21 março, 2010

Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de 26.02.2010

Escrever uma síntese de uma reunião, como a da Assembleia Municipal (AM), com múltiplos pontos de debate e intervenções, cada uma no seu género, objectivo, concordância ou divergência não é simples. Por isso, começo por registar, tal como já manifestado na AM, que seria bom que as sessões fossem gravadas e pudessem estar disponíveis para que cada um procurasse à vontade, com inteireza e comodidade, o conteúdo e forma como as mesmas decorrem. À falta disso, os almeidenses podem já encontrar alguma resposta a essa procura no sítio da CMA, através da acta que, finalmente, começou a ser publicada, não se compreendendo por que razão não acontecia há mais tempo.

No entanto, dado o prolongado tempo de espera que medeia a realização de uma sessão com a leitura e aprovação da acta anterior, até que aconteça essa divulgação, tentarei ir trazendo alguma informação dos conteúdos debatidos, sem pretensão de descrição total, antes apenas como reflexo global, com um ou outro ponto mais marcante, ou consideração sobre os factos observados, como agora faço.

Assim, no âmbito do I ponto do Período antes da Ordem do Dia, destacou-se a discussão em torno das correcções à Acta nº 1, havendo algumas omissões e imprecisões a merecerem especial atenção, sobretudo por parte de membros da oposição que, embora com compreensão pela difícil tarefa de secretariar uma sessão tão prolongada como tinha sido a anterior, reclamaram a precisão dos conteúdos debatidos e respectivas tomadas de posição, a ponto de ter sido novamente solicitada ao Presidente da AM a disponibilização de meios de gravação que facilitassem a tarefa da sua reprodução. A acta acabou por ser aprovada com as devidas alterações.

Verificou-se depois um pedido dirigido ao Presidente da CMA relativo à necessidade de esclarecer melhor a população de Vilar Formoso sobre o Projecto de Impacte Ambiental do nó de ligação rodoviária da A25 com a A62, para a qual o mesmo se mostrou disponível no âmbito da discussão pública, avisando, no entanto, que o respectivo prazo não demoraria a terminar. Por esse motivo, foi ali decidido elaborar uma exposição/reclamação ao Director da Agência Portuguesa do Ambiente, visando algumas soluções para minorar os impactes negativos que a Vila de Formoso irá sofrer com aquelas obras. Seguiram-se novas reclamações sobre o arranjo urbanístico do Largo do de Vilar Formoso, porque, segundo o Presidente da JF, as pessoas continuavam a queixar-se, um pedido de colocação de nºs de polícia nas portas das casas em Castelo Bom e ainda uma intervenção reclamando sobre o problema das acessibilidades e inexistência de sistema de evacuação de emergência do auditório, há muito prometidos, sobre a falta de sinalética turística promovendo os temas das diversas populações e sobre a própria imprecisão de dados e de fotografias actualizadas no sítio da CMA. A essas questões, o Presidente da CMA prometeu resolução, ou reafirmou cumprimento de promessas anteriores, explicando contratempos e dificuldades. Por mim foi ainda manifestada estranheza por não ter sido trazido ao conhecimento e discussão da AM o Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo do Ensino Superior da CMA, bem como dúvidas sobre a coerência de alguns dos termos de candidatura propostos, que o Presidente da CMA declarou não compreender, alegando que o referido Projecto se encontrava em fase de discussão anunciada no DR, que só depois viria à AM para aprovação, e que os termos de distinção de candidatura dos estudantes descendentes de Bombeiros de Almeida se relacionavam com o seu estatuto de voluntariado. (A propósito desse ponto, como os leitores deste blogue se recordarão, foi publicado, sob a forma de comentário ao anterior ‘post’, e ainda no no blogue Almeida Jovem, um aviso acerca do prazo de discussão do referido Projecto de Regulamento. Posteriormente, foi enviada para os endereços de apoio à Presidência da CMA, uma manifestação escrita também contemplando a reacção recebida através do correio electrónico aqui disponibilizado).

