21 fevereiro, 2010

TUDO COMO DANTES...

Diz-se que “Ano Novo, Vida Nova”, mas em Almeida a perspectiva é que “tudo como dantes, quartel-general em… “. Pois é, nesta terra à beira da raia plantada, a perspectiva de mudança é pouco mais do que nenhuma, pelo menos no que se refere ao que se esperaria da parte de um executivo camarário com a responsabilidade que tem relativamente ao património histórico construído, que é a grande e única potencial riqueza da vila, considerada em tempos Praça- forte, mas que na actualidade e a progredir assim só lhe vai conservando o nome.

De resto, a própria vontade da sua população parece estar anestesiada, quem sabe se pelo desânimo do fracasso de mudança governativa, se pela expectativa das promessas de empregos e satisfeita com a continuação de festas e outros entretenimentos pagos pelo dinheiro dos contribuintes, que brilharetes desses até representam uma muito fácil e prazenteira administração, pois gastar o dinheiro alheio nem é coisa difícil, e ainda mais com direito a alardear de dinamismo. Enquanto isso, ninguém parece interessado em ver o que é evidente: o continuar de obras, obrinhas e construções não integradas na arquitectura tradicional da região e da Praça de Guerra, em particular, que aos poucos, e sem muitos parecerem dar por isso, vai ficando mais e mais banalizada, numa autêntica onda de vandalismo construtivo, por muito que se inventem projectos com direitos de autor.

…E apesar de muitas outras prioridades sempre adiadas, justificando-se com os muitos milhares e milhares dos propalados visitantes, a maior parte com tempo apenas de usar os sanitários, ver o museu de borla e pôr-se ao fresco de volta às suas terrinhas, a verdade é que pouco ou nada contribuem para o bem-estar e desenvolvimento dos almeidenses e do comércio em particular.

Como dizia ao princípio, nada mudou, até pelo contrário, a força das opções do voto reforçaram ainda mais o convencimento dos responsáveis autárquicos da bondade do rumo que traçaram, prevendo-se assim nos próximos quatro anos a continuação da maré arrasadora da História, numa erosão que tudo vai levando à sua frente.

A próxima estocada vai ser a execução do anunciado e aprovado (des)arranjo urbanístico no largo defronte às Portas de S. Francisco, o Largo de 25 de Abril. O ambicionado monumento ao 25 de Abril que poderia perfeitamente integrar-se no vértice do jardim junto às Portas para quem quisesse admirar, vai antes ser plantado bem na frente das Portas numa rotunda monumental com pedras e chafarizes com uma avenida de espelhos de água a prolongar-se até à pérgola. Vai ser certamente mais uma atracção para os visitantes, sobretudo os de camioneta e garrafão, que irão embasbacados contar p’ras suas terras que em Almeida não falta dinheiro (quase 1.milhão de euros) para construir tamanhas e magníficas serventias…

E isto é só o princípio, porque durante pelo menos os próximos quatro anos, os almeidenses poderão ir contando que serão brindados com obras que vão dar nas vistas e que projectarão Almeida por todo o mundo, fazendo esquecer as velhas e escuras mas históricas muralhas. Resta-nos fazer figas para que com tantos adornos de fancaria, a aguardada galinha de ovos de ouro para a Vila não vá morrer de congestão construtiva perante a indiferença e até aplauso dos almeidenses: é este, pois, o Portugal e Almeida que temos!

Nota: Enquanto foram rotulando de “profetas da desgraça” aos que ousam apontar o dedo a gastos em obras e projectos desta dimensão e impacto, mais lojas continuaram e vão fechar portas de vez no centro histórico de Almeida, o que reflecte bem o nulo benefício na economia que todos estes chamados melhoramentos têm trazido para o dia-dia dos almeidenses. A própria Pousada Nossa Senhora das Neves, que serviu de pretexto para a abertura de um buraco na muralha há uns anos com ideia de que os turistas iriam chegar em autocarros, vai deixar de ser Pousada e passar a hotel de 4 estrelas. Os almeidenses poderão não dar pela diferença, mas o certo é que vila histórica deixará de constar nos roteiros das Pousadas de Portugal.
Só o tempo confirma o resultado destas decisões.
Rui Brito da Fonseca

25 comentários:

