistir. Nunca tinha visto o povo a manifestar-se assim. No Carmo, ao chegar houve desde senhoras a abrir portas e janelas até ao simples espectador que enrouquecia a cantar o Hino Nacional. O ambiente que lá se viveu foi de tal maneira belo que depois dele nada mais digno pode acontecer na vida de uma pessoa.
... o MFA é um Estado de espírito, por isso nunca pretendeu a institucionalização ou a sua continuação; foi criado com um objectivo e deixou de existir quando o alcançou..."


MAIA, Fernando Salgueiro, CAPITÃO DE ABRIL


18 abril, 2009

CIDADES AMURALHADAS – Problemas de Gestão

I.
Almeida é sem dúvida uma das mais importantes vilas amuralhadas. Ao contrário de muitas outras cidades que têm apenas algumas portas ou parte da muralha original, Almeida é uma vila que se pode vangloriar de ter as muralhas completas e intactas. Isso torna-a perfeita para o estudo dos problemas das cidades amuralhadas e do desenvolvimento da arquitectura das fortificações. Almeida, assim com Elvas, são dois dos melhores exemplos de preservação de cidades amuralhadas. Almeida, em particular, deve estar muito orgulhosa do que faz para conseguir a sua preservação
(…)

As cidades amuralhadas são especiais. O simples facto de que os nossos antepassados decidiram fortificar essas cidades significa que lhes deram muita importância. As cidades fortificadas são, por isso, muito especiais. Já são muito poucas as cidades que ainda têm um sistema fortificado apesar de terem existido centenas delas.
(…)

Isto leva-me a outro ponto importante. Hoje em dia já não se olha para um projecto de conservação como sendo uma lista de projectos de restauro de edifícios individuais. Não faz sentido conservar um edifício único sem referir à área circundante.
(…)

Nenhuma construção pode ser considerada apenas por seu próprio mérito mesmo que desenhada pelo arquitecto mais importante. Tem de ter um contexto. Deve ser compatível com o tecido urbano da cidade. Quando se pensa numa intervenção dentro de cidades históricas, deve pensar-se na cidade como um todo.
(…)

Repito. Uma cidade histórica não é uma colecção de edifícios importantes mas um conjunto, uma enorme intervenção humana numa área em particular, que deve ser respeitada, reflectindo os diferentes períodos de desenvolvimento. Nenhuma cidade pode estagnar num período num período em particular porque cidades desta natureza estão sempre em desenvolvimento. Tenho a certeza que os arquitectos, deste modo, concluirão que temos o direito de intervir. A minha resposta é afirmativa, temos a obrigação de preservar o que os nossos antepassados construíram mas isso não significa que não permitiremos novas construções, mas em perfeita compatibilidade com as existentes.
(…)

O património é um activo, muitas vezes o único activo económico das cidades históricas. Temos que, doravante, olhar para a sua protecção deste ângulo. O património pode e deve ser um importante activo económico para as nossas cidades e temos de pensar na sua conservação e desenvolvimento com este facto em mente. Portanto ao discutirmos a administração das cidades históricas temos de dar importância a dois elementos, isto é, modelos económicos e, tanto quanto possível, o envolvimento da população local.
(…)

O turismo pode e deve ser visto como um elemento positivo na preservação do património. O turismo cria problemas especialmente em cidades pequenas mas também traz benefícios económicos. Os problemas de turismo podem ser resolvidos com um sistema de gestão.
(…)

Como já disse anteriormente, dou muita importância a um bom sistema de administração, especialmente quando esses sistemas são baseados numa vasta participação. Os Presidentes de Câmara devem tentar a maior participação possível. Nas sete cidades em que fui responsável durante vinte anos criei três Comissões de Aconselhamento nas quais havia uma grande representação da sociedade, incluindo Municipalidade, sector comercial, historiadores, projectistas, sector cultural, entre outros. Nas reuniões mensais eles discutiam formas de tirar o maior proveito dos fundos de apoio às cidades e, em particular, preparar projectos integrados que tanto no curto como no longo prazo, ajudassem as cidades a desenvolver e a preservar melhor o seu património. Este sistema não é perfeito, mas permite aos representantes uma melhor gestão das cidades. Estas comissões não olhavam só aos projectos de conservação mas também a projectos de melhoramentos do ambiente.

Ao preservar as nossas cidades, o objectivo principal é, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, conseguir um desenvolvimento económico, alcançar melhores padrões de vida. Isto só pode ser conseguido através da preservação do coração urbano histórico das nossas cidades.

