31 outubro, 2009

Ranking de Escolas

Ano após ano a nossa Escola continua classificada em lugares nada dignificantes.
Ano após ano vemos o nome da Escola de Almeida, Escola Básica e Secundária Dr. José Casimiro Matias, nos últimos lugares do ranking nacional.
Desta vez classificou-se no nº 595, entre 604 escolas, em 10º lugar a contar do fim.


Classificou-se como a pior escola do Distrito da Guarda.


As 20 Escolas com pior média de CE:

Tipo / Concelho / Escola / Média de CE / Nº de Exames


1. PUB Mesão Frio Escola Básica e Secundária Prof.António da Natividade - Mesão Frio 6,81 180
2. PUB Câmara de Lobos Escola EB23 do Carmo 6,89 318
3. PUB Nisa Escola Básica e Secundária Prof. Mendes Remédios - Nisa 7,01 185
4. PUB Mogadouro Escola Básica e Secundária de Mogadouro 7,08 322
5. PUB Almeida Escola Básica e Secundária Dr. José Casimiro Matias 7,12 151
6. PUB Figueira de Castelo Rodrigo Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo 7,19 189
7. PUB Peso da Régua Escola Secundária do Rodo 7,23 110
8. PUB Porto Escola Básica e Secundária do Cerco 7,46 321
9. PUB Loures Escola Secundária de Sacavém 7,47 268
10. PUB Lisboa Escola Secundária Marquês de Pombal 7,48 99
11. PUB Alfândega da Fé Escola Básica e Secundária de Alfandega da Fé 7,53 230
12. PRI Porto Externato Académico 7,66 700
13. PRI Porto Externato D. Dinis (StªCatarina) 7,70 646
14. PUB Amadora Escola Secundária Dr. Azevedo Neves 7,74 177
15. PUB Tábua Escola Secundária de Tábua 7,77 249
16. PUB Vinhais Escola Básica e Secundária D. Afonso III - Vinhais 7,78 275
17. PUB Torre de Moncorvo Escola Básica e Secundária Visconde de Vila Maior - Torre Moncorvo 7,83 216
18. PUB Mora Escola Básica e Secundária de Mora 7,86 101
19. PUB Valpaços Escola Secundária de Valpaços 7,89 445
20. PRI Estrangeiro Instituto Diocesano de Formação João Paulo II 7,91 156


Mais que um artigo crítico ou intenção de arranjar culpados para esta situação, a minha intenção será de criar uma oportunidade de debate para esta triste realidade.


Exorto quem de direito a debater esta problemática e, com toda a humildade, tentarmos lutar contra esta triste realidade.


Eu não acredito que os nossos filhos sejam menos inteligentes que os outros.


Será dos alunos?
Será dos professores?
Será do sistema de ensino?
Será das instalações?
Será do equipamento?
Será dos pais ou encarregados de educação?


O que eu sei é que temos a pior Escola do Distrito da Guarda.


Recuso-me firmemente a enterrar a cabeça na areia ou a assobiar para o ar.


Vamos ao debate.


Para ver o ranking, clique aqui:
http://jn.sapo.pt/infos/ranking2009.pdf


João Neves

22 comentários:

  1. o primeiro tema a debate que vejo em condiçoes no A.F.

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  2. Finalmente..... um tema que merece ser debatido.
    Srs. Professores iniciem o debate e digam o porquê desta situação, para depois nós podermos contribuir com mais comentários.

    Obrigado pelo tema que sai da esfera "só politica".

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  3. Mas o que é essa história do Ranking?
    Alguém sabe o que é avaliado no Ranking?
    Será apenas uma nota de exames ou será toda a vida formativa do aluno.... agradeço esclarecimentos.

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  4. Bom,
    Aqui só estão as piores escolas e as boas?

    http://www.scribd.com/doc/21010506/Ranking-Das-Escolas-2009-Dn

    Se analisarmos, verificamos que as escolas do Top são Colégios particulares.

    Um bom ou mau professor, tanto o é na Guarda como em Almeida, em Lisboa, etc. De facto, o que muda é a matéria prima. Não digo que a matéria prima de Almeida seja pior que a matéria prima do Colégio Rainha Santa em Coimbra, mas a postura dos alunos de certeza que é diferente.

