29 junho, 2009

BIBLIOTECA MARIA NATÉRCIA RUIVO



Querida Té,

Cumpriu-se, a 28 de Junho de 2009, a vontade dos almeidenses de homenagear a tua memória e agradecer a tua dedicação por esta terra, atribuindo o teu nome à Biblioteca que se acabou de inaugurar.

Não deixou, porém, de ser muito penoso constatar a tua ausência como razão de ouvirmos os testemunhos daqueles que contigo privaram, mostrando bem a amizade e consideração que te tinham... Ouviram-se louvores muito justos, provando completamente que os almeidenses têm memória e não te esquecem!

Fiquei muito feliz por isso, apesar de todos os outros motivos de tristeza: a pessoa que mais gostaríamos de ter entre nós, era a razão porque estavam ali… a falar de ti!

Discreta como eras, tenho a certeza que estando viva entre nós, nunca o permitirias…
No entanto, foi precisamente por não poderes estar… que estiveste, que estás connosco, que fizeste e nos farás companhia, enquanto por cá andarmos. Permanecerás sempre no mais fundo silêncio da nossa saudade e da nossa memória, enquanto o sentir do teu braço nos continuar a acotovelar o tempo todo, enquanto ouvirmos segredar aos nossos ouvidos as tuas confidências de satisfação ou indignação, e no teu piscar de olho maroto, naquele teu inconfundível gesto de cumplicidade. Tu bem sabes do que falo!



Por ora, o que posso dizer é que as crianças, os jovens, as mulheres e os homens de Almeida têm um espaço digno de cultura e de fruição, que a todos cabe estimular para que dê frutos e um saber digno do teu exemplo. No ar, paira a tua lição de determinação de lutar por Almeida que deixou um rasto de esperança nesta terra. E rejubilo com muitos almeidenses, agora que posso verificar que apesar de algumas (muito escassas) resistências inicialmente manifestadas, o teu nome e a tua memória perdurarão como exemplo de não desistência e que, por mais manobras subterrâneas ou palacianas que tenham atrasado a confirmação da atribuição do teu nome à Biblioteca Municipal de Almeida, a voz dos almeidenses foi mais forte!




Mas se me podes ler, vais perdoar-me, porque sabes que eu partilho do teu gosto pela verdade e pela justiça, mas não da tua conformação: em nome dos muitos almeidenses que se prontificaram a assinar para que a Biblioteca Municipal permanecesse como o símbolo da tua entrega de muitos anos por Almeida, tenho de lavrar aqui um protesto: esperámos todos calmamente por essa confirmação que interpretámos como uma ponderação para não agravar susceptibilidades, porque o desgosto da tua perda estava demasiado vivo; depois, mais impacientemente, porque não compreendíamos a razão de tanta demora e, por fim, quando se soube que a vontade dos almeidenses seria cumprida, ficou pouco claro o respeito que é tido por essa vontade.

Senão, vejamos: no exterior da Biblioteca, apareceu apenas o nome “BIBLIOTECA MUNICIPAL”. Enquanto as pessoas ansiosas se interrogavam sobre se, quando, porquê não era afixado o teu nome numa placa, apareceu uma pedra a fazer lembrar um livro aberto: seria ali? Não. Era um poema de Miguel Torga. Seria lá dentro? Na inauguração, aguardávamos todos que se descerrassem as bandeiras que cobriam dois vultos na parede: Numa, sob a bandeira do município, surgiu uma placa onde pode ler-se:


Inaugurada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Municipal, Dr. José da Costa Reis, Sendo Presidente da Câmara, o Prof. António Baptista Ribeiro, Almeida, 28 de Junho de 2009.


Seria agora? Noutra, coberta pela bandeira nacional, surgiu o teu retrato, com o teu nome como legenda: Dra. Maria Natércia Ruivo. Houve aplausos. Mas deixou a interrogação: “Inaugurada”… o quê?
Afinal nem aqui é assumido que a Biblioteca tem o teu nome???