Sobre o ponto 1. da Ordem do Dia, Participação do Município no IRS, da Lei das Finanças Locais, ficou decidido, com base numa proposta de um dos membros da oposição, que o Município abdicaria até 3% do montante de 5% cobrado em 2009, num total superior a 500.000 euros, valor esse que seria repartido pelos diferentes Protocolos das freguesias do concelho, após aprovação em Reunião de Câmara. Seguiu-se a votação da Matriz do Protocolo de Delegação de Competências Municipais nas Juntas de Freguesias, inscrita no ponto 2.

Passou-se depois ao ponto 3. Discussão e Votação do Regulamento da Biblioteca Municipal, tendo sido trazidas diversas propostas de melhoria ou correcção. Entre elas, algumas apresentadas por mim, que comecei por indagar a Mesa se a aprovação da designação da Instituição, visando homenagear a Dra. Maria Natércia Ruivo se realizara em Assembleia Municipal, dada a dúvida que continuava a permanecer nos munícipes face à não colocação do seu nome no exterior, nem tão pouco na placa inaugurativa – o que muita estranheza causara, sobretudo por contraste com as palavras de louvor e reconhecimento público proferidas durante o acto oficial de abertura. Em resposta, foi dada garantia de aprovação institucional do nome da Biblioteca, em Reunião de Câmara e depois na AM.

Quanto às propostas para o referido Regulamento, deixo, para memória futura, algumas delas:
- Introdução de um Índice;
- Substituição do termo “munícipes” por “utilizadores” (termo mais abrangente, tendo em conta os Princípios do Manifesto da UNESCO sobre bibliotecas públicas, de disponibilização a TODOS sem qualquer tipo de discriminação);
- Acrescentamento de um ponto 8 no Artigo 3º: “Apoiar a auto-formação dos utilizadores, nomeadamente no âmbito das novas tecnologias”;
- Preenchimento de um Impresso fornecido pela própria instituição que funcionaria como Termo de Responsabilidade associado a uma fotocópia de Bilhete de Identidade ou outro documento identificativo, visando a simplificação dos procedimentos burocráticos no ponto 4.b) do Artigo 9º para obtenção de Cartão de Utilizador (o qual, na forma prevista, exige apresentação de “documento comprovativo de morada, designadamente, carta de condução, recibo de água, electricidade, gás, telefone fixo, TV por Cabo, ou, ainda, atestado de residência emitido pela Junta de Freguesia”);
- Redução da exigência do nível etário de 14 anos para atribuição de cartão de leitor, condicionada à autorização dos responsáveis legais, prevista no mesmo artigo:
- Não exigência de marcação prévia para efectuar trabalhos nos computadores disponíveis, prevista no ponto 7. do Artigo 10º.

Explicadas e registadas as propostas acima, apesar de ter sido reconhecida a pertinência de algumas, surgiu também o contra-argumento de que uma Biblioteca Municipal não era “a casa da Mãe Joana”, sendo preciso precaver a possibilidade de desaparecimento de alguma obra e que “os regulamentos nunca pecaram por excesso”… acabando as mesmas por ser rejeitadas pela Mesa com o argumento de que o prazo de discussão pública já expirara e que as alterações implicariam uma nova publicação em DR, apesar de admitido que, nesse prazo intermédio, nada obstaria à continuação do funcionamento da instituição. Não tendo retirado nenhuma das sugestões apresentadas até porque o ponto da ordem do dia referia explicitamente “Discussão e Votação do Regulamento da Biblioteca Municpal”, invoquei o Artigo 20º que “O presente regulamento será revisto sempre que se revele pertinente para um correcto e eficiente funcionamento da Biblioteca Municipal Maria Natércia Ruivo”, precisamente para demonstrar que não via necessidade de aprovar, logo como primeira versão, um regulamento tão restritivo e pouco apelativo ao utilizador. Posto à votação, como era inevitável, passou com o meu voto contra.

