25 abril, 2010

...PORQUÊ ABRIL?...


Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:




"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado.
Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos.
Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos!
...De maneira que, quem quiser vir comigo...vamos para Lisboa e acabamos com isto...
...Quem for voluntário, sai e forma...
...Quem não quiser sair, fica aqui!"


Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente.Depois seguíram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.




Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a escola primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluír o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria, hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo. Concluiu, mais tarde e já depois da revolução, a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais, no ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.


Em Outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, dois anos depois, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio.


Em 1968 é integrado na 9ª Companhia de Comandos, e parte para o Norte de Moçambique, em plena Guerra Colonial, cuja participação lhe valeu a promoção a Capitão, já em 1970. A Julho do ano seguinte, embarca para a Guiné, só regressando a Portugal em 1973, onde seria colocado na EPC.
Por esta altura iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcello Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcello Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.


A 25 de Novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santa Margarida. Em 1984 regressa à EPC.


Em 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém.

Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981.


Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de Abril de 1992.





"...Luís, enfiado na cama, olhava, pelo janelo gradeado, a chuva repetitiva. Mexeu-se no beliche e aconchegou os cobertores. Precisava de dormir pois ainda teria um turno para fazer, mas, o sono não pegava. Na Casa da Guarda, o silêncio só era quebrado pela tosse do Sargento Féteira. Quantas noites destas, sem pregar olho, teria de passar nos anos que lhe faltavam para regressar à vida civil? África esperava-o. África, para ele era aquilo que o Aspirante lhe explicava na instrução, o que ouvia falar aos que já por látinham passado o mato, as picadas, as emboscadas, os cercos, os tiros, os corpos estropiados, o ter que matar para viver.

O Sargento tossiu novamente, agora mais demorado, pareciam arrancos dos pulmões.
Coitado, o homem estava todo roto. Ele também dizia que as madrugadas africanas é que o puseram assim, o nevoeiro de lá era tramado, metia-se nos ossos e dava umas febres que até podiam matar. Havia de perguntar ao Ribeiro como era isso do cachimbo ou cacimbo, toda a gente o nomeava. O que ele mais queria não podia afiançá-lo: voltar vivo. Se morresse, que fosse num instante, sem dar tempo para se aperceber; assim: “um tiro, tau, e já foste”. O Aspirante Correia, que era da sua terra e lhe dava boleia aos fins de semana, bem lhe dizia para não ser pessimista e pensar em gajas boas para se distrair, sem se amarrar a nenhuma, e que haveriam de regressar os dois com os amigos e a família a botarem foguetes. De uma coisa ele não desistiria: viesse lá quem viesse, naquele corpo só poria a pata quem se antecipasse na sorte ou no fogo. Custava-lhe deixar a Mãe que passava a vida a dizer: «Mal tu partas, ponho luto e só o tiro quando regressares.» Pareceu-lhe que a chuva entrara na caserna e lhe inundava os olhos. Puxou o lençol sebado e limpou o rosto. O Pai não lhe custaria tanto, sempre bêbedo, dando mau viver, a entrar em casa aos berros, gritando que estava farto de trabalhar sem que o dinheiro chegasse, que o que gastava em vinho era um migalho de nada.

O Cabo da Guarda nem precisou de o chamar. Mal o viu entrar no cubículo, levantou-se, vestiu o capote, enfiou o capacete, pegou na G-3, esperou que os outros se arranjassem e lá foi para o seu terço de sentinela. O bofetão da madrugada devolveu-lhe a realidade. Bateu várias vezes com as botas no chão, esfregou as mãos, bufou-lhes, e, trocada a senha, plantou-se na guarita. A manhã estava vai-que-não-vai para nascer, o rascunho do sol ganhava definição, já havia barulhos e vozes domésticas nas casas rentes ao muro. Sua Mãe, a esta hora, devia estar a preparar-se para ir ao Corgo lavar a roupa; o Pai, esse, só pelas sete costumava terminar a cura da borracheira para a reiniciar com um naco de broa, uma fatia de presunto e um copo de aguardente que a Tia Francisca do Alto – secular e durázia governanta da quinta em que ele, por intercessão dela, trabalhava aos dias – lhe dava, às escondidas dos patrões, com o carinho condoído por alguém que substitui o filho que não se teve.
Luís, no seu posto de inútil vigilância, pedia que o sol se apressasse e sonhava com o dia da sua licença de Natal. Ele ignorava que aquele seria - felizmente que ninguém sabe quando é – o seu último Natal.