Vai ficar apenas nas faixas acrílicas e nas portas interiores de vidro? No meio de tantos “técnicos sabedores” que mandam actualmente em Almeida, sempre tão publicamente elogiados, não houve nenhum que medisse a desconsideração? Que Executivo sustenta esse tipo de iniciativa? Toda a obra que é inaugurada tem um nome, não é? E porque não aqui? E porque não foi essa proposta, subscrita por uma massiva recolha de assinaturas, discutida e aprovada na Assembleia Municipal, para firmar a vontade dos almeidenses?

Política? Querida Té, decerto perceberias isso melhor do que eu. Eu cá, só daquilo que vejo e sinto. E não gosto de ver políticos a não mostrarem mais respeito pela vontade dos cidadãos. Não me dês outra cotovelada no braço… Já sei que devia ficar calada. Perdoa-me. Que eu perdoo também... Só não me peças para ficar calada. Saturei!

Um abraço de profunda saudade,

Clarinda


13 comentários:

  1. José Augusto Marques29 de junho de 2009 às 21:08

    Fui viver para Almeida com apenas 5 anos de idade.
    Ali fiz a escola primária, frequentei a secundária no Externato Frei Bernardo de Brito, altura em que conheci a Dra. Natércia, já conhecida por Té.

    Não é preciso tecer qualquer elogio a esta Almeidense, já que todo o seu trabalho como professora, como política e fundamentalmente como pessoa, são sobejamente conhecidos e apreciados.
    Nos seus últimos anos de vida tive o grato prazer de desfrutar da sua companhia.
    Foram muitas as conversas havidas entre nós e também algumas confidências. Ainda hoje as guardo como uma recordação e nada fará que eu as divulgue.

    Neste texto, a Dra. Clarinda, dá-nos através de palavras imagens de vida da Té. De facto quem com ela lidou mais intimamente, sabe quão verdade são as expressões deixadas aqui.
    Apenas desejo que esta amiga comum e que tão cedo nos deixou, descanse em paz.

    Este texto da Dra. Clarinda é acima de tudo uma opinião supostamente com a qual muitos concordarão e outros não. A força da razão é que cada um que tenha a sua própria opinião, saiba respeitar a dos outros, educadamente.
    É baseado neste pensamento, que quero deixar aqui o meu pesar, pelo facto de a Câmara Municipal não me ter convidado para estar presente nesta inauguração.
    Não se trata de ser visto ou ter protagonismo, nada disso. Como Presidente da Assembleia Municipal que fui durante quase dois mandatos; como Chefe de Gabinete do sr. Dr. José da Costa Reis durante largo tempo e posteriormente como Vereador da Câmara Municipal, nomeadamente do pelouro da Cultura, também fui companheiro da Dra. Natércia Ruivo Gouveia. Penso eu que só por este facto, e só por este facto mesmo, merecia ter tido um convite para esta inauguração por parte da Câmara Municipal.
    Também posso dizer que não me surpreendeu o facto de não ter sido convidado.

    É que aquando do falecimento da Dra. Natércia e já em funções de Vereador em sua substituição, o primeiro boletim municipal saído, na contracapa apresentava um texto significativo em sua memória, e com o qual concordei plenamente, mas só assinado pelos dois elementos do Executivo, Dr. Costa Reis e Prof. Baptista Ribeiro. Ainda hoje não sei porque fui esquecido, mas o que conta são os sentimentos, e os filhos da Té e os pais, sabem o quanto eu apreciava a mãe e filha deles.
    O que importa agora é o futuro. Em breve chegará a hora de fazer justiça.
    Pela minha parte saberei interpretar todos os sinais de fumo emanados, e assumir uma posição digna perante tamanha ingratidão.

    Que dirão os outros?

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  2. Não acham que o blog do Jornal Praça Alta ou quem o dirige, atingiu o ridículo?

    Andou a passear-se pelo auditório de Almeida um Senhor que dizem ser o fotógrafo-jornalista-redactor-chefe de redacção e dono do jornal, a tirar fotos a torto e a direito.
    Todos os viram, pois não é pessoa de passar despercebida.
    Entretanto, a respectiva reportagem ou notícia ninguém a vislumbra. Não existe.
    Deve ter avariado a máquina fotográfica.