  1. Manuel Norberto Baptista Forte22 de fevereiro de 2010 às 09:27

    "...a própria vontade da sua população parece estar anestesiada..."; assim sendo que têm feito os legitimos representantes dos Almeidenses da oposição, nomeadamente na Assembleia Municipal, nas Assembleis de Freguesia até, e nos Executivos dessas mesmas Freguesias, que eventualmente se sintam desamparados, e se sintam sem meios para explicar que "...nada mudou, até pelo contrário...". Penso que compete a quem foi eleito e onde o foi dinamizar o diálogo nesses órgão, e até com as respectivas populações. Se algo está menos como é dito, acho que compete, aos Eleitos, irem junto da Populações que os elegeram e falarem, exporem as suas razões, e não restringirem a sua aparição ou na net, ou só quando do período de campanha autárquica. Se há razão ... ...

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  2. Começo por agradecer oportunidade de ter um espaço para onde se pode escrever.
    Quero ser muito sintético e por isso desejo colocar uma pergunta a quem souber responder.
    O sr. Presidente da Camara anda sempre a dizer que em Almeida existe um crescimento turistico de qualidade, então como se justifica a desclassificação da Pousada e onde está a verdade, e quem cuida de Almeida?
    Já agora mais uma pergunta as Termas e Hoteis etc. terão pés para andar?

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  3. O MAIOR CONTRIBUTO PARA O ENTERRO DE ALMEIDA SERÁ O EMPREENDIMETO PREVISTO PARA AS TERMAS DA FONTE SANTA.

    ESTES EQUIPAMENTOS JÁ TIVERAM O SEU TEMPO. NUMA ÉPOCA EM QUE A MAIORIA DAS TERMAS ESTÃO EM CRISE, COM DESPEDIMENTOS DE TRABALHADORES POR FALTA DE OCUPAÇÃO,OS FUTUROS UTENTES DESTE TIPO DE EQUIPAMENTOS POSSUEM OFERTAS MUITOS MAIS ATRACTIVAS,PARA O MESMO FIM, ENTRETANTO O NOSSO CONCELHO VAI-SE AFUNDANDO FINANCEIRAMENTE.

    GOSTARIA DE SABER SE AS GERAÇÕES FUTURAS PRETENDEM FAZER TERMALISMO EM ALMEIDA, QUANDO EXISTEM A NÍVEL NACIONAL TERMAS COM UM HISTORIAL DE SUCESSO JÁ CONSOLIDADO E ONDE OS SPA'S TEMÁTICOS ESTÃO A FAZER FEROZ CONCORRENCIA AO TERMALISMO OFERECENDO AO MESMO TEMPO PRODUTOS MUITO ATRACTIVOS.

    UM CONCELHO COM UM PROBLEMA DEMOGRÁFICO GRAVISSIMO NÃO PODE CONCRETIZAR UM INVESTIMENTO DESTA ENVERGADURA ARRISCANDO SER SÓ PARA OS ALMEIDENSES.


    FAÇO VOTOS QUE ESTEJA ERRADO NA MINHA APRECIAÇÃO

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  4. Maria Clarinda Moreira23 de fevereiro de 2010 às 13:00

    ASSUNTO: Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, a realizar no dia 26 de Fevereiro de 2010, PELAS 10.00H, Salão Nobre da CMA

    Ordem de trabalhos:
    I – Período antes da ordem do dia;
    II – Ordem do Dia:
    1 - Participação do Município no IRS- Artigo 20º da Lei 2/2007, de 15 de Janeiro -Finanças Locais;
    2-Discissão e Votação do Protocolo de Competências Municipais com as Juntas de Freguesia;
    3-Discussão e Votação do Regulamento da Biblioteca Municipal Maria Natércia Ruivo;
    4- Discussão e Votação do Regulamento Municipal de Taxas, Licenças e Prestações de Serviços do Município de Almeida;

    III – Período de Intervenção destinado ao público, nos termos do artigo 19º, do Regimento da Assembleia Municipal.

    O Presidente da Assembleia Municipal
    Dr. José da Costa Reis

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  5. segundo consta residem dentro das muralhas cerca de 200 pessoas e nada se faz para inverter esta situação.

    em vez de se construir mais um bairro social seria muito melhor para a nossa vila que a cãmara optasse por reconstruir casas dentro da vila e assim povoa-la

    Almeida por vezes mais parece uma vila fantasma, os turistas limitam-se a dar uma volta às muralhas visitar o museu a ala que se faz tarde.