    Jovens que têm motivação, que sabem o que querem, certamente que serão bons alunos. Jovens que se sentem sem objectivos, para quem a escola é obrigatória e se torna uma seca certamente não terão.
    Ora, o que acontece muitas vezes é que nas escolas do interior, por falta de alunos, abrem só uma área, a Cientifico Natural, por exemplo. É evidente que nem todos os jovens sentirão apetência por disciplinas como Biologia, Fisico-Quimica e Matemática. Conheço um caso de um jovem que por imposição dos pais ficou numa escola onde só havia a área Cientifico Natural. Resultado, nas disciplinas de letras, óptimo aluno, nas ciências, péssimo! Mudou de escola e de área de estudo.


    Será que os nossos Jovens se matriculam nas disciplinas /áreas para as quais estão motivados???? ou matriculam-se porque têm que se matricular?


    Alda Martins

    Prof. Ens. Sec.

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  5. Cara Alda Martins...
    "Um bom ou mau professor, tanto o é na Guarda como em Almeida, em Lisboa, etc",
    concordo mas o memso aplica-se aos alunos.

    Talvez devesse ser feita uma avaliação para saber qual "linha" deveria o aluno seguir, por forma a ser melhor aproveitado o seu potêncial.

    Relativamente ao ranking, onde entram vários factores devo dizer que tenho conhecimento que num colégio privado de Lisboa, que se encontra muito bem classificado (nos primeiros), não é permitida a entrada da PSP para tomar conta dos roubos/furtos / agressões que ali acontecem, porquê? Simples, estraga a reputação, pois isso só acontece na pública e em bairros degradados.

    Se vivemos dos Srs. que têm dinheiro, não permitimos que estes conheçam a realidade da insegurança.

    Bom, isto tudo para dizer que o ranking não é real. Ele é trabalhado por forma a servir melhor os interesses.

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  6. Caro Anónimo,

    de facto, os alunos não são melhores aqui ou ali. A razão pela qual escrevi que um professor tanto é bom ou mau no lugar x ou y, é porque muitas vezes vejo alunos sairem em debandada de uma escola de uma vila para uma escola da cidade argumentando que lá os professores são melhores.

    Dou aulas há 23 anos, já passei por várias escolas, os contextos foram diferentes, evidentemente. Dei aulas em escolas de grandes cidades, periferia e interior.


    É necessário, antes de mais, conhecer a realidade que temos á nossa frente, isto é, a matéria prima e o contexto que as rodeia.

    Há jovens que saem de casa ás 6 da manhã para terem aulas ás 8.30; muitos desses jovens levantaram-se ás 5 e foram ajudar os seus pais em trabalhos domésticos. muitos desses jovens não tomaram pequeno almoço. Chegam á escola, com sono e com fome. Poderão esses jovens aguentar das 8.30 até ás 13.30, tês professores a falarem de conteúdos programáticos?????
    Almoçam na cantina da escola, alguns é a única refeição diária. Saem ás cinco, levam uma carrada de trabalhos de casa e chegam a casa ás 8 da noite. A essa hora também têm de ajudar os pais.

    Terão esses jovens tempo para estudar??????

    E como serão as familias desses jovens????

    Como o sr. Anónimo referiu, os srs que têm dinheiro, colocam os seus filhos em colégios, em explicações. Olhe sr. Anónimo, sou professora e sou contra as explicações. Eu não dou explicações, é uma questão de Ética, eu explico nas aulas, os alunos tiram dúvidas nas aulas.

    A questão do Ranking, como todos sabemos, é uma falsa questão, pois quando os alunos se submetem a exame como externos a nota não conta para a média. Logo, se os professores só levarem a exame os bons alunos, é evidente que a média sobe.

    Claro que o Ranking é trabalhado.

    Todos dizemos que "está tudo mal", mas parece que pouco fazemos para melhorar o que está mal.

    Não conheço a realidade de Almeida, mas não é só em Almeida que as coisas estão mal. E estão mal porque a maioria das pessoas não faz nada para que as coisas mudem.

    A mudança tem de começar efectivamente em casa. A família é o lar, o primeiro meio em que a criança está inserida. São os pais que têm de incutir valores, regra aos seus filhos, e agora estou-me a lembrar do livro de Daniel Sampaio "Inventem-se Novos Pais". Os pais, depois os educadores, a sociedade. Enquanto os pais pensarem que a educação é obra unica exclusiva dos professores, estamos ma.

    costumo dizer aos pais dos meus alunos: quando o seu filho entra na minha sala, ele já traz uma mochila. Essa mochila vem carregada de valores, normas, objectivos e expectativas. O meu papel aqui é despoletá-las, desenvolvê-las. Mas para que isso aconteça é necessário que o meu aluno, filho deste ou daquela pessoa esteja interessado em "desenvolver as capacidades que tem dentro dele", caso contrário, nada feito.

