É evidente que o texto anteriormente publicado faz parte da
tradição do 1º de Abril, pois só por brincadeira ou maquiavélica intenção se
continua a fazer acreditar que Almeida venha a ser classificada como Património
da Humanidade pela Unesco. Está mais que visto que as constantes intervenções que
têm sido enxertadas na Vila, além de afrontas ao ambiente histórico coeso que
Almeida costumava ter, são um obstáculo a esse reconhecimento. A não ser que os
elementos do júri para a classificação tenham bebido da mesma fonte dos
técnicos e políticos da Câmara e gostem de toda aquela parafernália de
modernices descaracterizadoras que ultimamente têm vindo a ser impostas ao seu
vetusto património.
Só quem tem gosto distorcido, ou por qualquer outra
inconfessável razão, pode propor e aceitar tamanha afronta construtiva,
completamente desintegrada de toda a malha histórica da Vila. A destruição do
valioso legado histórico tem sido um ultraje perante a passividade da maioria
dos cidadãos com obrigações morais, profissionais e técnicas para se insurgir
com tal estado de coisas. Cobardia, indiferença ou ignorância, entre outras,
são o terreno fértil para a acomodação
de tamanha fúria construtiva. Gastam-se rios de dinheiro em obras
desnecessárias e faraónicas, deixando por fazer o essencial, que seria
preservar e revitalizar. E assim se vai varrendo o lixo para debaixo do tapete,
pois o que interessa é mostrar obra e, se possível , bem visível, mesmo que
desnecessária.
A conservação das muralhas não tem sido objecto de
manutenção, imagina-se bem porquê… enche menos o olho - e os poderes autárquicos
escudam-se que o IGespar, ou lá o que é, não autoriza…mas autoriza todos os
outros desmandos que se têm feito em toda a muralha, no seu interior e zonas
envolventes!
Consequência disso ficou patente pela derrocada de pedras e terras que acabou por tornar totalmente
intransitável a passagem entre as duplas Portas de Santo António, ocorrida há dias. E tudo seria muito
mais fácil e menos oneroso se se tivesse acorrido a tempo. Há muito que era bem
visível “ a barriga” que o muro de suporte da passagem fazia ,bem como o
afundamento do piso superior! O dinheiro é do Estado, portanto é gastar à
vontade, pois de onde esse veio, não custa aos bolsos de quem governa e…, de mais
a mais se essa importante intervenção tivesse sido realizada a tempo não era
prestigiosa nem objecto a ser mencionada em seminários e revistas de pretenso
cunho cultural…
Com tudo isto, e contrastando com a mensagem que ontem
enderecei aos decisores e seus consultores por ser 1º de Abril, hoje a sério, endereçado
também a todos os indiferentes ou acomodados,
digo-lhes: Vão pentear macacos!
Rui Brito Fonseca
Por falar em dinheiro e em desmandos, falemos um pouco de detalhes do sistema bancário.
ResponderExcluirSacar dinheiro dos bancos e não depositá-lo novamente é um instrumento poderosíssimo para abalar um sistema bancário de reservas fracionárias.
Pelo senso comum, o dever de um banco seria a de servir de intermediário entre um poupador e um investidor. Um banco captaria um depósito de um cliente, o poupador, e emprestaria esse valor para um empreendedor. Mas o sistema bancário atual, em todo o mundo, opera de maneira um tanto distinta: os bancos possuem o privilégio legal e exclusivo de criar dinheiro do nada, emprestarem este dinheiro e cobrarem juros sobre ele, por outras palavras, bancos possuem o privilégio legal, concedido pelo estado, de criar dinheiro eletrônico, de emprestar estes dígitos eletrônicos para pessoas e empresas e de cobrar juros sobre eles. Algo que me daria cadeia se eu o fizesse. Como o crédito não advém das poupanças, todo o crédito é bancário.
Para se ter uma ideia, o total de dinheiro eletrônico criado é de 74 vezes a quantidade de papel-moeda em posse dos bancos e de 14 vezes a quantidade total de papel-moeda existente. O dinheiro entra na economia através do crédito bancário.
Se houver uma corrida bancária para sacar dinheiro, quem chegar por último ficará sem nada. Ele finalmente descobrirá que os dígitos eletrônicos em sua conta eram apenas aquilo: dígitos eletrônicos. Não havia nada físico lastreando aqueles dígitos.
O que se está a passar na união económica e no mundo? Para onde nos estão a levar?
Na verdade, os que têm tomado conta de Almeida, nada diferem dos que têm tomado conta de Portugal, e pouco diferem dos que tomam conta dos países que estão sob resgates, isto é os investimentos e os gastos têm sido feitos sem terem em conta a construção de um futuro sustentável, mas sim sempre a pensar nos interesses do momento.
na verdade, impotentes, agora estamos todos dormindo em cima de um barril de pólvora e todos sujeitos a ir pentear macacos!