24 agosto, 2013

Um sintoma de liberdade, é o som de uma gargalhada!


Questionei-me várias vezes sobre se deveria elaborar um texto/comentário a uma notícia que li nestes últimos dias na página de um jornal diário.
Muito provavelmente outras pessoas leram. O tema da notícia foi: “ Defender o SNS é extinguir a ADSE “.
A notícia em si, para mim, não é nada mais, nada menos do que mais um ataque aos funcionários do Estado. Há muita boa gente que continua a pensar que o mal deste país, ainda continua a ser desses funcionários.
Já tenho deixado vários comentários em variadíssimos blogues e em outros locais, nomeadamente jornais de edição on-line, do meu pensamento sobre aquele assunto.
É suposto que numa verdadeira democracia, os políticos mandatados para a gerirem, tudo façam para melhorar significativamente as condições de vida dos eleitores e respectivas famílias. Tem a recente história por nós vivida, demonstrado precisamente o contrário. Lastimável.
Não obstante, cabe a todos nós procurarmos exigir-lhes a eles (políticos), que alterem as suas posturas e sejam dignos dos cargos para os quais foram mandatados. Mas este esforço tem de ser em uníssono.
Todos sabemos que a comunicação social desempenha um papel bastante activo na nossa sociedade, e que nós muitas das vezes deixamo-nos levar pela sua influência. Ora, também a classe política está atenta a essa comunicação social e sabemos também que muita das vezes a manipula para atingir determinados objectivos.
Terá sido este o objectivo? Não sei.
Se a responsabilidade de qualquer governo, é melhorar a vida a todos os cidadãos, da mesma forma entendo que a responsabilidade de um qualquer jornalista seja ele de que órgão for, bem como de que cor política for, é defender sempre para melhor o nível de vida das pessoas, em cada artigo que escrever. Não foi o caso deste jornalista. O que ele pretende e defende no seu artigo, é que se acabe com o subsistema de saúde ADSE. Acaba por cometer dois erros numa só análise. A extinção da ADSE levaria milhares de pessoas a integrar o Serviço Nacional de Saúde. Sabemos todos em que caos está este sistema. Sabemos das dificuldades financeiras do mesmo. Sabemos do tempo de espera que por vezes uma simples consulta leva. Assim sendo, os funcionários do Estado a integrar o SNS, iriam aumentar as filas de espera e consequentemente a não funcionalidade do mesmo. Pior do que isso, iriam perder qualidade de vida, quando deveria ser o contrário.
No quarto parágrafo do texto afirma que o custo da ADSE para os contribuintes, é de 200 milhões de euros por ano.
Com tanto dinheiro a ser mal gasto e onde só alguns, muito poucos, usufruem dele e não para fins de saúde, e este senhor jornalista vem questionar publicamente o dinheiro gasto pelo Estado em prol dos seus funcionários.
Eis um parágrafo bastante elucidativo do mesmo jornalista: “ Dizem os homens de esquerda que temos, cada vez mais, uma saúde para ricos e uma saúde para pobres. Têm razão. O acesso à saúde deixou de ser igual. Deixou de ser social. E é o próprio Estado a dar o exemplo. O mau exemplo. A consequência é a degradação do Serviço Nacional de Saúde. Aquela coisa que tantos juram a pés juntos defender. Mas a defesa do SNS começa aqui. Começa na extinção, pura e simples, da ADSE.”.  
Será que o SNS melhoraria com a entrada de mais uns milhares? Alguém que pensa desta forma não vai de madrugada para os Centros de Saúde concelhios à espera de marcar uma consulta, pois se fosse, não escrevia desta forma, certamente.
De facto com políticos como os que nos últimos anos nos têm governado e com jornalistas como o que escreveu este texto, o País não pode de forma alguma melhorar o seu rácio. Definitivamente estamos condenados ao fracasso total.
Eis o que escreveu no segundo parágrafo do texto: “ Comecemos pelo princípio. O que é a ADSE? A ADSE é uma direcção-geral sob tutela do Ministério das Finanças. Foi criada em 1963, durante o Estado Novo, e servia para servir saúde aos funcionários públicos. Estado Novo, repito.”.
Alguém que nasceu em 1977 vir falar do Estado Novo……
Concluo dizendo que respeito a opinião daqueles que pensam como o jornalista em questão, mas eu não estou de acordo. Não, enquanto vir um Estado como o nosso ser governado como o está a ser.
Perante isto, rir, é o último dos meus desejos.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário