26 março, 2010

Aprender com os erros dos outros.

Já terminou a campanha eleitoral para os candidatos à liderança do Partido Social Democrata bem como já está tudo decidido na altura da publicação deste texto.
Quem ganhou, ganhou, e espero que seja por isso respeitado nas suas decisões e forma de dirigir o partido, tal como o país. Seria bom que os sociais democratas soubessem respeitar internamente as suas decisões de forma a constituírem neste momento uma oposição credível e válida para bem de Portugal.
Certamente que os tempos que se avizinham vão ser duros e difíceis, mas temos que viver com eles e para isso não nos resta a nós simples cidadãos, mais do que aceitar o que os políticos decidirem.
As situações sócio económicas que actualmente estamos a viver são preocupantes demais, para que a classe política esteja envolvida em questiúnculas tão inverosímeis como a liderança partidária no caso do PPD/PSD, e da essência da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à relação do Estado com a comunicação social, e nomeadamente, à actuação do Governo na compra da TVI, pelo Partido Socialista.
Refiro-me só a estes dois partidos, pelo facto de serem os únicos capazes de uma alternância governamental, com, ou sem “apêndices”.
O PPD/PSD tem obrigação de saber lidar com situações de uma liderança própria, uma vez que nos últimos anos nada mais tem feito do que alterar o líder. Aquando da candidatura de Manuela Ferreira Leite deviam saber que a senhora não conseguia fazer passar para a opinião pública a sua imagem de mulher política a Chefe de Governo. Isso teria evitado a derrota nas eleições e certamente teria contribuído para uma melhoria da situação geral. Faço votos para que aqueles que na altura a apoiaram, hoje tivessem sabido reconhecer entre os candidatos, qual o melhor líder para um possível desempenho de primeiro-ministro.
Relativamente ao PS, gostaria de o ver mais preocupado com a questão governativa, com a forma e conteúdo de soluções para a saída da crise, do que com a posição futura do PPD/PSD e do seu novo líder, na assunção de posição sobre a aceitação do PEC.
Seja qual for a decisão dos sociais-democratas, os mesmos terão que assumir a responsabilidade política da mesma perante os eleitores.
Sinceramente também não consigo compreender a preocupação do PS pela posição do PPD/PSD no interesse de ouvir algumas pessoas na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à relação do Estado com a comunicação social.
Quando alguns órgãos de comunicação trazem a público informação sobre atitudes de alguns políticos, e pessoas ligadas ao PS, e se nada existe como o afirmam, então só terão que facilitar tudo a todos de forma a evitar “ruídos de fundo” de uma vez por todas, procurando dedicar mais tempo ao que interessa que é a significativa melhoria da governação.
A partir daqui, cabe ao PPD/PSD saber posicionar-se em campo, de forma a credibilizar-se junto dos portugueses e recuperar a imagem em tempos conseguida, para um qualquer dia, mais cedo ou mais tarde, ser responsabilizado pela governação. Não pode nem deve embandeirar em arco, nem tão pouco permitir-se auto proclamar já, como suficientemente capaz de assumir a liderança do País. Já cometeu um erro anteriormente quando António Guterres abandonou o Governo. Deveria ser o PS a continuar a governação com outro líder que entendesse e nunca dar a entender ao Presidente da República da altura, que o melhor era realizar eleições antecipadas. Esse erro deu no que deu.
Ao PS, também lhe cabe a responsabilidade de respeitar a oposição e quando em minoria parlamentar, saber dialogar com todos no sentido de encontro de soluções para os diversos problemas.
O PS também já foi oposição e devia ter aprendido com isso.
Os próximos tempos vão certamente ser difíceis para alguma classe política e para o Povo em geral.
Afirmei aqui em 2008 que 2009 e até 2010 seriam anos muito complicados para todos nós.
Hoje, reafirmo que a solução para todos os nossos problemas, ficou adiada ”sine die”, para mal dos nossos pecados.
A minha preocupação neste momento, vai para os jovens deste País.
Cabe-lhes a eles a solução de tudo. Mas é importante que aprendam com os erros dos actuais políticos.

4 comentários:

  1. O Senhor José Augusto só fala,fala e fala, mas não faz nada.
    Agora também é analista. Se é assim tão bom, então ponha-se ao dispôr do seu partido. Ou já não é do PSD? gosta muito de se esconder por trás dos outros.
    Eu gostava de o ver a fazer alguma coisa e não falar tanto.