    Entretanto, acontece a inauguração da Biblioteca Maria Natércia Ruivo.
    E lá estava de novo o dono do dito jornal a trabalhar com a sua máquina.
    Pensava eu que a dita máquina fotográfica já estaria boa e pronta a ser utilizada de novo.
    Engano meu.
    A máquina deve estar avariada de novo, pois não apareceu reportagem, nem noticia, muito menos um qualquer slide da inauguração da Biblioteca Maria Natércia Ruivo.
    Não estará na hora de oferecerem uma máquina nova ao dito Senhor?

    Ó Senhor Dr. Telmo, não acha que já atingiu o ridículo?
    Não acha que já chega?
    Não será altura de assumir as suas responsabilidades ou não tem coragem para isso?

    E ainda querem as quotas pagas?

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  3. Bonita homenagem à Dra. Natércia. Contudo, é com pesar que confesso não ter sido tão bonita quanto deveria ter sido... Factos relatados pela Dra. Clarinda que não podem ser esquecidos, entre os quais, a falta de alusão ao seu nome na entrada da Biblioteca.
    A preocupação penso que se dirigiu para outra "placa". Como tal, e como para bom entendedor meia palavra basta, não tenho mais nada a dizer, a não ser:

    "A primeira coisa que me desidifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este; mas não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fosse o contrário era menos mal. Então bastara um grande para muitos pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil para um só grande."

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  4. De visita ao sitio da C.M.A., constato que não vem noticiada esta inauguração, ao contrário de outras noticias de menor importância que constantemente são alvo de destaque de "primeira página" como recentemente foi o caso do doutoramento de um prestador de serviços da Autarquia. As prioridades e os interesses de uns não são certamente os da maioria do povo Almeidense. Sinceramente, após tanto tempo de espera por esta inauguração, feita de forma envergonhada, pois nem coragem tiveram de colocar o nome da Té em local digno e de destaque, ainda têm esta desconsideração de nem seuqer darem destaque à noticia no sitio oficial da Câmara. Tenho a certeza que após a publicação deste post, os diligentes responsaveis municipais vão de imediato corrigir a situação. Amanhã veremos! Pois caso contrário a desconsideração manter-se-á e saberemos tirar as nossas ilações. Não é que já não as tenhamos tirado. Esta é apenas mais uma ilação! Até sempre querida Té!

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  5. Uma Homenagem merecida!!! Acho que em Almeida se fazem poucas homenagem as pessoas que trabalham em prol do Conselho!!!Existem ruas,pavilhoes.... a qual se pode atribuir nomes das pessoas a homenagear.......

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  6. Como filho da Té, e para além da enorme alegria pela homenagem a ela prestada, o que mais me marcou foi recordar que a minha mãe teve, e tem ainda, muitos e verdadeiros amigos. A todos eles, o meu Bem Haja...

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  7. De facto, ainda há dias ao passar na futura estação de metro em Almeida, reparei lá numa placa de inauguração a chamar àquilo qualquer coisa como “Reconfiguração da Imagem da Porta Nova” inaugurada em 2007 pelo Presidente da CMA.

    Assim sendo, cada vez menos se percebe porque é que umas inaugurações têm nome… e outras não. Terá sido esquecimento no caso da Biblioteca Maria Natércia Ruivo?
    No lo cremos, todabia…

    É uma vergonha, como estes senhores se comportam a fazer dos Almeidenses burros e uma enorme desconsideração pela memória da D. Té, que todos estimavam!

    Veremos se o mesmo “esquecimento” também vai acontecer na próxima inauguração das casamatas depois do dinheiro que andaram lá a enterrar! Ficamos a aguardar.

