24 agosto, 2009

ALMA POR ALMEIDA



A época do Verão é propícia a uma quebra de hábitos, encontro de velhos ou novos amigos e, se possível, distanciação do quotidiano. É também propícia à reflexão e observação das movimentações coloridas, profusamente espalhadas por todo o lado.

Durante um tempo, sem desligar, pus-me calmamente a observar, sobretudo realidades diferentes, comparando e reflectindo. Essa distanciação ajuda a relativizar preocupações, permitindo um outro alento, uma espécie de pausa encorajadora, mesmo quando a decepção que sentimos face ao que gostaríamos de ver diferente parece mais insolúvel!

Relativamente a Almeida, fui seguindo a comunicação digital, quando viável, mantendo o cordão de atenção. E assim fui tendo a percepção de um ambiente tenso, cindido num vicioso amiguismo e revanchismo que continua a verificar-se e que, previsivelmente, se acentuará nos tempos mais chegados, com o aproximar de eleições.

Optei por não intervir em qualquer debate, à procura do sentir possível que transparece dos comentários, na maioria anónimos face às circunstâncias nepotismo e intimidação, onde não faltam as habituais operações de cosmética, certames mediatizados por quem mais pode no momento, inaugurações em catadupa, cartazes com mensagens patéticas, cartazes de oposição derrubados, silêncio dos inocentes, silêncio dos coniventes, silêncio dos que fingem não ver, silêncio dos que não querem ver… e quanto mais observo, mais me convenço da inteireza de indignação daqueles que sentem que Almeida carece de melhor!

Agora como outrora, sempre que o cotejar pela manutenção de poder esteja em causa, mais se recorre a manobras de charme, para impressionar. Quanto à expressão da diferença de opinião, sobram as mossas, apesar do esforço de terraplanagem. Invoca-se o berço como que a marcar os ungidos, condenando os não crentes desta fé inventada, terrena e passageira. Mete dó a pouca conta em que têm a inteligência dos outros!

Por tudo isto, confirma-se que quanto mais fulminante foi o desengano com o actual executivo, mais espaço de maturação perante a dura realidade bebida, como muitos almeidenses, diariamente em taça de fel. Qualquer discordância e logo passam de suspeitos a proscritos. É este maniqueísmo de “quem não é por mim é contra mim” que fui sentindo cada vez mais entranhado. Apesar de não ser recente o contacto com esta terra, que sempre conheci um tanto desperdiçada e alvo de interesses mais ou menos inefáveis, nunca a vi com um cariz tão profundamente inquinado como nestes últimos anos!

Tento então vislumbrar a eventualidade de manutenção deste tipo de ambiente em Almeida, depois das próximas eleições autárquicas. E percorre-me uma sombra de apreensão perante tal cenário. Desvanecido o verniz de alguma contenção estratégica, logo as garras se aguçariam para mais investidas. Não, desta vez não me refiro especificamente ao património físico, embora saiba que esse seria o primeiro a continuar a sofrer de fúria interventiva, até com dentes mais incisivos para projectos aparentemente postos em gaveta. Falo do património humano, de uma constante opressão que procura por todas as formas e meios definhar a alma almeidense. Falo não apenas de intimidações pela via judicial, mas também daquelas outras subterrâneas, toupeirescas, visando dividir os cidadãos. Falo daquela mesma sanha contra uma opinião discordante, quer vociferada aos microfones contra a chamada “crítica paralizadora”, quer a consentida por escrito, em tom despudoradamente ameaçador e com distorsão da contestação. Como se não bastassem as imposições, ainda é sonegada a indignação dos almeidenses. Nem quando se trata de um monumento ao 25 de Abril os habitantes podem ter voto na matéria quando, ironicamente, deveria funcionar como um símbolo de conquista de liberdade! Ou do (des)arranjo urbanístico que o pretende acompanhar, na sua Porta de entrada...
Aqui, sente-se bem a desenfreada autoridade de um par de técnicos habituados a impor e adivinha-se o triunfo de querer passar por cima de toda a contestação, com o beneplácito e patrocínio da tutela. Esta continua sem entender que é justamente um progresso equilibrado, em respeito pela vontade colectiva e espírito do lugar, e não um simulacro dele em projectos de modernização. Enfim!

