21 maio, 2008

Debate quinzenal

Acabei de ouvir e ver via TV, mais um debate quinzenal havido na Assembleia da República, onde os diversos grupos parlamentares questionaram o Governo sobre a situação económica que estamos a viver.
Depois de uma primeira intervenção do Primeiro-ministro lançando o tema a debate, foi a vez dos partidos políticos apresentarem as questões pertinentes sobre a matéria.
O PSD através de do seu líder parlamentar, Santana Lopes, não trouxe nada de novo. Duas ou três questões apenas e só para preenchimento do tempo atribuído, sem qualquer questão de fundo pelo meio. Especial relevo para o facto de Santana Lopes disponibilizar ao Primeiro-ministro algum do seu tempo para resposta, já que o governante tinha o seu esgotado, impossibilitando-o assim de justificar algumas das decisões governativas.
A seguir foi a vez do CDS, através de Paulo Portas solicitar alguns esclarecimentos ao Governo. Também aqui José Sócrates se desembaraçou ardilosamente e saiu sem qualquer beliscadura. Neste confronto, a já habitual forma de Portas ir aumentando o seu tom de voz, ao bom estilo de Valentim Loureiro.
As perguntas seguintes a cargo do PCP e do seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa.
Perguntas devidamente estudadas, oportunas, colocadas de forma pausada o que acabou por criar algum incómodo a José Sócrates. Astutamente o governante talvez por saber que iria perder ainda mais no confronto, esquivou-se a responder a algumas questões, acabando por divagar em coisas banais. O líder do PCP saiu por cima.
A seguir tocou ao BE pela voz de Francisco Louça, solicitar alguns esclarecimentos. Também se notou que este deputado tinha o trabalho de casa bem feito. As perguntas, algumas das quais relativas aos lucros das petrolíferas e com divulgação de números, mostraram um Primeiro-ministro apanhado em falta. Também aqui preferiu passar “ao lado” e divagar nos ataques que a esquerda prefere fazer ao governo socialista, deixando assim o líder do BE no final com um sorriso agradável.
Tocou a seguir à deputada dos Verdes, de seu nome Apolinária. Saiu-se mal já que acabou por centralizar a sua intervenção numa questão particular de uma Junta de Freguesia. O Primeiro-ministro respondeu-lhe que desconhecia o caso em pormenor, pelo que não lhe ia ali dar uma resposta.
Por fim, e como seria natural, interveio O PS. O seu líder parlamentar acabou por solicitar ao Governo que continue na linha de actuação como o tem feito até agora. O povo português irá agradecer. José Sócrates agradeceu e confirmou, o óbvio.
O poder da televisão é muito grande. As imagens visionadas demonstraram uma vez mais que há demasiada gente naquele espaço.
Ao longo do debate vimos deputados a conversar uns com os outros, sem se importarem com a intervenção dos palestrantes e gente a ler jornais. Na parte final do debate o panorama geral da Assembleia era vergonhoso. Uma boa parte dos deputados já se tinham ausentado do hemiciclo. Será que a mesma Assembleia não funcionaria com metade dos deputados?
Será que alguns deles alguma vez alguma usaram da palavra?
Um exemplo deplorável por parte daqueles que têm a responsabilidade de gerir o país, pagos a peso de ouro e acabando por obter reformas proibitivas para a maioria dos portugueses, em tempo recorde.
Termino deixando uma pergunta.

O que sucederia a um qualquer funcionário público que no seu local de trabalho e durante o horário de expediente, estivesse em cavaqueira com um colega durante largos minutos, a ler um qualquer jornal do dia ou inclusivamente decidisse ausentar-se do trabalho antes de finalizar o dia?

Não são os portugueses que se afastam da política, são estes políticos que nos levam a não acreditar neles.

6 comentários:

  1. "Não são os portugueses que se afastam da política, são estes políticos que nos levam a não acreditar neles.", acrescentaria que nós portugueses é que os elegemos, mas sabido e constatada diáriamente a mentira política que representa actual Governação a nível do Poder Central, resta-nos em 2009, saber escolher uma verdadeira alternativa Socialista a estes menos verdadeiros 72% de Fev./2005.
    Ninguém se pode queixar, penso eu, que ainda não "viu" o suficiente de um lado e do ... outro.

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  2. Caro José Augusto.
    Pelo que já reparei as eleições directas para o PPD/PSD não tem despertado entusiasmo cá pelas nossas "bandas". Porque será? Penso que as razões são de diversa ordem, desde a desilusão pela postura actual dos nossos politicos,até aos interesses particulares de alguns dos nossos militantes e não sentem o PPD/PSD e então lógicamente estes temas não os motiva.
    De qualquer das formas, José Augusto eu vou utilizar aqui este nosso espaço, para divulgar algumas coisas relacionadas com o Homem/Candidato que um dia teve a "ousadia" em dizer que ia aumentar o IRC dos nossos bancos em mais 10%, passando então para 16% (coitadinha da nossa banca que está pobrezinha, não é) o que originou a sua destituição de 1º Ministro de Portugal.

