22 dezembro, 2012
29 novembro, 2012
Gostava de Acreditar
Gostava de Acreditar
Por Maria Filomena Mónica
POR VEZES, há coincidências que espantam. Hoje, dia em que
estou a escrever, tive conhecimento que o Primeiro-Ministro pedira aos
portugueses para «não deixarem de acreditar no futuro», que a maioria PSD/CDS
ia avançar com uma proposta de alteração ao Orçamento Geral do Estado a fim ter
autorização para aplicar uma taxa às pensões mais altas podendo ir até 50% do
valor mensal (a ser cobrada de uma só vez) e que, após ter sido ouvido o Senado
Universitário, a Universidade de Lisboa decidira conceder-me o título de
Investigadora Emérita, com base em que me teria distinguido pela «continuada
acção ao longo dos anos, pelo prestígio adquirido no seu campo académico e
científico e pela projecção nacional e internacional da Universidade de
Lisboa». Por suspeitar que o título me fora atribuído não tanto pelo
reconhecimento do meu trabalho mas por critérios burocráticos, fiquei sem saber
como reagir, o que pouca importância tem diante do apelo do Primeiro-Ministro.

Enquanto os que podem rapam o tacho, os pobres olham-nos com
ódio ou, na melhor das hipóteses, com desprezo.
«Expresso» de 26 Novembro de 2011
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17 novembro, 2012
06 novembro, 2012
Será que isto está a ser cumprido?
Já era para ter trazido a
este espaço alguns considerandos sobre a actual situação sócio económica que
neste momento estamos a atravessar.
Por muito que às vezes
queiramos falar bem do que quer que seja, a verdade é que as coisas menos boas atravessam-se-nos
a catadupejar, e não permitem que vejamos com nitidez as melhores.
Ao lermos/vermos/ouvirmos
as notícias em geral nos mais diversos órgãos de comunicação social, acabamos
por ficar com um sentimento estarrecedor.
Dia a dia, semana a semana,
mês a mês os problemas acumulam-se, e as soluções são sempre as mesmas e sempre
para os mesmos.
Felizmente(?) estamos a
ouvir algumas pessoas com conhecimento das mais diversas matérias, levantar a
voz e começarem a questionar a classe política sobre as decisões. Já é tarde.
Mas como diz o nosso povo, mais vale tarde do que nunca.
Nos mais diversos espaços
de opinião cibernéticos, ex.: facebook, twitter, etc… estamos a ver muita gente
a manifestar a sua não concordância com decisões tomadas.
O bastonário da Ordem dos
Advogados, Marinho e Pinto, no Notícias ao Minuto do dia 05/11/2012, http://www.noticiasaominuto.com/politica/18319/marinho-e-pinto-denuncia-golpe-de-estado-palaciano,
vem dizer que alguém está a querer “subverter” a Constituição.
Como é possível que alguém
com responsabilidades políticas, possa não respeitar a Constituição?
Inadmissível.
Mas já que falamos
de Constituição, vejamos o que ela diz num ou outro artigos.
Artigo 9º (Tarefas
fundamentais do Estado), alínea d) “ Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo
e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos
económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e
modernização das estruturas económicas e sociais.”
Isto está a ser feito?
Alguns dos
portugueses não se lembram de ter estado tão mal, quanto hoje.
A forma como
actualmente vivemos, pode chamar-se de qualidade de vida?
E que dizer da
igualdade entre os portugueses?
Nunca houve tanta desigualdade e cada vez mais acentuada.
Artigo 13º
(Princípio da igualdade), ponto 2, “ Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado,
prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão
de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou
orientação sexual.”
Será que não há gente privilegiada a aposentar-se com idade muito
inferior ao que é exigido à maioria dos trabalhadores portugueses?
Artigo 23.º (Provedor de Justiça) ponto 1.
“ Os
cidadãos podem apresentar queixas por acções ou omissões dos poderes públicos
ao Provedor de Justiça, que as apreciará sem poder decisório, dirigindo aos
órgãos competentes as recomendações necessárias para prevenir e reparar
injustiças.”
Sinceramente tenho alguma dificuldade em entender este ponto.
Então eu vou apresentar uma reclamação contra o Ministério das Finanças
por qualquer motivo. Depois o Provedor vai enviar a minha queixa para qualquer
departamento governamental.