Respeito a decisão, mas lamento-a. Vejo a Biblioteca como um local de construção e formação, de fruição colectiva e individual, o mais possível aberta e acessível, incentivante e acolhedora. Sei que os modernos serviços bibliotecários dos países desenvolvidos e de Portugal se esforçam o mais possível nesse sentido, não faltando quem chegue ao ponto de declarar que mais vale um livro desviado por alguém verdadeiramente apaixonado por ele, do que um livro para sempre fechado, e não posso deixar de me entristecer de ver um serviço público, com tanto potencial deixar-se amarrar por uma visão tão burocrática e possessiva, ciosa de obras publicadas aos milhares, quando a tutela e a própria população têm à discrição um património único e valioso a merecer maior respeito, zelo e interesse de preservação, cuja importância não demonstram saber entender.

Fica assim bem patente como funciona a democracia. Que os almeidenses vão abrindo os olhos, é só o que posso desejar, com pena mas sem ressentimentos, e uma vez mais a comprovada convicção de que pouco ou nada do que, em boa-fé, se propuser será bem acolhido neste tipo de sociedade e assembleia divididas pelo peso de uns que esmagam o de outros. Onde não existir largueza de horizontes nem abertura de espírito, quem durante a noite teimar que existe a luz do sol, e não tiver nas suas mãos forma de o demonstrar, corre o risco de ser considerado louco.

13 comentários:

  1. Parabéns e obrigada Dra Clarinda pela publicação em síntese do que se passou na última Assembleia Municipal.
    Assim pelo menos já ficamos a saber algo sobre atitudes de pessoas(?) que tendo responsabilidades acrescidas na gestão deste concelho, deixam muito a desejar.
    Por favor, a senhora mantenha sempre essa atitude.

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  2. Manuel Norberto Baptista Forte21 de março de 2010 às 11:38

    "...manifestado na AM, que seria bom que as sessões fossem gravadas e pudessem estar disponíveis para que cada um procurasse à vontade, com inteireza e comodidade, o conteúdo e forma como as mesmas decorrem."; uma pergunta: tal pretensão já foi formalmente (por escrito, e até para assim constar em Acta) posta a consideração, discussão, e votação, em Sessão da Assembleia Municipal?. Penso que ninguém dos Partidos representados na Assembleia Municipal de Almeida temerão que tal se faça, até porque a situação actual não é nada aceitável.Onde é que já se viu, e repito que não está em causa a idoneidade de ninguém (nomeadamente o das Secretárias da Mesa), a ser posta em causa, mas sim o argumento que sobre tal apresenta, e que considero real e de "peso" suficiente, para se apresentar uma proposta concreta conducente, a que também em pleno Séc. XXI as Sessões da Assembleia Municipal de Almeida sejam gravads, com todas as vantagens que daí advêm, e evitar-se-ia "...havendo algumas omissões e imprecisões a merecerem especial atenção, sobretudo por parte de membros da oposição.", tal coisa.
    O resto certamente, e louve-se tal, são os apontamentos possíveis de quem também está lá noutras funções e a essas mais atenção deve, óbviamente, dar. Mesmo assim, grato como Almeidense pela sua atenção.
    Penso assim que a Assembleia Municipal de Almeida, também ela deve ser "actualizada" em procedimentos, próprios do tempo que vivemos, e que se calhar, até seria mais não só para quem faz as actas, como até para quem dirige a Assembleia.. Todos ganhariam com a gravação das Sessões.

