09 abril, 2008

Assim....não.

No início desta semana fomos confrontados na comunição social com declarações proferidas por um destacado dirigente do Partido Socialista, acusando o Partido Social Democrata de " troca tintas".
Como militante, por enquanto, não posso deixar de manifestar o meu protesto pela ofensa feita.
Se o Partido Socialista quisesse atingir alguém em particular, deveria ter falado no nome da(s) pessoa(s) e não falar na globalidade, porque naquele partido ainda há gente séria, honesta e de palavra.
Recordo-me aquando da campanha eleitoral das últimas Legislativas o que nos foi prometido.
Não haveria aumento dos impostos, não haveria portagens nas SCUTS, etc, etc.
O Povo acreditou e votou maioritáriamente no Partido Socialista.
Eu pergunto se tivessem dito que assim que fossem eleitos aumentariam os impostos, passaria a haver portagens nas SCUTS, não haveria os tais 150.000 postos de trabalho para os recém licenciados, que o desemprego aumentaria, que a maioria dos SAPs sofreriam as reformas que foram feitas, enfim, tudo o mais que nós sabemos.
Será que o POVO teria votado maioritáriamente como o fez? É uma dúvida que tenho.
Na minha terra, na minha região, a uma pessoa que não cumpre o que promete, que falta à palavra dada, não se lhe chama troca tintas, dá-se-lhe um nome muito pior que eu não vou mencionar aqui, só por uma questão de educação e respeito.
Atirar uma pedra para o telhado do vizinho, quando o nosso é de vidro, não me parece uma falta de respeito, nesta situação, atrever-me-ia a dizer que se trata de falta de cultura democrática.
Assim....não.
José Augusto Marques

16 comentários:

  1. Máscara vitor almeida
    Caro amigo José Augusto, há um pormenor que lhe escapa no seu comentário. A época a que se refere, o país vivia de “tanga”, é uma avaliação do próprio PSD. Hoje, embora o governo PS tenha de sacrificar algumas promessas, o país tem credibilidade cá dentro e lá fora, encontra-se em desenvolvimento. Estão em curso reformas necessárias há trinta anos, as contas públicas estão estáveis, existe estabilidade política, as sondagens mostram o contentamento da maioria pelo último resultado eleitoral, … enfim, já temos mais peças de roupa que uma simples tanga!
    Um abraço

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  2. Olá Vitor Almeida.
    Não posso estar estar mais de acordo contigo. É verdade que o país estava de tanga. Mas olha que não foi o PSD que abandonou o governo a meio do segundo mandato, afirmando que se ia embora uma vez que o País se estava a transformar num pântano.Foi o PS com António Guterres ao comando.
    Ainda hoje me recordo que quando Cavaco Silva quis deixar o governo e o PSD o perdeu para o PS, nós os portugueses viviamos muito melhor do que hoje. E sabes porquê? Porque Cavaco fez com que tivessemos que apertar o cinto para mais tarde podermos viver melhor. Admito que é aquilo que José Socrates está a fazer nos dias de hoje. Mas naquela altura, para o PS e António Guterres, era um desastre. Claro que com os cofres cheios e as privatizações para fazer, possibilitando o encaixe de milhões, poder-se-ia prometer mundos e fundos. Acabou no que acabou. Sabes qual foi a altura em que o estado empregou mais gente no funcionalismo público? Basta dar uma olhadela nos diários da república da época ou então ler os jornais também dessa altura.
    Algumas vez te deste ao trabalho de analisar a atitude do senhor Presidente da República da época sobre a forma de actuação com as situações verificadas?
    Quando António Guterres decidiu abandonar, o senhor Presidente da República, de acordo com as suas competências, e muito bem, chamou a Belém os responsáveis do PS para saber quem iria substituir António Guterres. Foi o PS que não quis continuar a governar. Então houve eleições. Quando Pedro Santana Lopes era primeiro ministro, o mesmo senhor Presidente da República, por razões que ele entendeu válidas, em tempo recorde, tomou a decisão de dissolver a Assembleia da República sem o ter comunicado ao Presidente da mesma, conforme foi noticiado na comunicação social da época. Aqui convém perguntar porque razão não chamou o PSD a Belém, à semelhança do que fez com o PS, para perguntar se alguém pretenderia substituir Pedro Santana Lopes na liderança do governo. Estavamos a meio do mandato concedido pelos portugueses em eleições livres.
    E toda a polémica gerada na substituição de José Manuel Barroso, por Santana Lopes,porquê?
    Quando votamos,o símbolo que nos aparece no boletim de voto é dos partidos e não das pesoas.
    Acaso em Inglaterra o antigo primeiro ministro, não foi substituído por outro sem haver necessidade de eleições?
    Muito mais haveria para dizer, mas por ora, fico por aqui.