E depois? O mais certo é voltar ao início. Enfim.
Artigo 59.º (Direitos dos trabalhadores) 2.
“ Incumbe
ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso a que os trabalhadores
têm direito, nomeadamente:
a) O estabelecimento e a actualização do salário mínimo nacional, tendo em
conta, entre outros factores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento do
custo de vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as exigências
da estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;”
Será que isto está
a ser cumprido?
A actualização do salário mínimo em função do do custo de vida?
Tenho dúvidas para não dizer que tenho certezas.
Artigo 65.º (Habitação e urbanismo) 1. “ Todos têm direito, para si e
para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de
higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade
familiar.”
Será que isto está a ser cumprido?
Artigo 70.º (Juventude) 2. “A política de juventude
deverá ter como objectivos prioritários o desenvolvimento da personalidade dos
jovens, a criação de condições para a sua efectiva integração na vida activa, o
gosto pela criação livre e o sentido de serviço à comunidade.”
Será que isto está a ser cumprido?
Artigo 81.º (Incumbências prioritárias do Estado) Incumbe prioritariamente ao
Estado no âmbito económico e social:
“ a) Promover o aumento do bem-estar social e económico e da qualidade de
vida das pessoas, em especial das mais desfavorecidas, no quadro de uma
estratégia de desenvolvimento sustentável;
b) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de oportunidades e
operar as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e
do rendimento, nomeadamente através da política fiscal;”
Será que
isto está a ser feito?
Muitos mais artigos poderíamos ir ver à Constituição e saber se estão a
ser respeitados, mas não vale a pena, pois a desilusão seria muito maior.
Não vale a pena culpar esta ou aquela pessoa.
São muitos.
Os próximos 7/8 anos vão ser ainda muito mais problemáticos e difíceis para
os mais desfavorecidos que infelizmente somos cada vez mais.
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02 novembro, 2012
...roubam-nos a lua e...arranca-nos a voz…
e não dizemos nada…
Na segunda noite,
Já não se escondem,
...pisam as flores…matam o nosso cão…
e não dizemos nada…
Até que um dia…
o mais frágil deles…
entra sozinho em nossa casa…
rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta…
E porque não dissemos nada…
…já não podemos dizer nada…
Vladimir Maiakóvski (…escreveu
ainda no inicio do Séc. XX…)
Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso…eu
não era negro…
Mas não me importei com isso…eu também não era operário…
Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei…porque não sou miserável…
Depois agarraram uns desempregados,
Mas como tenho o meu emprego…não me importei com isso…
Agora estão me levando a mim…
Mas já é tarde…ninguém se importa comigo…
Bertola Brecht (1898-1956)
Como não sou Judeu…não me importei…
No dia seguinte vieram e levaram o outro vizinho que era comunista…
Como não sou Comunista…não me importei…
No terceiro dia vieram e levaram o meu vizinho católico…
Como não sou Católico…não me incomodei…
Ao quarto dia vieram e…me levaram…
…não há mais ninguém para reclamar…
Martim Niemöller – 1933 (Símbolo
da resistência aos nazis)
…incrível é que, após mais de cem
anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos
caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário,
aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao
silêncio…porque a palavra…há muito se tornou inútil…
"Meus senhores, como todos
sabem, há diversas modalidades de Estado. Os sociais, os corporativos e o
Estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o Estado a que
chegámos!"
Salgueiro Maia, na madrugada de 25
de Abril de 1974".
...entretanto...dia 14 de Novembro 2012...vamos ter Greve Geral...no nosso quintal...
João Neves
17 outubro, 2012
Será granito?...ou não?
“Desde criança e ao longo das minhas frequentes estadias em Almeida, múltiplas vezes ouvi dizer que a Rainha D. Maria I, perguntava se as muralhas de Almeida eram de pedra/granito ou se eram construídas de ouro, tal o peso que a sua construção representava no tesouro real. Actualmente, começo a pensar que os Almeidenses poderão começar a perguntar se as obras envolventes da velha fortaleza amuralhada são de granito…E que granito ou se são de ouro, tal a sua opulência, para mim exagerada.
Almeida não precisa que a embelezem pois bela já é.
Precisa sim que a conservem e preservem, o que, na realidade, não vejo.
