22 março, 2015

Carta a Deus



Um dia depois da operação da mulher a um tumor que tinha alojado no cérebro, Miguel Esteves Cardoso escreve na sua crónica do jornal Público hoje um texto, que apelidou de “Carta a Deus”.



“Deus,
Bem avisaste que eras um Deus invejoso e vingativo. Também sei que Job era um caso-limite: uma ameaça do que eras capaz. Nem eu nem a Maria João temos um milésimo da obediência e da resignação de Job. E castigaste-nos menos. Mas foi de mais.

De certeza absoluta que nos amamos mais um ao outro do que te amamos a Ti. Sabemos que isto não está certo. Mas foste Tu que nos fizeste assim. Admite: deste-nos liberdade de mais. Foste presunçoso: pensaste que Te escolheríamos sempre primeiro. Enganaste-Te. Quando inventaste o amor, esqueceste-Te de que seria mais popular entre os seres humanos do que entre os seres humanos e Tu. Por uma questão de tangibilidade. E, desculpa lá, de feitio. Tu, Deus, tens o pior das arrogâncias feminina e masculina. Achas que só existes Tu. Como Deus, até é capaz de ser verdade. Mas, para quereres ser um Deus real e humanamente amado, tens de aprender a ser um amor secundário. Sabemos que és Tu que mandas e acreditamos que há uma razão para tudo o que fazes, mesmo quando toda a gente se lixa, porque não nos deste cabeça para Te compreender. Esta deficiência foi uma decisão tua: não quiseste dar-nos a inteligência necessária.

Mas deste-nos cabeça suficiente para Te dizer, cara a cara, que nos preocupamos mais com os entes amados do que contigo. Ajuda a Maria João, se puderes.


Se não puderes, não dificultes a vida a quem pode ajudar. Faz o que só um Deus pode fazer: reduz-te à tua significância. Que é tão grande".




13 março, 2015

Ainda tomaremos café juntos!




Um dia, um professor, diante da sua turma, sem dizer uma só palavra, pegou num frasco de vidro grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golf.
 Quando não cabiam mais, ele perguntou aos alunos se achavam que o frasco estava cheio e todos responderam que sim.
O professor, então, pegou num saco de berlindes e, ao chocalhar o frasco, estes iam entrando para os buracos vazios entre as bolas.
Quando não cabiam mais, ele perguntou aos estudantes se achavam que o frasco estava cheio e voltou a ouvir a mesma resposta.
Neste ponto, o professor despejou um saco de areia para dentro do frasco. Como é óbvio, a areia ocupou todo o espaço restante do frasco.
Quando não cabia mais, ele perguntou aos alunos se achavam que o frasco estava cheio e todos responderam que sim.
Foi então que o professor agarrou em dois copos de café e os entornou lá para dentro. Agora sim, não havia mais espaço. Os alunos desataram a rir!!!
“Agora”, disse o professor enquanto as gargalhadas ainda se ouviam, “eu quero que vocês entendam que o frasco de vidro representa as nossas vidas.

As bolas de golf são as coisas mais importantes: a família, os amigos e a saúde e tudo o que vos é mais querido, de modo que se tudo o resto desaparecesse na vossa vida e só ficassem elas, a vossa vida continuava cheia!
Os berlindes são as outras coisas que preenchem a nossa vida e que também importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo,...
A areia representa todas as pequenas coisas que ajudam a ocupar a nossa vida.
 Mas, se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, já não haveria espaço para as bolas de golf e para os berlindes.
O mesmo se passa com a nossa vida.
Se gastarmos todo o tempo e energia com as pequenas coisas, nunca vamos ter espaço para as coisas que são verdadeiramente importantes para nós.
Prestem atenção às coisas que são essenciais à vossa felicidade: brinquem com os filhos, arranjem tempo para ir ao médico, talvez  fazer um check-up, saiam para se divertir com a família e os amigos, dediquem algum tempo a vocês mesmos, procurem o conhecimento, pratiquem o vosso desporto favorito....
Tenham prioridades!
Vai haver sempre tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar e, de seguida, dos berlindes. Para o resto – a areia - vai sempre haver espaço.”
Aqui, um aluno levantou-se e perguntou o que representava o café e o professor respondeu:
“Ainda bem que perguntaste, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja a nossa vida...sempre haverá lugar para tomar café com um amigo...”...
  

(autor desconhecido)
…vamos a uma bica????

João Neves



05 março, 2015

Um país doente.

