28 setembro, 2011

Incisões também no poder local…

Passos quer fusões de câmaras e corta 600 vereadores e reduz em mais de 1000 o número de freguesias.

Primeiro-ministro chamou autarcas a São Bento e comunicou-lhes que “também chegou a hora da mudança para o poder local”.


Cortar 35% no número de vereadores e cerca de 50% no número de dirigentes municipais, reduzir em mais de 1000 o número de freguesias e estimular a fusão de câmaras municipais, são algumas das mudanças que o Governo quer pôr em marcha e que estão previstas no Livro Verde do Poder Local.
“Também para o poder local chegou a hora da mudança. Portugal já está a mudar mas só pode mudar no sentido certo se soubermos remar para o mesmo lado”, afirmou o primeiro-ministro, frente a uma plateia de autarcas que aceitou o convite para ir até aos jardins de São Bento ouvir falar do que os espera.
 

As empresas municipais que não deem lucro serão extintas.


São já mais de duas dezenas as autarquias que se encontram em risco de falência.
No seu bolo total, as dívidas ultrapassam os 6 mil milhões de euros.
O modelo de gestão local mostra-se assim gasto, razão que levou já o Governo a avisar para a necessidade de mudança.
A incapacidade financeira com que se estão a defrontar mais de vinte autarquias está a tornar-se num cenário dramático que obriga o Governo a apresentar nos próximos dias um novo modelo para o Poder Local.
No total, as autarquias contam mais de seis mil milhões de euros entre empréstimos e dívidas a fornecedores. Pelo menos 24 destas autarquias estão no radar da troika, face ao risco de rutura financeira.
Os pontos vermelhos concentram-se no Norte e Centro do país, com o pior cenário em Fornos de Algodres, na Guarda: são mais de 540 por cento de taxa de endividamento das receitas de 2010.
Aveiro chega aos 300 por cento e a Trofa aos 225 por cento.

...http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Mais-de-vinte-autarquias-em-risco-de falencia.rtp&article=473588&layout=10&visual=3&tm=9...

…este é o “cenário” actual no que refere ao tema de reestruturação ou reforma do poder local, tema este para o qual já há largo tempo vimos alertando não tendo merecido nenhum debate, nenhum comentário…enfim, nenhuma preocupação dos habitantes desta região.

Lamento constatar que os meus conterrâneos preferem continuar a enterrar a cabeça na areia, a assobiar para o lado como se nada fosse com eles. Fazem-se debates, seminários, conferências sobre tudo e mais alguma coisa. Não pensamos sequer na doença que nos está a minar dia a dia, no “cancro” que se chama desertificação. Pessoalmente já só tenho esperança que esta “doença” não seja fatal e seja pelo menos…crónica…
Parafraseando pessoa amiga, a Vila de Almeida está a transformar-se a passos largos num... jardim zoológico e…os macacos seremos nós que aqui moramos.

Espero que o Livro Verde não se venha a transformar num tenebroso Livro Negro para Almeida e para o seu Concelho.


João Neves