30 abril, 2009

UM ANÓNIMO DISSE...

Anônimo disse...
E o povo de Almeida continua sem saber como pode aparecer um edifício como o mamarracho naquele sítio, quando nem sequer uma grade autorizam colocar numa janela.Quando é que alguém se propõe explicar esta situação caricata?Porque razão alguns podem fazer edifícios que são autênticos escarros e outros não podem colocar só uma grade de protecção numa simples janela.Alguém tem que explicar isto…


Quando foram colocados neste blogue os excertos das comunicações de Ray Bondin e do Presidente da CMA, sob o título “CIDADES AMURALHADAS – Problemas de gestão”, abstive-me de sublinhados e destaques porque os mesmos, por si só, eram suficientemente elucidativos. Bastava uma simples leitura atenta para compreender a sua importância e o seu alcance. Os comentários entretanto adicionados ao dito ‘post’ mostram que os almeidenses são argutos e não precisam de muitas palavras para dizer o que lhes vai na alma…

E o que lhes vai na alma, como se viu, não deixa de ir ao encontro das reflexões mais profundas e desenvolvidas por um perito de prestígio internacional em matéria de Preservação de Bens Culturais, como Ray Bondin, porque estas matérias, ainda que alguns defendam quase exclusivas de “entendidos”, assentam também numa observação e opinião de bom senso, possível a qualquer um que estima e sente como sua uma herança patrimonial que lhe cabe defender, já que também por ela sempre tem sofrido outro tipo de constrangimentos.

Quando os almeidenses vivem toda a espécie de restrições para recuperarem os seus imóveis, sem ajuda técnica, sem incentivos para a preservação de um bem que é também colectivo, e ainda com o risco de verem os seus investimentos atrofiados por uma máquina incongruente que constantemente lhes cria obstáculos, jamais podem aceitar que lhes enfiem umas palas com argumentos de “críticas paralisadoras”. Muito menos, se bem na frente dos olhos lhes põem outros “autênticos escarros”, sem sequer lhes consentir o direito de contestação, sob pena de marginalização ou represálias, remetendo-os à condição de anónimos, procurando intimidá-los com espingardadas à toa, apostando em trunfos que só denunciam legitimidade perdida ou, pior ainda, em estratégias silenciosamente urdidas com o fito de impor mais intervenções avulsas, descontextualizadas, quer da vontade colectiva dos seus habitantes quer do pulsar de todo o ambiente e envolvência histórica da sua terra.

Uma evidência dessa estratégia fez-se em Agosto passado, como se pôde verificar com uns chamados ‘workshops’, em que foram convidados diversos escultores para trabalharem o granito de forma a criarem ‘projectos escultóricos’, os quais por sua vez serviriam de base, para não lhes chamarmos de pretextos, para outras intervenções cuja dimensão e impacto deixaram os almeidenses de boca aberta: um imponente miradouro, com rampas, escadarias, pérgola, esplanada… em posição dominante e visível de todos os quadrantes, ao pé e à distância de aproximação à vila e, por outro lado, um cravo com um pedúnculo de centenas de metros de extensão com tanques e repuxos de água, encimado por um amontoado de paralelípedos de pedra para condicionar o acesso à entrada principal da fortificação, defronte às Portas de S. Francisco.

O que está em causa não é, como é óbvio, o progresso de Almeida, que ninguém, muito menos os almeidenses, os mais interessados, querem impedir, nem os próprios monumentos, um o memorial do Bicentenário da Guerra Peninsular, outro o monumento ao 25 de Abril, cuja ideia até partiu de cidadãos de Almeida que, sobretudo no último caso, há muito nela persistem. Por muito questionáveis que sejam os tais ‘projectos escultóricos’, não é tanto contra os mesmos que os almeidenses se insurgem. Esses ou outros projectos… era pouco previsível que fossem consensuais. Talvez, contudo, o risco fosse menor se tivesse havido um envolvimento afectivo das forças vivas do concelho, cativando os estudantes e as associações culturais, bem como outros cidadãos, de preferência almeidenses, num esforço afectivo e em saudável competição de ideias que poderiam depois ser desenvolvidas pelos artistas, o que não aconteceu… e já poderia ter acontecido também na chamada requalificação da porta nova, ficando apenas ao critério de um núcleo restrito de decisores, vendo-se agora que o resultado não é da simpatia dos seus habitantes, nem sequer constitui qualquer motivo de orgulho nele!

