09 fevereiro, 2012

Futuro? Que futuro?

Seja ou não da nossa vontade, hoje em dia quando damos atenção a qualquer órgão de comunicação social, só conseguimos aperceber-nos da péssima situação em que este nosso país se encontra. Primeiramente no aspecto económico, mas agora também já do ponto de vista social.
Para partilharmos esta opinião, basta-nos fazer algumas compras e no final do mês olhar para o nosso porta-moedas.

Quando há cerca de 4 a 5 meses se falava da situação complicada com que nos iríamos deparar muito proximamente, ainda havia gente que não tinha interiorizado essa temática. Afinal hoje parece, e digo parece, que já muita boa gente está consciente da realidade.
De facto o corte efectuado no vencimento bem como o aumento do IVA, já baralhou a conta a muitos de nós. Inclusivamente alguns já sentiram a perda do subsídio de férias, o que ainda veio contribuir para mais desilusão.
Apesar de os nossos políticos profissionais se continuarem a desentender em muitos dos assuntos de importância vital para a recuperação global; apesar dos esforços que nos foram já pedidos e certamente dos que ainda aí virão a muito curto prazo, parece-me que este país está de certa forma condenado ao fracasso total, pela incompetência deles mesmos.

Para chegar a esta conclusão, basta ouvir o que se diz por essa Europa, ou de gente com responsabilidade acrescida no campo político socioeconómico.

De acordo com a informação divulgada no Público on-line dia 9/2, o Presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz veio criticar a decisão portuguesa de estarmos a pedir ajuda aos angolanos para investimentos em Portugal. Desta forma “ o futuro de Portugal é o declínio”, afirmou o político alemão.
De acordo com a informação ainda veiculada no artigo em questão, o político alemão fez realce ao facto do primeiro-ministro português, Passos Coelho se ter deslocado em Novembro passado a Angola a fim de captar capital angolano para as privatizações que estariam em curso em Portugal.
Mas Schulz não se ficou só por aqui. Referiu também a visita efectuada pela senhora Merkel à China, recentemente, tendo tecido algumas críticas.

Polémicas também geraram as palavras proferidas pela chanceler alemã na passada terça-feira, quando definiu como mau exemplo a aplicação dos fundos estruturais europeus na ilha da Madeira. Parece, aliando estas duas entidades, que a Alemanha está em franco ataque a Portugal. Quase apetece perguntar se estas duas intervenções terão algo a ver com a perda da conquista da EDP por parte dos gigantes alemães.

Mas a nível interno também há quem venha falar sobre assuntos que nos devem preocupar pela qualidade dos mesmos.
Refiro-me a declarações feitas por Otelo Saraiva de Carvalho, muito recentemente. Do meu ponto de vista, preocupantes.
Agora, foram os militares que decidiram escrever uma carta aberta ao ministro da tutela por não concordarem com algumas das posições assumidas, que supostamente serão decisão do próprio governo.
No entanto não me parece que se deva passar por alto esta situação. O governo deve estar de ouvidos bem atentos a tudo o que se passa à sua volta, analisar cada uma das situações e procurar encontrar o bom senso da concórdia de forma a conseguirmos em conjunto ultrapassar esta difícil crise.
Não vai ser fácil, mas também temos que ver que as alternativas possíveis estão esgotadas. Ou encontramos uma solução, ou então será o caos.
Em minha opinião estamos mais próximos desta última do que parece.

Graça Moura, director do Centro Cultural de Belém, veio defender que o acordo ortográfico não deve ser aplicado para já em Portugal, considerando que tanto Angola como Moçambique não o rectificaram, o que já está a acontecer nos próprios serviços do Estado.
António José Seguro, líder do Partido Socialista veio solicitar ao primeiro-ministro que desautorizasse aquele director pela posição assumida.
Quando temos problemas tão exigentes e tão melindrosos neste país para nos preocupar, andamos às vezes a discutir questões tão insignificantes para o nosso dia-a-dia.

Há um outro que me tem preocupado um pouco. Não por mim, mas por outras pessoas com as quais partilho amizade e convivência. Trata-se da reorganização administrativa do país, no que concerne à definição de freguesias e concelhos. Este assunto criará certamente muita polémica e afectará fortemente muitas famílias. Ou na realidade começamos desde já a marcar posição, ou então corremos o risco de com uma simples borracha sermos apagados do mapa de Portugal Continental.

O alerta fica feito.

Um comentário:

  1. Segundo Frank Shostak,o mundo encontra-se encurralado pela armadilha da "liquidez".
    A actividade económica é apresentada em termos de um fluxo circular de dinheiro. Sendo assim, os gastos feitos por um individuo tornam-se parte dos ganhos de outro individuo, e os gastos de um terceiro individuo tornam-se parte dos ganhos do primeiro individuo.
    De acordo com Keynes, as recessões são uma consequência do fato de que os consumidores-por algum motivo psicológico-decidiram reduzir seus gastos e aumentar sua poupança. Assim, um fluxo monetário sempre crescente seria o segredo da prosperidade económica, e o que geraria crescimento económico seria o gasto.
    Um padeiro que compra sapatos com o dinheiro da venda do pão, verdadeiramente, estará a comprar sapatos com pão. O sapateiro ao comprar o pão com o dinheiro da venda dos sapatos, estará realmente a comprar pão com sapatos. O dinheiro é utilizado apenas para facilitar a troca de bens e serviços.
    Um aumeno na quantidade de dinheiro, por si só, não faz com que haja a produção de mais bens. Qualquer política que force os bancos a expandir os empréstimos, criando crédito do nada, irá afetar progressivamente o conjunto da poupança real. Afinal, a essência de um empréstimo é que haja poupança real e não apenas dinheiro. É a poupança real que impõe restrições à capacidade de empréstimos dos bancos.
    Desnecessário será dizer que, uma vez que a economia entre em recessão, é porque se criaram os mecanismos para que decorresse uma diminuição no conjunto da poupança real, e que a injeção de liquidez nos mercados como tentativa de reativar a economia, apenas agravará a situação.

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