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  8. Não há direito, este blogue anda a perseguir tanto o Ex.mº Presidente da Câmara, como a sua Ex.mª Equipa Técnica. Não há direito!
    Senão, vejamos, por exemplo: Na inauguração da Biblioteca de Almeida efectuada no último sábado, foi geral a comoção dos presentes que lembraram com inegável estima e saudade a homenageada. Aqui o Sr.Presidente deu cartas.
    Num discurso fluente, falou com erudição e desculpem, nunca pensei que um “ex- doutor da sapatilha” pudesse ir tão longe. Teceu rasgados elogios à sua Equipa e com toda a propriedade deu “porrada” na oposição que são uma cambada de retrógrados, passadistas, velhos do Restelo, pois claro. E não tem razão? É só verificar “in situ” as obras maravilhosas que a qualificada equipa de técnicos tem efectuado em Almeida. E só não vê quem não quer. As portas amodernadas, o imponente edifício na Praça da Câmara que pede meças como melhor e mais bem conseguido da região; o estrado e o elevadorzinho nas Casasmatas, são exemplos acabados do que o Sr. Presidente se deve muito justamente orgulhar. Aliás, a Praça Forte cada vez tem menos graça e deve-se dar um ar fresco e moderno à envolvência. Há que enxertar mais umas obras em granito, cimento e ferro oxidado, para Almeida se equiparar ainda mais ao que de moderno se usa. E venham lá dizer que a Equipa não é maravilha. E o Sr. Presidente não desperdiçou a oportunidade de o realçar e meter os opositores em sentido. Ah, grande político, que não perde uma para por os opositores no seu lugar, mesmo que seja numa inauguração e comovida homenagem. Vou votar nele, não tenho dúvidas. Mais 4 anos e com o desenrolar de obras ao ritmo dos últimos 4, Almeida vai passar de Património Mundial para Património Universal. A oposição, minhas senhoras e meus senhores, que esteja calada e deixe de ser abelhuda e querer meter-se e querer saber tudo. O Presidente e o Executivo ganharam as eleições e, como tal, têm toda a legitimidade para administrar e não têm sequer que dialogar. Aliás foi para isso que o povo os elegeu; e quando se governa para o bem do povo, nada há a contestar, inquirir, documentar. Os fins justificam os meios…aonde é que eu já ouvi isso? Ah, já sei, mas isso foi já há umas boas décadas e pensei que já estivesse esquecido.
    Por último, gostava de endereçar os parabéns à redacção do Praça Alta, pois não só foi imparcial ao publicar no seu blogue a candidatura do Dr.Orlindo, como também, e de imediato, tem um post sobre a Inauguração da biblioteca. Não é brincadeira, tem mesmo, apesar de estar escrito com tinta invisível. Curiosamente em contraste, foi usada tinta visível para publicitar a importantíssima gala da entrega dos prémios aos desportistas de Almeida com o omnifotografado Sr .Presidente da Câmara. Mas isso também se compreende:- noblesse oblige. ..E então quando se espera um subsídio da parte da Câmara, há, pelo menos dinheiro para comprar e usar no blogue tinta bem visível.

    Almeidense Imparcial

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  9. O jornal "Praça Alta" deve andar a trabalhar para alguém porque não coloca na sua página na internet aquilo que as pessoas têm direito a saber.
    1º, da cerimónia de apresentação da candidatura à câmara pelo PS, Dr. Orlindo Vicente, nada aparece. Mais estranho se torna porque é público a grande afluência de pessoas à casa do povo.

    2º, A polémica dos critérios de atribuição de convites para a inauguração da biblçioteca municipal, a polémica sobre a não coragem, de uma vez por todas e dfinitivamente, de colocar uma placa na biblioteca que diga claramente :
    " BIBLIOTECA DRA NATÉCIA RUIVO ". A polémica de, apesar de , no fim da festa, poucos terem ficado a comer bolo e a beber champanhe...
    "Praça Alta", umas coisas convém omitir pelo sucesso, outras, pelo insucesso...

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  10. Socilalista Almeidense2 de julho de 2009 às 21:10

    Quero assumir aqui publicamente que como Socilaista que sou me incomoda o facto de o PSD e muito particularmente o Executivo camarário actual,não ter de facto deixado bem visivel o nome da Dra Natércia Gouveia na fachada principal da Biblioteca Municipal.
    Mais preocupante é todavia o facto no seu interior aparecer só a fotografia sem qualquer outra indicação.
    Esta forma no mínimo estranha de pura incuerência política,poderá querer dizer na minha modesta opinião que o Executivo teria outra ideia ou outro nome para dar a este espaço.
    Provávelmente o que os terá feito recuar na ideia fosse o facto de neste espaço,se ter falado nessa possibilidade. Em tão curto espaço de tempo, não foi possível corrigir os erros.
    É quase uma certeza que irei fazer parte da lista do Partido Socilaista em lugar elegível para a Assembleia Municipal.
    Assumo aqui o compromisso de que na primeira intervenção possível apresentarei uma proposta para que o nome da Dra. Natércia Gouveia fique em destaque na parte exterior da fachada da Biblioteca bem como no seu interior.
    E já agora porque não um busto em relevo?
    Seria o mínimo que o actual Executivo poderia fazer,mas como opositores que fomos dela,saberemos respeitar a sua memória de Almeidense.
    Hoje por ela,amanhã por outros.

