30 maio, 2008

ENQUANTO OS COMBUSTÍVEIS SOBEM...

Lendo com toda atenção o post do Mário Martinho Jr. fiquei com um sentimento de revolta por tudo o que esta classe politica está a fazer ao Povo Português, mesmo nas sua barbas, sem o minimo de pudor e preconceito, o que leva a questionar-me se ainda terei orgulho em ser português. E este Povo continua com esta passividade toda o que me leva também a afirmar que, agora entendo o porquê deste País ter vivido 40 anos sob o mando do regime ditatorial salazarista...agora entendo.
Mas, parece que há alguém que dá a impressão que acabou de acordar agora e, se bem que ainda se esteja a espreguiçar, lá vai dizendo algumas coisas...mas só espero que assim que estiver bem desperto... diga mais qualquer coisa.

Vejamos.

Cavaco preocupado com desproporções salariais

O Chefe de Estado considera que as grandes deproporções salariais põem em causa a paz e a coesão social.

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, reiterou hoje a sua preocupação com os elevados rendimentos "desproporcionados" auferidos por altos dirigentes de empresas face aos salários médios dos seus trabalhadores.
O Chefe de Estado, que falava à margem do Congresso Internacional de Inovação Social, recordou que, no seu discurso do 25 de Abril, chamou a atenção para as desigualdades sociais que se verificam em Portugal e que lançou o roteiro sobre a exclusão social para mobilizar a sociedade e os poderes públicos para o combate a esse fenómeno.
"Voltei novamente ao problema das desigualdades na minha mensagem de Ano Novo", afirmou, acrescentando que falou sobre a "desproporção entre rendimentos de altos dirigentes de empresas face aos salários dos trabalhadores" e que foi objecto de algumas críticas.

Entretanto o Jornal de Noticias publicava o texto a seguir transcrito e espero que o nosso Presidente da República o tenha lido também...e nos leve a todos nós a estarmos cientes do que os nossos politicos e politiqueiros nos fazem todos os dias...para além de subirem os combustíveis.

Ora, leiam...

Abonos podem duplicar vencimento mensal

Em Portugal, os deputados ganham 3708 € de salário-base, o que corresponde a 50% do vencimento do PR. Os subsídios de férias e de Natal são pagos em Junho e em Novembro e têm direito a 10% do salário para despesas de representação. Como também lhes são pagos abonos de transporte entre a residência e São Bento uma vez por semana, e por cada deslocação semanal ao círculo de eleição, um deputado do Porto, por exemplo, pode receber mais 2.000 €, além do ordenado.
De acordo com o "Manual do Deputado", os representantes do povo podem estar no regime de dedicação exclusiva e acumularem com o pagamento de direitos de autor, conferências, palestras, cursos breves, etc.
Como o fim da subvenção vitalícia irá abranger somente os deputados eleitos em 2009, os que perfaçam até ao final da legislatura 12 anos de funções (consecutivos ou intervalados) ainda a recebem, mas com menor valor.
Quem já tinha 12 anos de funções quando a lei entrou em vigor ─ em Outubro de 2005 ─ terá uma subvenção vitalícia de 48% do ordenado base ─ pelo actual valor, quase 1.850 € ─ logo que completar 55 anos.
O Governo acautelou assim a situação de parte dos deputados do PS eleitos em 1995, com a 1ª vitória de Guterres, pelo que ao fim de 10 anos de actividade (até 2005) poderão auferir a pensão vitalícia que corresponde a 40% do vencimento-base ─ 10 anos a multiplicar por 4% do vencimento base auferido quando saiu do Parlamento.
A subvenção é cumulável com a pensão de aposentação ou a de reforma até ao valor do salário base de um ministro que é em 2008 de 4.819,94 €. Os subvencionados beneficiam ainda "do regime de previdência social mais favorável aplicável à Função Pública", diz o documento.

