08 maio, 2009

ALMEIDENSE LANÇA NOVO LIVRO


LANÇAMENTO DO NOVO LIVRO DO FILÓSOFO PORTUGUÊS ANTÓNIO TELMO: "CONGEMINAÇÕES DE UM NEOPITAGÓRICO"

9 Maio - 15h - Biblioteca Municipal de Sesimbra


"Congeminações de um Neopitagórico" é o título do novo livro de António Telmo, um dos representantes vivos da escola da filosofia portuguesa. Esta obra integra-se na colecção Nova Águia, dedicada à Filosofia e Cultura Lusófonas.
O lançamento terá lugar já no próximo dia 9 de Maio, pelas 15h, na Biblioteca Municipal de Sesimbra. Para além de contar a presença do autor, a obra será apresentada por Pedro Sinde. Estarão igualmente presentes Renato Epifânio, director da Colecção e da Revista Nova Águia, Carminda Proença e o editor Alexandre Gabriel. Nesta ocasião será igualmente apresentado o 3º número da Revista Nova Águia, dedicado ao legado de Agostinho da Silva.

SOBRE A OBRA
«Foram Portugal e Espanha - sobretudo Portugal - a darem ao Mundo o conhecimento de si mesmo. Agora lhes conviria e lhes caberia o papel de dar o conhecimento daquilo que é fundamental nesse Mundo: Toda a gente poder ter aquilo a que chamo de Vida Poética, no sentido de criadora, em qualquer dos domínios: artes, ciência, filosofia, mística.
Isso é possível e deveria fazer-se.»Agostinho da Silva

Este livro apresenta-se como o órgão literário de um pequeno círculo, animado pela vida contínua e pelo movimento de expansão e entrega ao Mundo.
É a expressão de um grupo que, desenvolvendo-se por mestria de esquadro e compasso, pretende cultivar a Vida Poética, tal como no-la faz entender Agostinho da Silva, em si e nos outros.


«Este é um livro que se lê e relê com o proveito contagiado pela alma ígnea que anima o autor. O seu estilo característico alia com mestria, como raramente se encontra, a arte de bem dizer e o dizer profundo ou fecundo ao humor, o que torna este livro, a par de outro comparável a este titulado Filosofia e Kabbalah, um caso único no panorama contemporâneo das letras em Portugal. A melhor forma de fazer jus ao livro é deixá-lo falar por si próprio.»Pedro Sinde

SOBRE O AUTOR

António Telmo nasceu em Almeida, distrito da Guarda, numa casa da rua do Convento, no centro do hexagrama formado pelas muralhas que cercam a vila.
Foi no dia 2 de Maio de 1927, pelas duas horas da tarde. O Leão aparecia no horizonte e o Sol erguia-se alto no Touro. Por uma dessas estranhas coincidências que, por vezes, marcam a relação íntima de certos acontecimentos, nas Centúrias de Nostradamus, escritas há cerca de meio milénio, vem anunciado o nascimento do "grande Portugalois", junto a um convento em "la Guardia". Claro que esta Guarda é outra e outro é o convento. Quem dera ao autor deste livro pertencer a uma organização conventual de altos espíritos que guardassem o mundo humano nestes tempos de fim. Viveu em Portugal 72 anos e os restantes fora de portas: em Moçâmedes (Angola), Brasília (Brasil) e em Granada (Espanha), dividindo-se até hoje o seu tempo por dezassete lugares. Recorda com gratidão Arruda dos Vinhos, da sua infância, que é ainda hoje a forma terrestre do seu Paraíso; Sesimbra, a da sua juventude que lhe ensinou o mar, a amargura e a imaginação; Évora e o seu passado de sombras e de história; Redondo, onde, antes do 25 de Abril, fundou a primeira escola democrática do país. Há vinte e tal anos ensina crianças em Estremoz. Em Brasília, a amizade de Eudoro de Sousa e de Agostinho da Silva pôs em professor universitário um homem que não teve a paciência nem gosto, até aos 40 anos, para completar a licenciatura na Faculdade de Letras de Lisboa. O aluno aqui era professor lá. Ensinou a Écloga IV, de Virgílio, durante três anos. Bastou-lhe este texto de algumas páginas, pois não confunde ensino com Internet. Iniciou-se como fazedor de livros aos 36 anos, com uma Arte Poética, não de versejar mas de dar voltas ao espírito. Tenciona nascer de novo, mas não sabe onde, nem quando, nem como, nem se isso é possível fora deste mundo. Entretanto, espera e crê, sem pressa, como aprendeu com os alentejanos, procurando estar de pé sobre a extensa planície, a toda a volta, com a sua sugestão de liberdade e de infinito.
In: Zéfiro, Edições