Autor: Ray Bondin, membro do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), do ICCROM (Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauro da Propriedade Cultural) e do CIVVIH (Comité Internacional para as Aldeias e Cidades Históricas do ICOMOS), in Revista CEAMA nº 1, extractos de comunicação apresentada em Agosto de 2007, em Almeida.


II.
(…) O caminho vai sendo percorrido, mas é o que falta fazer que sempre constitui o desafio mais interessante. É nessa parte do que nos espera, como meta para a nossa actividade, que está a motivação maior do empenho de todos os que contribuem para construir o Presente, preservando o Património para que melhor possa cumprir as funções que o Futuro reclama.
De todos esperando participação, a todos tendo em consideração, a todos outorgando e de todos requerendo o respeito que nos merece o engrandecimento da nossa Terra, vamos brevemente colocar à disposição de todos mais dois equipamentos de qualidade que nos orgulham e ampliam o percurso que encetámos: refiro-me, concretamente, à abertura ao público da Biblioteca Municipal e do Museu de História Militar, este a instalar nas Casamatas.
Este caminho também é a aventura e a responsabilidade de ser indiferente à crítica paralisadora, assumindo a responsabilidade de quem, como poder político, é mandatado para decidir e fazer as opções que contribuirão – tenho a certeza! – para a abertura do nosso Concelho ao Universo Cultural, e que deixarão marca para os vindouros. (…)

Autor: António Baptista Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal, in Editorial da Revista CEAMA nº 3, 2009.




NOTA: Este ano, neste dia 18 de Abril, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se comemora não apenas internacionalmente mas também em Portugal, um pouco por todo o lado em vários municípios, incluindo no Distrito da Guarda, o tópico escolhido pelo ICOMOS é: ‘Património e Ciência’.
A escolha prende-se com o objectivo de proporcionar uma oportunidade de reflexão e de reconhecimento do papel da Ciência na criação do património cultural e, ainda, de incentivar a discussão sobre o potencial contributo que a Ciência (e Tecnologia) oferece ao estudo e preservação do património.

Em jeito de contributo para essa reflexão, à falta de melhores meios de debate que o Prof. Doutor Ray refere acima, num texto publicamente acessível, que recomendamos vivamente e que por excessiva extensão não reproduzimos na íntegra, apenas no essencial e omitindo algum louvor à pessoa que lhe dirigira o convite, uma vez que essa comunicação foi feita por ocasião da sua primeira visita a Almeida sem conhecimento directo do que veio encontrar, propõe-se uma análise dessa experiência e considerações com a realidade sintetizada apresentada pelo Presidente da CMA, no Editorial de uma publicação subsequente da mesma colecção de estudos, este integralmente disponível também em imagem abaixo.

Para não condicionar o debate em qualquer direcção, abstemo-nos de destaques ou sublinhados, deixando a cada um o interesse de uma leitura bastante atenta e o arbítrio de uma reflexão que a cada um é possível.

Maria Clarinda Moreira


04 abril, 2009

O Futuro dos nossos....

A fase da vida que neste momento estamos a atravessar é demasiado complicada para todos nós, para os nossos filhos, netos e vindouros perante as mudanças estruturais de novas descobertas ou redescobertas.
Nos dias de hoje, tanto a sociedade em que vivemos como a economia, conhecem uma evolução sem precedentes. Os órgãos de comunicação social invadem diariamente a nossa privacidade trazendo-nos informação sobre a flutuação dos mercados e consequentemente a grande preocupação em função das fortes exigências necessárias como forma de sucesso.

Quando falamos em mercados, falamos naturalmente da sua essência que são as empresas. Estas por sua vez, também procuram nestes tempos de turbulência, marcar a diferenciação de forma a manterem os seus índices de competitividade.
Há muito pouco tempo olhávamos para a economia de uma forma diferente da de hoje. Analisávamo-la em espaços muito curtos. Hoje procuramos fazer um investimento em valores sólidos do ponto de vista económico e social, que por sua vez os transforma sob uma visão de longo prazo.
No mundo de hoje, onde a modernidade e o avanço forte nas novas tecnologias são cada vez mais uma realidade, estes vectores, tornam-se sinónimos de persecução de objectivos estratégicos finais de rendibilidade das empresas.
Estas definições, levam-nos a acreditar que empresas que visem em curto prazo uma consciencialização de políticas de transparência e solidez, melhorem a sua estratégia num médio e/ou longo prazo. No entanto sabemos que também existem algumas que só se preocupam com questões de curto prazo. Para estas, as dificuldades serão certamente acrescidas e o futuro não é nada prometedor.