    Para quando o inverter desta situação

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  6. "...Concertar programa de incentivo ao repovoamento sociologicamente diversificado do centro histórico de Almeida, de forma a assegurar a sua sustentabilidade habitacional e dinâmica empresarial, que assegure o bem-estar geral da população com reflexos positivos na actividade turística..."

    Por avaso foi copiado do programa da candidatura afecta ao PS às últimas eleições autárquicas.
    Eu li que o nosso Presidente da Câmara desvalorizou o facto de Almeida ter perdido a mais valia que significa ter uma Pousada de Portugal.
    E está tudo bem no reino da dinamarca!!!!

    Artur

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  7. A quem de direito façam "P...." o bairro social, ou atribuam casas adquiridas e arranjadas dentro da Vila para substituir e irradicar as barracas.
    Existe dinheiro para tudo senão fazem empréstimos e mais empréstimos e barracas continuam continuam com a sua pujança de não cederem.
    Sugiro uma campanha publicitária para o turista troque uma dormida numa residêncial de 4 estrelas pelas históricas casas de várias estrelas a caminho de Malpartida.

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  8. Manuel Norberto Baptista Forte24 de fevereiro de 2010 às 18:46

    Caro "Anônimo disse... de 23 de Fevereiro de 2010, 18:25", é uma verdade indesmentível que há que revitalizar sustentadamente o interior das muralhas da "Estrela do Interior"; concordo que um dos caminhos deverá passar por: "...a cãmara optasse por reconstruir casas dentro da vila e assim povoa-la"; outro, por exemplo maior divulgação na internet do Património Arquitectónio, e com um projecto (posteriormente sustentadamente prático) passado à prática, e divulgado, sem restricções de espaço (quero dizer: divulgação por todas as Freguesias) desses mesmos atractivos patrimoniais e arquitectónicos da Vila de Almeida, e demais Municipio, de maneira que todos os Almeidenses tivessem meio de mais depressa e assim em tempo útil, de também darem a sua opinião. Em suma de entre mais algumas coisas que se poderiam e deveriam fazer e que até já têm sido abordadas, será, fazer do "nosso" Municipio, um Municipio com mais ALMA colectiva, dizendo assim não, ao isolamento (pouco e devidamente explicado), e também não se deixar as coisas ao correr de alguns ou, ao correr dos tempos.
    O Municipio de Almeida e os Almeidenses (TODOS) já deram e "dão" muito de ensinamentos e modo de vida. Há que lhes dar o reconhecimento e projectar, com muito cuidado face à conjuntura, o respectivo futuro que a todos pertence e por eles deva ser ... pensado.

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  9. Na última reunião da Assembleia Municipal de Almeida o senhor Dr. Costa Reis foi confrontado, por um deputado municipal do PS, com a ausência sistemática, no último mandato, de um PONTO - INFORMAÇÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA,no Período da Ordem do Dia, em cumprimento do que dispõe a alínea e) nº 1 do artigo 53º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na sua actual redacção. O Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal nada mais pôde fazer que reconhecer o erro e prometer evitar que o erro persistisse. Mas veja-se a Ordem de Trabalhos da próxima reunião da Assembleia Municipal! Mantém-se o rumo...neste caso o erro! Será por ter sido um elemento do PS a levantar a questão? É verdade que é distribuída pelos Deputados Municipais a informação escrita do Presidente da Câmara, mas a lei dispõe que essa informação deve ser objecto de apreciação no período da Ordem do Dia, o que, mais uma vez, não volta a acontecer, contrariando a Lei e o Regimento da própria Assembleia Municipal de Almeida. Há que mudar de rumo...

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  10. Manuel Norberto Baptista Forte25 de fevereiro de 2010 às 10:17

    Caro "Anônimo disse... , 24 de Fevereiro de 2010 21:42". O facto que refere está insiscutivel e totalmente na mão dos Deputados Municipais, fazerem ver ao Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, que o mesmo não está a observar devidamente o Regimento dessa mesma Assembleia, e até a própria Lei. Apesar de tudo, custa-me a crer que o erro se repita por ter sido um Deputado Municipal da oposição que tenha chamado a atenção do Senhor Presidente da A. M.; era demasiada "evidência", e ao invés acredito mais que, seja assim mesmo. Se "passar" ... .
    Já se disse em tempos e repete-se hoje que convém lembrar que Assembleia Municipal é o Órgão máximo de um Municipio e é dele que muitas decisões saem aprovadas ou não, para que depois o Executivo Camarário as passe à prática ou não. Daí que não convém descurar a assertividade nas intervenções na Assembleia Municipal.