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  3. SR. JOSÉ AUGUSTO

    QUANDO DURAO BARROSO FOI PARA BRUXELAS O PRESIDENTE DA REPUBLICA NÃO CONVOCOU ELEIÇOES E IRRESPONSÁVELMENTE ACEITOU O NOME PROPOSTO PELO PSD PARA PRIMEIRO MINISTRO E FOI O QUE SE VIU. O MESMO CAVACO SILVA QUE O SR. MANIFESTAMENTE ADMIRA VEIO NA ALTURA DIZER QUE A BOA MOEDA AFASTA A MÁ MOEDA. SERÁ QUE SERIA JUSTO PARA A PAÍS O PRESIDENTE DA REPUBLICA ANDAR A NOMEAR PRIMEIRO MINISTROS ATÉ QUE O PSD ACERTASSE NUM À ALTURA DAS RESPONSABILIDADES?
    EM 2007 O PSD ELEGEU UM LIDER.
    EM 2009 HAVERÁ ELEIÇÕES LEGISLATIVAS E O POVO ESCOLHERÁ.
    PENSO NO ENTANTO QUE NÃO É COM MENEZES E RIBAUS QUE O PSD CHEGARÁ AO GOVERNO DO PAÍS.

    EM CONSCIÊNCIAS AS PESSOAS VOTAM NOS PARTIDOS EM QUE NO MOMENTO MAIS CONFIAM.PODE NÃO SE CONCORDAR COM AS POLITICAS DESTE GOVERNO , MAS DE MOMENTE SERÁ QUE AS ALTERNATIVAS SÃO CREDÍVEIS?
    PENSO QUE NA ELEIÇÃO DO GOVERNO DO PAÍS NÃO DEVEM EXISTIR CLUBISMO MAS RESPONSABILIDADE, E AS PESSOAS RESPONSÁVEIS DA ÁREA DO PSD NESTE MOMENTO NÃO ESTÃO PRÓPRIAMENTE PREDISPOSTAS A DAR A CARA PELO PROTESTO NA ACTUAL LIDERANÇA.

    RELATIVAMENTE AO AFASTAMENTO DE SANTANA LOPES O POVO SÓ VEIO DAR RAZÃO AO PR - TEVE A HIPOTESE DE O ELEGER E NÃO O FEZ. sERÁ QUE O SR. NÃO CONFIA NO BOM SENSO DO POVO.

    PORQUE SERÁ QUE O PS CONTINUA À FRENTE NAS INTENÇÕES DE VOTO?


    DO PATRIOTA QUE AMA ACIMA DE TUDO PORTUGAL

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  4. Vitor Almeida.
    Você nem parece um homem com a instrução e cultura que diz ter.
    Então não é grave prometer uma coisa aos portugueses e depois fazer o contrário?
    Não se trata de o PS não cumprir as promessas. Trata-se de fazer uma politica precisamente oposta ao que anteriormente tinha prometido.
    Dir-me-á “…haaa…o Sócrates na altura não sabia como ia o País…”. E você pensa que os portugueses são burros?
    Então o seu Camarada Victor Constâncio, sim o governador do Banco de Portugal, não iria informar o seu camarada do estado financeiro do País, naquela altura?
    Alguém lhe chamou ingénuo, mas não é, Victor. De ingénuo você não tem nada.
    Mas também não pense que os outros são burros.
    Quanto às reformas que o seu governo está a fazer, algumas penso que serão boas. Por exemplo, as reformas na educação, penso que são as melhores medidas que estão a ser tomadas por este governo PS e pela Ministra da Educação. Os seus colegas de profissão que o digam.
    Eles, os seus colegas professores, assim o demonstraram na manifestação que fizeram em Lisboa.
    E não me venha cá com o PSD, pois entre o PS e o PSD a diferença é nenhuma.
    Victor, francamente, você tem cada uma.