Dou uma volta pelas muralhas e vejo pedras caídas e não vejo que pensem mandar colocá-las no seu devido lugar. Vejo o “cancro vegetal” existente nos muros e pronto a destruir a sua integridade, com alguns pontos já desmoronados.
Não vejo, não “sinto” que haja movimentação política que ajude a obviar esta visível destruição.
Para finalizar, gostaria de saber onde começa e acaba o Monumento ao 25 de Abril. É que ao ler o autor do projecto – João Antero, o escultor e Paulo Melo Veiga preparação da obra – Revista CEAMA nº 2 – fico confuso. Será que existem mais intervenientes?
Desculpem-me o tempo que vos roubei.
Obrigado a todos.”
Henrique Vilhena
(Deputado da Assembleia Municipal de Almeida, eleito pelo CDS-PP)
Declaração lida e transcrita na Acta nº 14 de 29/06/2012 – Assembleia Municipal de Almeida
P.S. - Já agora...como estará de saúde a coligação PSD/CDS-PP?
14 outubro, 2012
08 outubro, 2012
04 outubro, 2012
19 setembro, 2012
O preço das ilusões que vendemos.
…em 25-06-2012……o Cavaquistão apresenta factura do betão ao senhor Aníbal
O excesso de longevidade política tem destas coisas. Dá para ver anos depois, ao vivo, o preço das ilusões que vendemos.
Castro Daire, um pedaço do Cavaquistão de Viseu, epicentro das maiorias absolutas de Cavaco Silva em 1987 e 1991, onde em 2006 e 2011 Cavaco teve percentagens superiores a 70% de votos como candidato presidencial assobiou o seu herói.
Não quer que o tribunal de Castro Daire seja extinto, tal como está previsto na proposta do novo mapa judiciário.
Castro Daire é um excelente protótipo do concelho gastador em obras públicas.
É pobre, tem pouca indústria e poucas empresas produtivas.
O sector mais importante é a construção civil, que vive praticamente das obras que o município adjudica, biblioteca, auditório, piscinas, complexo desportivo, requalificação de ruas, repavimento de estradas etc, etc.
Em 2009, o PS ganhou a Câmara Municipal, com este modelo de desenvolvimento na boca.
Perde população desde há anos mas continua a construir.
Ontem, Cavaco Silva foi inaugurar o Parque Urbano, uma obra que custou quase 1 milhão de euros (no entanto, financiada a 85% pelo FEDER).
É difícil explicar a Castro Daire, e a outros tantos concelhos portugueses que viveram sempre deste modelo de desenvolvimento do cimento, que devem cortar com ele.
Cavaco colhe hoje os ventos que semeou.
O seu grande legado como primeiro-ministro são, no tempo das vacas gordas, as obras públicas, as auto-estradas, os viadutos, o CCB.
Nunca apostou no mar, nunca bateu o pé ao desmantelamento das pescas, da marinha mercante, dos portos, da agricultura.
É ele o grande responsável por esta ilusão de vida no betão que alastrou da administração central para as autarquias precisamente no tempo do cavaquismo.
Sob a capa do pretenso reformador e do tecnocrata rigoroso, Cavaco criou um país inviável.
Tem a agravante de nunca ter emendado a mão.
Em 2000, lançou-se ao monstro da despesa pública de Guterres como mera guerrilha política, sem dizer no concreto onde se devia cortar, no Estado, nas autarquias, nas obras públicas, sem indicar soluções visionárias aos muitos Castro Daire, um novo modelo judicial, extinção de tribunais, um novo modelo administrativo, com modelos assentes na produção e não no betão, o fim das coutadas políticas, num arco de poder local que abrangeu todos os partidos, inclusivé o PCP, o fim das contratações em massa nos municípios, as contratações políticas e as contratações para abafar o desemprego no concelho à custa de mais dinheiros públicos.
A partir de 2007 lançou-se noutra guerrilha a Sócrates, com a necessidade de falar verdade, também sem enunciar soluções concretas.
Ele que nunca teve a coragem de falar preto no branco aos portugueses das questões difíceis, das que ninguém gosta de ouvir.... falou da verdade.
Com ela acabou por nos enganar.
Hoje continua o mesmo.
A troika pede ao governo para extinguir metade das autarquias, porque sabe bem de onde vem parte do despesismo, mas Cavaco mete a cabeça na areia.