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  11. Manuel Norberto Baptista Forte26 de fevereiro de 2010 às 14:33

    Caro "Anônimo disse...25 de fevereiro de 2010 10:17". Dê-nos notícias da Assembleia Municipal, que ocorreu hoje.

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  12. “…Enquanto foram rotulando de “profetas da desgraça” aos que ousam apontar o dedo a gastos em obras e projectos desta dimensão e impacto, mais lojas continuaram e vão fechar portas de vez no centro histórico de Almeida, o que reflecte bem o nulo benefício na economia que todos estes chamados melhoramentos têm trazido para o dia-dia dos almeidenses. A própria Pousada Nossa Senhora das Neves, que serviu de pretexto para a abertura de um buraco na muralha há uns anos com ideia de que os turistas iriam chegar em autocarros, vai deixar de ser Pousada e passar a hotel de 4 estrelas. Os almeidenses poderão não dar pela diferença, mas o certo é que vila histórica deixará de constar nos roteiros das Pousadas de Portugal.
    Só o tempo confirma o resultado destas decisões…” (disse aqui o Dr. Rui)

    Tem toda a razão e só demonstra que o Dr. Rui é das poucas pessoas com lucidez e com coragem para dizer o que nós que dependemos das influências dos nossos politiqueiros para viver, não podemos dizer.
    Só não acredito que a antiga pousada de Almeida consiga as tais 4 estrelas para o seu futuro Hotel. Se conseguirem as 3 estrelas já será muito bom. E olhe que eu sei o que digo.

    Agora fico admirado com as declarações do nosso Presidente da Câmara ao jornal “Guarda”, afirmando que não estava nada preocupado com o facto de Almeida ter perdido uma Pousada de Portugal, e afirmando até que foi uma medida positiva.
    Só me surge a seguinte afirmação “MAS QUE RAIO DE RACIOCINIO É ESTE? Será que o Senhor Presidente saberá da gravidade ou irresponsabilidade desta sua afirmação? Almeida perde uma Pousada de Portugal e o Senhor Presidente da Câmara diz que ainda bem que acabou!
    Eu prefiro não acreditar nestas afirmações.
    Coerência seria reunir com quem de direito, seja com a actual Gerência da ex-Pousada, seja com outras entidades, no sentido evitar que Almeida perdesse a sua Pousada de Portugal. Isto sim, seria um acto digno e inteligente de uma qualquer autoridade máxima de um qualquer concelho ou região.
    Pelo que sei, o Senhor Presidente da Câmara da Covilhã, pelo contrário, ficou extremamente satisfeito pelo facto de o Grupo Pestana ter decidido abrir mais uma Pousada de Portugal na cidade da Covilhã.
    Curiosamente os habitantes da Covilhã ficaram satisfeitos por virem a ser beneficiados com uma unidade das Pousadas de Portugal na sua cidade.
    Curiosamente em Almeida, o seu mais alto responsável politico ficou satisfeito por ter perdido uma Pousada de Portugal na sua Sede de Concelho.
    Vá-se lá saber porquê!

    Prometi a mim mesmo não voltar a intervir em parte alguma depois dos últimos resultados eleitorais, mas perante mais esta agressão à Sede do nosso Concelho não consegui, mas por aqui me fico.
    Os Almeidenses se quiserem que acordem ou não.


    F.Garces

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  13. Como Almeidense, tenho e devo estar acordado.
    A satisfação do sr. Presidente da Câmara pelo aparecimento de um hotel de 4 estrelas em Almeida, em detrimento do desaparecimento da Pousada, para mim é incompreensível. Ele lá saberá porquê.
    O que me deixa preocupado é o facto de saber que vai ser construído um outro hotel, nas Termas da Fonte Santa. Pergunto se a procura por parte dos turistas é assim tanta que tenhamos espaço para dois hóteis.
    Não sou nem quero ser empresário no concelho. Mas pergunto-me o que pensará o(a) empresário(a) da ex-Pousada, perante a concorrência que a parceria da Câmara/Privados lhes vai fazer com o novo Hotel.
    Enfim.
    Termino reproduzindo a última frase do comentário aqui deixado por F.Garcês:"
    Os Almeidenses se quiserem que acordem ou não."