Nesse, como noutros casos, o que mais fere e indigna os almeidenses, como se tem conseguido perceber pelas opiniões manifestadas, agravadas pelo clima de secretismo, tentativa de imposição, com aprovações consumadas, é o enquadramento e impacto proposto: para um memorial ao sacrifício de Almeida, com a explosão do seu castelo há 200 anos, é previsto o acoplamento de uma enorme estrutura betonada para turista mirar, em conflito com a memória dos seus habitantes; enquanto que para outro monumento à designada ‘revolução dos cravos’, se apresenta como já oficialmente aprovado, um projecto para uma grande rotunda com espelhos de água, pedra e mais pedra, largos passeios em redor, restringindo os corredores de circulação. No primeiro, uma volumetria para se conseguir ver bem à distância, no outro um enquadramento que condicionaria e ofuscaria o que está na frente, com séculos de pré-existência!

Ao que parece, nem a sugestão de que o monumento fosse colocado mais sobre o espaço do jardim exterior foi considerada. É para pôr à frente das Portas da Fortaleza e pronto! Mesmo que afecte a envolvência da chegada, percepção e fruição do outro monumento de fundamental relevância e antiguidade histórica no local.

Mas que critérios de intervenção são estes, em que a uns tudo parece ser possível e a outros nada, nem uma simples grade, com o argumento de não compatibilidade com a envolvente do centro histórico? Alguém que explique, pede um anónimo.

Um documento da UNESCO, o Memorando de Viena, datado de 2005, citado por Ray Bondin como uma enorme esperança para o entendimento das intervenções nas cidades históricas, obriga a reflectir sobre esta problemática, pondo em evidência o risco de que enquanto precisamente a discussão internacional procura centrar-se nas intervenções modernas nas cidades históricas, enfatizando a importância de preservar a sua envolvência, como forma de ajudar a compreender as forças e as necessidades das pessoas que as construíram… no rincão modesto de Almeida, com toda a sua relevância patrimonial nacional, traçam-se rumos totalmente opostos.

Logo no Preâmbulo do referido documento avisa-se que este deve ser lido como um continuum de outros documentos fundamentais da UNESCO, já aprovados, nomeadamente de 1964 a "Carta Internacional para a Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios" (Carta Veneza), de 1968, a "Recomendação da UNESCO relativa à preservação dos bens culturais ameaçados por obras públicas ou privada", de 1976 "Recomendação da UNESCO sobre a protecção e Contemporânea Papel das Áreas Históricas ", de 1982 ICOMOS-IFLA a"Carta Internacional de Jardins Históricos"(Carta Florença), do ICOMOS 1987 "Carta para a Conservação das Cidades Históricas e Zonas Urbanas"(Carta Washington), de 1994 o Documento de Nara sobre Autenticidade, bem como a Conferência HABITAT II e da Agenda 21, ratificados pelos Estados-Membros, em Istambul (Turquia), em Junho de 1996.

Chama ainda a atenção de que o referido Memorando e o actual debate sobre a conservação sustentável dos monumentos e sítios devem ser vistos como uma chave para a afirmação de uma abordagem integrada, ligando arquitectura contemporânea, desenvolvimento urbano sustentável e integridade da paisagem assente nos padrões históricos existentes, parque imobiliário e contexto.

E mais adiante, nos Princípios e Objectivos, refere:

‘O desafio central da arquitectura contemporânea na histórica paisagem urbana é responder a dinâmicas de desenvolvimento a fim de facilitar as evoluções sócio-económica e de crescimento, por um lado, e, simultaneamente, respeitar a definição da sua paisagem urbana e o seu enquadramento paisagístico, por outro. A vivência das cidades históricas, especialmente cidades Património Mundial, exige uma política de planeamento urbanístico e de gestão que toma a conservação como um ponto-chave para a conservação. Neste processo, a autenticidade e integridade da cidade histórica, que são determinadas por vários factores, não podem ser comprometidas’.

'O futuro da nossa histórica paisagem urbana apela à compreensão entre os responsáveis políticos, urbanistas, empreendedores urbanos, arquitectos, conservadores, proprietários, investidores e cidadãos preocupados, trabalhando em conjunto para preservar o património urbano, considerando simultaneamente a modernização e o desenvolvimento da sociedade de um modo cultural e historicamente sensível, reforçando a identidade e a coesão social.'