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  5. Para o patriota que ama Portugal.

    A sua contribuição para debate deste tema só me vem esclarecer um pouco mais daquilo que é capaz o nosso Povo.
    Afinal merecemos mesmo estar na situação em que nos encontramos.
    Vendo e ouvindo as televisões portuguesas, encontramos toda uma oposição a gritar aos quatro ventos afirmando que o País vai de mal a pior.
    Vendo e ouvindo as mesmas televisões, deparamos com o senhor primeiro ministro e demais membros do governo a dizer que o País nunca esteve em tão óptimas condições como nesta altura.
    Alguns socialistas,poucos,ainda vão tendo a ombridade de em "off the record", afirmar que isto não está lá muito bem.
    Vendo,ouvindo e lendo a imprensa estrangeira, constactamos que Portugal está quase no penúltimo lugar dos países mais pobres da UE.
    Certamente o sr. patriota não deve ter visto o documentário emitido numa televisão portuguesa recentemente, de autoria da TV Aljazira.
    Aconselho a que leia a imprensa escrita inglesa e a portuguesa, de cariz económico.

    "Em consciências as pessoas votam nos partidos..." são palavras escritas suas.
    Estou de acordo.
    Então o sr. José Augusto Marques não deixa de ter razão quando diz que o sr. Presidente da República deveria ter convocado o PSD para escolher nova pessoa para primeiro ministro a fim de substituir o Dr. Santana. E Porquê? Porque o PSD obteve a maioria nas eleições,não foi o Dr. Barroso.
    Se o PSD não o fizesse ou então insistisse na mesma pessoa, aí sim, justificar-se-ia com todo o direito à convocação de novas eleições.

    Eu entendo que quando se pretende falar de algo, seria bom primeiro ter alguma formação ou conhecimento minimo das coisas.
    Não basta sermos pessoas cheias de boa vontade ou portadores de cartão politico, para termos razão naquilo que dizemos.
    Por fim,só não ficamos mal na fotografia de família, porque acabamos por utilizar a cobardia ao abrigo do anonimato.

    Como diz o autor do Post Original, assim...não.
    Eu digo mais,se continuarmos assim (e sou daqueles que acredito que José Socrates,não o PS,voltará a ganhar as próximas eleições),então em Portugal a diferença entre as classes sociais vai atingir um diferencial tão grande, que cada vez mais vai haver poucos ricos e imensos pobres.

    A qual delas pertence?

    Um abraço do Mário Pinto.