Aos poucos, parece que aos almeidenses foi sendo vedado o direito de decidir algo por vontade própria! É certo que não é só de agora. Mas agravou-se. Entranhou-se o medo, a hipocrisia e a apatia, como tentativas de sobrevivência, o que só favorece a prepotência e impede um desenvolvimento consciente e participativo. Recordo o simbolismo do desespero do herói Louvadeus da obra “Quando os lobos uivam”, de Aquilino Ribeiro, recriada numa série filmada há uns anos precisamente em Almeida. (Hoje dificilmente a escolha de um dos principais cenários recairia aqui devido aos diversos enxertos descontextualizados no centro histórico, incluindo o tupperware posto defronte à Câmara…) O protagonista prefere imolar-se pelo fogo na sua própria terra, a ver a mesma e os seus direitos ancestrais ficarem nas mãos rapinadoras do negócio forçado, com todas as promessas de bem-estar e desenvolvimento, que ele sente falsas. Aquelas cenas finais sobre as Portas de Santo António são disso bem eloquentes!

Em 2009, a prova de fogo será enfrentar este cerco atrofiador. Unidos os almeidenses nesse objectivo estarão mais preparados para o esforço que se segue. Nada poderia ser como agora, não apenas pela maturidade demonstrada, mas porque fica claro que nenhuma equipa sensata e inteligente ousará continuar a sustentar-se e a ir tão longe neste desprezo pelo sentir dos munícipes. Na resistência de um povo o que mais conta é a determinação e a participação colectiva. Sobre isso, Almeida pode ir buscar exemplos dignos à sua memória e envolvimento histórico: Napoleão, o grande estratega, subestimou a força das pequenas guerrilhas e a inércia de um exército anglo-luso que aguardava o momento oportuno para intervir. Ninguém acudiu à Praça-forte de Almeida, que perdeu o seu castelo e caiu. Foi usada como uma peça no xadrez do jogo pelo poder. Mas o invasor acabaria expulso do país, com uma derrota que se multiplicaria por outras por toda a Europa, onde não faltaram os soldados desta guarnição beirã.

Murcho pelo tempo, o grito “Alma até Almeida!”, parece agora reduzido a uma fórmula de despedida. Sem ver que em tempos de competição económica global, é leviano acreditar que alguém olhará pelos interesses de uma terra se não forem os seus próprios habitantes. Por muito tentador que pareça, não serão quaisquer candidaturas a resolver os problemas e dificuldades do concelho. Só uma boa aplicação dos projectos com o envolvimento de todos. Há exemplos do que tem acontecido noutros lugares que o comprovam. E porque há decisões que têm de ser tomadas na hora certa, é cada vez mais inadiável que os almeidenses recusem permanecer assim divididos e humilhados!

19 comentários:

  1. "...qualquer discordância e logo passam de suspeitos a proscritos..."

    Tem sido muito difícil não perder a esperança. Para dizer a verdade, praticamente perdi a esperança. Sinto que vou ser morto pelos meus carcereiros. Não temo realmente a morte. Já várias vezes a enfrentei. Mas tenho um desgosto e é o de nunca ter sido livre. Se pudesse ser livre durante uma semana, estaria pronto a morrer na semana seguinte. Será de admirar que eu não acredite em Deus? Não posso imaginar um Deus tão cruel que recuse a uma pessoa até uma recordação fugaz de liberdade

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  2. Maria Clarinda Moreira25 de agosto de 2009 às 15:07

    Pois olhe, caro anónimo das 02:23, que esse desânimo é uma das coisas que mais convém a quem se vai governando com toda esta desfaçatez! Pela nossa parte, seguiremos reclamando e protestando até que a voz nos doa. E Deus nos ajudará para que se ficarmos sem voz, usarmos as pernas, os braços…e o que estiver ao nosso alcance para não deixar passar em claro semelhantes afrontas que vão sendo praticadas, como se não houvesse outro amanhã!

    É uma luta justa e digna para quem tem vergonha na cara! E quem não poder lutar, chega a àgua aos outros… para não morrerem de sede.
    - ALMA POR ALMEIDA!