    Este é o meu Cantidato:


    Pedro Miguel de Santana Lopes (Lisboa, 29 de Junho de 1956), advogado e dirigente político português.
    Cresceu em Lisboa, tendo frequentado o Liceu Padre António Vieira, após o que ingressou na Universidade de Lisboa, altura em que funda o Movimento Independente de Direito (MID) e preside aos órgãos de direcção académica. Após a licenciatura em Direito, foi Investigador do Instituto de Direito Europeu e do Instituto para a Investigação da Ciência Política e Questões Europeias da Universidade de Colónia, como bolseiro da Deutscher Akademischer Austauschdienst. Aderiu ao Partido Social Democrata em 1976. Advogado, foi ainda assistente na Faculdade de Direito de Lisboa, Universidade Lusíada e na Universidade Moderna, regendo, actualmente, a disciplina de Direito Constitucional na Universidade Internacional.
    Próximo de Francisco Sá Carneiro, assume funções de Adjunto do Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro do IV Governo Constitucional (1978-79) e de Assessor Jurídico no VI Governo Constitucional (1980/81). Inicia a actividade parlamentar em 1980, mantendo-se como Deputado pelo Círculo de Lisboa, até 1991, actividade que só retomaria em 2007 e, após o XXX Congresso do PSD, como líder da bancada parlamentar deste partido. Entre 1987 e 1990 foi Deputado ao Parlamento Europeu.
    Santana Lopes integrou ainda o XI Governo Constitucional, como Secretário de Estado da Cultura. Presidiu às Câmaras Municipais de Figueira da Foz (1998-01) e Lisboa (2002-04); foi Vice-Presidente do Comité Executivo do Fórum Europeu de Segurança Urbana (2002-04); presidiu ao Sporting Club de Portugal (1995-97).
    Em 2004, após a demissão de Durão Barroso do cargo de Primeiro-Ministro, Santana Lopes, então Vice-Prsidente do PSD é indigitado por Jorge Sampaio a 17 de Julho desse ano, tomando posse como Primeiro-Ministro do XVI Governo Constitucional. No entanto, dada instabilidade governativa e várias demissões nos altos cargos administrativos, é dissolvida a Assembleia da República, seguido da demissão de Santana Lopes. Nas eleições legislativas de 2005, apresenta-se como candidato do PSD, saíndo vencedor José Sócrates, do Partido Socialista.

    João Neves

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  3. José Agusto. Ai vão mais noticias sobre Pedro Santana Lopes, na tentativa de contribuir para que possamos todos raciocinar, não é?

    Este é o homem que pode por este Partido na ordem e acabar com a bagunçada que por aqui vai a nivel Nacional, Distrital e até de Secção.
    Ora, lendo...


    PSD: Santana Lopes diz que se for eleito líder contará com candidatos derrotados, desde que não digam "heresias"
    Viana do Castelo, 25 Mai (Lusa) - Pedro Santana Lopes garantiu hoje que, se ganhar as eleições para presidente do PSD, convidará os outros candidatos para desempenharam "um papel importante" no seio do partido, desde queiram ser "construtivos e convergentes" e não profiram "heresias".
    "Convidarei Pedro Passos Coelho se não disser outra vez, como disse a 03 de Março de 2005, que deixa de ter orgulho no partido, assim como convidarei Manuela Ferreira Leite se não voltar a dizer que se eu ganhar eleições haverá um golpe de estado", referiu Santana Lopes.
    Falando numa acção de campanha em Viana do Castelo, Santana frisou que os candidatos eventualmente derrotados nas eleições de 31 de Maio terão "um papel importante no PSD, se quiserem ser construtivos e convergentes", escusando-se, no entanto, a avançar se os convidará "para cargos".
    Em relação a Luís Filipe Menezes, líder cessante, Pedro Santa Lopes disse que conta com ele "para os tempos que aí vêm, desde que ele queira".
    Em relação à polémica provocada por ter chamado ao primeiro-ministro "socialista de meia-tijela", Santana Lopes disse que, segundo a educação que recebeu, essa expressão "não é ofensiva para ninguém", mas, ironicamente, manifestou-se disposto a substituí-la por "socialista a fingir", "socialista de ficção" ou "tudo menos socialista".
    "Se não gostam da expressão `socialista de meia-tijela`, escolham a que quiserem", acrescentou, manifestando-se perplexo por o PS se ter insurgido não contra a substância da crítica, mas apenas com o termo.
    "Um socialista não faz o que fez com as maternidades, com os centros de saúde, com as urgências, com o carregar nos impostos", criticou Santana Lopes.
    O candidato falou ainda nas promessas, não cumpridas, de criação de 150 mil novos postos de trabalho e de não introdução de portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT).
    VCP.
    © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
    2008-05-25 17:35:02

    João Neves

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  4. Mais sobre Pedro Santana Lopes.
    Desta vez na Madeira.