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  6. Máscara Vitor Almeida
    Ao anónimo de 9 de Abril de 2008 às 23:14. (Sim, porque a resposta ao amigo José Augusto foi correctamente dada pelo Patriota, isto está lindo, está…)
    Como diz o Xico, e muito bem, deixemos de lado os aspectos subjectivos, os burros, os inteligentes, os com cultura ou sem ela, os tombos e as motas e discutamos as ideias e os factos.
    Evidentemente que as promessas, para bem da sociedade, são para cumprir. No entanto, e como diz o povo, “só os burros é que não mudam”! Sempre considerei a acção politica um meio para alcançar um fim superior, a felicidade de cada um e de todos. Assim, entendo e compreendo que, correndo para esse fim, se sacrifiquem as práticas politicas. Não considero que os princípios e motivos de toda a acção governativa deste governo tenham sido enganadores. De forma insistente se procura a melhorias do país e consequentemente da vida das pessoas. Seria muito mais fácil governar ao sabor do “facilitismo” (aprendeu-se, ainda bem, com algumas praticas “guterristas”, como já alguém, anteriormente, referiu…) se o objectivo fosse unicamente o voto. Evidentemente que esse objectivo existe mas alcançável pelo rigor e pela seriedade. Daí, face a medidas tão impopulares, o PS continuar a ter uma grande aceitação e compreensão por parte do povo. Relativamente à educação, já várias vezes manifestei o meu desacordo com a atitude da ministra, como também considerei errado o Primeiro não intervir nesta matéria, deixando alguns “necrófagos” banquetear-se. No entanto, sobre politica educativa, já não penso o mesmo. Os próprios manifestantes, como diz no seu comentário, também concordam com o conteúdo e não com a forma! Podia aqui elencar um conjunto de medidas, introduzidas, com as quais estou totalmente de acordo, mas que são já sobejamente conhecidas pela maioria.
    Francamente, anónimo, deixe lá de o ser… vá lá, não custa nada…
    Abraço

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  7. Victor sinceramente...
    Será que tambem vives num mundo que não é o real, tal qual o teu "CHEFE"?

    Nos ultimos treze anos o P.S.D tem três anos de governação e tu, tal qual o teu "CHEFE", insistes em culpar o Dr. Barroso e o Dr. Santana Lopes por todos os males deste País?

    Queres fazer crer os Portugueses, tal qual o teu "CHEFE", que os dez anos de governação P.S foram de uma gestão celestial?

    Já nem essa teoria do apertar o cinto e de dar "porrada" na função pública resulta. Foi PORREIRO no inicio agora não passa de uma vergonha aquilo que o teu "CHEFE" insiste em fazer ao País, aliás neste governo o que se diz na segunda feira já não é o mesmo que se pratica na sexta-feira, é assim que vai ficar conhecido o teu "CHEFE" : - O homem dos recuos!

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  8. Mas afinal os senhores socialistas andam a pretender enganar quem?
    Será possível que ainda acreditem que estamos a ser tratados melhor do que ninguém?
    Acreditam mesmo que estamos melhor do que os outros paises da europa?
    Então os tribunais a rebentar pelas costuras com processos e processos em atraso, uns em cima dos outros, alguns já prescreveram por passagem do tempo, e depois ainda dizem que há gente a mais.
    O que dizer dos professores? Não podem dar uma estalada num aluno, senão são logo processados pelos pais e ministério. Mas os alunos e pais esses podem bater nos professores e nada lhes acontece.
    E que dizer dos agentes de autoridade? Quantos não vimos já na comunicação social dizer que não têm dinheiro para carburante dos veículos? E falta de armamento?
    E a falta de autoridade?
    E que dizer daqueles políticos que após 10 a 12 anos de actividade reformam-se com pensões chorudas? Então e nós temos que trabalhar até aos 65 anos de idade? Isto é que é democracia?
    Será de crer que ainda há pessoas a dizer que estamos melhor do que há 10 anos atrás? Ou são putos ou são betinhos do papá.
    Sim porque eu, os meus irmãos e muitos dos meus amigos e respectivos pais, sabemos bem o que é hoje a vida e o que era em 1998.
    Haja decoro e bom senso.

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  9. E nós, cidadãos, subservientes uns, candidatos a alpinistas outros, agarrados que nem lapas a tachos e benesses vitalicias alguns felizardos, não teremos a nossa quota parte no actual estado ? Serão só os governos ou candidatos a governantes, agora liderados pelo inconfundivel Ribau e chefe, os responsáveis pelas assimetrias que se vão aprofundando na sociedade portuguesa? O indice de desenvolvimento humano real do país, não me refiro ao das estatisticas oficiais, não integrará uma variavel independente, como se diz na econometria,que se identifica com os nossos comportamentos de pais e/ou filhos, consumidores, produtores ... cidadãos ? E também pergunto aos descontentes, se terão merecido mordomias perenes que o sistema lhes proporcionou. Pensem bem! Temos uma estrutura produtiva em que um activo paga mordomias perenes para 2 inactivos. Será viavel uma sociedade com uma estrutura produtiva eternamente protegida (foi assim desde 1933 - Lei dos monopólios)? Será viavel uma economia ancorada no subsidio fácil, resistir à concorrência global das novas economias emergentes? Estes alguns dados da equação que o mais ousado dos economistas, liberal, neoliberal, Keynesiano ou Marxista, dificilmente conseguirá resolver.