    Se o meu aluno já vem de casa com o preconceito de que a escola é uma seca, e outras coisas mais, o que posso eu fazer? Tenho, claro, o dever de mudar esta atitude, mas vou-lhe dizer sr. anónimo, em turmas de 26 alunos, ás vezes é difícil.


    Quero agradecer ao autor do artigo esta oportunidade de debate. São evidentemente estas discussões que poderão melhorar as nossas acções, em vez de ficarmos no marasmo a queixarmo-nos de tudo e de todos.

    Bem haja!
    Alda Martins

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  7. Cara Alda Martins....
    Estou totalmente de acordo com o que escreveu.
    Apetece-me só acrescentar que alguns pais despem-se do papel de educadores, deixando esse papel "só" para os professores.

    Quanto às explicações, vejamos:
    Quem as dá?
    Porque as dá?

    Quem as dá são os professores e eu discordo.

    Dão-as porque, uns não são colocados e é uma forma de "sobreviver" e estar ocupados naquilo para que foram formados, e aqui nada tenho a opor-me, já o outros que as dão no pós laboral e aos alunos que ensinam no estabelecimento oficial, não posso concordar.

    Onde está a Lei das incompatibilidades? Sei que não se aplica a este caso, mas não deveria ser incompatível?

    Se assim fosse talvez outros professores que não são colocados, pudessem leccionar em explicações e minorar a situação precária a que estão sujeitos. Talvez deixasse-mos de ver professores nas caixas dos Hipermercados e outros.

    Na cidade onde vivo o Centro de estudos, onde tenho a minha filha, tem cerca de 12 professores que não foram colocados e que ali prestam serviço, dentro da área que foram formados. Julgo ser positivo para eles.

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  8. Olá caro Anónimo,

    Obrigada por estar de acordo comigo em alguns aspectos do meu comentário.

    Relativamente ás explicações, elas sempre existiram, bem como os explicadores.

    Porque é que os alunos vão para as explicações?

    No meu tempo, íamos para a explicação quando não percebíamos determinados conteúdos.

    Hoje, alguns jovens vão para a explicação antes das aulas começarem. É normal vermos, nas cidades, a partir do dia 1 de Setembro, alunos a caminho das casas dos explicadores.

    Mas como sabe, nem todos os jovens têm essa possibilidade, e então, gera-se uma desigualdade.

    Numa turma de 26 alunos, por exemplo, 13 andam na explicação a várias disciplinas, normalmente são as disciplinas que são objecto de exame. Outros 13, porque os pais não podem pagar aos explicadores, não andam. Ora, o que acontece, estes meninos que já vêm para a sala de aula com alguns conhecimentos prévios, acabam por se desinteressar e destabilizar a aula prejudicando a aprendizagem dos seus colegas e o desempenho do professor.

    Evidentemente que todos temos de nos sustentar e trabalhar, mas ás vezes, a escola paralela, na minha opinião, só vem trazer problemas, quer ao professor que lecciona as matérias quer aos alunos que estão ali para as aprender. (Contudo, não há regra sem excepção).

    ( A questão da não colocação dos professores tb é um bom tema para ser discutido)

    Eu costumo na primeira aula de apresentação perguntar aos meus alunos, porque estás nesta área, o que queres ser?
    Cada vez mais é necessário encaminhar os jovens para cursos que os preparem para a vida activa. Os tempos mudaram e as novas tecnologias tomaram conta do saber. Não são só os professores que estão desempregados, Advogados também.
    Digo-lhes sempre, nivelem-se para o 20, nunca para o 10, porque se se nivelarem para o 20 provavelmente conseguirão 18 ou 19 ou até mesmo 20, se se nivelam para 10, não chegam a lado nenhum.

    Os nossos jovens precisam de incentivo, afecto, e carinho.
    Quantos jovens deambulam pela rua, sozinhos, tristes, porque em casa o ambiente familiar é degradante, porque em casa ninguém o ouve e ninguém quer falar com ele. Quantos jovens se fecham no quarto porque os pais não têm tempo para eles?????

    Relativamente ás questões colocadas pelo Autor do artigo logo no inicio, a saber, "Eu não acredito que os nossos filhos sejam menos inteligentes que os outros.


    Será dos alunos?
    Será dos professores?
    Será do sistema de ensino?
    Será das instalações?
    Será do equipamento?
    Será dos pais ou encarregados de educação?"