Tem medo de dizer o que o povo não quer ouvir, do choque, do divórcio com os portugueses por lhes falar verdade.
No fundo, nunca soube governar em tempos difíceis, que é onde se vêem os verdadeiros governantes...
Expresso – 25/06/2012
P.S. – Qualquer semelhança com a realidade local pode ser pura coincidência…
14 setembro, 2012
21 agosto, 2012
SER OU NÃO INDIFERENTE - Eis a questão
Atenta ao desânimo
de uns, acatamento e indiferença de outros, deixo aqui para os interessados uma
declaração entregue na última sessão da AM que uma vez mais ilustra o desprezo a que
frequentemente são votados os membros da Assembleia que não alinham pelo
conformismo. Faço-o, tendo em atenção a indignação expressa neste blogue pela
passividade da oposição e apenas para que saibam que, mesmo sem que seja
possível alterar o status quo resultante da escolha dos próprios
almeidenses nem todos se resignam, sendo de lamentar que mais vozes não se
unam na contestação clara e firme do rumo que Almeida há demasiados anos tem
traçado. Faço votos que aos poucos as mentes se abram para o óbvio e que os
eleitores se rendam à evidente necessidade de mudança nos agentes de governação
do concelho.
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Almeida
Senhores Membros desta Assembleia Municipal,
Na última sessão, no passado dia 27 de Abril, apresentei ao
Presidente desta Assembleia uma declaração de protesto por ter sido negada a
palavra a um membro da Assembleia Municipal na cerimónia evocativa do 25 de
Abril, com um pedido de revisão dessa posição. No período de resposta, o Sr.
Presidente [da AM], perante os membros presentes, optou por uma atitude sarcástica,
voltado apenas para uma parte da sala, esforçando-se por não me olhar,
proferindo expressões como “quando a Sra. for eleita presidente desta
Assembleia, tendo a certeza de que isso acontecerá, pois todos os membros aqui
presentes votarão em si, e então a Sra. fará como entender…” e “enquanto eu for
Presidente eu é que decido”, negando-me depois o uso da palavra, nem sequer em
nome da defesa da honra, um direito aprovado por esta Assembleia que todos
aceitamos respeitar, mas que apenas lhe fez acrescentar que eu “fizesse como
entendesse”, “ditasse para acta” – contudo, logo proibindo-me de o fazer… e com
isso forçando a que hoje volte novamente a evocar o assunto para dizer o
seguinte:
·
Do esforço de ironia e da atitude tomada pelo
Sr. Presidente não resultam qualquer prestígio para a sua pessoa, tão-pouco
para a imagem que procurou criar de um político sensato e equilibrado; antes,
reforçou junto dos presentes uma faceta e um tom que têm muito mais a ver com
um homem inseguro, controladamente irritado, que acaba sempre por meter os pés
pelas mãos para se justificar.
·
Pessoalmente, tenho de confessar que, em vez de
indignação, me causou pena ver uma cena tão patética nesta Assembleia… Se há
uns anos ma tivessem contado, teria tido dificuldade em acreditar, mas fui observando
que muita coisa é possível, até o inverosímil. Acredito serenamente que outros vão
fazendo aprendizagens semelhantes, pois como celebrava o nosso grande poeta
Camões “o mundo é composto de mudança”…
·
Não foi a primeira vez que me impediu o uso da
palavra. Da outra vez, foi ao ponto de suspender a sessão porque denunciei uma
atrocidade que foi e continua a ser cometida pelo Sr. Presidente da Câmara. Com
essa e outras situações, fui-me habituando a ver que o Sr. Presidente da
Assembleia não exerce as suas funções de forma isenta. Mas eu compreendo-o bem,
e perdoo-lhe até, no seu esforço de solidariedade para com um executivo que lhe
sucedeu por sua própria recomendação.
·
Compreendo-o cada vez melhor e, por incrível que
pareça, estou grata por todas as aprendizagens que tenho feito, algumas duras e
ingratas, de que esta terra faz parte: em tempos, acreditei que havia pessoas
bem-intencionadas que queriam o bem de Almeida; afinal descobri que o que há é
muito quem olhe pelos seus próprios interesses, aos poucos, desvendando-se uma
teia de interesses mesquinhos, egoístas, arrogantes e hipócritas… fazendo o
espírito de partilha e de esforços ser consumido numa voracidade que não
respeita um mínimo de dignidade.