Sócrates recebe pensão vitalícia.
José Sócrates tem direito à pensão vitalícia por ter 11 anos de Parlamento. Eleito pela 1ª vez em 1987, esteve 8 anos consecutivos em funções. Secretário de Estado do Ambiente e ministro da pasta nos Governos de Guterres, voltou em Abril de 2002, onde ficou mais 3 anos.
Quem tem e vai ter a subvenção:
Almeida Santos (PS), Manuela Ferreira Leite, Manuel Moreira e Eduarda Azevedo (PSD), Narana Coissoró e Miguel Anacoreta Correia (CDS-PP) e Isabel Castro (PEV) já requereram a subvenção vitalícia.
Outros 31 deputados, 20 dos quais do PS, poderão pedi-la, pois até ao fim de 2009 perfazem 12 anos de mandato, embora só se contabilizem os anos até 2005.
Salário cresceu 77 € num ano.
Em 2007, o vencimento-base de um deputado foi 3.631,40 €. Este ano é de 3.707,65 € , segundo a secretaria-geral da AR. Um aumento de 77 €.
Presidir à AR dá direito a casa.
O presidente da AR recebe 80% do ordenado do PR ─ 5.810 €. Recebe ainda um abono mensal para despesas de representação no valor de 40% do respectivo vencimento 2.950 €, o que perfaz 8.760 €. Usufrui de residência oficial e de um veículo para uso pessoal conduzido por um motorista.
10 têm carro com motorista.
Ao presidente do CA (José Lello), aos 4 vices-presidentes da AR ─ na actual legislatura, Manuel Alegre (PS), Guilherme Silva (PSD), António Filipe (PCP) e Nuno Melo (CDS-PP) ─ e aos líderes parlamentares é disponibilizado um gabinete pessoal, secretário e automóvel com motorista.
Benesses para a Mesa da AR.
Para os 4 vice-presidentes da AR (PS, PSD, CDS e PCP) e para os membros do CA, o abono é de 25% do vencimento 927 €. Os 6 líderes parlamentares e os secretários da Mesa têm de abono 20% do salário: 742 €.
Abono superior ao salário mínimo.

Os vice-presidentes parlamentares com um mínimo de 20 deputados (PS e PSD), os presidentes das comissões permanentes e os vice-secretários da mesa têm de abono 15% do vencimento ─ 555 €.

Mais 129 € do que o salário mínimo nacional.
Direito a uso e porte de arma.
Os governos civis, se solicitados, devem disponibilizar instalações para que os deputados atendam os media ou cidadãos. Os deputados podem transitar livremente pela AR, têm direito a cartão de identificação e passaporte especial e ao direito de uso e porte de arma. Podem também usar, a título gratuito, serviços postais, telecomunicações e redes electrónicas.
Ajudas de custo para os de fora.
Quem reside fora dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Seixal, Barreiro e Amadora, recebe 1/3 das ajudas de custo fixadas para os membros do Governo (67,24 €) por cada dia de presença em plenário, comissões ou outras reuniões convocadas pelo presidente da AR e mais 2 dias por semana.
Pára-quedistas ficam a ganhar.
Os deputados que residem num círculo diferente daquele por que foram eleitos recebem ajudas de custo, até dois dias por semana, em deslocações que efectuem ao círculo, em trabalho político. Mas também os que, em missão da AR, viajem para fora de Lisboa. No país têm direito a 67,24 € diários ou a 162,36 € por dia se forem em serviço ao estrangeiro.

Viagens pagam todas as semanas.

Quando há plenário, a quantia para despesas de transporte é igual ao número de quilómetros de uma ida e volta semanal entre a residência do parlamentar e S. Bento vezes o número de semanas do mês (4 ou 5) multiplicado pelo valor do quilómetro para deslocações em viatura própria. Uma viagem ao Porto são 600 Km, 5 vezes num mês, dá 3.000l. Como o quilómetro é pago a 0,39 €, o abono desse mês é de 1.170 €.
Viver na capital também dá abono.
Os deputados que residam nos concelhos de Cascais, Barreiro, Vila Franca de Xira, Sintra, Loures, Oeiras, Seixal, Amadora, Almada e Lisboa recebem também segundo a fórmula anterior. Os quilómetros (ida e volta) são multiplicados pelas vezes que esteve em plenário e em comissões, tudo multiplicado por 0,39 €.

Ir às ilhas com bilhetes pagos.