Luís morreu, num dia de Novembro de mil novecentos e sessenta e oito, na serra Mapé, ali onde a Frelimo não suportava a tropa do puto. O destacamento de que fazia parte, incumbido de subir a serra para dar protecção aos fuzileiros que terminavam a nomadização, descia para Macomia com a miragem de uma semana de descanso na praia de Wimbe. Uma bazucada não lhe deu tempo para chamar pela Mãe.
Morreu como quisera: “tau, já foste!”.
A granada embateu no ponto em que a porta se ajusta ao tejadilho, ricocheteou para o interior da cabina da Berliet e, num estoiro de fim do mundo, desfarelou-os, a ele e ao condutor, enquanto o resto da coluna, saltando das viaturas, despejava carregadores e filhos da puta à toa numa resposta de desespero e raiva à emboscada.


Foi enterrado, a aguardar vez para um calado regresso em urna de chumbo, no cemitério de Porto Amélia, debruçado para o Índico. Não soube se a serra Mapé era Amarela e se o Natal africano tinha frio e neve.

O Aspirante Correia, já Alferes, enquanto o acompanhava, sentado no Unimog a cair aos bocados, ao lado da urna, olhava a medalha que ele lhe entregara, numa premonição inocente, para «no caso de eu marar, veja se a entrega à minha Mãe».


Cumpriu o que lhe prometera. Numa tardinha de Abril, quando os cavadores se recolhiam para o caldo e o apresigo, viu, da janela, como um dó, o luto da Silvina com um caneco de água à cabeça. Hesitou outra vez - há dias que se consumia na irresolução -, mas, queria livrar-se daquele carrego. - «Tem de ser hoje!». - Saiu de casa e interrompeu-lhe o caminho.

- D. Silvina – pigarreou -, tenho-me esquecido de lhe entregar uma coisa que o Luís me pediu.

- Nem a quero ver, senhor – disse-lhe numa voz enregelada, deixando-o paralisado pela rapidez da compreensão do seu intuito. - Agradeço-lhe a sua boa vontade, mas já nada adianta para a minha vida. – Os olhos não tinham lágrimas, só um frio caliginoso. - Enterre-a ou deite-a fora, dei-lha em vida não a quero na morte.


- Compreendo-a - gaguejou com receio de se abater - , mas tenho que cumprir a promessa. – E empolou a palavra num apelo a escrúpulos religiosos.

Silvina olhou-o num instante que lhe pareceu implorativo (não decifrou se a água que lhe cobria os olhos escorria do caneco ou lhe nascia no peito), abriu a mão direita e disse: - «Deixe-a ver.» Meteu- a no bolso do avental e retomou o andar.


A medalha - nunca o esqueceria - tinha uma imagem da Senhora da Graça e no verso uma frase: «Oferece a tua Mãe.»



Por M. Nogueira Borges in Lagar da Memória
In blog “Forever Pemba”


                                           João Neves


12 comentários:

  1. "A Salgueiro Maia
    Aquele que na hora da vitória respeitou o vencido
    Aquele que deu tudo e não pediu a paga
    Aquele que na hora da ganância perdeu o apetite
    Aquele que amou os outros e por isso não colaborou com a sua ignorância ou vício
    Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida» como antes dele mas também por ele Pessoa disse"
    Sophia de Mello Breyner Andresen

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  2. Passados tantos anos, aqueles que vivemos esse período e que acreditámos vivamente no sucesso,hoje sentimos que nem tudo foi como o idealizado.
    Tenho muita pena.

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  3. Maria Clarinda Moreira26 de abril de 2010 às 22:37

    Porquê 25 Abril?

    Porque as plantas que não regamos morrem estioladas.