    PS:Solicito a F:Garcês que continue a fazer comentários, já que são muito interessantes.

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  14. Já agora vejamos se esta peça também serve para o concelho de Almeida Senhor Rui Brito.

    "...

    A peça que temos



    Temos um enredo com demasiada intriga, com demasiado conflito, com demasiados personagens, só com vilões e nenhum herói, o que torna muito difícil conseguir um desenlace feliz no terceiro acto.

    Temos um público que boceja cinicamente perante as peripécias previsíveis do argumento, que não gosta de nenhum dos actores, que está enjoado até à medula com todos os efeitos especiais, mas que continua a seguir a peça por desfastio, à falta de melhor, sabendo que as últimas cenas nunca vão chegar a ser exibidas.

    No primeiro acto temos dois juízes que acham que o duque cometeu o mais horrendo dos crimes contra o povo e que o querem acusar disso mesmo e por um momento parece que isto vai ser uma história moral edificante, mas depois chegam os outros dois juízes que acham precisamente o contrário e não se percebe se são de outra peça e se enganaram no palco ou se leram mal o script ou se são amigos do duque disfarçados ou se qualquer outra coisa e que fazem uma enorme salganhada e nunca chegam a explicar nada.

    Depois temos o grupo dos amigos do duque, aqueles intriguistas pagos a peso de ouro e ansiosos por ficar nas suas boas graças, sempre a trocar mensagens uns com os outros, sempre a tecer tramas na sombra e a imaginar maneiras de agradar ao chefe, cheios de planos maquiavélicos para liquidar os inimigos do duque, mas que depois fracassam miseravelmente, são descobertos e negam tudo, e que mais parecem figuras de desenhos animados do que de uma grande tragédia como esta.

    Depois temos os comerciantes que só aparecem para dizer que não sabiam nada, os banqueiros que só aparecem para dizer que sabiam ainda menos, que não tinham conhecimento de que alguém tenha feito alguma coisa e que se alguém fez alguma coisa foi com certeza por acaso. É tudo muito pouco consistente. O público não é estúpido e vai perceber que aqui os diálogos não foram muito trabalhados.

    Temos os partidários do duque que se indigam muito com as acusações, os partidários da abadessa que se indignam com a indignação dos primeiros, mas nada disso faz muito sentido e ninguém é muito convincente. E também não se percebe se o duque tem mesmo amigos ou se agora é que ele vai perceber que afinal não tem amigo nenhum e que afinal isto é mesmo uma história moral mas de outro género.

    Depois temos o próprio duque que berra e se irrita muito mas não tem nenhuma fala que seja verosímil. Também há o velho conselheiro, que se preocupa muito e faz grandes tiradas, mas nem se percebe o que ele faz ali e até podiam cortar as cenas em que ele aparece que ninguém reparava.

    A verdade é que a peça não faz grande sentido. Parece que os magistrados são todos umas pobres marionetas desmioladas, que os cortesãos são todos uns labregos sem qualidade, que os comerciantes são todos uns mentecaptos, para não falar do duque que parece ter urdido uma trama para se tornar duque, o que não faz sentido.

    Para mais, a peça não tem um só personagem admirável, um homem de honra, nobre e corajoso, alguém que fale de coração aberto - um só, para amostra, um com quem o público se pudesse identificar, alguém que pudesse ser respeitado, de quem se pudesse pôr o nome num cartaz. Nem tem uma paixão ardente, um amor purificador, algo que se possa enaltecer, que justique um desvario. É uma peça triste e fraquinha e um bocadinho desconchavada. É pena ser a peça que temos.



    José Vítor Malheiros (Público, 17 Fev. 2010)


    ..."

    Eu penso que poderíamos fazer uma adaptação.

    Oliveira

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  15. Mas afinal porque é que a pousada vai deixar de o ser

    será por vontade dos donos
    será por falta de qualidade

    temos uma certeza Almeida ficará a perder

    hotel de 4 estrelas e pousada de Portugal são conceitos diferentes

    será que Almeida algum dia terá mercado para dois hoteis de 4 estrelas

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  16. Maria Clarinda Moreira28 de fevereiro de 2010 às 21:33

    ATENÇÃO JOVENS ALMEIDENSES!