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  3. "Seria bom que as sessões fossem gravadas e pudessem estar disponíveis para que cada um procurasse à vontade, com inteireza e comodidade, o conteúdo e forma como as mesmas decorrem".
    Em tempos idos já Dr. Costa Reis aquando Presidente da Câmara isso existiu, No anterior mandato foi sugerido por deputados do PS.
    Pode-se concluir que o PSD quer criar confusão, introduzir a seu sabor e omitindo muitas vezes assuntos importantes para o Concelho.
    Drª Clarinda peço-lhe por favor que exija cópia das Actas corrigidas, porque é feita a correção verbalmente e nunca se sabe se foi efectivamente alterada.
    Suponho que são efectuadas as alterações e dai concerteza que existe certamente muitas vezes conteudos diferentes.
    Como se tem procedido nem o Deputado sabe o que ficou efectivamente em Acta e muito menos os municipes em geral.

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  4. Sr. Baptista Forte,

    "...até seria mais não só para quem faz as actas, como até para quem dirige a Assembleia."

    Já pensou que pode haver alguém a quem não interesse que certas afirmações constem nas actas?
    Já ouviu algo dos elementos do PCP que fazem parte da AM, sobre este tema?
    Como diz o Povo, quem cala consente.
    Deixe só afirmar-lhe que no meu tempo foi aprovado na AM a gravação das sessões. Se não está a fazer-se este procedimento, então responsabilize-se quem de direito.

    Alma até Almeida.

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  5. Manuel Norberto Baptista Forte22 de março de 2010 às 10:19

    Caro "Anônimo disse... 21 de março de 2010 12:18", se em tempos idos "...isso existiu..." já, e "...No anterior mandato foi sugerido por deputados do PS." De tal, permita-me duas conclusões: 1) Se já existiu algo que é considerado útil e imprescindível para um melhor e maais exacto atingir do que se pretende atingir só há que repôr ... o que já existiu. 2) Como repôr? Desculpe, mas nestes casos e não está em causa o partido que sugeriu, entendo que estes devem apresentados formalamente à mesa da Assembleia Municipal, para que a mesma a ponha á aceitação, discussão e votação; até para o documento independentemente do resultado, constar em Acta.
    Estimado Anónimo, o que eu concluo de tudo o que ainda se passa neste capítulo na Assembleia Municipal de Almeida, é porque talvez não tenha havido a afirmação devida quando tal fôr efectivamente necessário. Não me tome a mal, mas termino, recomendando-lhe a leitura do Regimento da Assembleia Municipal de Almeida.

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  6. Manuel Norberto Baptista Forte22 de março de 2010 às 10:40

    Caro "Almeidense disse... 21 de março de 2010 17:33". Quando disse "...até seria mais não só para quem faz as actas, como até para quem dirige a Assembleia.", não tive nem tenho em mente qualquer juízo sobre ninguém, e muito menos sobre preversas intenções como o senhor sugere; isto que fique bem claro na mente das pessoas que lerem o que escrevi, ou escrevo, que eu tenho o máximo respeito pelas Instituições e pelas pessoas que nas mesmas estão, mas certamente que dentro da minha filosofia de vida e política, certamente que determinadas coisas com toda a certeza já teriam sido apresentadas. Jamais seria capaz de estar no Órgão máximo de um Municipio, onde se devem apresentar, discutir, e tomar decisões sem constrangimentos alguns, de uma maneira passiva. Em estrito respeito por quem me tivesse eleito, pelos demais elementos da Assembleia, e pelo Regimento da Assembleia Municipal de Almeida, eu certamente quando entendesse falaria e apresentaria o que me aprouvesse, mas sobretudo julgasse vinculativo. Eu falei, falo, e falarei sempre dentro das "regras" que certamente as entendeu quais são.
    "Já ouviu algo dos elementos do PCP que fazem parte da AM, sobre este tema?" Certamente até por fazer parte da candidatura C. D. U. à Assembleia Municipal nas Eleições de Outubro 2009, certamente que falarei com as pessoas em questão, não temos tabus, e até no âmbito C. D. U. como no P. C. P., gostamos de cultivar i diálogo.
    "Como diz o Povo, quem cala consente." é a verdade que você me diz, de todos.
    SEMPRE, Alma até Almeida.