    E já agora, também questiono: Não haverá aqui, por este espaço, demasiados candidatos a um só posto? Será que o Professor Presidente se vai deixar apear tão fácilmente apesar do desempenho dos seus pares e da ausência de um projecto para o concelho? Toninho, tem cuidado! Eles estão de faca afiada, os teus pares. Talvez esses sejam mais perigosos do que os tradicionais antagonistas, diga-se em boa verdade, com coerência honestidade intelectual e competência na pessoa do Dr. Orlindo.
    JPF

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  10. SR. MÁRIO PINTO

    NA QUESTÃO DE SER RICO OU POBRE, ISSO DEPENDE DO PONTO DE VISTA, TAL COMO O COPO MEIO CHEIO OU MEIO VAZIO.

    RELATIVAMENTE À QUESTÃO DE SANTANA LOPES ELE FOI A VOTOS E O POVO COMO, JÁ DISSE, NÃO O ELEGEU.

    ATÉ O ACTUAL PRESIDENTE DA REPUBLICA, UM SOCIAL DEMOCRATA, EXIGIU QUE A SUA IMAGEM FOSSE RETIRADA DOS CARTAZES DE CAMPANHA ELEITORAL.

    APESAR DE INSIUAR QUE SOU MAL INFORMADO, NO ENTANTO SE A MEMÓRIA NÃO E ATRAIÇOA, OS PIORES ATAQUES POLITICOS QUE SOFREU SANTANA LOPES FOI PRECISAMENTE DA SUA FAMILIA POLITICA, DESDE CAVACO SILVA A MARCELO REBELO DE SOUSA ENTRE OUTROS.

    NESTE MOMENTO O PS APARECE À FRENTE NAS INTENÇÕES DE VOTO E OLHE QUE PODE TER A CERTEZA QUE NÃO É COM OS VOTOS DOS SOCIALISTAS.A QUEM EU MAIS OIÇO O CONTENTAMENTO PELAS POLITICAS SEGUIDAS PELO ACTUAL GOVERNO É AO ELEITORADO, NÃO MILITANTE, MAS DE DIREITA. SOCIOLOGICAMENTE PORTUGAL É UM PAÍS DE DIREITA, QUE GOSTA DE AUTORIDADE E AUTORITARISMO.
    A DEMAGOGIA PELOS VISTOS JÁ NÃO DÁ VOTOS.

    COM CONSIDERAÇÃO

    PATRIOTA

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  11. Porque penso que é uma referência na sociedade contemporânea que dispensa apresentações, penso que é pertinente introduzir neste debate este escrito publicado no Jornal "Público".Ora, leiam por favor.


    SÓCRATES E A LIBERDADE

    por António Barreto in "Publico"



    EM CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1974 , criou raízes entre nós a ideia de que qualquer forma de autoridade era fascista. Nem mais, nem menos.
    Um professor na escola exigia silêncio e cumprimento dos deveres?
    Fascista! Um engenheiro dava instruções precisas aos trabalhadores no
    estaleiro? Fascista! Um médico determinava procedimentos específicos
    no bloco operatório? Fascista! Até os pais que exerciam as suas
    funções educativas em casa eram tratados de fascistas.
    Pode parecer caricatura, mas essas tontices tiveram uma vida longa e
    inspiraram decisões, legislação e comportamentos públicos. Durante
    anos, sob a designação de diálogo democrático, a hesitação e o
    adiamento foram sendo cultivados, enquanto a autoridade ia sendo posta
    em causa. Na escola, muito especialmente, a autoridade do professor
    foi quase totalmente destruída.