·
Hoje a minha família, apesar de desiludida com o
rumo que Almeida tomou, vive muito mais tranquila por não se ver associada a
nenhuma dessas situações. E eu revejo-me nela, igualmente tranquila, apesar da
decepção, mas também determinada a não desperdiçar a tomada de consciência em
atitudes de subserviência e cobardia.
·
Creio que o Sr. Presidente, hoje desta Assembleia,
e anteriormente desta Câmara, foi o primeiro a deixar-se enganar pelas fantasiosas
ideias de progresso, quando depois de assinar Programas de Recuperação de
Fachadas onde os proprietários eram obrigados a respeitar projectos contratados
a metro para supostamente manter uma coesão de construção tradicional no centro
histórico, dificultando sempre outras opções de recuperação de casas, ainda que
visassem um maior conforto, acabou depois, já em final de mandato, por autorizar
a construção de um caixote-mamarracho aqui mesmo defronte da Câmara, que hoje
berra inútil e desenquadrado, com os dejectos dos pássaros a expressar melhor
que tudo a mais-valia que trouxe a Almeida, bem como à capacidade dos seus
habitantes reagirem a semelhantes contradições… Resta saber quem ganhou com
isso, mas Almeida não foi certamente!
·
Sr.
Presidente, ainda estaria a tempo de remediar um pouco o mal que fez, se
optasse por um pouco mais de humildade e aceitasse que nem todos têm que estar
nesta Assembleia, mudos e quedos ou a bater palmas ao que de errado continua a
ser feito, deixando que quem foi eleito pelo povo para aqui fazer defender os
seus interesses, possa para isso livremente usar da palavra sem ser impedido,
como tem acontecido de forma tão arbitrária.
·
Não queira, Senhor Presidente, acrescentar mais ao
contra-senso que já existe: ficar associado ao impedimento do exercício
democrático num município que se empenhou para inaugurar um monumento ao 25 de
Abril. Num pretensioso traçado em forma de colher de pau que, além de nos obrigarem
a contornar, nos tentam enfiar pelas goelas num esforço de calar a contestação
do mau gosto, do desperdício e do prejuízo. Não nos comam por parvos! Para que
fique bem claro e não torne a servir de argumento: não é contra um monumento ao
25 de Abril, mas contra este tipo de construção – outro mamarracho, que não
serve o interesse de Almeida, favorecendo apenas a imposição de projectos, com
negócios de granitos e candeeiros à mistura. E, desgraçadamente, não passa de
uma presunçosa manifestação demonstração de “quero, posso e mando”, num município
onde não se respeita o direito de liberdade de expressão para sufocar a
diferença de opinião.
29.06.2012
Maria Clarinda Moreira
06 agosto, 2012
...finalmente...
...as promessas...como as pessoas...perdem a força quando
envelhecem!
envelhecem!
...esta chegou tarde...mas chegou!
...ou não?...
11 julho, 2012
LARGO DA PEDREIRA
Curiosa e irónica coincidência, na ocasião da divulgação do
património histórico de Elvas ser reconhecido como Património Da Humanidade
pela Unesco, em Almeida inaugurava-se com pouca pompa e circunstância um
deslocado, caro e intrusivo memorial num
“arranjo” do Largo 25 de Abril, hoje conhecido (como ouvi a um transeunte) por
Largo da Pedreira, invadindo o espaço da Praça-Forte e ensombrando a primeira
Porta da S. Francisco.
Assim se desbaratam os dinheiros públicos, cerca de 1 milhão
de euros, em obras espúrias e empobrecedoras do património histórico, quando há
tanto para reconstruir e conservar no Monumento Nacional que são as Muralhas de
Almeida, incluindo interiores e envolventes.
Qual a razão de mais um exemplo deste tipo de “arquitectura
desgarrada” de que Almeida é fértil, principalmente nestes últimos anos? Os
exemplos, infelizmente vários, incluem a decoração da porta em jeito de estação
de metro, pirâmides envidraçadas sobre a Porta de Stº António, o tristemente
famoso “mamarracho”, na Praça da Liberdade mesmo nas ventas da Câmara, parede e
chaminé em falso alçado na antiga Praça de S. Vicente, actual Praça Dr.