Ora, pelo que é dado observar pelo percurso destes últimos anos, e novamente pela apresentação oficial de mais um projecto de intervenção, ainda no último dia 25 de Abril, precisamente para assinalar a efeméride, não é nada disso que se está a passar em Almeida. Há qualquer coisa aqui que está errada.
E só os almeidenses podem ajudar a corrigir.

Maria Clarinda Moreira

Digitalização de pág. da revista 'Visão' desta semana. Se o monumento é polémico agora, imagine-se com o restante.

18 comentários:

  1. Permita-me Dra. Clarinda citar um excerto do seu artigo.

    “…Ora, pelo que é dado observar pelo percurso destes últimos anos, e novamente pela apresentação oficial de mais um projecto de intervenção, ainda no último dia 25 de Abril, precisamente para assinalar a efeméride, não é nada disso que se está a passar em Almeida. Há qualquer coisa aqui que está errada…”

    E acrescentar que até a comemoração de data tão importante como o 25 de Abril se está a banalizar, como uma simples borracha apaga – ou tenta – da memória de todos nós. Um Assembleia Extraordinária que de Abril e dos seus heróis pouco se ouviu, e de propaganda politica esfarrapada, vaidades desmesuradas muito se disseminou. Uma Assembleia que sempre teve como ponto único da Ordem de Trabalhos os feitos de Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho e seus Camaradas, em 2009 não passou de uma acção de propaganda politica.

    Atrevo-me a deixar aqui um apelo a todos os meus conterrâneos no sentido de nas próximas eleições autárquicas não votarem neste executivo, a bem de Almeida e do seu Concelho.

    Chega de tanta vaidade e tanta prepotência.

    Não existe outro caminho ou solução que não seja a mudança.

    João Neves

    ResponderExcluir
  2. "...Vital Moreira agredido e insultado em manifestação da CGTP



    O cabeça-de-lista socialista às eleições europeias foi agredido e insultado durante a manifestação do 1º de Maio da CGTP. Segundo a SIC Notícias, Vital Moreira tentava cumprimentar Carvalho da Silva, mas depois acabou por ser agredido por várias pessoas que entretanto se juntaram no local..."


    Será esta a "nova vaga" de democratas (????) deste País?

    ResponderExcluir
  3. Vivemos uma crise de valores neste país: os ricos/politicos podem e fazem aquilo que bem entende. A máquina aministrativa/burocrática assim o permite e encoraja. Não tarda muito (se é que já não o é)seremos apenas mero peões para estes politicos, que se acomodam na completa teia de favores e enriquecimento que é uma autarquia! Sim, a lei neste momento apenas serve para apoiar tudo que os ditos politicos legitimados pelo povo pretenderem fazer!

    ResponderExcluir
  4. Boa Tarde.
    Sou licenciada em Gestão de Património, tenho acompanhado as últimas notícias do blog pois só há pouco tempo tomei conhecimento dele por um amigo. Não sou de Almeida mas estive lá há uns anos (antes destas intervenções). Confesso que para mim foi uma tristeza ver que aos poucos se está a banalizar como outros centros históricos, fruto de intervenções à boa mercê desta vaga de arquitectos, que ao seu belo gosto e nunca sofrendo quaisquer responsabilidades com a desculpa que é preciso inovar e não parar no tempo, vêm, por exemplo, tirando os nossos característicos jardins públicos e enchendo-os de placas de granito, tirando a vegetação toda. Se repararem bem, o número de pessoas que passeia nesses sítios é muito menor, sujeitando-se a estar sentado um banco de granito, a olhar para granito defronte do sol sem sombras.
    O futuro é tentar manter e preservar a identidade de uma terra, pois só assim conseguirá atrair visitantes e conseguir-se distinguir-se de todas as outras.
    Espero que Almeida acorde a tempo!
    Parabéns Dra. Clarinda pela coragem e pela sua evidente preocupação do que se está a passar em Almeida.