    EM TRAÇO GROSSO, esta moda tinha como princípio a liberdade. Os
    denunciadores dos 'fascistas' faziam-no por causa da liberdade. Os
    demolidores da autoridade agiam em nome da liberdade. Sabemos que isso
    era aparência: muitos condenavam a autoridade dos outros, nunca a sua
    própria; ou defendiam a sua liberdade, jamais a dos outros. Mas enfim,
    a liberdade foi o santo e a senha da nova sociedade e das novas
    culturas. Como é costume com os excessos, toda a gente deixou de
    prestar atenção aos que, uma vez por outra, apareciam a defender a
    liberdade ou a denunciar formas abusivas de autoridade. A tal ponto
    que os candidatos a déspota começaram a sentir que era fácil atentar,
    aqui e ali, contra a liberdade: a capacidade de reacção da população
    estava no mais baixo.

    POR ISSO SINTO INCÓMODO em vir discutir, em 2008, a questão da
    liberdade. Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e
    tendências já mais do que simplesmente preocupantes. As causas desta
    evolução estão, umas, na vida internacional, outras na Europa, mas a
    maior parte residem no nosso país. Foram tomadas medidas e decisões
    que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão
    de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A
    vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se. A
    acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a
    vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos
    telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais
    e ilimitados. Por causa do fisco, do controlo pessoal e das despesas
    com a saúde, condiciona-se a vida de toda a população e tornam-se
    obrigatórios padrões de comportamento individual.

    O CATÁLOGO É ENORME. De fora, chegam ameaças sem conta e que reduzem efectivamente as liberdades e os direitos dos indivíduos. A Al Qaeda, por exemplo, acaba de condicionar a vida de parte do continente
    africano, de uma organização europeia, de milhares de desportistas e
    de centenas de milhares de adeptos. Por causa das regulações do
    tráfego aéreo, as viagens de avião transformaram-se em rituais de
    humilhação e desconforto atentatórios da dignidade humana. Da União
    Europeia chegam, todos os dias, centenas de páginas de novas
    regulações e directivas que, sob a capa das melhores intenções do
    mundo, interferem com a vida privada e limitam as liberdades. Também
    da Europa nos veio esta extraordinária conspiração dos governos com o
    fim de evitar os referendos nacionais ao novo tratado da União.

    MAS NEM É PRECISO IR LÁ FORA. A vida portuguesa oferece exemplos todos os dias. A nova lei de controlo do tráfego telefónico permite escutar
    e guardar os dados técnicos (origem e destino) de todos os telefonemas
    durante pelo menos um ano. Os novos modelos de bilhete de identidade e
    de carta de condução, com acumulação de dados pessoais e registos
    históricos, são meios intrusivos. A vídeo vigilância, sem limites de
    situações, de espaços e de tempo, é um claro abuso. A repressão e as
    represálias exercidas sobre funcionários são já publicamente
    conhecidas e geralmente temidas A politização dos serviços de
    informação e a sua dependência directa da Presidência do Conselho de
    Ministros revela as intenções e os apetites do Primeiro-ministro. A
    interdição de partidos com menos de 5.000 militantes inscritos e a
    necessidade de os partidos enviarem ao Estado a lista nominal dos seus
    membros é um acto de prepotência. A pesada mão do governo agiu na
    Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português com intuitos
    evidentes de submeter essas empresas e de, através delas, condicionar
    os capitalistas, obrigando-os a gestos amistosos. A retirada dos nomes
    dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de
    instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de
    fundamentalismo intolerante. As interferências do governo nos serviços
    de rádio e televisão, públicos ou privados, assim como na 'comunicação
    social' em geral, sucedem-se. A legislação sobre a segurança alimentar
    e a actuação da ASAE ultrapassaram todos os limites imagináveis da
    decência e do respeito pelas pessoas. A lei contra o tabaco está
    destituída de qualquer equilíbrio e reduz a liberdade.