A resolução 57/2004 em vigor, de acordo com a secretaria-geral da AR, estipula que os eleitos pelas regiões autónomas recebem o valor de uma viagem aérea semanal (ida e volta) na classe mais elevada entre o aeroporto e Lisboa, mais o valor da distância do aeroporto à residência. Por exemplo, 512 € (tarifa da TAP para o Funchal com taxas) multiplicados por 4 ou 5o semanas, ou seja, 2.048 €. Mais o número de quilómetros (30, por exemplo) de casa ao aeroporto a dobrar (por ser ida e volta) multiplicado pelas mesmas 4 (ou 5) semanas do mês, e a soma é multiplicada por 0,39 €, o que dá 936 €. Ao todo 2980 €.
Deslocações em trabalho à parte.
Ao salário-base, ajudas de custo, abono de transporte mensal há ainda a somar os montantes pela deslocação semanal em trabalho político ao círculo eleitoral pelo qual se foi eleito. Os deputados eleitos por Bragança ou Vila Real são os mais abonados.
Almoço a menos de cinco €.
Os deputados e assessores que transitoriamente trabalham para os grupos parlamentares pagam 4,65 € de almoço, que inclui sopa, prato principal, sobremesa ou fruta. E salada à discrição. Um aumento de 0,10 € desde 2006. Nos bares, um café custa 0,25 €, uma garrafa de 1,5 l de água mineral 0,33 € e uma sandes de queijo 0,45 €.
Imunidade face à lei da Justiça.

Não responde civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitir em funções e por causa delas. Não pode ser detido ou preso sem autorização da AR, salvo por crime punível com pena de prisão superior a 3 anos e em flagrante delito. Indiciado por despacho de pronúncia ou equivalente, a AR decidirá se deve ou não ser suspenso para acompanhar o processo. Não pode, sem autorização da AR, ser jurado, perito ou testemunha nem ser ouvido como declarante nem como arguido, excepto neste caso quando preso em flagrante delito ou suspeito do crime a que corresponde pena superior a 3 anos.
Justificações para substituição.
Doença prolongada, licença por maternidade ou paternidade; seguimento de processo judicial ou outro invocado na Comissão de Ética, é considerado justificado.
Suspensão pode ir até dez meses.
Pedida à Comissão de Ética, deve ser inferior a 50 dias por sessão legislativa e a 10 meses por legislatura. Um autarca a tempo inteiro ou a meio tempo só pode suspender o mandato por menos de 180 dias.

E eu que digo?
Nada...ou quando muito...acho que ainda temos direito à indignação...isto é se a ASAE deixar...
Digo eu...e estranhava eu por aparecerem 4 candidatos à presidência de um partido politico...ora bem, assim também eu...

João Neves

29 maio, 2008

Eleições no PPD/PSD

Dentro de poucas horas o PPD/PSD vai mais uma vez proceder à eleição de mais um Presidente do partido.
Uma situação que cada vez mais começa a ser usual, mas ao mesmo tempo cada vez mais prejudicial ao funcionamento e imagem do partido.
Dos quatro candidatos, quer-me parecer que apenas três poderão aspirar a uma vitória, ainda que para um (refiro-me a Santana Lopes), será muito difícil tendo em conta o seu passado recente. Patinho Antão quer-me parecer fora dos favoritos.
Assim, temos Ferreira Leite e Passos Coelho.
Em relação à primeira, já me pronunciei num post aqui publicado. Em relação a Passos Coelho, parece-me ser um candidato credível e com futuro assegurado no PPD/PSD. Trata-se de um jovem com carisma, com vontade de vencer, com ideias justas e possui ainda um atributo importante, é um jovem.
Quando dizemos que os políticos de agora estão desajustados da realidade do Povo, temos cada vez mais que apostar em gente nova. Nova na idade, e nas responsabilidades a assumir.
Passos Coelho já demonstrou ser um forte líder quando responsável máximo da JSD.
Com forte possibilidade de o PS conseguir uma vitória nas próximas eleições legistalivas, torna-se imperioso que o PPD/PSD aposte num líder renovado, sem rabos de saia na governação e capaz de na Assembleia da República liderar um grupo coeso.
Mas o próximo líder vai a muito curto prazo ter novos e grandes desafios. As eleições europeias, autárquicas e as legislativas. Mas o desafio não é só para ele, é também para todo o PPD/PSD.
Nesta altura as divergências de opinião são salutares e só vêm demonstrar que este partido é composto por gente que pensa por si. Após a eleição, e conhecido o líder, então aí voltamos a ter que estar todos no mesmo lado, ou seja do lado dele, e defender os ideais da Social Democracia. Contrariamente ao que alguns afirmam, para o PPD/PSD não há inimigos. Há adversários.
E não nos esqueçamos de um pormenor. Para os vencer, temos que os respeitar.
Não vou votar porque não pago quotas.
Recuso-me determinantemente a pagá-las só pela razão de que o valor é enviado para sede nacional. O dia em que forem pagas na secção concelhia e o dinheiro ficar para proveito da mesma, aí sim, serei dos primeiros a perfilar-me.
Caberá aos militantes do partido fazerem a melhor escolha, mas não nos esqueçamos que não é só para nós, é também para o País.