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  3. As mutilações com roupagem de necessária modernidade e progresso que o monumento nacional Praça-Forte de Almeida tem sofrido tornaram-se um descalabro e teme-se que, aos poucos, irreversíveis. Cada vez que lhes pomos a vista em cima, cresce a amargura por tanta soberba e brutalidade. Parece haver dificuldade em entender que a Praça- Forte só vale pelo seu conjunto bem preservado, como exemplo de arquitectura militar dos séc.XVII a XIX, e como testemunho da sua participação na História-Pátria. Ao longo dos tempos, Almeida tem sofrido atentados, mas os que se têm deliberadamente causado nos últimos anos são inadmissíveis, demonstrando, quer por parte quer do executivo camarário quer do IGESPAR, uma insensibilidade e arrogância desmesuradas. É mais do que explícito que a Câmara se deixou ir no engodo dos arquitectos que a seu bel-prazer têm feito o que querem, sem que ninguém os pareça deter. Nem vale a pena virem com o argumento que algumas personalidades portuguesas e estrangeiras têm tecido elogios às obras efectuadas. Mal parecia serem convidadas, com despesas pagas, e virem dizer mal da casa dos anfitriões… quanta demagogia de argumentos! E quanta mais se espera ouvir brevemente…

    Mas não é preciso ser arquitecto, muito ou pouco conceituado, autarca muito ou pouco competente. Basta ser cidadão comum com bom senso para constatar que o que se vem fazendo em Almeida ao nível do conjunto histórico é uma acção de lesa-património.

    A sucessão de disparates tem sido cada vez mais marcante e há que enumerá-los: mamarracho junto da Câmara, desnecessárias e descabidas cúpulas de vidro tipo sobre as Portas de Santo António, buraco na muralha decorado a azulejo e granitos tipo estação de metro, projecto defronte às Portas de S. Francisco para o monumento ao 25 de Abril, projecto de um gigantesco miradouro com esplanada no Castelo a acoplar um monumento para 2010… inaugurado em 2008. Mas há ainda a acrescentar as últimas visíveis “preciosidades”: arranjo exterior das casamatas com a alteração dos respiradouros que agora mais parecem chaminés de qualquer vivenda de novo-rico, desaparecimento das trabalhadas “tampas” dos mesmos, carregadas de História. Supressão das barreiras salientes que circundavam a abertura para o pátio interior, implantação de granito polido (mais uma vez granitos polidos!) em bancos (?!) com iluminação interna (?).Etc. , etc.

    Agora até algumas das vetustas portas da Fortaleza em madeira foram substituídas. Não por madeira semelhante, habitual na região, como era tradicionalmente (carvalho ou carrasco), mas por umas necessariamente caras e mais frágeis portas em pinho, dito de Riga (que não o é). O pior é que, apesar do que vai sendo apregoado, todas estas obras, com o seu desfasamento e anacronismo só vêm desvalorizar, vulgarizar e retirar à Praça- Forte a sua autenticidade e originalidade, fazendo-a perder a sua característica homogeneidade como monumento militar, carregado de História. Tarde demais os almeidenses acordarão, se não puserem cobro a isto! É de facto a tal mencionada paráfrase do relógio muito antigo e valioso a que vão sendo adicionados acrescentos em plástico, só porque precisamos de horas certas…
    Pobre Almeida, a quem estás entregue!

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  4. Fechemos os olhos e imaginemos um homem!

    Imaginemos um anónimo, que se dirige a um banco, onde tem as suas poupanças e que lhe é dito que o dinheiro que estava na sua conta já não está lá.
    O homem que imaginàmos, imaginemos que é o gerente desse banco, e que, sem o consentimento nem o conhecimento do seu titular (o anónimo), retirou o dinheiro da conta e fez aplicações financeiras.
    Imaginemos agora que o anónimo, legitimamente exige que lhe seja restituido o que lhe pertence, o seu dinheiro, e que a resposta é : só daqui a cinco anos!
    Imaginemos novamente o homem!
    Imaginemos, que, no regresso de uma diversão nocturna, de madrugada, ocorre um despiste num vehículo de um amigo que circulava à frente do vehículo do homem imaginado. Imaginemos o homem a dar o alerta do acidente e seguir para casa, abandonando o acidente e o amigo.
    Imaginemos agora, à chegada dos socorros, a morte da vítima do acidente.
    Agora vamos abrir os olhos e enfrentar a realidade à nossa volta!
    Que alívio! tudo não passa da imaginação!
    Qual dura realidade bebida em taça de fel?