    A culpa é de todos evidentemente, e as soluçoes também devem ser encontradas por todos.

    Hoje a escola é local de excelência para a formação dos jovens. mas, a escola não é só professores e alunos, a escola é também, Pais, Encarregados de Educação, Autarquia, Governo.

    Se não dialogarmos todos nunca vamos resolver nada.



    Vou terminar, como professora, solicito a todos os pais, como eu, pois também sou mãe. Dêem amor e carinho aos vossos filhos, preocupem-se com o percurso escolar deles, façam visitas á escola, falem com os Directores de Turma dos vossos Educandos, dialoguem com os vossos educandos, preocupem-se com o futuro deles. Antes de serem alunos do professor A, B,C, eles são vossos filhos.


    Alda Martins

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  9. Devemos dizer que titulares de cargos sindicais, chegam ao topo da carreira sem o conveniente exercício docente.
    Existe um mal na classe docente, que é possuirem um saber desprovido de experiência. Os educadores possuirão experiência desprovida de saber? Talvez!
    Fala-se dos pais dos alunos e dos alunos. Está correcto, pois é neles que todas as preocupações se devem concentrar.
    Convém não esquecer também, do comportamento do sindicalista Mário Nogeira. Este senhor, na qualidade de presidente da secção de patinagem da Académica, na época 2005/2006, conseguiu a proeza de obter 5 suspensões por comportamento incorrecto ofensas aos árbitros, no total de 2 meses, e multas de 500 euros. Que rico exemplo de educação!
    Finalizando, concordo que a mudança tenha de começar em casa. A família é o lar! No entanto, e como nos dias de hoje se tornou demasiado fácil apontar baterias aos pais, gostaria de saber quais os valores que os pais ou os educadores, incutiram aos seus filhos e filhas que hoje são professores ( dezenas de milhares) por este país fora.
    Por ser assunto da esfera privada e íntima que qualquer ser humano tem direito, eu nem quero saber, mas, e nós pais que estamos constantemente a alimentar, por tudo e por nada, a curiosidade dos senhores professores fornecendo informações de foro privado e íntimo das nossas vidas e das suas condições? Como nos sentimos?
    Há que acabar com estas histórias, a pretexto de conhecer a realidade que se tem à frente, e passar a investir mais naquilo para o qual os professores foram contratados- ensinar.
    Se não forem capazes, "inventem-se novos professores".
    Se os professores, saem de casa e chegam à escola com o preconceito de que a escola é uma seca, e outras coisas, que podem os alunos fazer? E nós, pais, que assistimos à décadas ao descontentamento dos professores?

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  10. Sr.(a) Dança Com Lobos

    Penso que o propósito deste debate é tentarmos saber porque é que determinadas escolas estão nos últimos lugares do Ranking.

    Não concordo que se encete aqui um ataque "ad hominem". Utilizar este debate para acusar o sr. Mário nogueira que nem sequer está aqui para se defender, considero que não faz sentido.

    Quando diz que existem dezenas de milhares de professores que não têm valores, decerto que existirão dezenas de milhares de outras profissões que também não os têm. Então, não podemos generalizar, existem em Portugal, professores, advogados, médicos, pedreiros, etc, que não têm valores, que não sabem , por exemplo, guardar sigilo profissional, etc, etc,

    Quando diz que é necessário inventarem-se novos professores, provavelmente será, tal como muitos outros profissionais neste país.

    Nunca aqui disse que os professores saíam de casa com o preconceito de que escola é uma seca.

    Sou professora por opção, por gosto. Tenho projectos, objectivos. A minha linha de pensamento baseia-se nos Quatro Pilares da Educação De jacques Delors, ser Professor não é só ensinar conteúdos, é ensinar, além de outras coisas, APRENDER A SER.

    http://4pilares.net/text-cont/delors-pilares.htm

    Sr(a) Dança com Lobos, como Professora e Directora de Turma não me interessa nada saber a vida particular de ninguém, mas quando uma mãe me chega á escola e me diz: não tenho dinheiro para dar de comer aos meus filhos porque estou desempregada, o meu marido gasta o vencimento no alcool e maltrata-nos, fico incomodada. Fico incomodada quando um aluno me chega á aula atrasado e no intervalo me diz: desculpe stora mas estive no mns até ás 3 da mnhã e adormeci. Fico incomodada quando uma aluna me pede falar comigo depois das aulas e se lança nos meus braços a chorar para me dizer que está grávida e não sabe o que dizer aos pais.