    Saudações Socilaistas.

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  11. Serve este comentário para alertar o PS e, enfim, todos em geral, para o que se está a passar no interior da Câmara Municipal de Almeida, no que diz respeito ao ambiente entre funcionários da mesma, no clima de medo que se sente. Hoje os funcionários têm medo de se relacionarem uns com os outros, pois chegou-se ao extremo de não falar com um colega de trabalho simplesmente porque este ou a sua família se situa num qualquer partido opositor do partido do actual Presidente da Câmara.
    Que existe perseguição politica já todos nós sabemos. O que não se sabe fora daquelas paredes é que a perseguição e o clima de ameaça, vai ao ponto de nomear funcionários para vigiarem actos de um ou uma colega, de ordenar perseguições e vigilância até pelas ruas da Vila de Almeida, imaginação e prática de armadilhas com a única finalidade de prejudicar ou de “fazer a cama” a alguém como eu já ouvi afirmar por aqui.
    Existem neste momento situações extremamente graves, ao ponto de chegarem mesmo à prática de actos que visam prejudicar os funcionários na sua vida profissional, particular e privada
    Peço desculpa por colocar aqui este pedido de ajuda, este apelo a quem me está a ler, principalmente ao partido que tem vereadores no executivo, se bem que da oposição, para que ponham termo a esta situação que neste momento é insustentável.
    Até porque eu sei que se a Dra. Natércia, Vereadora que sempre demonstrou um respeito grande por quem trabalhou nesta casa, fosse viva, nunca permitiria que esta triste acontecesse. Se a Dra. Natércia fosse viva nunca actos que eu classifico de endiabrados aconteceriam nesta Câmara.
    Alguém que pare com isto tudo.

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  12. Assisti ao essencial da cerimónia de inauguração da biblioteca Municipal Maria Natércia Ruivo. Foi, sem dúvida, para além de merecida, uma comovedora homenagem a uma Mulher que muito marcou nos últimos anos a vida escolar, social e política em Almeida!
    Com o post publicado e alguns comentários aqui deixados, venho fazer algumas achegas ao desenrolar desse acontecimento, pelo facto de alguns me terem impressionado positivamente e outros…nem tanto.
    Começou a cerimónia com o descerrar de uma placa assinalando a efeméride por parte do Presidente da Assembleia Municipal e do Presidente da Câmara, onde me pareceu inaceitável haver na dita placa menção às entidades inauguradoras e uma declarada omisssão ao espaço que estavam a inaugurar. Nem sequer junto com o descerramento de um retrato da nossa querida Té, que a todos fez emocionar e sentir uma enorme saudade.
    A seguir, tiveram lugar as diversas alocuções. A sala polivalente era demasiado pequena e estava repleta, lamentando-se que não se pudesse albergar todos os que desejavam estar presentes, ficando muitos de pé e fora do espaço onde se desenrolava a cerimónia.
    O Presidente da Câmara, começando por elogiar a homenageada, considerando ser “totalmente justa” a atribuição do seu nome à Biblioteca (o que torna ainda mais inexplicável a omissão referida…), logo desviou o discurso para disparar chistes ao que chamou “profetas da desgraça”, salientando que a obra da construção se deveu a um projecto efectuado com “a prata da casa” com a qualidade evidenciada, aproveitando para continuar a derivar para outras realizações em que a CMA está empenhada, sempre pródigo em “recados”, como se pura campanha se tratasse, nomeadamente sobre o museu militar nas casamatas e processo de candidatura a património mundial. Foi assim lastimável que o Prof. Baptista Ribeiro se esquecesse estar num acto que deveria ser solene para enveredar por um tom de propaganda das obras da Câmara, disparando críticas a torto e a direito, como num comício. Já o Presidente da Assembleia Municipal, Dr. Costa Reis, ponderou as palavras e apresentou uma intervenção, no meu ponto de vista, digna de quem sabe ser oportuno face ao momento.
    De seguida, a Dra. Conceição Vilhena, como amiga da homenageada, que se emocionou, soçobrando por vezes, quase não se conseguindo ouvir. Mesmo assim, foi uma bonita forma de contar episódios vividos em comum com a Té, ficando-se a conhecer essa perspectiva enriquecedora em termos humanos.
    Também o Dr. Mário Salvado, ex-colega no ensino, enalteceu as qualidades pessoais e profissionais da homenageada e foi um gosto ouvir um clássico orador que moldou a palavra na emoção que o momento exigia.
    Finalmente, a filha da Drª Natércia, Drª Filipa Gouveia que, com postura, notório esforço de conter a emoção, agradeceu a todos os presentes, congratulando-se por sua Mãe ter tantos amigos. Palavras simples que a todos calaram, frisando a iniciativa e o grande consenso reunido em todo o concelho, que a suportou.
    A minha presença, tal como a de muitos dos presentes, findou com essa intervenção, continuando depois o programa, que já ia extenso, mas se iria prolongar com que pôde permanecer até ao fim.
    Fica para tantos amigos e almeidenses a consolação de ver o reconhecimento da Té justamente perpetuado num local de cultura, num pequeno mas significativo lenitivo à inconsolável saudade que dela temos – esperando que o seu nome lá seja mais visivelmente colocado, conforme vontade manifestada da população de Almeida.
    Lamento, por fim, o inexistente destaque do sítio oficial da CMA, como o acontecimento merecia, já que outros bem menos importantes lá têm sido noticiados.