Casimiro Matias, a intervenção desfigurada nas casamatas com esplanada e monta-pratos
(mais parecendo uma latrina de obras), e é claro sem qualquer utilidade… enfim,
outras um pouco por todo lado, com desarranjos de toda a espécie e profusão.
Os exemplos referidos não acrescentaram qualquer valor a
Almeida. Pelo contrário, constituíram delapidações no património construído impostas
ao que foi uma praça-forte antes preservada no seu todo, razão da sua valia
original.
Os poderes instituídos, particularmente os gerentes
camarários, ávidos de “deixar marca” para a posteridade e arvorando eficiência a
candidaturas de fundos comunitários para garantir comparticipações que todos
temos de pagar, empobrecendo-nos de qualquer forma, com deficit cultural, bom
senso e bom gosto insuficientes, parecem gostar da maviosa música que
diplomados contratados lhe vão tocando aos seus pouco educados ouvidos,
impingindo-lhes sinfonias de mamarrachadas, em roupagens de modernidade com um suposto integracionismo
arquitectónico, mas que não passam de exemplos
de mau gosto num pastiche
aparolado. Adiante.
…..
Os almeidenses, infelizmente, deixaram de ter sensibilidade
para questões de brio no seu património e, como a Câmara é a maior empregadora
do concelho, pensam que os seus gestores a não serem eleitos, eles, os votantes
e seus familiares, deixariam de ter emprego… Assim, agachados e anestesiados na sua
vontade, os tempos vão passando e a Praça-Forte cada vez mais incaracterística
vai ficando. A última obra-prima é uma
ciclovia em redor e furando a Estrela, invadindo a zona de protecção ao
monumento, com quilómetros de guias em granito, por vezes mesmo em duplicado (pois
claro, o granito nunca pode faltar), num traçado por onde todos os dias circularão
centenas senão milhares de ciclistas… E óbvio, o que é “vendido” aos leigos … é
que se trata de um enorme benefício, uma inteligente negociação com a EDP,
agora também dos chineses, quem sabe virão pedalar por ali…
Fácil é gastar o dinheiro dos outros (ou seja, dos nossos
impostos). Difícil é geri-lo de forma criteriosa e efectivamente útil. Recomenda-se aos decisores camarários e outros
quejandos que têm subscrito tanta barbaridade, um curso de economia elementar,
já! E à maioria dos almeidenses que abram bem os olhos… pois, numa atitude a
roçar a patetice, são quem tem permitido todo este desvario que nos empobrece a
olhos vistos. Enquanto uns são classificados pelo seu património por restaurar,
Almeida fica embasbacada a ver calhaus novos amontoados a deitar água… e à
espera que uns esplendorosos candeeiros dêem maracujás…
Rui Brito da Fonseca
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30 junho, 2012
Elvas...UNESCO classifica Património Mundial
A maior fortificação abaluartada do mundo, em Elvas, foi hoje classificada como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), revelou à Agência Lusa fonte do município.
As fortificações de Elvas foram classificadas, na categoria de bens culturais, ao início da tarde de hoje na 36.ª sessão do Comité do Património Mundial, que está reunido até 06 de julho, em São Petersburgo, na Rússia.
O conjunto de fortificações de Elvas, cuja fundação remonta ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma área de 300 hectares.
As fortificações de Elvas constituíam o único monumento português entre os 33 candidatos que fazem parte da lista de Património Mundial, elaborada pela Unesco.
A fonte do município explicou à Lusa que foram classificadas todas as fortificações da cidade, os dois fortes, o de Santa Luzia, do século XVII, e o da Graça, do século XVIII, três fortins do século XIX, as três muralhas medievais e a mudalha do século XVII, além do Aqueduto da Amoreira.
Classificado como Património Nacional em 1910, o Forte da Graça, monumento militar do século XVIII situado a dois quilómetros a norte da cidade de Elvas, constitui um dos símbolos máximos das fortalezas abaluartadas em zonas fronteiriças.
O Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) já tinha dado parecer “decisivo e favorável”, tendo sido provado que as fortificações da cidade alentejana “reúnem o valor universal excecional, que é o principal para que uma candidatura seja aprovada”, segundo a vereadora da Cultura do município de Elvas, Elsa Grilo.