26 maio, 2008

MUSEALIZAÇÃO DAS CASAMATAS DE ALMEIDA - QUE INTEGRAÇÃO?

Porque pensamos que é um assunto pertinente e que nos interessa a todos, uma vez que se trata do NOSSO Patrimonio, aqui se publica o Artigo publicado no último número do Jornal Mensal Praça Alta, pelo Dr. Rui Brito da Fonseca.
Pessoalmente, congratulo-me por, de certa forma, estarmos os dois em consonância, principalmente no que diz respeito a um apêlo que tenho feito aos poderes que lideram as nossas vidas, ou seja: Não toquem, não mexam mais no nosso Monumento. Limpem-no, restaurem-no, mas, POR FAVOR, não lhe acrescentem mais nada. Ele é lindo e fabuloso assim como está. A Estrela de Pedra é deslumbrante assim como está. Só assim o poderemos admirar e...senti-lo!



MUSEALIZAÇÃO DAS CASAMATAS DE ALMEIDA – QUE INTEGRAÇÃO?

Sobre o projecto de intervenção nas Casamatas, sem querer entrar no conflito entre a Direcção do IGESPAR e a Câmara Municipal de Almeida, penso que a questão tem uma vertente não considerada, além das opções técnicas que, sendo muito importantes, deveriam ser rigorosamente analisadas - e bem decididas – antes de se intervir naquele espaço.
Pelo que se noticia, as Casamatas da Fortaleza de Almeida estão a ser recondicionadas para ali se instalar um museu histórico-militar e, nessa sequência, se dotar esse espaço, de uma esplanada superior com uma área de cafetaria, elevador de monta-pratos, etc.
A opção já está tomada, o que torna qualquer opinião despicienda, mas haveria a ponderar alguns aspectos em alternativa que, ao que julgo, não foram tidos em conta. Como observei há dias, toda a ambiência que as casamatas tiveram e que nós bem conhecemos, desapareceu. O local está a ser preparado para a instalação de uma panóplia de infra-estruturas adequadas a um acervo museológico, ficando as paredes e abóbadas do espaço original, mas nada da ambiência dos soturnos subterrâneos que ali foram construídos. Recordemo-nos que a Praça-forte tinha nas casamatas um local para abrigo à prova de bomba, artigos vários, mas era também o sítio onde a população e parte da guarnição militar se recolhia durante os bombardeamentos a que a praça de guerra foi sujeita. Ali funcionaram ainda as tenebrosas masmorras durante as lutas liberais, sendo local de tortura e morte e, para quem conhece o local antes desta intervenção em curso, não é necessário um grande exercício de imaginação para impressivamente sentirmos todo o drama que ali se viveu em condições ambientais, físicas e humanas verdadeiramente degradantes.
Um aproveitamento museológico das suas galerias com as suas características de humidade, pouca luz e algidez talvez pudesse resultar numa maior autenticidade e originalidade com a reconstituição da atmosfera de um local tão trágico, refazendo a vivência durante épocas de bombardeamento e o terror que todos os ali recolhidos experimentaram, inclusive com recursos multimédia, enquanto, noutras salas, o tormento das presos liberais sujeitos a tão funestas condições de vida era rememorado em enquadramento fiel. Que outro lugar único, como as casamatas de Almeida para demonstrar sinestesicamente os episódios de que a História desta fortaleza é feita? Desse modo, sim, seria recuperar o local para numa visão histórica do mesmo, que de forma impressionante e pedagógica instruísse o visitante, valorizando o próprio monumento, contribuindo para a perspectiva mais fiel possível com que as casamatas foram construídas.
Tudo leva a crer que a opção tomada de ali construir um museu, permanentemente climatizado por força de conservação das peças expostas, por muito bem organizado que esteja, desvirtua o espaço, pois APENAS O USA SEM O CONTEXTUALIZAR, com todo o potencial e fim para que foi construído, não considerando os custos de manutenção do funcionamento dessa estrutura e os sempre imprevisíveis problemas com avarias. E até o tipo de museu que agora se pretende instalar nas Casamatas, também muito interessante e complementar da história local e nacional, talvez, pudesse sair valorizado num outro espaço do centro histórico, até com outras valências mais flexíveis, sem o ónus da permanente ameaça das infiltrações e humidades.