    Como vê, em 23 anos de serviço já presenciei muitas realidades tristes.

    Mas fico imensamente FELIZ quando os meus alunos ganham na minha disciplina um concurso a nível nacional como aconteceu o ano passado.
    Fico imensamente feliz quando vejo os meus alunos a entrarem em farmácia, medicina, engenharia, enfermagem etc.

    Fico imensamente feliz quando ex alunos me mandam mails a dizer que já são Drs. ou Mestres e querem tomar um café comigo.

    Dou apoio e ânimo aqueles que me dizem, olhe stora não acabei o 12º ano, estou a trabalhar de dia mas estou a tentar acabar o 12º Ano á noite.

    Alda Martins

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  11. Dou os meus parabéns à Dra. Alda Martins pelo contributo que está a dar a este debate que eu considero de extrema importância.
    Com este meu comentário quero também acrescentar algo.
    Primeiro e tendo por base os comentários da Dra. Alda, e se repararmos até agora foi a única professora a intervir e, notem bem, não é de Almeida, pelos vistos não é de Vilar Formoso. Portanto é de outra região do País que eu não sei qual é.
    Não estará aqui uma das razões por a Escola de Almeida estar tão mal cotada neste ranking?
    Porque tentar retirar responsabilidades aos Senhores Professores de Almeida, não é correcto. Eu penso até que eles são os principais responsáveis pela classificação vergonhosa em que está inserida a nossa escola de Almeida. Se não se distraíssem com outras questões, se não estivessem tão ocupados em outros afazeres e se dedicassem mais tempo e com total profissionalismo, aos seus alunos, talvez os resultados fossem diferentes. Olhe, Dra. Alda talvez lhes sobrasse tempo para ajudar e apoiar os alunos com problemas privados ou particulares, mesmo extra escolares, como a Senhora aí referiu e muito bem, porque não?
    Eu não estou a fazer a defesa dos pais dos alunos nem quero, porque eles ou nós não merecemos essa defesa. Mas sabem porquê? Porque permitimos que seja eleita uma comissão de pais que nada de positivo faz. Uma comissão de pais que tem assento nos órgãos da escola e que de positivo nada faz, a não ser um papel inoportuno e descabido nas respectivas reuniões.
    O que é interessante é sermos conhecidos dos professores dos nossos filhos, pois colaborar, ajudar e apresentar propostas aos docentes é completamente nula a sua acção.
    Por outro lado, os nossos professores estão muito incomodados com as reformas do governo. Mas o único ponto de realce para as contestações é o sistema de avaliação. Eu também estou de acordo que este sistema de avaliação tem muitos aspectos que necessitam de ser revistos e até possivelmente simplesmente anulados. Estamos de acordo. Mas não é só este sistema de avaliação que está ferido de anomalias. Também o sistema de avaliação dos funcionários públicos e das autarquias locais está com muitas anomalias. Ou será que não é publico que o sistema de avaliação do sector público se baseia no compadrio? Como se classificam os funcionários da nossa autarquia? Quais são os critérios? Todos nós sabemos quais são.
    Quero com isto dizer que o sistema de avaliação estão todos feridos de anomalias, quer seja no que se refere à educação, ao funcionalismo público ou autárquico.
    Sugestão? Querem melhor sistema de avaliação que o resultados dos nossos alunos e este mesmo ranking escolar?
    Voltemos aos exames. Que se prestem provas aos avaliados, quer sejam professores quer sejam funcionários públicos ou autárquicos e quem passar nos exames tem boas notas e quem não passar tem más notas. Querem sistema mais justo e coerente de avaliação? Quem tem medo de fazer exames de avaliação? Só os incompetentes ou maus profissionais.
    Haveria mais que comentar aqui, mas por agora fico-me por aqui.
    Não me identifico. Sou Pai de duas crianças e não acredito em bruxas, mas…que as há…há.

    Um Pai.

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  12. Caros(as) Srs(as)

    Alguém colocou aqui a questão " O que é o Ranking das escolas?"

