28 de Março - Dia Nacional dos Centros Históricos
Desconhece-se se Almeida comemora esta efeméride. O sítio oficial da CMA nada diz nesse sentido. É lamentável, já que Almeida e várias freguesias do concelho possuem centros e núcleos históricos cuja importância merece ser relevada, não apenas no Dia Nacional, mas em cada dia que passa.
Na verdade, é essencial comemorar as identidades locais, realçando o que é intrinsecamente das populações, não só para conhecimento dos forasteiros, mas também e especialmente para auto-estima e consciência dos habitantes que têm nos seus centros históricos a génese das suas raízes. Nunca é demais realçar essa ligação telúrica que cada um de nós tem com o local onde nasceu, viveu momentos do seu despertar ou do seu crescimento interior: são essas raízes que nos prendem à vida, aos nossos semelhantes e onde também predominam as memórias que nos acompanham durante a existência.
Pelas condicionantes dessa mesma existência, os seres vivos vão inexoravelmente desaparecendo e cada um de nós vai ficando mais fragilizado, sendo a renovação das gerações o grande contrabalanço dessas perdas. Por isso, há marcos que são (ou deveriam ser) mais perenes e importantes não só para as nossas referências pessoais mas também como testemunhos da História e da sociedade local, herança do nosso passado comum, factor de identidade, e legado aos vindouros. No entanto, tal só acontece se os conservarmos, preservando-os quando necessitam, deixando-os permanecer como símbolos de épocas que nos precederam e, portanto, fazendo parte da nossa História comum.
Desconhece-se se Almeida comemora esta efeméride. O sítio oficial da CMA nada diz nesse sentido. É lamentável, já que Almeida e várias freguesias do concelho possuem centros e núcleos históricos cuja importância merece ser relevada, não apenas no Dia Nacional, mas em cada dia que passa.
Na verdade, é essencial comemorar as identidades locais, realçando o que é intrinsecamente das populações, não só para conhecimento dos forasteiros, mas também e especialmente para auto-estima e consciência dos habitantes que têm nos seus centros históricos a génese das suas raízes. Nunca é demais realçar essa ligação telúrica que cada um de nós tem com o local onde nasceu, viveu momentos do seu despertar ou do seu crescimento interior: são essas raízes que nos prendem à vida, aos nossos semelhantes e onde também predominam as memórias que nos acompanham durante a existência.
Pelas condicionantes dessa mesma existência, os seres vivos vão inexoravelmente desaparecendo e cada um de nós vai ficando mais fragilizado, sendo a renovação das gerações o grande contrabalanço dessas perdas. Por isso, há marcos que são (ou deveriam ser) mais perenes e importantes não só para as nossas referências pessoais mas também como testemunhos da História e da sociedade local, herança do nosso passado comum, factor de identidade, e legado aos vindouros. No entanto, tal só acontece se os conservarmos, preservando-os quando necessitam, deixando-os permanecer como símbolos de épocas que nos precederam e, portanto, fazendo parte da nossa História comum.
Ou será porque nunca houve um efectivo (e afectivo) esforço com a terra, em respeito pela sua identidade? São esses centros ou núcleos históricos que não só muitas vezes ficam votados ao esquecimento por cada um de nós, mas, pior ainda e como cada vez mais vem acontecendo, no desvairado investimento pelas entidades administrativas responsáveis (veja-se não só as intervenções na sede do concelho, mas também, por exemplo, no chamado “arranjo urbanístico” no largo da Igreja de Vilar Formoso…) ficam absolutamente descaracterizados e violados por projectos, materiais e formas discrepantes, ao gosto das modas do momento que apenas repugnam os habitantes na sua memória identificativa e repelem os desejados visitantes, por os tornarem vulgares e desfeados.
Outras vezes, com o argumento do desenvolvimento - que nunca chegará por essa via - na conivência com projectos particulares, os centros históricos ficam sujeitos a implantes lesivos por profissionais para quem a alma do lugar é apenas um pedaço de terreno onde os laços que cada um de nós tem com o ambiente não passam de sentimentalismos bacocos.
- Tanta polémica… para este desfecho!
Também o “Terras da Beira” de 27.03.2008 continua a trazer notícias sobre o projecto da recuperação das Casamatas. Segundo essa fonte, enquanto a autarquia se esforça por ir directamente a Lisboa, ultrapassando o parecer negativo do IGESPAR de Castelo Branco, o seu director, Arq. José Afonso, afirma que “dói muito” ver um monumento “com aquela importância, ser tão mal tratado”. O que se passa? Se o projecto é mesmo válido, porque precisa de contornar as delegações regionais? Será apenas uma polémica entre técnicos, como outras que Almeida já presenciou, ou temos de estar prevenidos com mais obras precipitadas que em vez de valorizar apenas degradam os nossos monumentos?
Será que já não é mais do que tempo de gritar que “o rei vai nu”?
Rui Brito da Fonseca