Rui Brito da Fonseca


in Praça Alta

21 maio, 2008

Debate quinzenal

Acabei de ouvir e ver via TV, mais um debate quinzenal havido na Assembleia da República, onde os diversos grupos parlamentares questionaram o Governo sobre a situação económica que estamos a viver.
Depois de uma primeira intervenção do Primeiro-ministro lançando o tema a debate, foi a vez dos partidos políticos apresentarem as questões pertinentes sobre a matéria.
O PSD através de do seu líder parlamentar, Santana Lopes, não trouxe nada de novo. Duas ou três questões apenas e só para preenchimento do tempo atribuído, sem qualquer questão de fundo pelo meio. Especial relevo para o facto de Santana Lopes disponibilizar ao Primeiro-ministro algum do seu tempo para resposta, já que o governante tinha o seu esgotado, impossibilitando-o assim de justificar algumas das decisões governativas.
A seguir foi a vez do CDS, através de Paulo Portas solicitar alguns esclarecimentos ao Governo. Também aqui José Sócrates se desembaraçou ardilosamente e saiu sem qualquer beliscadura. Neste confronto, a já habitual forma de Portas ir aumentando o seu tom de voz, ao bom estilo de Valentim Loureiro.
As perguntas seguintes a cargo do PCP e do seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa.
Perguntas devidamente estudadas, oportunas, colocadas de forma pausada o que acabou por criar algum incómodo a José Sócrates. Astutamente o governante talvez por saber que iria perder ainda mais no confronto, esquivou-se a responder a algumas questões, acabando por divagar em coisas banais. O líder do PCP saiu por cima.
A seguir tocou ao BE pela voz de Francisco Louça, solicitar alguns esclarecimentos. Também se notou que este deputado tinha o trabalho de casa bem feito. As perguntas, algumas das quais relativas aos lucros das petrolíferas e com divulgação de números, mostraram um Primeiro-ministro apanhado em falta. Também aqui preferiu passar “ao lado” e divagar nos ataques que a esquerda prefere fazer ao governo socialista, deixando assim o líder do BE no final com um sorriso agradável.
Tocou a seguir à deputada dos Verdes, de seu nome Apolinária. Saiu-se mal já que acabou por centralizar a sua intervenção numa questão particular de uma Junta de Freguesia. O Primeiro-ministro respondeu-lhe que desconhecia o caso em pormenor, pelo que não lhe ia ali dar uma resposta.
Por fim, e como seria natural, interveio O PS. O seu líder parlamentar acabou por solicitar ao Governo que continue na linha de actuação como o tem feito até agora. O povo português irá agradecer. José Sócrates agradeceu e confirmou, o óbvio.
O poder da televisão é muito grande. As imagens visionadas demonstraram uma vez mais que há demasiada gente naquele espaço.
Ao longo do debate vimos deputados a conversar uns com os outros, sem se importarem com a intervenção dos palestrantes e gente a ler jornais. Na parte final do debate o panorama geral da Assembleia era vergonhoso. Uma boa parte dos deputados já se tinham ausentado do hemiciclo. Será que a mesma Assembleia não funcionaria com metade dos deputados?
Será que alguns deles alguma vez alguma usaram da palavra?
Um exemplo deplorável por parte daqueles que têm a responsabilidade de gerir o país, pagos a peso de ouro e acabando por obter reformas proibitivas para a maioria dos portugueses, em tempo recorde.
Termino deixando uma pergunta.

O que sucederia a um qualquer funcionário público que no seu local de trabalho e durante o horário de expediente, estivesse em cavaqueira com um colega durante largos minutos, a ler um qualquer jornal do dia ou inclusivamente decidisse ausentar-se do trabalho antes de finalizar o dia?

Não são os portugueses que se afastam da política, são estes políticos que nos levam a não acreditar neles.

12 maio, 2008

Carta aberta a ......

Carta aberta a ……..