    36 anos depois de uma primavera de esperanças começa a sobrar uma história em que os mais novos têm dificuldade em compreender, incapazes de conceber uma vida sem os direitos e liberdades com que já nasceram, para eles banais, enquanto muitos dos mais velhos, perante uma realidade crivada de bem-sucedidos exemplos de injustiça, oportunismo, demagogia e vício, declinam e descrêem do seu direito a uma sociedade mais desenvolvida e participativa.

    Visto que calar é consentir, hoje mais que nunca, urge estar atento e vigiar o recurso às habituais manipulações de factos, num jogo de forças que fatalmente esmagam como insectos os incautos. Pelo menos, é o que a lição da História continuamente nos relembra.
    O esforço de aqui escrever é uma resistência contra essa essas forças, sejam elas manifestamente poderosas, ou outras, sobretudo quando para lembrar o 25 de Abril há quem estabeleça como prioridade a inauguração a todo o custo um monumento a ele alusivo, e não o espírito de respeito democrático que a ele deveria estar associado.

    Um orador, ao usar da palavra, na sessão extraordinária comemorativa da data Assembleia Municipal de Almeida, fazendo algumas considerações sobre os valores que considerava relevantes nesta comemoração, rematou congratulando-se com a construção do referido monumento, acrescentando, nesse ponto quanto a mim inoportunamente, “apesar da discordância por parte de alguns membros da AM alegando razões estéticas ou financeiras”. A imprecisão do conteúdo da afirmação não poderia passar em branco, vendo-me forçada a intervir, quando julguei que desta vez iria lá apenas para escutar.

    Registo o facto, habituada já às tentativas distorsoras, apesar do que está escrito numa acta da AM, unanimemente aprovada após respectiva discussão, com parágrafos a propósito do monumento ao 25 de Abril que se pretende implantar no Largo do mesmo nome em Almeida junto às Portas de S. Francisco. De uma vez por todas, apesar da divergência que possa existir, e que é perfeitamente natural quanto à apreciação estética do monumento previsto, o que foi sublinhado na AM, para que fique bem claro, NÃO FOI O MONUMENTO AO 25 DE ABRIL!

    O que foi, é e será sempre questionável é O CARÁCTER IMPOSITIVO DO MONUMENTO AO 25 DE ABRIL numa zona de salvaguarda à Fortaleza de Almeida, sobrepondo-se à importância à do acesso e esplanada Histórica, local onde se efectuavam as paradas, cerimónias de despedida e chegada dos soldados em tempos de guerra, memória essencial para compreender a importância do contexto em que se insere a Praça-Forte. Poucos terão dúvidas quanto à necessidade de um arranjo do Largo em questão, ou quanto ao cumprimento da vontade, já antiga, dos almeidenses em erigir um monumento alusivo ao 25 de Abril. Contudo, ao implantar-se um monumento daquela forma, vai-se afectar de forma profunda e muito penalizadora a leitura da chegada à Fortaleza.
    Lamentavelmente a decisão do projecto nem sequer passou por uma apresentação de ideias com respectivo debate que permitisse auscultar a expressão e sensibilidade da vontade dos almeidenses. Foi decidido, desenhou-se, contratou-se um escultor que até rematou ostensivamente que “Queria é que os almeidenses fossem muito felizes!”, contrai-se um empréstimo com uma verba prevista de quase um milhão de euros para a execução da obra e pronto, está decidido. Por estas características, o monumento tornou-se tudo menos um monumento genuíno ao espírito do 25 de Abril. E isso é bem evidente.

    E se mais dúvidas havia, constate-se a total indiferença, se não desprezo dos almeidenses à cerimónia evocativa no Largo 25 de Abril em que, apesar dos cartazes espalhados pela Vila, da parada organizada com elementos dos bombeiros e elementos recriadores naquela que será provavelmente a última vez que o Largo possui aquela configuração desafogada, a população ignorou completamente o convite. Sinais dos tempos.

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  4. Almeida assemelha-se em muito a África.
    Dois ou três mandam e os outros não dizem nem fazem nada, quando não, não têm emprego ou então, perdem-no.
    Revolução? Qual revolução? Para quê?