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  5. J.A. Monteiro (as1560160@sapo.pt)25 de agosto de 2009 às 19:20

    è clrao que ao escrever este comentário já prevejo que não vai ser publicado, como tantos outros que aqui tenho colocado sem nunca insultar ninguém nem dizer qualquer mentira, como acontece em comentários publicados. Mas esse interessa publicar!!! Mas vamos lá, que o que vou dizer chegara´a quem interessa.
    Sr.ª Dr.ª Clarinda e Sr. Dr. Rui Fonseca, é só uma pergunta simples: Será que quando a Sr.ª aspirava ser a Directora da Biblioteca Municipal e o Sr. seu marido um qualquer avençado, assessor histórico (sic...) ou fose o que fosse que desse dinheiro para a sua reforma dourada em Almeida, a VOSSA DOUTA opinião sobre todos estes assuntos era a mesma????
    Apaguem ou esclareçam... Eu gostava de ler a vossa opinião (e atenção que não falo ou escrevo de cor).

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  6. Maria Clarinda Moreira25 de agosto de 2009 às 23:54

    Senhor J.A. Monteiro, não precisa de colocar o seu mail, que lhe respondo em directo, sem receio algum, porque quem não tem rabos de palha não teme!

    De qualquer forma, prefiro a sua franqueza, provando que está mal informado, que a cobardia de insinuações e distorções que vigoram agora em Almeida em desespero de causa. Aqui vai, portanto, a resposta que pede, com o meu agradecimento por ter levantado essa dúvida:

    Saiba que, ao contrário do que afirma, não aspirava a ser Directora da Biblioteca Municipal, até porque há muito tempo estava colocada em Almeida uma Técnica formada nesse âmbito, que desde o início do projecto aguardava a inauguração e abertura da mesma para começar a exercer em pleno a sua actividade. Inclusive a partir de um determinado momento (em que as obras ainda estavam muito atrasadas e durante o qual eu ainda me encontrava a colaborar com a CMA) ela já se ocupava com outras actividades para entretanto merecer o seu salário…

    O que é muito diferente da versão que lhe chegou é que me dispus a efectuar uma pós-graduação em Ciências Documentais, com a duração de dois anos e obviamente paga por mim, por gosto pessoal, na área da gestão de informação com a qual também tenho trabalhado, meramente colocando a hipótese de prestar alguma assistência num Centro de Documentação a criar em Almeida, há muitos anos previsto e sempre encalhado, onde se albergaria informação específica e rara relativa à História de Almeida, incluindo manuscritos, publicações, cartografia, investigações inéditas, etc. que, além de poder vir a constituir um espólio magnífico, se tornaria um ponto de atracção para os investigadores – se devidamente organizado!

    Acontece que nem o gosto de poder desenvolver esse projecto em Almeida me fez hesitar um momento, na altura em que me foi proposta uma espécie de subjugação com falinhas mansas a atenuar a má criação de um arquitecto, que além de se autopromover descaradamente em Almeida, ainda se arroga o direito de tratar a vila histórica como se fosse a sua quinta particular e de maltratar os colaboradores de um executivo que ousam afrontá-lo, enquanto esse mesmo executivo impávido e sereno o deixa à solta a fazer tudo o que lhe dá na veneta, sem ser capaz de o pôr no sítio e ainda a tecer-lhe loas!

    Disse e tornaria a dizer ao executivo que, sabendo do meu empenho e da especialização que estava a concluir e apesar de me acenarem com a dinamização do tal CEAMA (que a maioria do tempo mais parece um posto de turismo à saída, depois do dinheiro que lá foi gasto): NÃO, OBRIGADA! E preferi bater com a porta, porque não estava disposta a colaborar e a dar a cara por pessoas que não merecem qualquer tipo de consideração!

    Quanto ao meu marido, escusa de se chatear: já está aposentado e com uma reforma que felizmente o coloca acima de qualquer suspeita de interesseirismo, muito menos com Almeida! De qualquer forma, nenhuma retribuição o faria vergar nos seus princípios, há muito mais do que demonstrados, desde o tempo da carolice enquanto membro activo da Associação dos Amigos de Almeida: apesar de instado por mim a desistir da sua permanência em Timor para vir colaborar em Almeida, dado o excesso de responsabilidade e trabalho que começava a ter com as incumbências que me eram solicitadas – e em que não queríamos falhar – nem por um momento duvidou em seguir também o caminho da porta, por muito que lhe tivesse custado ver uma oportunidade de fazer coisas interessantes em Almeida ir, uma vez mais, pelo esgoto abaixo!