Não fiquei nada surpreendido com a demissão de Luís Filipe Meneses.
Só alguém com uma personalidade forte e humana, poderia tomar a decisão de deixar a liderança do maior partido da oposição, após seis meses de a ter assumido.
Se eu estivesse no lugar dele, já o teria feito há mais tempo.
A companheira Manuela Ferreira Leite, na apresentação da sua candidatura, a determinado passo do discurso, afirmou “A questão que mais nos deve preocupar, a que é verdadeiramente grave, é o facto de se constatar que perdemos a credibilidade que sempre nos acompanhou no poder ou fora dele”.
Não posso estar mais de acordo. Porque terá sido?

Afirmou ainda “Incomoda-me e muito a falta de respeito com que começam a tratar-nos
Não posso estar mais de acordo. Porque terá sido?

Ainda disse que “O partido está abalado nos seus alicerces e a perder o seu crédito junto da opinião pública”.
Tenho que concordar inteiramente. Mas porque será?

Poderia ainda citar mais algumas das expressões utilizadas, mas bastam apenas e só, estas.

Eu diria que nunca vi tanta hipocrisia junta de uma só vez.
Perdoe-me a minha sinceridade, mas é isso que eu penso.
Aliás, se recuarmos um pouco no tempo, poderemos recordar-nos ainda das suas intervenções públicas aquando da saída de Durão Barroso para Bruxelas e o assumir de Pedro Santana Lopes de um cargo tão importante quanto o de Primeiro Ministro.
Nessa altura houve muita gente que nos faltou ao respeito. Recorda-se?
Eu recordo-me. E mais. Algumas dessas pessoas, eram e ainda são militantes do PSD, que por sinal agora já demonstraram apoio à sua candidatura.
Quando devíamos estar unidos e contentes pelo reconhecimento internacional a Durão Barroso, alguns de nós fomos acérrimos críticos.
Naturalmente a possibilidade de sucesso de Santana Lopes ficou também diminuída de tal forma, que acabámos por dar uma ajudinha ao senhor Presidente da República para poder tomar a decisão que todos conhecemos.
Nessa altura, penso eu, já o PSD estava com graves problemas de identidade.
Se havia tanta gente que não queria ver Luís Filipe Meneses na liderança do partido, porque razões não entraram na luta na altura?
Hoje continua insistentemente a falar da falta de credibilidade do nosso partido perante a opinião pública.
Estava à espera de quê?
Quando militantes tão credenciados (?) como a senhora, Rui Rio, António Capucho, e outros mais, criticam as decisões do Presidente do partido, publicamente e para os média, não me diga que estava à espera que os nossos adversários viessem em defesa de Meneses?
Só pode dar para rir. Melhor… para chorar.

Não tenho dúvidas que a sua candidatura à partida é considerada como vitoriosa.

Mas pergunto, se os seus apoiantes estarão convictos de que a sua imagem pública política tem as condições necessárias para em confronto directo com José Sócrates o poder vencer nas próximas eleições legislativas.
Pessoalmente não acredito.
Aliás como não acredito na vitória de Santana Lopes, a quem apoiei desde sempre, nem tão pouco na vitória de Passos Coelho, ainda muito jovem para estas andanças, mas pelo menos é uma cara nova e de futuro.

Não vou votar nem em si, nem em qualquer outro candidato pelo simples facto de que não pago quotas. Sempre disse que são os partidos que precisam dos militantes e não estes dos partidos. Para estes deveria bastar-lhes as chorudas quantidades de euros que o Estado lhes entrega, em função dos resultados eleitorais. Ao fim ao cabo já lá está dinheiro meu.

Li em tempos num jornal semanário, à semelhança do que sucedeu noutros países europeus, poderia haver a possibilidade de alguns partidos políticos, em Portugal, desaparecerem do espectro parlamentar motivado pela conflituosidade interna.
Cuidado com o que estamos a fazer ao PSD.

Como militante, por enquanto, preocupa-me a situação que estamos a viver.
Pergunto-me se valerá a pena continuar a lutar por uma causa, quando a maioria das pessoas já deixou de acreditar nos partidos por atitudes assumidas por estes.
Hoje dizem uma coisa, amanhã fazem outra.
O País está no que está.
De quem é a culpa?
Dos portugueses ou dos políticos?
Creio que está na hora de reflectir e pensar em criar alternativas a toda esta gente.
É que a demasia em determinados lugares, cria vícios.