    Deixo-vos aqui uma ligação para um Documento publicado no Público em 2004 que poderá esclarecer algumas dúvidas.


    http://static.publico.clix.pt/docs/educacao/rankingEscolas2004.pdf

    Alda Martins

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  13. Maria Clarinda Moreira6 de novembro de 2009 às 01:32

    Como em tudo o que envolve vários intervenientes e contextos, as respostas para os problemas não são simples nem podem ser genéricas. O caso do insucesso escolar em Almeida, que se vem arrastando desde há anos, exige ser estudado na sua especificidade, mas para isso tem de haver vontade de o fazer e a colaboração de todos, sem escamotear as fragilidades e responsabilidades dos vários intervenientes. Como se constata, o problema não está na interioridade, pois há escolas de sucesso nas zonas mais periféricas, e escolas de insucesso nos grandes centros urbanos. Nem as adversidades detectadas são intransponíveis, pois há também casos de escolas a mudar radicalmente de posição. O importante é haver uma postura de rigor e empenhamento dos vários intervenientes para se conhecerem as verdadeiras causas de insucesso e se poder actuar. Será que já se tentou fazer algo nesse sentido? E o quê, em concreto?

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  14. Claro está que poderíamos conjecturar de mil maneiras o modo como é elaborado o ranking das escolas, mas isso não alteraria substancialmente o lugar ao fundo, que os dois estabelecimentos de ensino oficial e secundário, ostentam nessa tabela. Penso também que o que está em ponderação e em causa, será o desempenho dos alunos e a qualidade/quantidade de conhecimentos que possuem, comparados com todos os outros dessa extensa lista. Portanto, os nossos alunos, na generalidade , são maus, ao que parece até dos piores a nível nacional.
    Não há que preocupar? Não há que reflectir? Se assim for, “siga a festa” e tudo vai bem. Se de outro modo, nos devamos preocupar e até envergonhar com isso, há que meditar, dialogar, na troca de pontos de vista e junto às entidades responsáveis propor o que se achar mais conveniente, após aturada e abrangente ponderação, de modo a que os nosso alunos melhorem, não apenas para ficarem melhor classificados nessa lista dos ranking, mas sim que isso signifique melhor preparação para quando saírem para o mercado do trabalho, saibam o mínimo exigido de qualidade as matérias que lhes foram ministradas.
    A generalidade dos alunos das duas escolas secundárias do concelho não têm problemas do foro social, desintegração do meio, problemas de pobreza e mau ambiente familiar. Pelo contrário, têm refeições a horas, transporte, boas instalações escolares e outras “mordomias” de qualidade para os seus lazeres.
    - São congenitamente subdesenvolvidos em termos intelectuais, incapazes de compreenderem as matérias? De certeza que não, pois até da região, ao longo dos tempos, têm saído “grandes cabeças” que se destacaram a nível nacional e internacional.
    Parece que o problema pode também ser abordado pela componente de falta de motivação dos alunos. Motivação que pode advir por algum desinteresse por parte dos pais no acompanhamento dos seus filhos, mas com particular incidência dos próprios jovens que por uma conjugação de factores vão aguentando ( mal) a seca que é estudar. O ambiente que em Almeida está instalado é neste momento , tal como em grande parte do país, de um facilitismo declarado, que nada abona o sentido de esforço e auto estima dos jovens em lutarem, em conseguir algo pelas suas próprias mãos…ou cabeças. Mesmo as entidades oficiais directa ou indirectamente com a sua acção nada têm contribuído para que o “status quo” melhore. São festas e festinhas, tudo ou quase tudo gratuito, ajudas financeiras em fartote, sem grande esforço até de quem as solicita. Ora, tudo isto, se não encontrar uma cultura e personalidade forte, bem formada por parte do jovem, em nada ajuda o seu empenho e esforço para singrar, para que venha a vencer, obtendo resultados positivos.
    (segue)

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  15. ( seguimento)
    O outro factor, com grande peso para o insucesso escolar, para além das políticas educativas do governo, são naturalmente os mestres. Aquelas pessoas que antigamente detinham grande prestígio como professores do ensino liceal e que hoje, infelizmente, se vulgarizaram e não se empenham como bons profissionais à que deveria ser a nobre causa que é o Ensino. Muitos, - e felizmente há sempre excepções - preocupam-se em “dar umas aulinhas”; se os alunos aprenderem, aprendem, se não, não aprendem e o que é preciso é que o fim do mês chegue depressa, que se vão acumulando anos de serviço, de maneira a estar menos sobrecarregado, e cada vez mais esteja colocado mais próximo do seu local de residência.
    -Sabe o nome do aluno A ou B? Não, não sabe; mais a mais, esteve parte do ano de atestado médico, portanto nem teve tempo para os conhecer.
    Claro que isto pode ser uma caricatura e de injustiça para os bons profissionais, mas metamos a mão na consciência e vejamos onde está a generalidade da verdade.
    Por tudo isso, e o mais que haveria a dizer, é urgente, é muito urgente, fazermos algo pelos nosso futuros homens e mulheres, para que quando saírem para as suas profissões sejam capazes de bem as desempenhar ,ganhando a sua vida. Já basta a crise de emprego que por todo o lado grassa .Não queiramos nós ainda contribuir, acrescentando um outro negativo factor para que os nossos jovens fiquem à mercê de qualquer subsídio de desemprego ou de reinserção social.
    Transcudano