    ResponderExcluir
  5. Análise a Acta Ultima Assembleia Municipal Ordinária
    Antes de se dar início à Ordem de Trabalhos a acta da sessão anterior foi aprovada, depois Antes de se dar início à Ordem de Trabalhos a acta da sessão anterior foi aprovde se dar início à Ordem de Trabalhos a acta da sessão anterior foi aprovada, depois de alguns deputados terem solicitado correcções.
    Porque correcções? Não existem gravações?
    O Dr. Aristides Sampaio inquiriu sobre as obras e entrada em funcionamento do bar do Picadeiro e sobre a requalificação da zona do Castelo, pois as paredes do cemitério estão em risco de ruir.
    Relativamente ao bar do Picadeiro, foi, por solicitação do senhor Presidente da Câmara, o senhor Eng.º Francisco Xavier que esclareceu que se estava a estudar a necessidade de um projecto de alteração, com adaptação à legislação em vigor, e que depois seria posto a concurso.
    Comentário: Ou o Bar foi construído sem as condições mínimas, isto não à muitos anos que já necessita de intervenções de grande calibre ( mais um empréstimo).
    O Dr. Aristides Sampaio: Já relativamente à requalificação da zona do Castelo, o senhor Presidente da Câmara referiu que vai fazer-se trabalho arqueológico no Verão e, para isso, tem de acelerar-se a transladação das ossadas.
    Comentário: Alguns anos que se fala nisso, mas existiram provavelmente outros interesses.
    O Dr. Aristides Sampaio: Desafiou o senhor Presidente da Câmara a levantar um pouco o «véu» sobre o grande projecto, que deu a conhecer à comunicação social, para o concelho de Almeida.
    Presidente CMA: No tocante ao grande projecto para Almeida, para o concelho e até para o país, disse que não escondia nada, que não havia jogo na manga, pediu desculpa à Assembleia, mas quatro autarquias mais estão envolvidas e há a vontade colectiva de não deixar passar nada para a comunicação social. Caso o entendimento geral seja a continuação do sigilo o Presidente da Câmara Municipal de Almeida também o fará.
    Comentário: se nada existe a esconder e lendo nas entrelinhas cheira colocar Almeida, Valença, Elvas e outra em Aldeias de Património Mundial – Atenção aos mamarrachos. Grande segredo que se vai deitando achas para a fogueira. Ou será um jogo de adivinhas.
    O senhor Presidente da JF de Vilar Formoso, senhor Domingos Cerqueira, perguntou se a Travessa do Brasa 2 vai ser abrangida pela requalificação da estrada nacional 332 entre a passagem superior da via-férrea e a Escola EB2,3/S de Vilar Formoso, dando conta de falta de sinalização nessa rua e da necessidade de uma solução satisfatória para a mesma.
    Presidente CMA: Respondendo ao senhor Domingos Cerqueira disse que a Travessa do Brasa 2 não entrava no projecto de requalificação da Nacional 332, que fora já objecto de intervenção no âmbito de delegação de competências para a Junta de Freguesia.
    Comentário: A travessa da brasa 2 deve ser um peso pesado. Terá de ser JF a mandar efectuar a obra. Quem aprovou a urbanização onde está incluída essa travessa foi na Câmara ou a Junta?
    O Dr. Henrique Vilhena deu a conhecer que viu com «simpatia» a limpeza das muralhas de Almeida e pediu para não se esquecer o «xaropezinho» anual para as raízes não voltarem a crescer. Mostrou-se satisfeito com os cartazes de cinema no concelho pois são actuais e de boa qualidade.
    Presidente CMA: Respondendo ao Dr. Henrique Vilhena disse que a limpeza das muralhas foi possível porque caíram as «barreiras» que o arquitecto José Afonso criou, pois este já não está nos Serviços de Castelo Branco.
    Comentário: Talvez se não fosse o arquitecto José Afonso já tinham vendido as pedras da fortaleza para construir em materiais mais modernos.
    Relativamente ao ponto “Apreciação e votação dos documentos de prestação de contas do ano de 2008” .
    Dr. Luís Aguilar em nome do princípio da transparência, chamou a atenção para o facto de em «Outros» haver despesa superior a um milhão de Euros, perguntando o que eram «Outros» e que gastos reflectiam.
    Presidente CMA: a Dra. Laura Baltazar, por solicitação do senhor Presidente da Câmara, esclareceu que em «Outros» estava tudo o que não podia ser incluído nas rubricas do POCAL, designadamente anúncios de obras públicas, recolha de resíduos sólidos, saneamento, acção cultural, espectáculos. O senhor Presidente da Câmara declarou, a propósito, que as despesas com aquilo que alguns apelidavam de «festas, festinhas e festanças» estavam na Empresa Municipal e eram eventos que trouxeram grande «dinâmica» ao concelho.
    Comentário: «festas, festinhas e festanças» estavam na Empresa Municipal é uma empresa com capitais da CMA, peço ao Dr. Luis Aguilar que pergunte ao Sr. Presidente quanto custaram? Deve ser muitos milhares de euros.
    Eng.º António Patrício começou por dizer que o actual Presidente da CM Almeida foi solidário com a gestão do Dr. Costa Reis. Não obstante, os cinco milhões de Euros de então passaram a um milhão, no que toca a dinheiro a prazo. As dívidas passaram de três milhões a quase nove milhões de Euros. Perguntou, depois, se com esta alteração na «gestão» orçamental o concelho estava melhor, se deste crescente endividamento estava a resultar melhoria de vida e desenvolvimento económico significativo para as gentes do concelho. Respondendo ao senhor
    Presidente CMA: Respondeu ao senhor Eng.º António Patrício considerando que na sua intervenção não revelara os dados correctamente, pois a Câmara em dois de Novembro de 2005 tinha uma dívida de três milhões e em quinze de Abril de 2009 tinha uma dívida de cerca de quatro milhões, registando-se uma diferença de um milhão e trinta e dois mil Euros. Declarou que os indicadores de gestão dizem tudo, «boa autonomia financeira e solvabilidade».
    Comentário: Numa das folhas distribuídas aos sr(s) deputados desde 2005 todos os rácios tiveram péssimo desempenho dados são dados.