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  7. bom trabalho de informação! O que mais tempo levou a encontrar nesta síntese de acta foram as participações dos deputados do PSD. Será que estiveram lá? Ou só dissserem amén?.
    Pode solicitar-se acta nº 1 corrigida, pois a que consta do site da Câmara mantém as imprecisões referidas na reunião seguinte e alguém tem de as fazer.

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  8. Maria Clarinda Moreira23 de março de 2010 às 01:35

    Sobre alguns comentários aqui deixados, venho esclarecer que a acta nº 1 da AM, recentemente publicada no sítio da CMA, já contém os pontos que foram objecto de discussão e correcção mencionados neste ‘post’. A versão em papel anteriormente enviada aos membros é que merecera atenção, tendo sido regularizadas as situações de discórdia, antes da aprovação dessa mesma acta.

    Há, naturalmente, intervenções de vários quadrantes que surgirão na acta nº 2 da AM, a devido tempo, assim esperemos. Este ‘post’, como disse, é apenas uma síntese, que reflecte um pouco do debate. As posições de cada um só se tornam entendíveis num contexto mais amplo, que aqui não pode ser esmiuçado. Os almeidenses sabem, certamente, dos resultados eleitorais, as escolhas feitas ao nível tanto de pessoas como de representatividade de família política, e não lhes é difícil avaliar o panorama de forças presentes.

    Por ora, só podem ir prestando atenção ao desenrolar dos acontecimentos para melhor ajuizarem das soluções para os seus problemas. A alternativa é baixar a cabeça, dando azo a que outros continuem a decidir por eles, mesmo que mal, e deixando que se propague a ideia transparecida de um comentário publicado aqui há pouco tempo "siga a festa!"

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  9. O Senhor Norberto Forte na generalidade tem toda a razão em tudo o que afirma, mas demonstra um desconhecimento total da realidade, no que se refere à autarquia de Almeida.
    Tentando informa-lo, já que pelos vistos os seus camaradas de Partido o não fazem, queira anotar:

    Oposição.

    PS – No anterior mandato, em termos de Assembleia Municipal, não existiu ou pouco se deu aparecer, com excepção nos últimos meses, talvez porque se aproximavam as eleições.
    CDU – Oposição ao executivo completamente nenhuma. Por vezes mais pareciam deputados do PSD a defender o seu executivo. Notou-se uma feroz oposição em relação ao PS do que ao executivo PSD(???????). Estes são os factos. Se quiser comprovar, queira consultar as actas das diversas Assembleias Municipais.
    Onde está a oposição CDU interventiva, dedicada, sempre atenta e vigorosa que existia até ao último mandato do Dr. Costa Reis? Por exemplo, fizeram um "barulho" tremendo quando a Enatur vendeu a Pousada de Almeida e agora que deixou de ser Pousada de Portugal, agora que Almeida perdeu a sua Pousada de Portugal, estão num silêncio confrangedor e muito curioso. Ou já se esqueceram que fizeram o buraco nas muralhas de Almeida para que permitisse a entrada de grandes autocarros com turistas para a Pousada de Almeida? Pois agora não há Pousada em Almeida, mas o buraco continua lá. A história não se esquecerá.
    PSD – Meu caro amigo, é uma autentica vergonha. Entram mudos e saiem calados. A única função daqueles Senhores é votar sim ou não, de acordo com o que os elementos do executivo indicam. Estará mal? Porquê? Estão ali para apoiar o seu executivo ou não? Então queriam que dessem tiros nos pés? Ou pensam que pelo facto de serem subservientes não têm outros valores a salvaguardar. Há que defender o executivo e ninguém os pode denunciar por isso. Deste lado, tudo na mesma no "reino da dinamarca".