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  16. Caro Sr. Pai
    Obrigada pelos Parabéns que me dedica.
    Gostaria de dedicá-los a cinco pessoas que considero terem sido os “Pilares” da minha educação, sem elas eu não seria, certamente, o que sou hoje.
    Aos meus pais, ao meu querido professor Eugénio (prof. Primário), á Madre Cristina (Directora de Turma e Professora de Matemática) e á minha vizinha e amiga Paulinha Tavares.
    Sr. Pai...
    Também sou mãe e já senti na pele o mau desempenho de colegas meus, mas “não coloquei tudo no mesmo saco”, isto é, não generalizei.
    Quando depois de analisar a situação verifiquei que os meus educandos estavam a ser prejudicados, identifiquei-me, reclamei por escrito,apresentando os meus argumentos.
    Quanto á situação da Escola de Almeida, não faço a mínima ideia de quem será a culpa.
    O Sr diz:
    “Porque tentar retirar responsabilidades aos Senhores Professores de Almeida, não é correcto. Eu penso até que eles são os principais responsáveis pela classificação vergonhosa em que está inserida a nossa escola de Almeida. Se não se distraíssem com outras questões, se não estivessem tão ocupados em outros afazeres e se dedicassem mais tempo e com total profissionalismo, aos seus alunos, talvez os resultados fossem diferentes.”
    Penso que os Pais/E.Educação se devem ,então, manifestar. É para isso que existem os representantes de pais nas turmas e a Associação de Pais. Os Pais estão representados no Conselho Pedagógico e na Assembleia de Escola, manifestem-se então, digam o que está mal. Tentem encontrar as causas e as soluções para o problema.
    Concordo plenamente com Clarinda Moreira quando diz:
    “O importante é haver uma postura de rigor e empenhamento dos vários intervenientes para se conhecerem as verdadeiras causas de insucesso e se poder actuar.”

    Alda Martins

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  17. Cara senhora professora Alda Martins.
    Tenho seguido atentamente as suas reflexões sobre o insucesso escolar e o sistema educativo português. Sobre elas não me vou deter neste momento. Mas há um pequeno pormenor (?) que me tem vindo a causar impressão quando leio os seus textos, sobretudo tendo em conta o seu tempo de serviço como docente. É a forma como acentua a contracção da preposição a e do artigo definido feminino a = à. É que faz questão de escrever sempre á. Não tem nada que saber, essa forma de acentuação não existe. Também é assim que preparamos as novas gerações de alunos, não acha?
    Talvez a leitura de uma obra recente do Círculo de Leitores, «O Português sem Erros», possa ser uma pequena ajuda. Entenda a minha crítica como construtiva...é só isso!
    Cumprimentos e continuação com sucesso da sua actividade docente em prol dos alunos, afinal a causa da existência dos alunos e da classe docente!

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  18. Caro Sr. Transcudano

    O senhor toca em "pontos chaves" do problema, como ,por exemplo: "O outro factor, com grande peso para o insucesso escolar, para além das políticas educativas do governo, são naturalmente os mestres. Aquelas pessoas que antigamente detinham grande prestígio como professores do ensino liceal e que hoje, infelizmente, se vulgarizaram e não se empenham como bons profissionais à que deveria ser a nobre causa que é o Ensino. Muitos, - e felizmente há sempre excepções - preocupam-se em “dar umas aulinhas”; se os alunos aprenderem, aprendem, se não, não aprendem e o que é preciso é que o fim do mês chegue depressa, que se vão acumulando anos de serviço, de maneira a estar menos sobrecarregado, e cada vez mais esteja colocado mais próximo do seu local de residência. "

    Muitos são assim, e, são esses que denigrem uma classe mas ... "há sempre excepções".

    "São congenitamente subdesenvolvidos em termos intelectuais, incapazes de compreenderem as matérias? De certeza que não, pois até da região, ao longo dos tempos, têm saído “grandes cabeças” que se destacaram a nível nacional e internacional."