    Em declaração de voto, o Professor José Vaz, em nome da CDU, explicou o voto favorável porque entende que não estão em causa as opções de gestão, que no caso da CDU seriam diferentes, mas a validade, clareza e objectividade dos dados contidos nos documentos.
    Comentário: O sr. Professor não leu os documentos ou o Dr. Luis Aguilar não tem razão quando disse existir uma despesa superior a um milhão de Euros em “Outros”.
    Relativamente ao ponto “Discussão e Votação da Modificação às Grandes Opções do Plano – GOP (PPI e AMR) e Orçamento de 2009
    O senhor José Escaleira, referindo-se à proposta de revisão, estranhou que defendendo o senhor Presidente da Câmara forte apoio ao social, com o natural «abandono das políticas de betão», existisse uma redução de verbas para a componente social.
    Em resposta o senhor Presidente da Câmara disse que a preocupação continuava a existir, contudo como o PRODER não estava a responder nesta área social como esperava, foram reforçadas, entre outras, por exemplo, as verbas para as instituições sem fins lucrativos e para a tele – assistência.
    Comentário: sem comentários

    “Pedido de autorização para contratação de empréstimo a longo prazo”,
    O senhor Presidente da Câmara informou que este tinha como finalidade financiar investimentos já adjudicados como a colocação de relva sintética no campo de futebol Vilhena de Carvalho em Almeida; em fase de concurso como o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Almeida, beneficiação da Estrada de acesso à Fonte Santa e requalificação urbanística da EN 332 em Vilar Formoso e em fase de projecto como a beneficiação rectificação da estrada municipal Miuzela – Porto de Ovelha e a Praia Fluvial do Rio Côa. O empréstimo destinava-se a garantir a cobertura de 75% da parte não comparticipada das obras atrás referidas.
    Eng.º António Patrício
    referiu que o Relatório da Comissão de análise das propostas devia ser presente à Assembleia. No seu entender, a análise de propostas das instituições bancárias devia ser feita por Comissões, para salvaguardar a técnica e o executivo. Uma análise de propostas bancárias não deve ser subscrita por uma única técnica, como aconteceu no caso em apreço. Manifestou que há necessidade de concretizar estas obras, que só pecam por atraso
    O senhor Presidente da Câmara
    Comentário: sem comentários a culpa em caso de azar é do técnico.
    O senhor António Frias começou por dizer que o executivo solicitava autorização para a contratação de um empréstimo a longo prazo no valor de 1.094.428,00 €, isto é, o empréstimo de maior valor do presente mandato. Relembrou que foi contratado, em 16-11-2005, um empréstimo no valor de 1.069.771,00 €, em 30-01-2007, outro no valor de 958.740,49 € e, em Setembro de 2008, outro de curto prazo no valor de 700.000,00 €. Considerou o presente pedido, a menos de 6 meses de eleições para os órgãos autárquicos, pouco correcto pelo menos na oportunidade. Apesar de estar de acordo com todas as obras, já várias vezes propostas pelo PS - Almeida para inclusão em Plano de Actividades e merecedoras de diversas iniciativas do PS - Almeida junto das Entidades Tuteladoras, chamou a atenção para o facto de só a obra do Campo de Futebol Vilhena de Carvalho em relva Sintética estar já adjudicada, estando as restantes em fase de concurso e de projecto, mas daí até haver obra com autos de medição que justifiquem os montantes ainda vai bastante caminho, sendo que a Beneficiação Rectificação da Estrada Municipal Miuzela /Porto de Ovelha nem sequer tem dotação orçamental suficiente no ano de 2009, para justificar o montante. Considerou que o senhor Presidente da Câmara queria agora avançar com esses projectos, quando teve muito tempo e capacidade financeira para o fazer antes, queria fazer em menos de seis meses o que demonstrou ser incapaz de fazer em 3 anos e meio, tão só por questões eleitoralistas, com as quais mais uma vez pretendia fazer gestão de expectativas com necessidades colectivas. Terminou dizendo que o povo não se deixava enganar assim tão facilmente e a força partidária que o poderá substituir, não deixará certamente de tornar realidade, o que ontem e hoje são anseios e necessidades dos cidadãos do concelho de Almeida. Lançou, ainda, o repto ao senhor Presidente da Câmara para que assumisse o compromisso de utilizar efectivamente o empréstimo para as obras em questão, como não podia deixar de ser, e que pedisse a disponibilização das verbas à medida que as mesmas estivessem no terreno com execução de acordo aos montantes a pedir.
    O senhor Presidente da Câmara respondeu que apesar de serem, na opinião do senhor Frias, «eleitoralistas» não vai deixar de fazer obras e para isso precisava do empréstimo. Este foi aprovado por maioria, com uma abstenção. O Sr. FRIAS JÀ DEVERIA SABER QUE SR. PRESIDENTE È QUE SABE INTERPRETAR AS LEIS E OS DOCUMENTOS E NÂO NECESSITA DOS SEUS CONSELHOS.