    NÃO SEI SE SÓCRATES É FASCISTA. Não me parece, mas, sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta
    é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das
    empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite
    que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas
    poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu
    ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função
    Pública, revisto e reforçado pelo seu governo. O Primeiro-ministro
    José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra
    autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal
    que Portugal conheceu nas últimas três décadas

    TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável
    para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos
    cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação?
    Acordo? Só se for medo...

    António Barreto \ Público"

    PS - Publicado neste bolg por João Neves.

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  12. O senhor Atónio Barreto é socialista ou não? Então vem dizer isto do nosso primeiro? O homem só podia estar a sonhar quando escreveu isto ou então as teclas do seu computador estavam trocadas. Como é possível um socilaista dizer isto doutro socialista? Então o mundo anda todo doido. Se Cavaco era contra Santana e agora é Barreto contra Sócrates, parece-me que temos aqui um empate. Viva a respública....

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  13. Para os amigos Socialistas.

    Amigos, tenham calma, não se enervem pois parece-me que o campeonato está ganho.
    Já o afirmei anteriormente.
    Agora convém não confiar muito com o ovo no c... da galinha.
    É que a política actualmente desenvolvida tem trazido alguns dissabores a algumas pessos.Que o digam alguns jovens que casaram, compraram casa, trocaram de carro e até encomendaram um filho.
    Agora andam um pouco aos soluços.
    Perguntei ao sr. Patriota a que classe pertencia, não me respondeu directamente, mas já a identifiquei.
    Para si directamente e para os outros posso afirmar-lhe que as decisões do actual governo n~ºao me incomodam rigorosamente nada.
    Não é que eu esteja mal na vida, não senhor, mas acredite que existe muita gente pior do que eu.
    Como diz um meu amigo, paciência, para haver ricos é preciso que haja cada vez mais pobres.

    Um abraço do Mário Pinto.

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  14. Não sou PPD nem tão pouco PS. Não sou de nenhum partido politico.Nenhum defende os meus direitos na totalidade, logo não me satisfazem.
    Mas que o sr José Augusto Marques tem razão, lá isso tem. Gostemos ou não, nunca se viveu tão mal neste País como actualmente.Outros dirão que nunca se viveu tão bem. Há que respeitar as opiniões, mas não podemos é concordar com aqueles que olhando à volta vêm tudo cor de rosa.
    Resta-nos esperar que as pessoas sejam de bom senso e nas próximas eleições meditem bem antes de decidir a sua intençao de voto.
    Mas sinceramente se olharmos à volta também somos capazes de ficar um pouco indecisos, já que as alternativas,sinceramente não são muito credíveis.
    Esta questão pode levar-nos a uma outra discussão.
    A valorização da classe política.
    Prometo voltar com um tema destes para discussão.
    Fico preocupado com a afirmação do sr Mário Pinto, quando diz que para haver ricos tem que haver cada vez mais pobres.
    O problema é que o sr. tem razão.

    Jorge Raimundo.

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  15. Muito bem... Gostei do que li....
    Mas recordo-me eu que há uns anos em Liderânça Governativa PSD o país estava e foi deixado de tanga, com uma escapadinha de um cherne para Bruxelas...
    Pois bem,... eu prefiro que façam estradas novas e se paguem, que se façam SAP (verdadeiros, com equipamento material e humano) e se fechem os SAP que só se socorrem dos Hospitais Distritais. Mas que vão aos poucos baixando os impostos, para tapar o derrape dos submarinos (ainda vou visitá-los ao Museu no Côa)... Agora lamento que os impostos só subam para o Povinho, e os chernes continuem com cartão, carrinho, motorista, ama, e afins....

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  16. Um Presidente pedir a demisão d Director do IGESPAR? Parece-me que será mais um número do vice! Ou será que não têm noção do ridiculo? Há uns tempos meteram-se numa alhada de que saíram chamuscados "A do RSI" com o IPS, lembram-se? Ou quererão rivalizar com o AJJ?
    Qual será o próximo número? Fizeram a cambalhota MM-LFM/Ribau. Sairam-se mal na foto! E agora? A coerência, ainda é uma virtude que os Almeidenses prezam.

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