    Diário da República do dia 16 de Fevereiro 2010: Município de Almeida - Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior.

    http://dre.pt/pdf2sdip/2010/02/032000000/0713107134.pdf

    Está a decorrer o prazo de discussão pública deste Projecto de Regulamento, devendo os interessados dirigir por escrito as suas sugestões à CMA no prazo de 30 dias contados a partir desta data da publicação.

    Procurei esclarecimento na última sessão da Assembleia Municipal (26 Fev) sobre algumas condições deste Projecto de Regulamento, nomeadamente, o que me pareceu uma contradição entre o texto do respectivo Preâmbulo, afirmando que “pretende minorar as dificuldades económicas sentidas por alguns agregados familiares do Concelho de Almeida” e o respectivo artigo 5º, distinguindo especialmente a situação dos filhos dos Bombeiros Voluntários. Ainda que os Bombeiros Voluntários mereçam reconhecimento pelo serviço que prestam, não se afigura muito equitativa a distribuição de benefícios, sugerindo um tratamento preferencial, ou pelo menos desigual, relativamente aos restantes estudantes economicamente carenciados do concelho. Poderá haver ainda outras condições discutíveis, pelo que importa ler o documento com atenção.

    Não é esse o entendimento do Executivo que aguarda, no entanto, conforme o estipulado pela legislação, as opiniões escritas com propostas de alteração, dirigidas à CMA, antes da publicação definitiva do Regulamento para respectiva entrada em vigor.

    Para o efeito também, está o endereço electrónico activacidadania@gmail.com, disponível para atempadamente receber pareceres e propostas de alteração que, na qualidade de membro da Assembleia Municipal, farei chegar ao município, protegendo a identidade dos autores, se assim solicitado.

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  17. Já é tempo de os jornais e a imprensa em geral pararem com a estupidez de distraírem os portugueses com mexericos de café. Deve ter um interesse enorme para os portugueses saber se o nosso Primeiro Ministro disse um palavrão na mesa ao lado, se não gosta de uma tal Manuela e um tal de Crespo. Que estupidez.
    Vamos ao que interessa.
    Primeiro gostaria de saber porque razão vão ser congelados os salários dos funcionários públicos e das empresas onde o estado tem capital, com excepção da TAP e Caixa Geral de Depósitos? Que raio de democracia é esta? Então toda a gente sofre com a crise, menos os senhores que usufruem de salários mais altos!!!!!!!! E os senhores deputados e membros do governo, não sofrem nada?
    Ou pagam todos ou não paga ninguém!
    Ou se cumpre com esta máxima democrática ou acabem com a democracia de vez!
    Também achei piada à afirmação do Senhor Presidente da Câmara de Almeida. Então uma Pousada de Portugal na Vila de Almeida não interessa para nada! Não sei se me rio ou se choro.
    Bom, mas como ELE é que sabe!
    Pobre Almeida!
    Pobre País!

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  18. Agora sim.
    Agora é que o turismo vai fazer de Almeida uma terra rica.
    Agora com 2 hotéis de 4 estrelas já podemos ficar descançados.
    Já podemos fazer feiras do fumeiro, da agricultura, do colecionismo e antiguidades à vontade. Já temos camas suficientes para albergar os milhares de turistas que visitam estes "eventos".

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  19. O que se espera é que haja uma estratégia bem urdida para o desenvolvimento do concelho de Almeida, que parece ter de passar obrigatoriamente pelo desenvolvimento turístico. Onde está esse estudo e a sua implementação prática no terreno?! Parece que não basta fazer muitos eventos desgarradamente, pois além de se gastar muito dinheiro, nada ou pouco surtem quanto a mais valias para o tal desenvolvimento e melhoria de condições económicas de quem investe, seja muito ou pouco. É urgente um planeamento eficaz. Ao que consta o prémio da Vox Poupuli contemplou exactamente um projecto global nessa área. Esperemos que não fique só nos papéis e o mesmo possa ser exequível, com pernas para andar. Até esses aguardados tempos, as variadissimas festarolas vão continuar a exaurir os dinheiros públicos para gáudio de acoólitos do poder autárquico, sem resultados concretos para Almeida.
    Um Almeidense

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  20. Manuel Norberto Baptista Forte1 de março de 2010 às 19:18

    "Não é esse o entendimento do Executivo que aguarda, no entanto, conforme o estipulado pela legislação, as opiniões escritas com propostas de alteração, dirigidas à CMA, antes da publicação definitiva do Regulamento para respectiva entrada em vigor." Certamente que o Executivo Municipal estará pois e também, à espera do parecer dos Executivos das Freguesias do Municipio de Almeida, já que certamente todas elas tiveram para divulgação e reflexão acesso ao mesmo, e em tempo útil, opinaram sobre o mesmo, e também certamente por via das mesmas os jovens puderam assim, ficar mais informados sobre este "Projecto de Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior."; eles, e as respecivas famílias. Importante documento acha-se por bem que não fique na ... gaveta da não divulgação, ou na gaveta de documentação diversa.