    Claro que os vossos jovens não são menos que os outros.
    Concordo que daí surgiram pessoas de renome intelectual como, por exemplo, Eduardo Lourenço, filósofo e intelectual , nascido em S. Pedro de Rio Seco.

    Desejo, veemente, que a comunidade almeidense encontre uma solução para este problema.

    Alda Martins

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  19. Caro Sr. Júlio

    Muito obrigada pela correcção gramatical.

    Concordo que não é elegante uma professora com 23 anos de serviço cometer um erro tão básico.

    Claro que entendo a sua crítica como construtiva.

    Toda a crítica é salutar.

    Quanto ao livro que me recomenda, como deve calcular, tenho livros sobre o assunto inclusive do meu tempo de estudante.


    Fique ciente Sr. Júlio que vou corrigir.

    Certamente concordará comigo que não é nada elegante ouvir uma pessoa de alto destaque dizer: hádem …. em vez de hão-de.

    Cumprimentos e obrigada pela atenção minuciosa que dedica aos meus textos.

    Gostaria de saber qual a sua opinião sobre o assunto que estamos aqui a debater.


    Alda Martins

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  20. Gostaria de emendar o meu comentário,

    Onde digo Caro Sr. Júlio, quero dizer: Caro Sr. Anónimo. parece que houve aqui uma alteração da identificação.

    Alda Martins

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  21. A humildade com que a Prof. Alda Martins aceita o reparo sobre a acentuação demonstra que é uma pessoa bem formada e que, apesar do erro, como boa mestra está sempre disposta a reaprender, valorizando sobretudo o debate das ideias. É essa capacidade de aceitar as críticas construtivas que nem sempre os professores e não professores estão dispostos - e que é fundamental para o diálogo. Parabéns pela atitude!

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  22. Sr. Anónimo de 08 de Novembro de 2009 19:14, admitir o erro é algo que hoje em dia é muito raro.
    É difícil aceitar que se erra, mesmo sabendo que "Errar é Humano."
    Pois, para mim nunca o foi, entendo que tudo o que existe são meras construções sociais, e, por isso, a verdade é relativa. O que é hoje, não será daqui a cinquenta anos, por exemplo. Quando comecei a ler já sabia falar, daí que a minha mensagem pasasse mesmo sem saber as regras da acentuação em Português. Quando comecei a escrever e a ler, ofereceram-me um Dicionário Ilustrado e uma Gramática, guardo-os, ainda hoje têm o seu lugar na estante, mas infelizmente estão obsoletos, já não servem para os meus filhos, com tanto acordo ortográfico, com tantos neologismos …. É o aprender e desaprender para voltar aprender novamente.
    Também poderia ter escrito aqui em Inglês, mas correria o risco da maioria dos leitores não entenderem a minha mensagem.
    Mesmo assim, tendo optado pela língua portuguesa parece que muita gente não entendeu.

    Para terminar a minha participação neste “Debate”, queria referir mais algumas coisas, a saber:

    um dos factores que podemos apontar como causa do insucesso escolar nas regiões do interior é a desertificação. Escolas com poucos alunos são penalizadas no Ranking.

    Após pesquisa na net verifiquei o seguinte:

    http://agrup-almeida.ccbi.com.pt/file.php/1/Reunioes_e_Conselhos2.pdf


    A Escola de Almeida tem efectivamente poucos alunos no ensino Secundário, uma turma por Ano, da Área Cientifica. As disciplinas de: Fisico – Quimica, Biolgia, Português e Matemática são as que fazem parte da análise no Ranking,; Filosofia, Educação Física, Inglês, Psicologia B, Área de Projecto, e Biologia (12ºAno) não entram para a estatística do Ranking.
    Volto à minha questão inicial, estarão estes alunos todos motivados para esta área? Ou estão condicionados?

    Eu não sei, cada um deles saberá, ou não.

    É com alguma desilusão que verifico que:
    - um tema como este “morre na praia”;
    - os principais visados nem se manifestam.
    - os que participam fazem-no sob a égide do anonimato;

    Quero, contudo agradecer, mais uma vez, ao João Neves, a coragem de trazer à Blogosfera um assunto tão premente; à Drª Clarinda Moreira, por se ter identificado e exposto a sua opinião sobre o assunto , com a qual concordo absolutamente.

    Aos anónimos que me endereçaram os Parabéns, tenho a dizer, obrigada, mas, sinceramente, preferia que tivessem explanado aqui as vossas opiniões sobre o assunto.

    Alda Martins

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