A experiência ultimamente vivida pelo aspecto negativo de investimentos, leva-nos cada vez mais a estarmos atentos às mudanças nos diversos sectores. Todos aqueles que nos preocupamos com investimentos, cada vez mais temos que analisar o que é responsável do que não passa de uma miragem, que é como quem diz, de uma imagem de marketing.
Por sua vez, também as empresas cada vez mais devem melhorar a sua avaliação aos consumidores, considerando que estes, pelas experiências negativas vividas, cada vez mais estão conscientemente esclarecidos para poderem optar pela segurança.
Para nós investidores e ao fim ao cabo consumidores, devemos entender que a melhor forma de analisarmos uma empresa, é pela sua actividade económica.
Deve ser uma empresa cuja actividade tem que ser lucrativa, baseando-se primordialmente nos produtos ou serviços que desenvolve e na forma como relaciona a sua actividade económica.

Se todos nós tivermos em linha de conta estas situações, certamente o Mundo melhorará em todas as vertentes e a condição de vida para nós, para os nossos filhos, netos e vindouros, surpreender-nos-á pela positiva e acabaremos cada dia mais feliz.
Este deve ser o nosso objectivo prioritário.

02 abril, 2009

DIA DAS MENTIRAS?

Quem falou em tal? Falou-se em “Surpreendente descoberta”. Realmente o que surpreende todos os dias é a REALIDADE que está na frente dos olhos. Tão verdade… que até parece mentira!

Para os comentaristas que descobriram logo a montagem sobre uma imagem de “Almeida antiga” isso não é novidade nenhuma! Parabéns pelo discernimento e pelo humor! Sobretudo do “Zé da atalaia”…

Os outros… estão perdoados! Pela sofreguidão de recriminações aos “indivíduos(a)s da nossa praça” já receberam a sua compensação: atrás do isco, engoliram o anzol, chumbeira, linha, cana e tudo!

Que mais os podia satisfazer além daqueles cinco minutos de teclar triunfante sobre o “logro” de não se conseguir ver a mais-valia destes brilhantes técnicos para a nossa Almeida? Quantas mais pessoas não estariam visadas (na sua mente) nesse barrete?

Todas aquelas que também possivelmente serviram de alvo no discurso inaugural do autor das ditas “pirâmides”: “A ideia surgiu-me a partir de tanta matemática e tanta geometria na construção da fortaleza” (…) “um pai a passear nas muralhas podia explicar a um filho o que eram pirâmides!” (…) “E foi por isso que tive essa ideia. E não para fazer aumentar as críticas ESTÚPIDAS!” (isto dito em crescente ênfase até à última palavra, pronunciada em tom quase violento).

Realmente! Atirado aos almeidenses, na sua própria cara. Em plena inauguração! E acreditam que não era dia de enganos? FOI APLAUDIDO!

Mas de quem a verdadeira responsabilidade de tanto desaforo apajoado por dinheiros públicos?

- Nossa!
…Por (e tanto mais) SE o continuarmos a permitir.

Ou não cabe a todos nós defender o que é nosso?

Rui Brito Fonseca

01 abril, 2009

ALMEIDA ANTIGA - Surpreendente descoberta!






Encontrada no Arquivo Nacional de Vincennes (França), composto por documentos que constituem o grande espólio levado de Portugal pelas tropas napoleónicas em 1810, esta gravura deixa todos os estudiosos de Almeida e particularmente os investigadores da arquitectura abaluartada boquiabertos. Trata-se de uma estampa única das Portas de Santo António vistas do lado da Praça, mas o que a todos os historiadores surpreende pela inegável existência de pirâmides, ao que parece envidraçadas, no exterior, sobre as Portas.
Diz-se agora que os estudiosos da matéria em todo o mundo terão que reformular novas teorias sobre a tipificação dos elementos característicos da arquitectura abaluartada, já que nunca fora conhecida tal tipo de clarabóia em forma de pirâmide coexistindo com uma construção em cantaria à prova de bomba.
Almeida, assim, uma vez mais se torna uma referência internacional. Parabéns à equipa dos qualificados técnicos que recuperaram essa mais-valia, que não temos dúvida em classificar como autêntica jóia na disciplina de arquitectura militar abaluartada!