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  21. Manuel Norberto Baptista Forte2 de março de 2010 às 20:16

    Anônimo disse...
    Um Almeidense
    1 de março de 2010 18:59

    O que se deseja e que já deveria ter sido implementada há muitos anos seria, e é, uma política sustentada de desenvolvimento, precisamente contemplando e também, o"... desenvolvimento turístico.". Temos um valioso Património que alguns vão conhecendo, outros até lhes parece surrealista quando se relatam realidades e não ficções do Municipio de Almeida, nas mais diversas vertentes, outros vão sabendo algo através do sitio na internet da C.M.A., e muitoas pessoas perguntam porque é que determinadas coisas vão acontecendo ainda, no Municipio de Almeida. Acontecerão sempre e só, até a maioria dos Eleitores Almeidenses, livremente, entendenderem que existe uma opção coerente sobretudo pelo trabalho consequente realizado em muitos Municipios deste nosso Portugal, e tomarem a opção de voto que muitos outros tomaram.
    Penso que qualquer Câmara do nosso País desde que os seus Executivos tenham em mente, e a seguir dêem sequência a programas de acção de verdadeira índole perceptiva do que deve ser o caminhar em sentido verdadeiro de desenvolvimento do existente, e criação de outras mais valias tendo em conta a realidade possível, e em permanente auscultar do pensamento da População Residente. Assim, certamente se dispensariam prémios de projectos globais (que trazem custos ao erário Municipal) que só a alguns satisfazem, e aproveitar-se-ia em plenitude as pessoas que constituem gabinetes de arquitectura, de engenharia, de apoio social e demais variáveis, com muitos menores custos, e certamente com muito mais eficácia.
    As "...as variadissimas festarolas..." existirão sempre até que as pessoas tal consintam. Afinal, que estão a fazer os Eleitos Locais, se não questionarem, ou não forem questionados pelo povo?. Que aspessoas nunca se façam "substituir" no voto, e sejam sempre cidadãos.

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  22. Governo congela salários até 2013!

    «O Diário Económico apurou que o PEC vai prever uma política de moderação salarial para a Função Pública até 2013, com metas definidas sobre o peso da factura com pessoal no total da despesa do Estado»

    Ora cá vão uns salariozitos que vão entrar em "moderação" e não vão aumentar:

    - Mata da Costa: presidente CTT, 200 200,00 €
    - Carlos Tavares: CMVM, 245 552,00 €
    - António Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96 507,00 €
    - Guilhermino Rodrigues: ANA, 133 000,00 €
    - Fernanda Meneses: STCP, 58 859,00 €
    - José Manuel Rodrigues: Carris, 58 865,00 €
    - Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66 536,00 €
    - Vítor Constâncio: Banco Portugal, 249 448,00 €
    - Luís Pardal: Refer, 66 536,00 €
    - Amado da Silva (ex-chefe de gabinete de Sócrates): Anacom, Autoridade Reguladora da Comunicação Social, 224 000,00 €
    - Faria de Oliveira: CGD, 371 000,00 €
    - Pedro Serra: AdP, 126 686,00 €
    - José Plácido Reis: Parpública, 134 197,00 €
    - Cardoso dos Reis: CP, 69 110,00 €
    - Vítor Santos: ERSE, Entidade Reguladora da Energia, 233 857,00 €
    - Fernando Nogueira (este não é o ex-PSD que se encontra em Angola): ISP, Instituto dos Seguros de Portugal, 247 938,00 €
    - Guilherme Costa: RTP, 250 040,00 €
    - Afonso Camões: Lusa, 89 299,00 €
    - Fernando Pinto: TAP, 420 000,00 €
    - Henrique Granadeiro: PT, 365 000,00 €

    Fonte: Jornal SOL de 22/01/2010

    E ainda faltam as Estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras reguladoras e observatórios...
    Enfim é um fartar vilanagem! E pedem contenção e moderação!!!!