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  2. A eleição de Passos Coelho como líder do PSD significa o príncipio do fim do cavaquismo.
    Ganhou porque foi o único que mostrou intenção de apresentar uma moção de censura ao governo. Ora, numas directas, e com a fome de poder em que se encontram as bases, só podia resultar a eleição de Passos Coelho. Isto, quanto a mim é indicador de um mau presságio para o país no que toca a podermos ambicionar que Passos Coelho possa trazer credibilidade à política.
    Veremos de agora em diante, tal como as intenções de voto popular mostram actualmente que são remotas as possibilidades do PSD vencer eleições nacionais, se Passos Coelho não quererá alimentar a continuação da legislatura PS.
    Passos Coelho, à semelhança dos antecessores líderes PSD, tem pois de deixar governar quem sabe, tendo como principal inimigo contra ele, o tempo. Não podemos deixar de ter em conta que, José Socrates, sozinho, já enfrentou 4 presidentes do partido PSD, e, modéstia à parte, até com as manipulações orquestradas em belém, nos meios de comunicação social, e por toda a pior pulhice existente neste pequeno reino, ainda se mantém em pé, de pedra e cal. Atrever-me-ia a considerar o actual 1º ministro, do melhor que tivemos no pós 25 de Abril.
    Por enquanto, esta eleição modelo Passos Coelho, deixou certamente satifeito o universo laranja, até porque deu uma demonstração ao país (uma vez mais) da vontade voraz, implacavél e impiedosa que o PSD tem em mudar os seus líderes a um ritmo alucinante. Haverá melhor sinal para os Portugueses da não credibilidade que este partido representa para nós, principalmente num momento tão sensível como este que estamos a atravessar, em que o povo tem temor como nunca antes pelo seu futuro?
    Eis a prova de que José Socrates é o único homem em quem os Portugueses se agarram porque confiam na mensagem de confiança constante que ele transmite ao seu povo.
    O que devemos pensar quando o principal partido da oposição (pelos menos até agora), se limita a pedir ao PS que mande José Socrates embora?
    Devemos pensar que isso é credibilizar a política? devemos pensar que isso é respeitar a democracia e o voto nas urnas?
    Não, significa que o PSD, se lhe fosse possível, fazia um golpe de estado e tomaria o poder pela força!

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  3. QUE PODEMOS ESPERAR DE UM LIDER DO PSD QUE TEM COMO ESTRATEGA ANGELO CORREIA

    PASSOS COELHO É UMA CÓPIA IMPERFEITA DE SÓCRATES

    ENTRE SOCRATES E PPC VENHA O DIABO E ESCOLHA, SENDO QUE PPC AINDA É MAIS FALSO E MENOS CONSISTENTE QUE SOCRATES
    MAL POR MAL MAIS VALE O SÓCRATES

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  4. O senhor Zé Augusto tem razão no que escreveu.
    O psd tem andado tão mal e tem dado uma tal imagem negativa aos portugueses que bem se viu nas últimas eleições como a Dra. Manuela Ferreira Leite não foi capaz de derrotar o sr. Sócrates e ter a confiança dos portugueses apesar das imensas polémicas por ele arranjadas com várias classes dos trabalhadores incluindo a função pública.
    Foi tão má a gestão anterior do psd que o agora eleito presidente nem sequer tem lugar na assembleia da república. Como é possível o líder da oposição não estar no maior centro de debate político da nação?
    Também pode controlar o partido de fora mas é diferente.
    Os portugueses votaram à pouco tempo e disseram o que queriam. Não acredito que o sr presidente da república dissolva a assembleia e convoque eleições gerais de novo só porque o psd tem novo presidente. Seria mau para a democracia portuguesa. Mas também é verdade que o ps tem que mudar a sua política porque a actual tem sido uma vergonha. E os problemas levantados pela comunicação social não podem passar em branco para com os socialistas. Acredito que ainda há gente com pudor para não concordar com o que se anda por aí a comentar nos jornais. A solução poderia passar por substituir o sr. Sócrates por outro socialista na chefia do governo e assim tirar todas as possibilidades de novas eleições.
    Como não sou político só posso observar e nas próximas eleições votar em quem me der mais confiança. Mas também é verdade que só podem ser uns ou outros para mal dos nossos pecados.

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