    No que se refere ao actual mandato, pelos relatos que em boa hora este blog resolveu publicar, vai tudo na mesma. Repare que, pelo post em causa, foi posta à votação o Regulamento para Biblioteca de Almeida, tendo-se registado algumas deficiências. Votação da proposta: um único voto contra, que por acaso foi da Dra. Clarinda, como ela aqui o afirma, e que eu saiba esta Senhora foi eleita Deputada pelas listas do PS. Como votou o PS? Absteve-se. Portanto, pelas bandas do PS, vamos continuar a ter uma oposição muito branda, muito ingénua, digamos que nem será café nem será leite. Espreguiçam-se antes das Assembleias Municipais para brincarem aos deputados e depois preocupam-se meia dúzia de meses antes das novas eleições. Pelas bandas do PS nem mudam as moscas nem muda nada. Queriam estes Senhores ganhar as eleições. Perderam as eleições e nem assim arrumaram a casa.

    Quanto à Assembleia Municipal meu caro amigo Norberto Forte. Há mais de 15 anos que os Vereadores da oposição pedem um cantinho para eles se reunirem. Todos os anos esta sala para a vereação opositora é solicitada, pois não há disponibilidade, não há local. Todos sabem que qualquer associação ou confraria afecta ao poder instituído, não tem qualquer tipo de problemas em conseguir umas instalações cedidas pela Câmara. Só para os Vereadores da oposição é que não há e nunca houve. Instalação sonora ou gravação das reuniões da Assembleia é um pedido, uma solicitação, uma exigência que já tem mais de 20 anos, Senhor Norberto. Pois arranja-se sempre uma desculpa. Então não vê que não é nada conveniente a gravação das reuniões?
    E podia continuar este rol de comentários sobre Almeida e a sua vida autárquica mas não só seria fastidioso como não caberia neste blog.
    Mas, diga-me lá Senhor Norberto: os seus Camaradas de Partido não o informam do que por aqui se vai passando? Curioso…

    Apareça e ponha mais questões.
    Os meus parabéns pelas suas intervenções, suas preocupações e interesse demonstrado pela vida cá por estas bandas.

    Manuel dos Santos

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  10. Venho aqui perguntar uma coisa à Dra. Clarinda. Afirma a senhora que Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo do Ensino Superior da CMA lhe suscitou “dúvidas sobre a coerência de alguns dos termos de candidatura propostos, que o Presidente da CMA declarou não compreender, alegando que o referido Projecto se encontrava em fase de discussão...” e que “foi enviada para os endereços de apoio à Presidência da CMA, uma manifestação escrita” também com a reacção recebida pelo mail que a senhora colocou neste blogue.
    Que dúvidas foram essas? Serão as que todos conseguem ler naquele regulamento, um “arranjinho” pra agradar aos bombeiros na continuidade do mono de pedra que puseram frente ao quartel? Será que os nossos bombeiros com o devido reconhecimento de todos não se importam de estarem a ser usados desta maneira? E então os outros jovens com dificuldades também não são gente?

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  11. Maria Clarinda Moreira27 de março de 2010 às 15:07

    CÓPIA DE TEXTO ENVIADO POR MAIL PARA OS ENDEREÇOS DO EXECUTIVO MUNICIPAL:

    ASSUNTO: Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior
    Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Almeida,

    Na sequência da discussão pública do Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, foram apresentadas por mim na última sessão da Assembleia Municipal (AM), do dia 26 de Fevereiro de 2010, algumas dúvidas relativas à coerência do documento que, no Preâmbulo, começa por afirmar que “a Autarquia pretende minorar as dificuldades económicas sentidas por alguns agregados familiares do Concelho de Almeida (…)” e que “ao proporcionar este incentivo aos estudantes mais carenciados economicamente, a Autarquia além de reduzir as desigualdades sociais, possibilita-lhes uma vida profissional mais promissora, contribuindo igualmente, para o desenvolvimento educacional, elevação cultural e desenvolvimento económico do Município” e depois, no Capítulo I, artigo 5º, discrimina positivamente os filhos de Bombeiros falecidos ou acidentados em serviço, ou vítimas de doença contraída no desempenho de funções, que poderão receber anualmente “independentemente dos rendimentos do agregado familiar” Bolsas de Estudo no valor de 100 euros mensais, durante 10 meses.