    Imaginem o que é pagar um subsídio de férias ou de Natal a estes senhores: ''Tome lá meu caro amigo 350 000 euros para passar férias ou fazer compras de Natal''.

    Para a próxima vou publicar os salários e as ajudas de custo em hotéis nacionais e estrangeiros dos nossos autarcas. Fica prometido.

    O Velho

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  23. Notícia do Jornal "O Interior", há dias:

    A Pousada Senhora das Neves, em Almeida, vai deixar de fazer parte da rede Pousadas de Portugal e ser transformada num hotel de 4 estrelas. A unidade deverá mudar a sua denominação e aumentar ligeiramente o número de funcionários.
    O abandono do grupo Pousadas de Portugal efectivou-se porque «deixou de ter interesse para nós continuar a integrá-lo», realça a directora da unidade, confirmando que «vamos ser um hotel de quatro estrelas». O pedido ao Turismo de Portugal foi formulado «há muito pouco tempo» e a confirmação do novo estatuto da unidade hoteleira deverá chegar «dentro de dias», explica Ana Paula Almeida. Sobre os motivos que levaram a esta decisão, assegura que «não houve problema nenhum» durante os cerca de seis anos em que a parceria durou. No entanto, a responsável acredita que esta alteração «será benéfica para nós», destacando que «estávamos numa altura em que tínhamos que decidir, pois temos pernas para andar e os nossos clientes fidelizados». De resto, sublinha que, «com um parceiro, estamos sempre presos e obrigados a pedir autorizações para tudo», dando o exemplo da Pousada não poder ter mais valências no hotel e dos funcionários não poderem ser colocados noutras lojas da empresa.
    A partir de agora, «podemos fazer o que nos apetecer e controlar os preços à nossa vontade», adianta, assegurando que «queremos continuar a dar um tratamento diferenciado ao cliente» e que a qualidade «é para manter e, se possível, para aumentar». «Há um grande descontentamento em relação às Pousadas e uma falta de qualidade e do desinteresse que têm pelos clientes», reforça. Em relação ao número de trabalhadores, Ana Paula Almeida garante que os actuais 15 são para manter e que até está pensar contratar «brevemente» mais duas pessoas. Certa é a realização de obras de remodelação na unidade, embora «não vá fechar nunca», indica. A directora esclarece ainda que «até podíamos ter 5 estrelas», uma vez que «nos adaptávamos perfeitamente a isso, só que, por causa da crise, achamos que o facto de ser de 4 estrelas pode funcionar a nosso favor e a qualquer momento podemos pedir a classificação de 5», salienta. «Em princípio», o hotel vai passar a ter uma nova denominação, mas a directora prefere não a divulgar para já por ainda não ter sido aprovada.

    Comentário:
    ...Tudo isso parece uma grande treta. Não será que a gerência da Pousada não cumpria as exigência das Pousadas de Portugal, e esta deu-lhe com os pés? Parece que a directora está a contar uma história mal contada que nada tem de verosímil e julga que os leitores são parvos.

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  24. A função pública é o cancro de Portugal. Senhores e senhoras que nada aprenderam a fazer, inadaptados que a única coisa que desenvolveram foi o pôr-se a jeito e ajeitar-se.É desta gente que o meu "querido" Portugal está envenenado. Gente que não pensa no "bem público", gente que não vê para além do seu umbigo, gente que só ajuda o seu país, aquele que o serve, apenas quando está a dormir. É uma gente que não vê que não fazem falta a quem lhes paga, e que seria já um favor, receberem e deixar quem lhes paga trabalhar, deixá-los trabalhar... deixá-los defender a sua pátria... Sim, porque de patriotismo, a coisa pública...tal qual um cancro, que só termina, quando não houver mais vida para o alimentar...

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  25. Manuel Norberto Baptista Forte5 de março de 2010 às 11:44

    Caro "Anônimo disse... 4 de Março de 2010, 23:36"
    Ao longo das suas prosaicas palavras o(a) Senhor(a) destila um menor agrado por uma classe profissional que lhe deveria merecer, se não fôr funcionário público (ao que parece), ou então é daqueles(as) que "adoram" arranjar matéria para comentário, sómente respeito. Quem não respeita os outros ... .
    Também o sector privado tem alguma culpabilidade no que se passa actualmente na sociedade Portuguesa. Fique bem, e aconselho-lhe um ... chá verde.

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