E já agora quando se pensa em despedir pessoas por falta de adaptabilidade, má gestão ou excesso de lugares, porque razão os políticos não começam a dar o exemplo começando por se auto avaliarem?

À consideração.

08 maio, 2008

Sem comentários...

Esta foto foi publicada no Jornal Praça Alta, Edição nº 125
de 11 de Outubro de 2005



Esta foto foi tirada, hoje dia 08 de Maio de 2008:



SEM COMENTÁRIOS!

02 maio, 2008

PORTAS DE S. FRANCISCO EM ALMEIDA

Ainda a propósito da efeméride do 25 de Abril e do projecto de requalificação do Largo 25 de Abril em Almeida, tivemos conhecimento que o Jornal “Terras da Beira” publicou uma notícia sobre o descontentamento que o referido projecto está a suscitar entre os Almeidenses.
Aqui se publica na íntegra a referida notícia.

Para quem deseja consultar, o projecto tal como publicamente divulgado pelo Município, está disponível no Boletim Municipal nº 10 de Janeiro de 2008, com versão em pdf no sítio oficial da CMA:

http://www.cm-almeida.pt/boletimmunicipal_files/boletimmunicipal1_files/boletim102008.pdf.


Críticas à requalificação junto às Portas de São Francisco em Almeida.

O projecto de requalificação urbanística do Largo 25 de Abril em Almeida, junto às Portas de São Francisco está a suscitar críticas. Tudo porque o projecto da Câmara Municipal de Almeida prevê a construção de um espelho de água naquela que é considerada a entrada emblemática para aquela vila histórica. O assunto tem sido motivo de conversas entre os almeidenses, inclusivé em blogues na internet.

Os internautas criticam a opção da autarquia receando o aparecimento «de um mamarracho». No blogue “Almeida Forum”, Rui Brito Fonseca refere a propósito da brincadeira do 1 de Abril – que o metro de superficie ia chegar a Almeida - que «há quem teime modernizar à força» a vila de Almeida «tal como se anuncia com o projectado espelho de água à entrada das Portas de São Francisco».

«Ó São Francisco, vê lá bem o que vão fazer perto das tuas portas!», diz o bloguista.

O presidente da Câmara Municipal de Almeida, Batista Ribeiro, explica que não se trata de um espelho de água, mas mais «de um espaço com água». Só que foi com essa designação que o projecto foi apresentado aos munícipes no Boletim Municipal editado no início do ano. «A valorização é pontuada pela introdução de um espelho de água que se inicia no eixo da Porta Magistral de S. Francisco com um lago que, para além do movimento da água, deverá receber um elemento escultório», refere o texto.


O autarca explicou ao TB que o monumento ali a colocar deverá ser alusivo à Revolução dos Cravos, como é vontade da Comissão 25 de Abril, data que dá nome aquele Largo às portas de São Francisco.A requalificação urbanística daquele espaço pretende ser «um complemento» da intervenção que a Estradas de Portugal vai realizar naquele local, onde passa a Estrada Nacional 332. O presidente da Câmara Municipal de Almeida explica que o objectivo é melhorar as condições de segurança dos peões e ordenar o trânsito, evitando a ocorrência de acidentes como já aconteceu.

Com esta intervenção da EP, o Jardim da Pérola será transformado numa placa giratória, obrigando as pessoas a circular em volta. «O jardim vai continuar com as suas funçoes e penso que até vai ficar valorizado, porque toda a envolvente vai ser recuperada», garante o autarca. Em complemento desta intervenção, a autarquia vai concretizar o projecto de autoria dos técnicos da autarquia, que propõe a criação de uma alameda pedonal, com uma parte de água.

A requalificação daquela zona compreende a criação de estacionamentos específicos para veículos ligeiros, autocarros e viaturas de pessoas com mobilidade condicionada.O projecto para o Largo 25 de Abril aguarda um segundo parecer do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), depois de inicialmente aquele organismo ter emitido uma opinião negativa.

O TB contactou um dos vereadores do PS na Câmara Municipal para saber qual é a opinião sobre o projecto, mas a oposição desconhece o projecto e não se recorda de ter sido debatido nas reuniões de camarárias.




“Terras da Beira”, edição de 17-04-2008




João Neves