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  5. porque se comemora o 25 de Abril quando se pratica uma politica do quero posso e mando

    porque se comemora 0 25 de Abril quando se nega aos cidadãos do concelho a possibilidade de expressarem livremente as suas opções politicas sob pena de serem marginalizados se não forem pró regime

    porque se comemora o 25 de Abril quando se ganham eleições com promessas de empregos

    porque se comemora o 25 de Abril quando o que existe é medo, quando as criticas são feitas ao ouvido com medo de algum pide disfarçado esteja por porta

    nesta triste democracia já vale tudo, a ética é o que menos importa pois até temos um PR que tem o descaramento de invocar SALGUEIRO MAIA no seu discurso quando anos antes lhe negou uma pensão tendo-a atribuído a um elemento da pide

    não é esta democracia a esta liberdade que merece ser festejada, as comemorações deste dia tão importante nas nossas vidas estão a tornar-se num ritual sem sentido

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  6. Manuel Norberto baptista Forte28 de abril de 2010 às 15:25

    "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado.
    Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos.
    "Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos!
    ...De maneira que, quem quiser vir comigo...vamos para Lisboa e acabamos com isto...
    ...Quem for voluntário, sai e forma...
    ...Quem não quiser sair, fica aqui!"
    Fernando José Salgueiro Maia, uma referência de entre muitos mais. Um militar na verdadeira acepção da palavra, e um cidadão de muitos e coerentes exemplos.
    Sinto muita tristeza (no minimo ...) porque o demais a outros pertence dizer, quando soube via um periódico da "nossa praça" que a sua (dele) casa de Castelo de Vide (onde nasceu) está à venda ! ! !. Já "foram", o Convento de São Francisco, e o Quartel das Donas, em Santarém.
    Afinal, assim continuando como "Estamos" a ficar de ... cultura?.

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  7. Manuel Norberto Baptista Forte28 de abril de 2010 às 16:22

    Caro "Anônimo disse... 27 de abril de 2010 23:38".
    "...PR que tem o descaramento de invocar SALGUEIRO MAIA no seu discurso.."; nada hoje me espanta, mas quase tudo me revolta.
    Lamento que, já (alguns) tenham esquecido o que foi a estafada (para ele) homenagem (!?) do actual P. R., o ano passado/2009 no Jardim dos Cravos (Santarém), perante a estátua de F. J. Salgueiro Maia, isto quando a mesma (estátua de F. J. S. M.) esteve armazenada ... num armazém da Câmara Municipal de Santarém.

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  8. Já que alguém falou de cultura por aqui, aí vai.
    Sei que não tem muito a ver com o 25 de Abril, mas como também já pouca gente liga a isso.

    Acabei de ler a publicação em DR 2ª série, nº80 de 2010.04.26, o Regulamento da Biblioteca Municipal Maria Natércia Ruivo.

    Fiquei sensibilizada quando li na “Nota Justificativa” o “....proporcionar a todos os Munícipes o acesso à Cultura, à Informação, à Educação e ao Lazer....”.
    Mais ou menos esta afirmação, volta de novo a ser publicada no Capítulo I, Artigo 2º, acrescentando ainda “ ....e tem por finalidade a promoção do livro e da leitura...”.
    Entretanto o horário definido parece-me insuficiente e inadequado.