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  7. Almeidense Imparcial26 de agosto de 2009 às 15:57

    Neste tempo de Verão, que vai até um pouco quente como antigamente, Almeida também regressou à modorra dos velhos tempos.
    Agosto, tempo de emigrantes e romarias e, por uma vez, a procissão da Srª das Neves foi bem organizada e conduzida, sem o desfilar caótico dos participantes…até que enfim, alguma ordem! De resto, tudo na mesma. Imagine-se que até vi mulherzinhas a vender tremoços à sombra na Rua de Serpa Pinto, e nas Quatro Esquinas se juntou em cavaqueira uma série de curiosos, a coçar as ditas… esquinas. Os cães arfavam as línguas, pachorrentamente deitados na calçada, envoltos em enfadonhas moscas . Mesmo na Rua da Loreta, ainda pressenti o cheiro da antiga taberna do Maneta. Um forte cheiro acidulado a azeitonas, tremoços e vinho. Afinal, em Almeida pouco muda com os novos tempos!...
    Ou melhor, pouco mudou, a não ser uns cartazes, dando conta dos grandes melhoramentos que a Câmara vai realçando. Vi num deles que havia uma inauguração das Termas da Fonte Santa. Como havia camionetas gratuitas organizadas pela Câmara, lá me enfiei numa delas e em ambiente excursionista seguimos pelo Arrabalde de Cima, descendo pró Côa. Havia expectativa nos mais fominhas, que lá iam dizendo que esperavam que fosse oferecido uma merenda, conforme agora é hábito em tudo o que se faz em Almeida. Com estes pensamentos da boa política social - com papas e bolos se apanham os tolos, - chegamos ao nosso destino. Não vou falar dos discursos altamente isentos e pedagógicos dos políticos, nem da cerimónia religiosa, pois isso é matéria que cada um lá sabe, devendo-se respeitar as convicções, mas não posso deixar de referir a emoção que senti ao ouvir o “Hino à Fonte Santa”! É certo que um pouco afónico, talvez por ser a estreia, mas inflamadamente executado… Lá houve o copo de água da praxe, ou melhor a garrafinha de água, e passadas umas duas horas há que regressar a Almeida. Todos vinham eufóricos, e comentavam que o edifício e equipamento inaugurado é do mais moderno que pode haver. Pena é que o novo Complexo Termal não tenha água medicinal, nem se sabe quando ou se alguma vez terá, mas isso era o menos : era dia de festança e há que animar atacando todos em uníssono o refrão do recém estreado “Hino à Fonte Santa”… mesmo sem água!
    Almeidense Imparcial

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  8. o melhor de almeida está sem dúvida nas suas pessoas, no sentir que as mesmas têm sobre a sua terra e no bem que sabem estar e receber, no trato simples de quem quer dar aos outros o que seu é...
    nessas pessoas não se sente o "alma até almeida" com mais ou menos intensidade pois o vigor e sentimento é sempre o mesmo e, tudo porque essas mesmas pessoas não mudam hoje para amanhão voltarem a mudar, SÂO E SRÂO SEMPRE IGUAIS, AS MESMAS, verdadeiras e humildes...

    não existem formas diferentes de "alma até almeida", nem existiram enquanto houver almeidenses que sentem SEMPRE (não apenas por vezes) a sua terra

    ALMA ATE ALMEIDA... e ate almeida SEMPRE

    Francisco Afonso

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  9. Fernando. Fiquei e estou baralhada.
    Afinal vais participar ou não na próxima campanha eleitoral?
    Já não sei o que pensar. Nem tu, nem o Senhor José Augusto e nem o Senhor Mário Martinho. Sempre pensei que vocês estivessem nas listas do PS. Já não entendo nada disto.
    Gostaria e penso que mereço um esclarecimento e antes da campanha eleitoral como acho lógico, não é?

    Estamos baralhados até porque o PS apresenta praticamente as mesmas pessoas. Vira o disco e toca o mesmo.

    Estamos confusos como é natural, né?

    M.

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  10. Ah grande Xico, até que em fim disseste alguma coisa certa!!!