Estamos a viver num país muito doente. Muito doente mesmo.
Ao escutarmos a rádio e vermos a televisão, além dos jornais, podemos constatar isso sem qualquer problema.
Não obstante tudo o que se tem passado com a classe política que já passou pela responsabilidade governamental, desde detenções, acusações de enriquecimento rápido, favorecimento de empregos, etc, etc,…..assistimos muito recentemente às contradições de protagonistas/candidatos.
António Costa, líder socialista e candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, tem vindo a afirmar publicamente que o país vai de mal a pior. Afirma que o actual governo não tem feito outra coisa do que empobrecer os portugueses e afundado ainda mais a economia portuguesa em função da política que decidiu aplicar.
Entretanto numa reunião com empresários chineses acabou a determinada altura da sua intervenção, afirmar que Portugal está muito melhor economicamente falando do que em 2011. Ao dizer isso, passou um atestado de incompetência ao líder do último governo socialista.
Muitos têm sido os formadores de opinião que vêm dizendo que António Costa o melhor que pode fazer para subir nas sondagens é ficar calado, já que não consegue convencer ninguém pelas suas contradições de opinião. Ele já o fez. Mas também há outros que têm dito que é fundamental que António Costa nos venha dizer o que pensa fazer quando for, se for, primeiro-ministro em várias áreas de actuação. Depois quando diz qualquer coisa, como a que fez no Porto em presença de empresários do Oriente, dá no que dá.
Um homem que não parou enquanto não destituiu o outro António, o Seguro, da liderança socialista ajudado em muito e em parte pela onda socrática, vê-se hoje numa posição muito embaraçosa tal como os seus apoiantes, ao considerarmos e vermos que as sondagens não lhe dão qualquer vantagem sobre os políticos governantes actuais.
Também o que se passou com José Sócrates não o ajuda em nada, tendo em conta que António Costa dias antes tinha defendido a continuidade de uma política para Portugal, à semelhança do último governo socilaista.
Hoje, António Costa conta já dentro do Partido Socialista com alguns críticos capazes de irem aumentando, à medida que as suas ideias ou não são exequíveis, ou então perante a possibilidade de verem mais uma derrota eleitoral, não quererão perder a oportunidade de se colarem mais tarde a um novo líder sem qualquer senha do actual.
Não é por nada que António Barroso fundador do PS veio de imediato não só criticar o líder, como suspender a sua filiação. A sua declaração foi demasiado dura para o actual líder.
Se juntarmos tudo o que têm dito dele, acabamos por ver que não será certamente a melhor pessoa para liderar um governo em Portugal.
Mas se nos virarmos para os partidos/políticos do actual governo, também não vemos melhorias. Em nada.
Depois de tantos sacrifícios exigidos a todos os trabalhadores, desde o corte dos salários, corte das reformas, aumento de impostos, aumento do desemprego, etc, etc,……..afinal acabamos por ficar agora a saber que o actual líder governamental não pagou à Segurança Social o que devia e quando devia.
As desculpas dadas poderão ser aceites por muita gente, mas é difícil compreender como é que alguém sendo empresário e trabalhador por conta de outrem, não se lembrar de pagar os impostos devidos ao Estado. Ainda se fosse um mês ou outro, poder-se-ia aceitar a justificação, agora 5 anos…..é caricato.
Inaceitável também o facto de o actual governo não disponibilizar verbas para ministérios onde a sua falta é assustadora, como o caso da saúde e do ensino. Foi preciso ter havido uma morte para que houvesse solução imediata para aquisição de vacinas. Foi preciso que professores, alunos e pais do ensino artístico se manifestassem prometendo o encerramento de escolas, para que houvesse verbas disponibilizadas de imediato.
Mas se olharmos para as forças da ordem, verificamos também que as coisas não correm bem pois falta dinheiro para solução de avarias de viaturas e demais serviços. Enfim, é um rol de problemas nos mais variados sectores.
Há que recordar que já o anterior governo, nos últimos dias de agonia, vinha-nos dizendo que estava tudo bem quando todos sabíamos que estávamos a definhar a olhos vistos.  
Hoje voltamos a ver responsáveis governamentais a dizer-nos que estamos melhor do que em 2011 (tal como António Costa líder socialista), mas o facto é que o desemprego continua tal como está. E quando afirmam que baixou umas décimas, devemos saber que para isso muito contribuiu a emigração de milhares e milhares de trabalhadores para outros países.
De facto também pertenço àqueles que pensam que Portugal está melhor, mas para todos quantos pertencem à classe política. Vejam-se as mordomias e benesses de que usufruem.
Entretanto o que dizer àqueles que perderam as suas economias com situações como a do BES, com a situação da PT e outras que ainda por aí virão.
O exemplo que nos veio dos Estados Unidos e Islândia, aquando do problema bancário, por cá de nada servem. Somos um país diferente, mas para pior.
E um país que tem pessoas como as que temos a governar-nos sem que tenham para connosco o respeito que merecemos, é sem qualquer dúvida um país muito doente.
E quando podemos ir ao médico, que é como quem diz escolher em eleições, acabamos por tomar um chá quente caseiro e deixamos andar tudo na mesma.

Afinal também estamos enfermos.