Questionei-me várias vezes
sobre se deveria elaborar um texto/comentário a uma notícia que li nestes
últimos dias na página de um jornal diário.
Muito provavelmente outras
pessoas leram. O tema da notícia foi: “ Defender o SNS é extinguir a ADSE “.
A
notícia em si, para mim, não é nada mais, nada menos do que mais um ataque aos
funcionários do Estado. Há muita boa gente que continua a pensar que o mal
deste país, ainda continua a ser desses funcionários.
Já
tenho deixado vários comentários em variadíssimos blogues e em outros locais,
nomeadamente jornais de edição on-line, do meu pensamento sobre aquele assunto.
É
suposto que numa verdadeira democracia, os políticos mandatados para a gerirem,
tudo façam para melhorar significativamente as condições de vida dos eleitores
e respectivas famílias. Tem a recente história por nós vivida, demonstrado
precisamente o contrário. Lastimável.
Não
obstante, cabe a todos nós procurarmos exigir-lhes a eles (políticos), que
alterem as suas posturas e sejam dignos dos cargos para os quais foram
mandatados. Mas este esforço tem de ser em uníssono.
Todos
sabemos que a comunicação social desempenha um papel bastante activo na nossa
sociedade, e que nós muitas das vezes deixamo-nos levar pela sua influência.
Ora, também a classe política está atenta a essa comunicação social e sabemos
também que muita das vezes a manipula para atingir determinados objectivos.
Terá
sido este o objectivo? Não sei.
Se
a responsabilidade de qualquer governo, é melhorar a vida a todos os cidadãos,
da mesma forma entendo que a responsabilidade de um qualquer jornalista seja
ele de que órgão for, bem como de que cor política for, é defender sempre para
melhor o nível de vida das pessoas, em cada artigo que escrever. Não foi o caso
deste jornalista. O que ele pretende e defende no seu artigo, é que se acabe
com o subsistema de saúde ADSE. Acaba por cometer dois erros numa só análise. A
extinção da ADSE levaria milhares de pessoas a integrar o Serviço Nacional de
Saúde. Sabemos todos em que caos está este sistema. Sabemos das dificuldades
financeiras do mesmo. Sabemos do tempo de espera que por vezes uma simples
consulta leva. Assim sendo, os funcionários do Estado a integrar o SNS, iriam
aumentar as filas de espera e consequentemente a não funcionalidade do mesmo.
Pior do que isso, iriam perder qualidade de vida, quando deveria ser o
contrário.
No
quarto parágrafo do texto afirma que o custo da ADSE para os contribuintes, é
de 200 milhões de euros por ano.
Com
tanto dinheiro a ser mal gasto e onde só alguns, muito poucos, usufruem dele e
não para fins de saúde, e este senhor jornalista vem questionar publicamente o
dinheiro gasto pelo Estado em prol dos seus funcionários.
Eis
um parágrafo bastante elucidativo do mesmo jornalista: “ Dizem os homens de esquerda que temos, cada vez
mais, uma saúde para ricos e uma saúde para pobres. Têm razão. O acesso à saúde
deixou de ser igual. Deixou de ser social. E é o próprio Estado a dar o
exemplo. O mau exemplo. A consequência é a degradação do Serviço Nacional de
Saúde. Aquela coisa que tantos juram a pés juntos defender. Mas a defesa do SNS
começa aqui. Começa na extinção, pura e simples, da ADSE.”.
Será
que o SNS melhoraria com a entrada de mais uns milhares? Alguém
que pensa desta forma não vai de madrugada para os Centros de Saúde concelhios
à espera de marcar uma consulta, pois se fosse, não escrevia desta forma,
certamente.
De
facto com políticos como os que nos últimos anos nos têm governado e com
jornalistas como o que escreveu este texto, o País não pode de forma alguma
melhorar o seu rácio. Definitivamente estamos condenados ao fracasso total.
Eis
o que escreveu no segundo parágrafo do texto: “
Comecemos pelo princípio. O que é a ADSE? A ADSE é uma direcção-geral sob
tutela do Ministério das Finanças. Foi criada em 1963, durante o Estado Novo, e
servia para servir saúde aos funcionários públicos. Estado Novo, repito.”.
Alguém
que nasceu em 1977 vir falar do Estado Novo……
Concluo
dizendo que respeito a opinião daqueles que pensam como o jornalista em questão,
mas eu não estou de acordo. Não, enquanto vir um Estado como o nosso ser
governado como o está a ser.
Perante
isto, rir, é o último dos meus desejos.
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