...deixo a minha pergunta...então e...Almeida?...não era presumível ser Património da humanidade também?...então não fomos parceiros de candidatura?...
As fortificações de Elvas foram classificadas, na categoria de bens culturais, ao início da tarde de hoje na 36.ª sessão do Comité do Património Mundial, que está reunido até 06 de julho, em São Petersburgo, na Rússia.
O conjunto de fortificações de Elvas, cuja fundação remonta ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma área de 300 hectares.
As fortificações de Elvas constituíam o único monumento português entre os 33 candidatos que fazem parte da lista de Património Mundial, elaborada pela Unesco.
A fonte do município explicou à Lusa que foram classificadas todas as fortificações da cidade, os dois fortes, o de Santa Luzia, do século XVII, e o da Graça, do século XVIII, três fortins do século XIX, as três muralhas medievais e a mudalha do século XVII, além do Aqueduto da Amoreira.
Classificado como Património Nacional em 1910, o Forte da Graça, monumento militar do século XVIII situado a dois quilómetros a norte da cidade de Elvas, constitui um dos símbolos máximos das fortalezas abaluartadas em zonas fronteiriças.
O Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) já tinha dado parecer “decisivo e favorável”, tendo sido provado que as fortificações da cidade alentejana “reúnem o valor universal excecional, que é o principal para que uma candidatura seja aprovada”, segundo a vereadora da Cultura do município de Elvas, Elsa Grilo.
Por Agência Lusa - 30/06/2012
...deixo a minha pergunta...então e...Almeida?...não era presumível ser Património da humanidade também?...então não fomos parceiros de candidatura?...
25 junho, 2012
Factura do betão
Cavaquistão apresenta factura do betão ao senhor Aníbal
O excesso de longevidade política tem destas coisas. Dá para ver anos depois, ao vivo, o preço das ilusões que vendemos. Castro Daire, um pedaço do Cavaquistão de Viseu, epicentro das maiorias absolutas de Cavaco Silva em 1987 e 1991, onde em 2006 e 2011 Cavaco teve percentagens superiores a 70% de votos como candidato presidencial assobiou o seu herói. Não quer que o tribunal de Castro Daire seja extinto, tal como está previsto na proposta do novo mapa judiciário.
Castro Daire é um excelente protótipo do concelho gastador em obras públicas. É pobre, tem pouca indústria e poucas empresas produtivas O sector mais importante é a construção civil, que vive praticamente das obras que o município adjudica, biblioteca, auditório, piscinas, complexo desportivo, requalificação de ruas, repavimento de estradas etc, etc, Em 2009, o PS ganhou a Câmara Municipal, com este modelo de desenvolvimento na boca. Perde população desde há anos mas continua a construir. Ontem, Cavaco Silva foi inaugurar o Parque Urbano, uma obra que custou quase 1 milhão de euros (no entanto, financiada a 85% pelo FEDER)
É difícil explicar a Castro Daire, e a outros tantos concelhos portugueses que viveram sempre deste modelo de desenvolvimento do cimento, que devem cortar com ele. Cavaco colhe hoje os ventos que semeou. O seu grande legado como primeiro-ministro são, no tempo das vacas gordas, as obras públicas, as auto-estradas, os viadutos, o CCB. Nunca apostou no mar, nunca bateu o pé ao desmantelamento das pescas, da marinha mercante, dos portos, da agricultura.
É ele o grande responsável por esta ilusão de vida no betão que alastrou da administração central para as autarquias precisamente no tempo do cavaquismo. Sob a capa do pretenso reformador e do tecnocrata rigoroso, Cavaco criou um país inviável.
Tem a agravante de nunca ter emendado a mão. Em 2000, lançou-se ao monstro da despesa pública de Guterres como mera guerrilha política, sem dizer no concreto onde se devia cortar, no Estado, nas autarquias, nas obras públicas, sem indicar soluções visionárias aos muitos Castro Daire, um novo modelo judicial, extinção de tribunais, um novo modelo administrativo, com extinção de autarquias, modelos assentes na produção e não no betão, o fim das coutadas políticas, num arco de poder local que abrangeu todos os partidos, inclusivé o PCP, o fim das contratações em massa nos municípios, as contratações políticas e as contratações para abafar o desemprego no concelho à custa de mais dinheiros públicos.