    No Funchal, Santana Lopes disse que a candidata Ferreira Leite e «muitos outros altos quadros do partido, actuando dentro ou fora deste, fizeram o que fizeram em 2005».
    «Puseram-se ao lado de quem derrubou o governo social-democrata», afirmou, exceptuando da acusação o seu anfitrião, Alberto João Jardim, que considerou ser «daqueles que mais tem lutado por uma clarificação da vida política nacional».
    Santana Lopes acrescentou que «nestas eleições há pessoas do PSD que têm alguma consideração por José Sócrates e outras que estão bem instaladas na vida».
    Manuela Ferreira Leite «personifica a mesma política macro-económica que domina o país, com trocas de lugares-chaves e que responsabilizam as autarquias e as regiões insulares pelos seus fracassos», acusou Santana.
    O candidato afirmou que nas suas auscultações às bases do partido tem ouvido apelos «no sentido de impor a ordem, a autoridade e fazer uma limpeza na bagunça que é este partido».
    «Pois digo, vou ser intransigente nesse caminho», sublinhou.
    Santana Lopes aludiu à «onda» que sente em relação à sua candidatura e negou que tivesse pregado uma «rasteira» a Alberto João Jardim quando avançou para o combate eleitoral, pois disse apenas ter avançado quando Jardim colocou reticências à sua própria candidatura.
    «Se Jardim concorresse eu desistia logo, pois sabia que iria perder», disse, sorridente

    João Neves

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  5. José Augusto.
    Estou de acordo com o teu post, estou de acordo quando tu criticas esta cambada de políticos que mais não passam de sanguessugas. O problema maior José Augusto é que aqueles senhores são o exemplo dos políticos do nosso País. E os exemplos estão a ser seguidos por esse País fora ou ainda não reparaste nisso?
    Já reparaste como estão a decorrer as eleições no PSD, no nosso Partido aqui no Concelho de Almeida? A tua Secção Politica Concelhia transmitiu alguma coisa aos militantes? Não houve uma discussão, não houve um debate sobre os diversos candidatos. E dizia o Sr. Hernâni que dantes é que estávamos mal. Quem eram os mandatários, não havia mandatários, já ninguém nos liga nenhum. O único até à data, que vi tomar uma posição e até fazer campanha pelo seu candidato foi o João Neves e mesmo esse foi aqui neste blog. Isto é, não sei se ele é mandatário por Pedro Santana Lopes, mas se é, faz muito bem em fazer campanha. Cumpre o seu papel. Mas acho que perante a ausência do Sr. Hernâni da liderança do Partido só resta aos restantes militantes, tomarem uma posição e assumirem a liderança do PSD de novo e em força, senão é melhor esquecermos vitórias em qualquer eleição que haja em 2009. Mas nota bem. Eu também estou desconfiado desta inércia toda, deste silêncio. Cá para mim vem aí jogada, que achas? Não haverá jogada outra vez?
    Agora que isto tudo é uma tristeza é. O mais certo é sermos comandados por Lisboa mais uma vez e enchermos a barriga de uns quantos de novo. Mas uma coisa te digo, se voltar a acontecer o mesmo que da última vez, comigo deixam de contar como militante. Nem cotas pago e dexo de ser militante. E até nem votos tornam a levar.

    Viva o PSD

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  6. Só para esclarecer a minha posição no que respeita às leituras que os meus comentários podem originar o que até é natural.
    Assim, que fique aqui bem claro que:

    1 - Não sou mandatário de nenhum candidato às eleições no PPD/PSD.

    2 - Já fui claro, aqui neste mesmo blog, e vou tornar a ser: o melhor homem para liderar o PPD/PSD é Pedro Santana Lopes e eu vou votar nele. Mais, aconselho todos os Militantes do meu Partido a votarem em Pedro Santana Lopes.

    3 - Claro que não é agora que vamos iniciar o debate ou a campanha eleitoral, mas deixo duas razões base para este meu apoio incondicional: primeiro,porque depois de tudo porque aquele Homem passou nos últimos tempos, foi sempre Leal para com o Partido e para com os seus Companheiros, e em segundo lugar, foi o único candidato que prometeu pôr o Partido na ordem e arrumá-lo...e se ele precisa urgentemente em ser arrumado!

    Estou de acordo com Pedro Santana Lopes: antes de pensarmos em ganhar a Sócrates, vamos arrumar a nossa casa e depois sim, vamos então todos em força.

    Disse.

    João Neves

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