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  11. Já é tempo de os Senhores José Augusto, o Senhor João Neves e o Senhor Martinho, definirem de vez qual é afinal a posição politica.
    Depois de alguns largos meses a fazer uma oposição, que eu até considero séria e oportuna, e depois de mostrarem intenção de apresentarem ao eleitorado uma alternativa diferente aos crónicos PS e PSD, fiquei ultimamente com a quase certeza que iriam apoiar e integrar as listas do PS, até pelo que se lia neste blog.
    Afinal o que pensam que são estes senhores?
    Que são os donos de votos de quem? Será que pensam também que basta indicarem aos seus súbditos (leia-se votantes ou eleitores) qual a intenção de votos?
    Eu penso que estão muito enganados! Ninguém é dono dos votos de ninguém. Os Senhores aparecem a tecer criticas ao poder autárquico actual e depois tiram o “rabinho” de fora e mandam o eleitorado votar PS, quais capatazes ou coronéis brasileiros?
    Não, meus senhores.
    Caciques no concelho de Almeida, nunca mais!
    Espero Senhor João Neves que este meu comentário seja publicado. Nunca me regeitou nenhum pois eu sempre cumpri com o estabelecido: nunca insultei ninguém e muito menos faltei ao respeito a alguém. Por agora criticar ou duvidar das razões da sua posição politica, espero que não seja a primeira vez que me rejeita um comentário.
    Espero que mereça um esclarecimento destes Senhores que neste momento me desiludiram.
    Até o Senhor Orlindo me desiludiu, mas isso resolve-se nas urnas. Não existe outra alternativa.

    F.Garces

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  12. Reforço o meu último comentário com aquilo que pude constatar no passado fim de semana em almeida. Grande adesão dos populares às festas e comemorações, grande espírito de festa, grande participação nas inaugurações e apresentações....

    e aínda há quem venha dizer que a alma de almeida, a alma dos almeidenses está não sei quê.... a sorte é estes comentários e textos não chegarem decerto a mais de 95% da população senão..... iriam ser cobrados, ai isso é que iriam!!!!

    f.afonso

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  13. Depois de perderem tantas eleições, não acham que é preciso ter lata para aparecerem mais uma vez com as mesmas caras em Outubro? O Senhor Orlindo anda a querer fazer de todos nós burros?
    Tenha vergonha.
    Tanta bazófia, tanta propaganda que vinha aí uma equipe super e aparece de novo com as mesmas caras.
    Orlindo Vicente não tem carisma e nem tem gente credível.
    Que lata.

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  14. Só me apetece rir.
    José Augusto, João Neves e mais não sei quantos.
    eheheheheh.
    Eu já sabia que só podia acontecer isto.
    Eu conheço esses dois senhores e sabia que nunca podiam fazer parte de qualquer candidatura do PS.
    ehehehehehe. uma equipe de qualidade.eheheheheh

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  15. Promiscuidades

    Diz o provérbio antigo que “À mulher de César, não basta sê-lo (séria), é preciso parecê-lo”. Pois bem, o facto da candidatura do Senhor Baptista Ribeiro ter utilizado um espaço publicitário, sito à rotunda da Av. da Fronteira, em Vilar Formoso, há longo tempo utilizado para a publicidade institucional da Câmara Municipal e da Empresa Municipal, portanto pago por todos os cidadãos, faz lembrar essa máxima.

    Cada um que faça a sua reflexão e retire a respectiva conclusão!

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  16. O dito P. S. (Partido Socialista), e o P. S. D.(Partido social Democrata), parece que estão a ficar nervosos, tanto a nível do Poder Central como do do Poder Local (nomeadamente no Concelho de Almeida).
    Vá lá, tenham calma e pensem, que o poder não é ad eternum ..., nem muitas vezes de onde se esteve e agora se perfilha a forma de estar, serão formass ou maneiras de se se ser "alternativas".
    Deixem o POVO decidir ...

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  17. Venho aqui referir-me à postura e ao comentário do Sr. F. Garcês, dizendo-lhe que as posições das pessoas por ele referidas foram ao longo de vários meses esclarecedoras das suas ideias e posições, só não as vendo quem não quer. As posições do Sr. F. Garcês foram também esclarecedoras ao longo do tempo, escusa agora de vir com malabarismos, sob pena de cair em descrédito, se já não caiu, e virmos a pensar que o senhor alimentará tudo menos coerência no seu modo de vida. Não concordando, na generalidade, com os pontos de vista do comentarista F. Afonso, não posso contudo de respeitar a coerência da sua visão de imaginar o bem comum, o mesmo não se aplicando a F. Garcês.
    Finalmente, poderá o senhor explicar e explicar-se melhor quando fala em desilusão? Estou curioso, e macacos me mordam se não terá a ver com o seu umbigo!