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5 comentários:

  1. SANTOS DA TERRA NÃO FAZEM MILAGRES!
    Eduardo Lourenço, de S. Pedro do Rio Seco, Pinto Monteiro, de Porto de Ovelha, Jaime Silva, de Almeida, e tantos outros, para quem nos tem governado não têm valor algum.
    Agradeço ao ALMEIDA FORUM e à Dra Clarinda por nos trazer mais este conterrãneo ilustre.
    Mas, estou convicto que esta terra orientada por este executivo não valorizará,à semelhança das outras, esta pessoa.
    Nunca percebi nem perceberei porque não terá a bliblioteca municipal de Almeida um nome à altura, uma vez que temos tanta gente ilustre.
    Porquê "Natércia Ruivo"?

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  2. Maria Clarinda Moreira10 de maio de 2009 às 19:05

    RELATIVAMENTE AO NOME DA DRA. NATÉRCIA RUIVO PARA A BIBLIOTECA DE ALMEIDA:

    O nome da Dra. Natércia Ruivo para a biblioteca municipal de Almeida foi, por acaso, até sugerido por mim. E digo, por acaso, porque tenho a certeza de que de que nunca lhe passaria pela cabeça semelhante ideia, nem, confesso, à primeira vista a muitos outros, incluindo eu própria. Contudo, por ocasião do seu trágico e inesperado falecimento, apresentei essa proposta ao Executivo camarário de então, sem sequer saber da eventual existência de outras propostas, por me parecer uma forma digna de reconhecimento da vila de Almeida pelo seu esforço constante pela melhoria de condições de educação dos jovens e das pessoas da sua terra, pela qual ela, ano após ano como professora e como vereadora da cultura, pugnou e acarinhou. Inclusive pela criação da própria biblioteca, por cujo processo foi responsável! Fui testemunha disso e, muitas vezes, confidente do seu desespero e decepção por não se conseguir fazer mais. E pude também inúmeras vezes presenciar o quanto aquela mulher, determinada e generosa, sacrificou a própria família, com a sua maior disponibilidade voltada para a comunidade em que vivia, sem horas de refeições, frequentemente sem os próprios fins-de-semana, ocupados com causas públicas.

    O Executivo mostrou-se receptivo à ideia desse reconhecimento, até porque estavam conscientes da sua dedicação, como membro que ela fora da mesma equipa durante doze anos de mandato, informando-me apenas de que havia também a sugestão de um outro nome, por sinal, de almeidense muito ilustre, o Prof. Dr. Américo da Costa Ramalho, embora sem existência de compromisso formal. Li publicamente, com consentimento das autoridades religiosas e civis, a minha proposta, no final da missa de 7º dia do seu falecimento com porta aberta, por não caberem mais no recinto, e os almeidenses aplaudiram a ideia. Mesmo assim, pediram-me para fazer uma recolha de assinaturas pelo concelho, para formalização da proposta – com o que anuí, dispondo-me às necessárias deslocações consoante possibilidade pessoal e profissional, por todo o concelho, sem deixar nenhuma freguesia ou anexa de fora, na companhia de um dos meus filhos e de outro amigo almeidense.

    Em todas as freguesias, fomos sempre muito bem recebidos. Houve pessoas que fizeram questão de ficarem elas mesmas com as listas para recolherem as assinaturas nos espaços sociais ou comerciais da sua freguesia, declarando de imediato que consideravam uma “homenagem mais que justa”, com vários presidentes de junta, sem qualquer distinção de cor política, a colaborar também. Voltei de novo para levantar as listas e depois de entregar formalmente a recolha, com um pequeno relatório, chegou-me ao conhecimento de que mais envelopes chegaram entregues em mão própria à CMA.

    Em todo este processo, pude aperceber-me da enorme receptividade dos almeidenses quanto a essa proposta e, como é óbvio, também de algumas resistências, em número ínfimo, que respeitei e respeito, com o argumento de que a Dra. Natércia não publicou um único livro, por comparação com outros muito mais ilustres almeidenses. É um facto. Que nem vale a pena escamotear, porque a ideia não surgiu daí, como acima referido, nem de qualquer comparação com qualquer outro almeidense, ilustre ou não. Nasceu de um gesto, largamente aceite, porque apenas pretende ser de memória e gratidão. E isso, creio, os almeidenses sabem bem distinguir!

