Quem leu o Expresso de 21
de Junho, na última página em letras garrafais estava o seguinte título: “ PS
recupera 3,6 milhões das autárquicas ”.
Uma outra notícia que há
dias (23/06) aparecia na comunicação social, tinha o seguinte título: “ Empresas
devem mais de 800 milhões em impostos “.
“ Numa semana Estado despendeu 4
milhões (só) em acessórias “ outra notícia que se pode ler com data de
21/04.
Poderia aqui trazer mais
títulos semelhantes que nos levem a ver como os nossos políticos, preocupados
que estão com a governação deste país e procurando minimizar a situação
degradante que as famílias neste momento atravessam, acabam por gerir o que é
nosso.
Cortes e mais cortes tanto
em trabalhadores no activo como na reforma, são feitos com uma leviandade e
assiduidade tal, que nos assustam ao ponto de não sabermos onde e quando
terminarão. Os “pobres” dos
funcionários públicos são os mais sacrificados, parecendo ao fim e ao cabo que
afinal são eles os culpados máximos desta situação em que o país se encontra. Em
alguns meios de comunicação até vemos e ouvimos que o Estado gasta a sua maior
tranche de receita nos vencimentos dos seus funcionários. É capaz de ser
verdade, mas quando temos pessoas a ganhar mais de 5 e 10 mil euros mensais e a
maioria a ganhar um pouco mais do que ordenado mínimo nacional, a discrepância
está aí patente.
É preciso despertar consciências
e acalentar a esperança de uma mudança. Mas como poderemos fazer isso, se
aqueles que o podem fazer mudando a Lei, são os mesmos que hoje se encontram em
lugares de privilégio político e social? Não obstante isso, muitos deles já
procuraram conseguir um lugar ao Sol para os seus filhos e familiares. A
continuidade está assegurada e a alternância de poder também. Aos demais, nada
mais resta do que ir participando numa ou noutra festinha para conseguir alguns
míseros sobejos, ou então alhear-se de forma a manter íntegra a sua consciência
social de cidadão.
Ainda poderemos manter
viva a chama de uma nova revolução. Ultimamente tem-se ouvido falar mais disso.
Temo que o facto de amanhã se partir para uma situação destas, nada será
semelhante ao vivido em 74. Haverá certamente muitas mais fissuras na sociedade,
o que pode levar a uma alteração social de contornos imprevisíveis.
Mas se tiver que ser
assim, que seja.
O importante é que a justiça social seja mais equitativa.
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