A partir de 2007 lançou-se noutra guerrilha a Sócrates, com a necessidade de falar verdade, também sem enunciar soluções concretas. Ele que nunca teve a coragem de falar preto no branco aos portugueses das questões difíceis, das que ninguém gosta de ouvir.... falou da verdade.
Com ela acabou por nos enganar.
Hoje continua o mesmo.
A troika pede ao governo para extinguir metade das autarquias, porque sabe bem de onde vem parte do despesismo, mas Cavaco mete a cabeça na areia.
Tem medo de dizer o que o povo não quer ouvir. do choque, do divórcio com os portugueses por lhes falar verdade. No fundo, nunca soube governar em tempos difíceis, que é onde se vêem os verdadeiros governantes...
Expresso – 25/06/2012
O excesso de longevidade política tem destas coisas. Dá para ver anos depois, ao vivo, o preço das ilusões que vendemos. Castro Daire, um pedaço do Cavaquistão de Viseu, epicentro das maiorias absolutas de Cavaco Silva em 1987 e 1991, onde em 2006 e 2011 Cavaco teve percentagens superiores a 70% de votos como candidato presidencial assobiou o seu herói. Não quer que o tribunal de Castro Daire seja extinto, tal como está previsto na proposta do novo mapa judiciário.
Castro Daire é um excelente protótipo do concelho gastador em obras públicas. É pobre, tem pouca indústria e poucas empresas produtivas O sector mais importante é a construção civil, que vive praticamente das obras que o município adjudica, biblioteca, auditório, piscinas, complexo desportivo, requalificação de ruas, repavimento de estradas etc, etc, Em 2009, o PS ganhou a Câmara Municipal, com este modelo de desenvolvimento na boca. Perde população desde há anos mas continua a construir. Ontem, Cavaco Silva foi inaugurar o Parque Urbano, uma obra que custou quase 1 milhão de euros (no entanto, financiada a 85% pelo FEDER)
É difícil explicar a Castro Daire, e a outros tantos concelhos portugueses que viveram sempre deste modelo de desenvolvimento do cimento, que devem cortar com ele. Cavaco colhe hoje os ventos que semeou. O seu grande legado como primeiro-ministro são, no tempo das vacas gordas, as obras públicas, as auto-estradas, os viadutos, o CCB. Nunca apostou no mar, nunca bateu o pé ao desmantelamento das pescas, da marinha mercante, dos portos, da agricultura.
É ele o grande responsável por esta ilusão de vida no betão que alastrou da administração central para as autarquias precisamente no tempo do cavaquismo. Sob a capa do pretenso reformador e do tecnocrata rigoroso, Cavaco criou um país inviável.
Tem a agravante de nunca ter emendado a mão. Em 2000, lançou-se ao monstro da despesa pública de Guterres como mera guerrilha política, sem dizer no concreto onde se devia cortar, no Estado, nas autarquias, nas obras públicas, sem indicar soluções visionárias aos muitos Castro Daire, um novo modelo judicial, extinção de tribunais, um novo modelo administrativo, com extinção de autarquias, modelos assentes na produção e não no betão, o fim das coutadas políticas, num arco de poder local que abrangeu todos os partidos, inclusivé o PCP, o fim das contratações em massa nos municípios, as contratações políticas e as contratações para abafar o desemprego no concelho à custa de mais dinheiros públicos.
A partir de 2007 lançou-se noutra guerrilha a Sócrates, com a necessidade de falar verdade, também sem enunciar soluções concretas. Ele que nunca teve a coragem de falar preto no branco aos portugueses das questões difíceis, das que ninguém gosta de ouvir.... falou da verdade.
Com ela acabou por nos enganar.
Hoje continua o mesmo.
A troika pede ao governo para extinguir metade das autarquias, porque sabe bem de onde vem parte do despesismo, mas Cavaco mete a cabeça na areia.
Tem medo de dizer o que o povo não quer ouvir. do choque, do divórcio com os portugueses por lhes falar verdade. No fundo, nunca soube governar em tempos difíceis, que é onde se vêem os verdadeiros governantes...
Expresso – 25/06/2012
P.S. – Qualquer semelhança com a realidade local pode ser pura coincidência…
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