    No Capítulo II o Artigo 5º no ponto 6 afirma: “ Não são permitidas consultas na Internet de páginas cujo teor possa ferir a susceptibilidade dos leitores, salvo se o mesmo se justificar perante o funcionário responsável antes de efectuar a consulta;”
    Das duas, uma. O conteúdo ou fere ou não fere a susceptibilidade. Não é pelo facto do funcionário autorizar que deixa de ser discutível. E o que me parece pelo descrito no Regulamento, é que a privacidade de quem possa ir consultar a Internet não é nenhuma. Então aqui quem pode ficar ferido na sua própria privacidade, é o utilizador.
    Ao lermos o ponto 2 do Artigo 9º do Capítulo III, na alínea b), está lá a palavra “designadamente”. Será que vamos ter que apresentar todos os documentos ali descritos? Ou será que pretenderam dizer “...designadamente um dos seguintes documentos: carta de ....” ?
    Ainda no mesmo Capítulo e no mesmo Artigo, o ponto 2, diz que “ Os utilizadores dos equipamentos informáticos e audiovisuais não residentes no concelho, estão isentos da apresentação do cartão de leitor.”
    O ponto 5 do mesmo Artigo e do mesmo Capítulo, diz o seguinte: “ Para obtenção do cartão de leitor, os não residentes no concelho de Almeida deverão apresentar: ....”. A pergunta que aqui surge é em saber em que ponto ficamos. Os não residentes no concelho têm ou não que ter cartão de leitor? Chamou-me especial atenção este ponto, já que me encontro nesta situação.
    Desculpem esta minha forma de ver as coisas, talvez o instinto feminino seja um pouco mais apurado. Já agora, eu supunha que em qualquer lugar de atendimento público, o tratamento com civismo, igualdade e atenção é uma situação obrigatória, até por formação cívica e educacional de qualquer funcionário. Não entendo o porquê do ponto 1 do Artigo 10º, Capítulo III. Está mal.
    No que diz respeito aos extravios ou não devolução de obras, parece-me que entram em conflito alguns pontos com outros, nomeadamente o 9º do Artigo 11º do Capítulo III, com o ponto 4º e 9º, do Artigo 15º do Capítulo V.
    Naturalmente que discordo totalmente com o ponto 10º do Artigo 15º do Capítulo V. O que lá está descrito, para um Município, é uma autêntica vergonha.

    Numa conclusão final, devo dizer que fico satisfeita com a abertura de mais uma Biblioteca. Pena é que tenha sido tão tarde para um concelho que tanto pode dar a todos nós em lições de história. Ainda que ultimamente, haja pessoas que estão a desvirtuá-lo. Caberá certamente à História falar desses tecnocratas.
    Oxalá a Liberdade chegue pronto.

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  9. o governo que anda tão atarefado para controlar as contas publicas era bom que olhasse para o desperdicio que vai nas autarquias.

    era altura de começar a cortas na despesa das empresas municipais que mais não servem para alem de dar emprego a afilhados, era altura de começar a cortar em equipamentos inúteis, em construções desnecessárias e megalomanas.

    vejamos o exemplo de Almeida

    quanto terá custado o jardim da pergola para agora ser destruído e dar lugar a uma obra que vai custar para cima de um milhão de euros, em moeda antiga mais de 200.000 euros, quanto anda tudo a reclamar pelo adiamento da construção do tgv ou do novo aeroporto

    o exemplo de Almeida infelizmente não é único

    qunado as pessoas perderem os apoios sociais,ou tiverem redução de salários pois é aí que tudo começa talvez comecem a pensar duas vezes na hora de elegerem autarcas que estão mais preocupados na sua reeleição do que na situação financeira da autarquia ou do país.

    talvez já seja um tema estafado mas dá que pensar a despesa que é feita nas autraquias deste país só em festas e festinhas sobretudo num ano em que todos termos que apertar o cinto, todos é como quem diz, menos os senhores autarcas.

    por isso o governo devia obrigar todos a apertar o cinto

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  10. EM ALMEIDA MUITA GENTE DISCORDA DO RUMO QUE O CONCELHO ESTÁ A LEVAR, MUITA GENTE DISCORDA DAS OPÇÕES LEVADAS A CABO PELA AUTARQUIA

    ADMITEM-NO EM PRIVADO, EM PUBLICO O MEDO CALA-OS

    SERÁ ISTO LIBERDADE
    SERÁ ISTO DEMOCRACIA

    PREFEREM A SUBSERVIENCIA AOS INTERESSES DO CONCELHO

    O MEDO LEVA-OS MUITAS VEZES A COMPORTAMENTOS COBARDES

    ALGUEM JÁ SE INFORMOU DO CUSTO DOS SUCESSIVOS FUROS QUE ESTÃO A SER FEITOS NA FONTE SANTA, PELOS VISTOS ATÉ AGORA SEM RESULTADOS