    Divulgado em dois blogues locais o período de discussão pública, segundo o prazo estabelecido no Diário da República, 2ª série, Nº32, de 16 de Fevereiro de 2010, recebi via correio electrónico manifestação de perplexidade que vai ao encontro das reservas já anteriormente por mim declaradas na última AM: não é coerente estabelecer que as Bolsas de Estudo se destinam a” minorar os efeitos de dificuldades económicas” e, simultaneamente, estipular que um determinado grupo profissional, ainda que voluntário, e por muito reconhecimento que mereça da comunidade, possa ser considerado “independentemente dos rendimentos do agregado familiar”, o que contradiz também a definição de Estudante economicamente carenciado constante do Artigo 3º do documento (“aquele cuja capitação média mensal do agregado familiar, calculada nos termos do artigo 10º do presente Regulamento, é igual ou inferior ao salário mínimo nacional, em vigor à data da candidatura”).

    Sugere-se, por conseguinte, que as condições sejam revistas de forma a não criar tratamento injusto e preferencial, nomeadamente suprimindo a frase “independentemente dos rendimentos do agregado familiar” do ponto 3 do referido artigo 5º .

    Os melhores cumprimentos,
    Maria Clarinda M. Moreira
    (Membro da Assembleia Municipal)

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  12. A Mesa da Assembleia Municipal foi questionada, na última reunião ordinária deste órgão,se podia garantir que o nome da Biblioteca Municipal de Almeida foi aprovado pela Assembleia Municipal de Almeida. A resposta foi afirmativa. Mas deixem-me perguntar: em que reunião isso aconteceu? Em que acta consta essa aprovação? Em que ordem de trabalhos consta tal matéria? Em que convocatória?
    Ficámos também a saber, nesta última reunião da Assembleia Municipal, que o executivo camarário se esqueceu de comunicar às Finanças a abdicação de 3% no Benefício Municipal de 5% do IRS relativo a 2009. Ou seja, ao contrário do prometido em campanha eleitoral, os munícipes do concelho de Almeida vão ver agravado o seu IRS relativamente a 2008. E ficámos também a saber que relativamente a 2010 foi mesmo no limite, 31 de Dezembro de 2009, que a comunicação às Finanças foi feita, quando tal pode ser feito em qualquer altura do ano, depois de decidido pelo executivo e aprovado pela Assembleia Municipal.
    Estes dois casos serão o espelho daquilo que em campanha eleitoral se chamava manter o rumo?

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  13. Manuel Norberto Baptista Forte29 de março de 2010 às 09:55

    Caro Senhor "Manuel dos Santos disse... 26 de março de 2010 17:14", desde já os meus bons dias.
    Só lhe respondo, porque nunca deixei repto algum por responder; só os indecorosos, o que não é o caso.
    Muito sintéticamente, lhe digo:"...mas demonstra um desconhecimento total da realidade..."; olhe que não. É o seu respeitável pensamento.
    Efectivamente, por mais estranho que lhe pareça eu e os meus "...Camaradas de Partido não o informam do que por aqui se vai passando?", vamos salutarmente dialogando.
    "Os meus parabéns pelas suas intervenções, suas preocupações e interesse demonstrado pela vida cá por estas bandas."; acredite que o faço de livre vontade, com muita ALMA, e com o sentimento que talvez esteja a contribuir com um "pedacinho", para tentar melhorar para TODOS, e nas suas diversas vertentes, o Municipio de Almeida, que muitas potencialidades (sobejamente conhecidas) tem; a conjuntura não é desculpa para tudo, bem como alguma menor efectividade de desempenho político, em alturas e locais cruciais.
    Um bem haja para si.

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