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  13. “…enquanto o sentir do teu braço nos continuar a acotovelar o tempo todo, enquanto ouvirmos segredar aos nossos ouvidos as tuas confidências de satisfação ou indignação, e no teu piscar de olho maroto, naquele teu inconfundível gesto de cumplicidade…”

    …perfeito Dra. Clarinda…era assim a nossa Té…

    …um sorriso enorme, um coração do tamanho do mundo, uma cumplicidade com os amigos terrível…uma guerreira…e… tanta saudade, não é Dra. Clarinda…

    Zé Carlos e Filipa…sei que foi um dia cheio de emoções…senti isso por detrás do teu sorriso Zé Carlos…e pela tua serenidade disfarçada, querida Filipa…quando nos encontramos, momentos antes da cerimónia.

    Vocês sabem porque faltei à cerimónia de inauguração da BIBLIOTECA MARIA NATÉRCIA RUIVO…

    …deixa-me dizer-te Filipa que quando me contaram o teu discurso…eu disse que era a nossa Té que estava a falar…tu bebeste tudo o que aquela Senhora te ensinou…sobretudo uma qualidade que Ela tinha e que vai faltando muito nos dias que passam…o facto de nunca esquecer em qualquer circunstância a palavra “gratidão”… Parabéns Filipa. A nossa Té de certeza que quando te ouviu “piscou o seu olho” não de maroto, mas de orgulho…
    …e vocês não calculam o orgulho que eu senti também…

    Dizia eu, que vocês sabem porque razão não fui à cerimónia…mas se calhar não sabem que também foi por não querer a companhia de alguma gente hipócrita e sem escrúpulos…poucos felizmente…e daí se calhar sabem…acho que acabei de receber uma cotovelada…e um sorriso maroto…

    Eu disse-vos que uma das minhas lutas terminava naquele dia emocionante…mas, hoje digo-vos que me enganei…pelo contrário, naquele dia abriu-se uma nova frente de batalha para mim: o nome de MARIA NATÉRCIA RUIVO escrito em lugar de destaque e digno na sua Biblioteca…acho que recebi outra cotovelada…e esta foi forte…acho que me queriam dizer que não se deve pôr os adversários de sobreaviso…bom, mas já está…

    Um abraço ao meu amigo Dr. Carlos Gouveia.

    Para os reguilas Zé Carlos e Filipa…aquele beijo carinhoso…

    …uma forte canhota e…Boa Caça…

    João Neves

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