    NÃO SERIA MELHOR ASSUMIR O FRACASSO E PARAR COM O DISPARATE

    O MEDO ESTÁ A TORNAR AS PESSOAS ACÉFALAS

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  11. Maria Clarinda Moreira30 de abril de 2010 às 00:32

    Ainda a propósito da Sessão extraordinária evocativa do 25 de Abril da Assembleia Municipal, reparei que no fim da intervenção que fiz, a par de alguns aplausos houve também quem revirasse os olhos em branco (sinal de enfado?), e o Presidente da AM comentou que “Enfim, a democracia também era isso, que havia assuntos que eram mais próprios de uma Assembleia Ordinária do que de uma sessão como aquela…”
    Ora, tendo a minha intervenção sido despoletada pela necessidade de rectificar uma afirmação que não correspondia ao desenrolar da realidade, em vez de tomar a palavra dada com um curto e simples desmentido, numa abordagem directa, que poderia ser confundida com hostil, segui o fio da minha intervenção a partir da anterior alusão a uma peça de teatro, “Felizmente há Luar” de Luis Sttau Monteiro, transformada por uma oradora num testemunho pessoal para evidenciar a difícil luta pela liberdade, bem como a crescente falta de consciência dela, cerzindo-a com uma outra experiência narrada por um membro mais velho testemunhando sonhos vividos, dificuldades e expectativas ainda por cumprir num presente cada vez mais incerto.
    E retomando o fio condutor das anteriores comunicações, considerei mais oportuno optar por um breve relato próprio sobre a forma como também vivi o antes o durante e o depois do 25 de Abril, reafirmando a aprendizagem do valor da liberdade de expressão, um dos mais importantes da sociedade democrática, um direito a ser defendido e nunca cerceado, explicando sucintamente que fora precisamente esse o motivo porque decidira aceitar fazer parte daquele órgão da AM, compromisso em honra do qual esperava dar o meu contributo, falando sempre de acordo com as minhas convicções, para assim explicar a necessidade de, polida mas energicamente, não deixar passar em branco a imprecisão ali ouvida.
    Contudo, perante o comentário ouvido e expressões registadas, ficou a dúvida: em que terei eu sido inoportuna, quanto ao que seria expectável numa sessão extraordinária comemorativa do 25 de Abril?
    Por sublinhar o direito à liberdade de expressão? Ou por ter recolocado a tónica na forma como o monumento ao 25 de Abril foi decidido e imposto, corrigindo uma afirmação que não corresponde ao que já tinha sido debatido em sessão Ordinária, registado em acta, e tornado público? Então não é numa sessão dedicada ao 25 de Abril que estas questões devem ser abordadas?
    Aparentemente haveria um formalismo protocolar que deveria ser privilegiado, mesmo que sacrificando uma verdade dos factos. Restou, portanto, a interrogação, já que nem sequer fora abusiva para qualquer dos presentes a duração da sessão, quase de imediato dada por finda, apesar do horário bastante antecipado em relação ao previsto no programa…

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  12. Drª Clarinda, queria esclarecer sobre duvidas sobre “O Pocal” não é um sistema contabilístico limitativo, mas sim demonstrativo e expositivo, logo o senhor Presidente da Câmara de Almeida é que não tem razão. E costume desse senhor professor de não ouvir os outros e refugia-se nos funcionários tentando criar um clima “ anti-funcionários”.
    O senhor Frias teve razão na Assembleia em se obteve a Acta nº2 agora exposta. Quando o sr. Presidente diz que não se podem desdobrar contas, é tendencioso e não quer esclarecer senão veja um desdobramento a nível de exemplo nos mapas previsionais e de prestação de contas publicados no site da CMA (Finanças Municipais) Orçamento para 2010.
    0102 06020305 Outras
    0102 0602030502 Despesas com elaboração do Boletim Municipal 12.000
    0102 0602030504 Despesas. Contituiç/ Instalaç da COMURBEIRAS- Cim 5.000
    0102 0602030513 Outras Despesas Correntes 50
    0102 0602030518 Plano de MarKeting 20.000
    O 25 de Abril serviu para o esclarecimento e a verdade e não esquemas de fuga para a frente.

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