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  18. Tenho sido um leitor atento a tudo o que se tem escrito nos diversos blogues existentes neste concelho.
    Uns merecem mais atenção do que outros tendo em consideração os artigos publicados e o valor de endoestesia na sua oportunidade pública de discussão.

    Não vou tecer qualquer comentário a nenhum deles.
    Tenho andado na dúvida se haveria ou não de trazer até este espaço a minha opinião ou pensamento sobre tudo o que me rodeia.
    A força da circunstância obriga-me a que o faça.
    Optei pelo Fórum Almeida uma vez que me parece o mais sério no tratamento dos artigos de opinião e temas diversos.

    Como natural deste concelho, tudo o que por cá se passa além de me preocupar, interessa-me.
    Pena é que não possa ter uma intervenção mais directa, mas talvez um dia mais tarde possa tornar realidade este meu desejo.
    O que nos últimos tempos tem sucedido, para mim é grave demais para que possa deixar passar as coisas sem fazer uma chamada de atenção a todos quantos tenham um contacto com este blogue.

    Já lemos por aí da pressão que é feita a pessoas no seu próprio local de trabalho por divergência de opinião, o que se torna democraticamente insustentável quando a obtenção da democracia já tem dezenas de anos.

    Assistimos ultimamente à criação de vários lugares públicos por concurso numa altura em que estamos a dias de eleições, o que nos leva a pensar na forma como alguns vêm a possibilidade de encapuçadamente obter vantagem.

    Observou-se a forma oportunista e anti-social na oportunidade de uma inauguração para tecer auto elogios, esquecendo completamente a pessoa que merecia ser o ponto alto de toda uma cerimónia. Vergonhoso.

    Muitos mais factos mereceriam aqui destaque mas o objectivo principal deste meu comentário, não é este.
    Lidei durante muitos anos com gente desta nossa terra e creio que todos nos conhecemos uns aos outros, para sabermos o que cada um de nós vale e pode trazer de benéfico para o bem de todos os residentes no nosso concelho.
    Hoje sou incapaz de entender, de compreender atitudes e posturas de alguns desses amigos.
    Vi-os em tempos com bandeiras ao alto e gritando a plenos pulmões por exigências significativas a bem de uma atomicidade.
    Hoje vejo alguns num estado amorfo, outros num estado mesomorfo e outros ainda descaindo mais para um estado de silício.
    Isto é na realidade o que me preocupa.
    Aliás, é o que nos deve preocupar a todos.

    Com posturas como as que descrevi, à medida que os dias, as semanas e os meses vão passando, tenho-me apercebido do despertar de uma premonição que eu considerava já completamente desaparecida.
    O diagnóstico revela encefalopatia, psiconeurose e parasitose.
    Estão-se de novo a açorar valores contraproducentes no relacionamento entre a sede de concelho e as demais freguesias.
    Parece estar novamente de volta a síndrome de Down.
    Eu não quero.
    E acredito que muita gente neste concelho também não esteja interessada nisso.
    Então una-mo-nos e lutemos.

    Haverá algo mais verdadeiro do que vencer a força, com a razão?

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  19. Ah, esta Almeida 2009 não nos deixa de surpreender! Depois da Fonte Santa, sem água mas com hino, eis que outra surpresa nos estava reservada. É bem verdade que o seu a seu dono, ou seja, há que reconhecer o mérito a quem o tem. Ora vem isto a propósito da auto- homenagem bem publicitada para que os cidadãos não a esqueçam (principalmente na hora da votação em Outubro) que lá está pespegada num gigantesco cartaz a esses dois responsáveis serem elevados juntamente com Almeida a património da humanidade. Nunca pensei que os almeidenses que estiveram por detrás da homenagem fossem tão pródigos ao reconhecer o quanto esses dois desinteressados e competentes autarcas têm feito pelo Concelho de Almeida. Bem certo é que os Beirões não olham a meios na hora da gratidão. Acho, contudo, que não era preciso tanto, mas eles é que sabem. Espetarem com esse par de jarras num cartaz no quintal da Casa do Dr.Ernesto , mesmo à entrada de Almeida, e o local vai certamente ser visto por quem quiser admirar os dois manjericos como exemplos também de património intangível da humanidade.
    Valha-nos dois burros aos coices…

    Almeidense Imparcial.

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