    Escrevi ao próprio Prof. Américo da Costa Ramalho, fazendo questão de ser eu mesma a informá-lo da iniciativa, e ele, como profundo humanista que é, respondeu à altura da situação, não se mostrando minimamente susceptibilizado. Acreditei e acredito que não faltarão ao município de Almeida oportunidades de conhecer e reconhecer cada vez os seus filhos ilustres.

    Por fim, gostaria de referir que compreendo quaisquer objecções quanto a essa ideia de dar o nome da Dra. Natércia Ruivo à biblioteca de Almeida. Interrogo-me, muitas vezes, o que é ser almeidense: ao longo dos anos, tenho visto muitos almeidenses poucos ligados, quando não indiferentes, ao desenvolvimento da sua terra, outros que mesmo à distância, por maior que seja, nunca cortam o cordão umbilical com o chão que os viu nascer, outros que modestamente se esforçam por dar o seu contributo, outros que nasceram fortuitamente em Almeida como poderiam ter nascido noutro lado, outros que nasceram noutro lado e a Almeida se ligaram ou se ligam… e assim por aí adiante!

    Para mim, são todos almeidenses os que têm alma de almeidense. Por isso, considerei digno de ser divulgado o lançamento de mais um ilustre almeidense que, ao que parece apenas nasceu em Almeida. Mas mostra que tem orgulho nisso, mencionando-o na sua biografia, revelando-se ainda bem merecedor da nossa admiração por ser também um homem de cultura. Pela minha parte, foi uma agradável surpresa saber que este autor era almeidense (tendo sido também outro discreto almeidense que me informou…), por isso mesmo, resolvi partilhar a informação com outras pessoas, que decerto também gostaram de saber e, quem sabe, se vão interessar mais pela sua obra. Gostaria muito de ter ido ao lançamento do seu livro. Faço votos que algum outro almeidense tenha podido lá ir, levar-lhe uma mensagem do seu interesse e um abraço de Almeida em nome de todos!

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  3. Boa tarde, Drª Clarinda.
    Tenho andado a pesquisar blogues da beira interior e só agora consegui descobrir o seu. Quero dar-lhe os parabéns pela iniciativa em mostrar ao mundo a realidade de Almeida. Aproveito para informá-la que estou a dinamizar um blogue sobre as Aldeias Históricas de Portugal(www.aldeiashistoricasdeportugal.blogspot.com), onde neste momento estou a dedicar a Vila de Almeida. Convido-a , desde já a passar por lá para conhecer o meu espaço e, se assim o entender deixar uma opinião.

    Proponho ainda fazer uma troca de links ( eu já coloquei) para uma maior visibilidade de ambos os blogues.
    Ficarei a aguardar pela sua visita.
    Cumprimentos, Susana

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  4. Boa tarde estou de acordo que seja colocado o nome da Dr. Natercia à Biblioteca.
    Devemos e teremos de ter orgulho em toda a massa critica do Concelho de Almeida.
    O presidente da CMA não é dessa opinião mas a história estará para o (des)valorizar.
    O sr. Presidente nem no site manda colocar os concursos para os seus serviços, porque será?
    O sr. presidente fala normalmente na primeira pessoa e deita abaixo todos e todos.
    O ditado popular diz que cada um tem o que merece mas eu julgo não merecer isto.

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  5. Tempo de Eleições

    Essa problemática da biblioteca parece uma telenovela de muito má qualidade, esticando-se em episódios rocambolescos e com o seu quê de grotesco.
    Já há muito, ao que parece, havia um extenso abaixo-assinado dos munícipes de Almeida apoiando o nome de Natércia Ruivo para a biblioteca municipal. O Executivo Camarário, logo para evitar especulações desnecessárias deveria ter submetido à Assembleia Municipal proposta reflectindo o abaixo-assinado. A decisão resultante teria assim força indiscutível, totalmente diferente que decisão exclusivamente tomada pelo Executivo. Mas o que se passou foi que a Câmara continuou a protelar a proposta à submissão à vontade popular representada na A. Municipal, até surgir recentemente carta de um angustiado Pai que pungentemente e num jornal, solicitava uma decisão que tardava, pois gostaria que sua Filha fosse homenageada antes dele próprio morrer.
    O Executivo, então, magnanimamente informa o ansioso e estigmatizado Pai que vai atribuir o nome da Drª Natércia à Biblioteca. Mas segreda que podendo haver oposição política à atribuição do nome, será melhor o Executivo tomar essa decisão sem a submeter à Assembleia Municipal.
    Parafraseando o Sr. Baptista Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Almeida, “haja decência, postura, pudor, dignidade e alguma vergonha” pela memória das pessoas, pela inteligência dos vivos e respeito por ambos, Srs. Autarcas.

    Transcudano

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