São 16 as autarquias que já optaram por reduzir em 5% o IRS em favor
dos residentes no seu concelho: uma possibilidade atribuída aos
municípios da qual o presidente do grémio municipal discorda.
Finanças Locais, em que o município renuncia a uma parte do que iria
Para a maior parte deles, esta ideia de eficiência administrativa e de
combate ao desperdício é deplorável: o que é preciso é que o Estado lhes
que o fausto autárquico é pago por eles.
O Município deve construir rotundas ornamentadas com mostrengos
(obras de arte segundo o esclarecido gosto dos Senhores Presidentes),
pavilhões multi-usos sem uso nenhum, subsidiar clubes de futebol e criar
empresas públicas municipais para dar emprego aos familiares e clientes.
Se os munícipes acham que isso é pago com o dinheiro “que vem do
Estado” nem lhes parece mal. O Presidente tem obra. Se percebesse que
era ele, o contribuinte municipal, quem pagava, talvez não gostasse.
Percebe-se por isso a aversão à possibilidade de renúncia à redistribuição
custo que o Tribunal Constitucional matasse o projecto logo à nascença,
apela à união sagrada contra os contribuintes.
Nem daquelas velhíssimas lamúrias sobre o interior desertificado (os
portugueses deveriam ser proibidos de se deslocar) se esqueceu.
Os municípios conservam aquela mentalidade típica de fidalgos arruinados: por maior que seja a penúria não se deve ligar ao dinheiro e a outras coisas mesquinhas.
Num debate sobre a câmara de Lisboa, Santana Lopes ilustrava brilhantemente o tipo autarca-com-obra-e-muitas-dívidas quando sustentava que a grande vantagem de António Costa era (segundo dizia)
Nem que as despesas municipais, mesmo em obras tão úteis como piscinas, são, pela natureza das coisas, investimentos pouco reprodutivos
(do ponto de vista estritamente económico). Não falamos já das obras inteiramente inúteis para todos excepto para os empreiteiros com boas ligações com a Praça do Município.
Mas têm de ser pagas e devem ser pagas por quem beneficia delas e pode
julgar a acção dos seus autarcas.
Artigo publicado no jornal “Expresso”, de 10.10.2009.

Entretanto, deparamos com esta situação caótica que se vive no nosso País que se convencionou chamar crise…mais uma…como se não vivêssemos em crise politica e económica e de valores humanos, há mais de três décadas…mas isso é outra conversa para outra altura…será...?
E agora? …E nós?...Que fazemos? …Sim, porque o Concelho de Almeida não é com toda a certeza um oásis…muito menos se poderá dizer que somos um exemplo a seguir…
Entretanto, vamos ver o que diz outro Senhor...de seu nome Marinho Pinto...