    ResponderExcluir
  6. resultou....pelo menos pela quantidade de gente que se viu este fim de semana deduzo que esta foto promoveu bem a terra.... ou, ironias à parte, será que vieram comprar pedra?

    f.afonso

    ResponderExcluir
  7. Não sei se foi da foto publicada na Visão, da curiosidade em ver o tal “polémico monumento”, ou por ser um fim-de-semana prolongado, é um facto que este fim-de-semana acorreram muitos visitantes a Almeida. Vi os autocarros às Portas: consoante o tempo anunciado pelo motorista das excursões, as pessoas deram a volta à muralha, procuraram um sítio para um chichi e foram-se. Não tinham tempo para mais. Outras, pousado o carro, vaguearam de máquina fotográfica ao pescoço, a arrastar os pés nas muralhas e calçadas vazias.

    As pedras é claro que não viram: consta-se que já foram vendidas. Ainda bem. É sinal que afinal não vai ser preciso gastar mais uma pipa de massa a fazer outro disparate às Portas com elas. E a venda sempre deve dar um encaixezito. Se bem que nem para cova de um dente de um buraco orçamental tão grande, a avaliar pelo relatório aqui publicado…
    Já que o site da CMA demora tanto a publicar as actas, vá lá que a maldita blogosfera dá a conhecer ao munícipe o resumo alargado do se passou na reunião da Assembleia Municipal de 17 de Abril sobre os pedidos de empréstimos. Poucos aguentavam mais a curiosidade. Excepto a maioria silenciosa.Fica-se também à espera do resumo do que se passou na sessão extraordinária do 25 de Abril. É que se as pedras foram vendidas… afinal a apresentação oficial do monumento foi outro “buraco”, não foi?
    Gira é aquela parte do “xaropezinho” do Dr. Henrique Vilhena. Boa lembrança! E boa iniciativa essa da limpeza às muralhas. Finalmente alguma coisa de jeito que há muito tardava. Parece que a culpa foi do Zeca Afonso (não o cantor celebrado do 25 de Abril) mas do “incompetente” dos serviços de Castelo Branco que também levantava “barreiras” às casamatas. Agora, como já não está lá, é outra música…
    É que em ano de eleições era pena estragar a festa!

    Quanto aos milhões gastos e pedidos, a oposição encurralada é obrigada a deixar passar. Não pode ser acusada de emperrar o “progresso” das freguesias. Bem jogado. Ginástica com sapatilhas sempre é outra coisa…
    Longe vão os tempos de austeridade do anterior executivo. E de vacas um pouco mais gordas. Em tempo de vacas magras, restam os ossos dos empréstimos. Mas se o presidente nos garante que os “eventos deram grande dinâmica ao concelho”, é mesmo para acreditar. Para falar com tanta certeza é porque sabe, não é?

