José Augusto.
Li atentamente o teu artigo e, a minha desilusão acerca de determinadas pessoas, por quem tinha consideração e até estima, é um facto...é o que sinto...enfim...
Eu estive realmente num almoço que serviu para me informarem da renúncia do Dr. Costa Reis, e da candidatura de Baptista Ribeiro e José Alberto Morgado às eleições autárquicas de 2005, sendo até informado que era um facto irreversível (um aviso feito por pura precaução?...só?..então porquê???).
Mas, também sabes que, de imediato te telefonei para saber qual seria a tua posição como Presidente da Comissão Concelhia. Aí então fui informado por ti, que o Presidente da Comissão Concelhia não sabia de nada do que se estava a passar.
Também sabes da minha revolta e da minha posição na altura perante os factos: elementos estranhos à estrutura do PPD/PSD estarem a elaborar uma candidatura, à revelia da mesma estrutura partidária, nomeadamente, dos seus próprios militantes, era inadmissível!
E a minha revolta, pelo desprezo e falta de respeito que os militantes "mereceram" de quem só podiam receber gratidão, foi clara. Será que quem andou anos a defender uma equipe, sem pedir nada em troca, não merecia outro tratamento?...Ou não, José Augusto?
Mas, eu continuo a afirmar que a tua posição, como Presidente da estrutura partidária concelhia, devia ser firme, imediata e coerente.
Será que quem defende posições justas e sérias não pode andar na politica?
Em defesa dos militantes e da postura de seriedade do partido, tu devias ter feito tudo para que os estatutos do PPD/PSD fossem cumpridos.
Mas também sabes que esse meu sentimento de revolta, não impediu que cumprisse com os meus deveres, como militante do PPD/PSD, durante a campanha eleitoral e mesmo enquanto deputado na Assembleia Municipal.
Mas sabes porquê?
Porque para mim, para além das questões politico partidárias, para além dos partidos, estão principios de vida. Principios que vou defender enquanto por cá andar: a ética,a lealdade, a justiça, a seriedade e a honestidade, o respeito pelo próximo, principalmente pelos mais humildes.
Eu quero ter o orgulho de dizer que a minha honra merece confiança.
Eu quero que os meus filhos saibam e conheçam os principios que o pai defende e respeita. Eu quero que os meus filhos nunca se envergonhem da postura do pai, como homem.
Estão aqui algumas das razões porque não me sinto bem como militante, não me sinto bem neste ambiente politico partidário. Ambiente de constante subserviência e de seguidismo, só por interesses particulares e materiais.
Até onde iremos chegar com esta espécie de politica?
Agora até se utiliza outra táctica ou ainda não te apercebeste...? Que é colocar nas estruturas partidárias pessoas de confiança, que só saberão dizer que sim, que sejam uma correia de transmissão das vontades...ou ainda não te apercebeste?
Perante este panorama politico...que vontade terei, ou poderei ter em ser militante?
Ou estarei a dizer algo de novo?
Eu cá por mim...continuo a lutar por querer os mais competentes e sérios, imaginativos e com ideias novas, na liderança dos destinos do nosso Concelho...
Mas sempre com muita seriedade, lealdade, ética e respeito pelo próximo.
E tu sabes que é verdade...sabes que a minha postura sempre foi esta, ou não?
Um abraço, Companheiro.
João Neves