05 março, 2015

Um país doente.

Estamos a viver num país muito doente. Muito doente mesmo.
Ao escutarmos a rádio e vermos a televisão, além dos jornais, podemos constatar isso sem qualquer problema.
Não obstante tudo o que se tem passado com a classe política que já passou pela responsabilidade governamental, desde detenções, acusações de enriquecimento rápido, favorecimento de empregos, etc, etc,…..assistimos muito recentemente às contradições de protagonistas/candidatos.
António Costa, líder socialista e candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, tem vindo a afirmar publicamente que o país vai de mal a pior. Afirma que o actual governo não tem feito outra coisa do que empobrecer os portugueses e afundado ainda mais a economia portuguesa em função da política que decidiu aplicar.
Entretanto numa reunião com empresários chineses acabou a determinada altura da sua intervenção, afirmar que Portugal está muito melhor economicamente falando do que em 2011. Ao dizer isso, passou um atestado de incompetência ao líder do último governo socialista.
Muitos têm sido os formadores de opinião que vêm dizendo que António Costa o melhor que pode fazer para subir nas sondagens é ficar calado, já que não consegue convencer ninguém pelas suas contradições de opinião. Ele já o fez. Mas também há outros que têm dito que é fundamental que António Costa nos venha dizer o que pensa fazer quando for, se for, primeiro-ministro em várias áreas de actuação. Depois quando diz qualquer coisa, como a que fez no Porto em presença de empresários do Oriente, dá no que dá.
Um homem que não parou enquanto não destituiu o outro António, o Seguro, da liderança socialista ajudado em muito e em parte pela onda socrática, vê-se hoje numa posição muito embaraçosa tal como os seus apoiantes, ao considerarmos e vermos que as sondagens não lhe dão qualquer vantagem sobre os políticos governantes actuais.
Também o que se passou com José Sócrates não o ajuda em nada, tendo em conta que António Costa dias antes tinha defendido a continuidade de uma política para Portugal, à semelhança do último governo socilaista.
Hoje, António Costa conta já dentro do Partido Socialista com alguns críticos capazes de irem aumentando, à medida que as suas ideias ou não são exequíveis, ou então perante a possibilidade de verem mais uma derrota eleitoral, não quererão perder a oportunidade de se colarem mais tarde a um novo líder sem qualquer senha do actual.
Não é por nada que António Barroso fundador do PS veio de imediato não só criticar o líder, como suspender a sua filiação. A sua declaração foi demasiado dura para o actual líder.
Se juntarmos tudo o que têm dito dele, acabamos por ver que não será certamente a melhor pessoa para liderar um governo em Portugal.
Mas se nos virarmos para os partidos/políticos do actual governo, também não vemos melhorias. Em nada.
Depois de tantos sacrifícios exigidos a todos os trabalhadores, desde o corte dos salários, corte das reformas, aumento de impostos, aumento do desemprego, etc, etc,……..afinal acabamos por ficar agora a saber que o actual líder governamental não pagou à Segurança Social o que devia e quando devia.
As desculpas dadas poderão ser aceites por muita gente, mas é difícil compreender como é que alguém sendo empresário e trabalhador por conta de outrem, não se lembrar de pagar os impostos devidos ao Estado. Ainda se fosse um mês ou outro, poder-se-ia aceitar a justificação, agora 5 anos…..é caricato.
Inaceitável também o facto de o actual governo não disponibilizar verbas para ministérios onde a sua falta é assustadora, como o caso da saúde e do ensino. Foi preciso ter havido uma morte para que houvesse solução imediata para aquisição de vacinas. Foi preciso que professores, alunos e pais do ensino artístico se manifestassem prometendo o encerramento de escolas, para que houvesse verbas disponibilizadas de imediato.
Mas se olharmos para as forças da ordem, verificamos também que as coisas não correm bem pois falta dinheiro para solução de avarias de viaturas e demais serviços. Enfim, é um rol de problemas nos mais variados sectores.
Há que recordar que já o anterior governo, nos últimos dias de agonia, vinha-nos dizendo que estava tudo bem quando todos sabíamos que estávamos a definhar a olhos vistos.  
Hoje voltamos a ver responsáveis governamentais a dizer-nos que estamos melhor do que em 2011 (tal como António Costa líder socialista), mas o facto é que o desemprego continua tal como está. E quando afirmam que baixou umas décimas, devemos saber que para isso muito contribuiu a emigração de milhares e milhares de trabalhadores para outros países.
De facto também pertenço àqueles que pensam que Portugal está melhor, mas para todos quantos pertencem à classe política. Vejam-se as mordomias e benesses de que usufruem.
Entretanto o que dizer àqueles que perderam as suas economias com situações como a do BES, com a situação da PT e outras que ainda por aí virão.
O exemplo que nos veio dos Estados Unidos e Islândia, aquando do problema bancário, por cá de nada servem. Somos um país diferente, mas para pior.
E um país que tem pessoas como as que temos a governar-nos sem que tenham para connosco o respeito que merecemos, é sem qualquer dúvida um país muito doente.
E quando podemos ir ao médico, que é como quem diz escolher em eleições, acabamos por tomar um chá quente caseiro e deixamos andar tudo na mesma.

Afinal também estamos enfermos.  

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