    ResponderExcluir
  8. Peço desculpa não é análise a acta da Assembleia municipal, mas de uma possível acta dado que a oficial ainda não foi aprovada

    ResponderExcluir
  9. Dizem que a femenina é mais apurada, mas pela minha intuição, ou muita coisa muda em pouco tempo ou um levantamento popular se levantará espontãneamente para impedir definitivamente a continuição de autenticos atentados arquitectónicos, ambientais, psicológicos...e à nossa alma!
    Parecemos caminhar para um túnel, cuja unica saída é o derrube de um murro, que mais parece o murro de Berlim.

    ResponderExcluir
  10. Maria Clarinda Moreira5 de maio de 2009 às 13:09

    Não, as pedras não foram vendidas. NÃO TENHAMOS ILUSÕES! Foram arrumadas discretamente para, na melhor das oportunidades, avançar com os ‘caterpillars’ e plantar mais uma aberração à frente das Portas de S. Francisco antes que os almeidenses acordem a tempo!

    E Almeida vai depois ficar famosa por ser talvez a única vila de Portugal a ter um monumento à liberdade… num contexto que lhe foi imposto na frente da cara!

    ResponderExcluir
  11. João Ferreira da Silva5 de maio de 2009 às 19:22

    Como Almeidense que sou e tenho orgulho nisso,sinto-me profundamente desgostoso com toda esta situação que se está a passar no meu concelho. Conseguimos em determinada altura arrepiar caminho das ignorâncias de determinadas pessoas que passaram pela Câmara.
    Agora parece que de novo se voltou aos velhos tempos.
    Afinal o que andou o Dr. Costa Reis a fazer este tempo todo? Não disseram que foi ele que seleccionou esta equipa maravilha? Então e afinal deu nisto? O Dr. Costa Reis ainda faz parte do grupo,logo deve dar conselhos a essa gente e não lhes permitir estas poucas vergonhas.
    Gastaram tanto dinheiro,e as obras? E as melhorias da população?
    Ainda querem estragar mais do que já fizeram às muralhas? E à vila de Almeida? Acham que obras feitas no seu interior estão de acordo com a história da Vila?
    Haja vergonha e bom senso.
    O PSD deve reconhecer que as pessoas que escolheu foram um autêntico fracasso neste último mandato. Devemos rejeitar totalmente uma nova reeleição. Haja novas oportunidades a outras pessoas. A mudança só faz bem,a eles e a nós.

    ResponderExcluir
  12. Maria Clarinda Moreira6 de maio de 2009 às 13:42

    Comentário simultaneamente publicado no Blogue do Piri:

    "Disseram-me que neste blogue do Piri andavam muito entretidos com especulações acerca das fotografias tiradas às pedras. Vim verificar.

    De facto, a foto publicada no Fórum Almeida a 19 de Março, com o título ‘Almeida Moderna’ foi-me enviada por um mail que não identifiquei. Achei piada porque bastante tempo antes, a blogosfera tinha falado disso, mas ninguém mostrou fotografias. Se bem se recordam, e lá continua o comentário, até fui logo criticada por não ser novidade nenhuma.

    Não estranhei ter recebido essa foto, porque quando publico algum artigo sobre património no Fórum, tenho por hábito enviar um mail de aviso a todos os conhecidos que se interessam também por essas questões, com a indicação de que podem reencaminhar. É natural, portanto, que o meu endereço electrónico tenha circulado e chegado a outros destinos, que resolveram fazer-me chegar aquela fotografia da iniciativa humorística.

    Não faço ideia se foi ou não a mesma que foi enviada para a revista ‘Visão’, embora duvide, porque a que recebi é tirada de mais perto. Mas pode ter sido pela pessoa. Pouco importa. A revista recebeu aquela fotografia comentada e resolveu publicá-la, aproveitando o momento da comemoração do 25 de Abril. Continuo a achar que a iniciativa revela o sentido de humor e preocupação que mais pessoas sentem pelo que estão e querem continuar a fazer em Almeida… se os almeidenses deixarem!

    O que me espanta é a importância que dão a umas fotografias e não aos factos reais que elas representam. E tanto mais estranho, que recordo bem que neste blogue também em tempos se criticaram umas pirâmides colocadas sobre as Portas de Santo António. E ainda bem, revelando interesse pelo assunto! No entanto, essas pirâmides até podem ser facilmente tiradas, ao passo que uma intervenção de fundo com um reordenamento da entrada principal de Almeida, a pretexto de lá plantar um monumento ao 25 de Abril, se torna uma questão bem mais difícil de voltar a alterar! Para não falar no tremendo desperdício financeiro que todas essas intervenções custam, ou no prejuízo que causam à identidade histórica da Fortaleza de Almeida.

