Existem formas diversas de resolver problemas com origem em divergências de opinião. No entanto não tenhamos dúvidas que a via do diálogo é a que melhores resultados originará. Mas esse diálogo tem que ser encarado à partida com humildade, com respeito pelas opiniões dos antagonistas, muita prudência e sensatez. Não será tudo isto que terá faltado neste confronto entre a Câmara Municipal de Almeida e o IGESPAR?
Quem vai vencer este confronto? O actual executivo Câmarário? O IGESPAR? Quem será o vencedor?
Quem já estará a perder é Almeida...disso não tenho dúvidas nenhumas.
Lamento.
Ora leiam este artigo publicado no Jornal Terras da Beira.
Terras da Beira - Edição de 10-07-2008
Direcção Regional da Cultura desconhece a intervenção nas Casamatas de Almeida
A Direcção Regional de Cultura do Centro em Castelo Branco desconhece que tipo de intervenção é que está a ser feita nas Casamatas de Almeida, onde a autarquia quer instalar o Museu Militar. A instituição, a que está afecto aquele monumento, recebeu no ano passado um projecto de recuperação do espaço, que recebeu um parecer negativo e nunca mais voltou a receber qualquer outro.
Direcção Regional da Cultura desconhece a intervenção nas Casamatas de Almeida
A Direcção Regional de Cultura do Centro em Castelo Branco desconhece que tipo de intervenção é que está a ser feita nas Casamatas de Almeida, onde a autarquia quer instalar o Museu Militar. A instituição, a que está afecto aquele monumento, recebeu no ano passado um projecto de recuperação do espaço, que recebeu um parecer negativo e nunca mais voltou a receber qualquer outro.
O director dos serviços em Castelo Branco da Direcção Regional da Cultura do Centro, José Afonso, garante que aquele organismo «não tem a mínima responsabilidade em atrasos» relacionados com a instalação do Museu Militar nas Casamatas de Almeida.
O arquitecto prestou este esclarecimento ao TB depois do presidente da Câmara Municipal de Almeida, Batista Ribeiro, ter acusado aquele organismo de falta de resposta em relação a determinados aspectos daquele projecto, que a autarquia pretendia abrir ao público este mês.
O arquitecto prestou este esclarecimento ao TB depois do presidente da Câmara Municipal de Almeida, Batista Ribeiro, ter acusado aquele organismo de falta de resposta em relação a determinados aspectos daquele projecto, que a autarquia pretendia abrir ao público este mês.
José Afonso garante que a resposta ao projecto apresentado pela autarquia, em finais de Julho do ano passado, foi dada no dia seguinte.
O parecer a essa intervenção foi «negativo», como evidencia José Afonso e garante que não voltou a dar entrada nos serviços qualquer outro projecto para as Casamatas. «Sabem perfeitamente que o meu parecer foi negativo. O assunto foi a Conselho Consultivo que me deu razão», sustenta.
O dirigente da Direcção Regional de Cultura do Centro desconhece por isso que tipo de intervenção é que está a ser feita naquele monumento.
José Afonso diz estar «absolutamente convicto» da sua posição que defende «para bem do monumento».
De recordar que o presidente da Câmara Municipal de Almeida admitiu ao TB que tinha contornado os serviços de Castelo Branco e recorrido ao presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) para dar seguimento à obra de requalificação das Casamatas.
Mas para além do IGESPAR, as obras terão também de ter o aval da Direcção Regional de Cultura do Centro, instituição a que está afecta o monumento. «Não podem intervir sem o projecto vir à Direcção Regional da Cultura do Centro», assegura o arquitecto.
José Afonso entende que «o caminho que se está a seguir não só está a atrasar brutalmente todo este processo, como está a criar problemas».
Aquele responsável censura o percurso da obra de recuperação das Casamatas: «Começa-se com uma metodologia, depois salta-se para outra, contesta-se, faz-se outro projecto a meio... há qualquer coisa que não esté bem nisto. Até no meu ponto de vista de cidadão», sublinha.
O arquitecto entende que «neste clima [de acusações aos serviços de Castelo Branco] não se vai a lado nenhum. Temos de trabalhar em equipa. Não é por haver um projectista contratado pela Câmara que o parecer das entidades se vai alterar», avisa. José Afonso alerta que «há circuitos administrativos e competências» a cumprir.
O dirigente da Direcção Regional de Cultura volta a dizer que lhe «dói muito ver o monumento a ser molestado» e sublinha que a musealização «não pode, nem deve atentar contra o momento». «Esse é um princípio sagrado das regras do património. É preciso saber que o monumento está acima da musealização. O espaço em si já é objecto de musealização», alerta. «Pode lá não ter nada, o vazio das suas salas vale por si», defende.
José Afonso vinca ainda que é a musealização que tem de se submeter ao monumento e não o monumento à musealização. "É aquilo que querem fazer e eu acho que isso é uma inversão absoluta dos valores e das regras".