    Penso que não há dúvidas nenhumas que é disso que estamos a falar. Não de meras pedras ou de um monumento que, a corresponder à vontade dos almeidenses, podem perfeitamente ser integrados de outro modo. Mas já que pelo menos uma parte dos almeidenses parece adormecida sobre esse perigo, e outros até parecem mais interessados em pactuar ou anuir a esse tipo de imposições saloias, ainda bem que há outras pessoas, mesmo que até nem sejam almeidenses, se interessam e se mostram dispostas a ser mais interventivas! Não se esqueçam que Almeida é Património nacional e muito mais pessoas estão atentas ao que se está a passar por aqui".

    ResponderExcluir
  13. ...ainda bem que toda essa gente que anda atenta a Almeida não passa por estes foruns e blogs senão.... ainda diriam que andamos na rua todos uns contra os outros de faca e pistola....

    f.afonso

    ResponderExcluir
  14. Com a entrada magnifica que tem Almeida é mais um atentado ao nosso património que pretendem cometer.

    Segundo consta o espelho de água que aí querem edificar tem uma largura de 20 metros.

    Com tanta localização possível, que felizmente Almeida tem, qual o objectivo de colocar este monumento na entrada mais nobre da vila.

    O 25 de Abril merece um monumento mas Almeida não merece mais atropelos.

    Por muito que se anseie por este monumento, este não se pode sobrepôr à arquitectura da fortaleza.

    Mas quem autoriza a construção mamarrachos pouca sensibilidade deve ter para o que os antepassados nos legaram.

    Pode haver muitos monumentos ao 25 de Abril mas a edificação de uma fortaleza como Almeida jamais se repetirá

    ResponderExcluir
  15. Para além de todos os obstáculos que esse "monumento" pode causar, penso que o espelho d'água pouco irá durar... Será mais um lago verde e sujo a cortar a magnifica entrada da vila...
    É essa a imagem que querem para Almeida?!

    ResponderExcluir
  16. Já sabemos o que pretende fazer a equipa "maravilha" do PSD em obras futuras para Almeida. A contestação é muita e de gente com conhecimento na matéria.
    Pergunto: o que pensam os outros partidos políticos em cena no concelho?
    O PS está de acordo ou contra? Se ganhar as eleições autárquicas decide anular todas essas obras e se for caso disso deita-as abaixo?
    O que diz o PCP e a sua equipa? Concorda ou não? Pelo que se tem visto nos últimos tempos há interesses dúbios entre pessoas de ambos os partidos. E o CDS/PP? Parece nem ser água nem peixe. Está a passar desapercebido na Assembleia.

    ALMEIDA, é demasiado importante para que as pessoas locais com responsabilidade nestes partidos e perante as confusões de obras e gastos astronómicos de dinheiros públicos,não tenham pelo menos uma posição e a assumam publicamente.
    Virá aí a campamha eleitoral e poderemos pelo menos questioná-los nesse aspecto.

    ResponderExcluir
  17. marque-se um referendo....

    ResponderExcluir
  18. Exmo Senhor João Correia,~

    O seu comentário merece-me todo o respeito e parece conter o pensamento de muitosde nós.
    Na realidade as pessoas que hoje se encontram à frente dos partidos em termos concelhios,já por lá estão há tempo demais. Já começaram a criar raízes de tal forma que hoje assemelham-se mais a ervas daninhas.
    Sou também de opinião que essas pessoas não representam aqueles que os elegeram,considerando que a postura política perante tantos gastos e tantos atentados ao nosso património histórico,simplesmente não só não os contestam nos órgãos nos quais têm assento, como muitas das vezes partilham também nas ditas festas e festinhas. Será esta a forma como o Executivo camarário os brinda?

    Esta questão do nosso património histórico é de facto relevante para Almeida Vila. Não podemos permitir-nos que sejam feitos atropelos a belo prazer de meia dúzia de pessoas arrogantes e incompetentes.
    Como muito bem diz F. Afonso no seu comentário de 07.05 às 14:18,exija-se um referendo.

    ALMA ATÉ ALMEIDA.

    ResponderExcluir