07 março, 2008

Professores, Ministra e o Governo da Nação



No passado dia 6 de Março, o canal de televisão pública RTP, decidiu convidar para uma entrevista oportuna e interessante à partida, a Ministra da Educação, Dra Maria de Lurdes Rodrigues.
Sabendo que tanto o Benfica como o Sporting no mesmo horário estavam a jogar para as competições europeias com direito a transmissão televisiva, tornava-se óbvio que a escolha de canal era difícil.
Por questões de interesse, em minha casa a RTP ganhou a partida. A questão da avaliação dos professores, ultimamente, tem sido o calcanhar de Aquiles do Governo da Nação. Mas outras áreas têm merecido forte contestação, tanto por parte da população, como de dirigentes sectoriais de outros organismos e também por parte dos partidos da oposição.


Pergunto a mim próprio, se a política que o Ministério da Educação e nomeadamente a senhora ministra está a fazer, foi ou não decidida pelo Partido Socialista antes do sufrágio eleitoral? A política que o Governo do Partido Socialista está a fazer neste momento, foi ou não a que apresentou no seu programa eleitoral aquando das últimas eleições legislativas? Afinal o Governo do Partido Socialista está ou não a cumprir a promessa eleitoral que sufragou a todos os portugueses?


Haverá razoabilidade no pedido público da demissão/substituição de qualquer ministro? A política de qualquer ministro é ou não decidida pelo Governo em geral?
Se assim for, e estou certo que sim, o pedido de demissão de qualquer ministro, solicitado tanto por manifestantes como por partidos da oposição, está desprovido de conteúdo qualitativo. A pedir demissão, deveria ser a do Governo pela política anti-social praticada para com os mais desfavorecidos.


Mas se atendermos às sondagens publicadas acabamos por verificar que a maioria dos portugueses continua de pedra e cal com o Partido Socialista, logo com a política praticada pelo Governo.


Não obstante esta questão, tenhamos em linha de conta as declarações feitas pelo senhor Presidente da República relacionadas com a política desenvolvida pelo Governo.

Recentemente também o líder da oposição afirmou que o PSD ainda não está preparado para assumir funções governativas.


Não vislumbrando no horizonte outra alternativa a este Governo, nem inclusivamente dentro do próprio Partido Socialista ao próprio líder, parece que nas próximas eleições legislativas o Engº José Sócrates, vai poder passear pela avenida da vitória e não me surpreenderia que conseguisse de novo uma maioria absoluta.


Uma dúvida me assalta, de toda a gente contestatária, quantos não vão de novo voltar a votar no Partido Socialista?

José Augusto Marques

6 comentários:

  1. Vitor Almeida
    Uma crítica amigo João! Não se pode concluir o todo a partir de uma parte. Se estiveres atento poderás observar que a contestação dos professores não é tanto quanto ao conteúdo mas sim quanto à forma. Eu também considero que as reformas apresentadas são necessárias desde tempo de Abril! Agora convenhamos que não é aceitável pedir para fazer o que não se fez em trinta anos! Não se pode fazer, tamanha empreitada, num ano nem em dois. Concordo que a ministra já não tem condições para tripular o barco, falta-lhe liderança e bom senso, as transformações necessárias, é verdade, fazem falta, mas têm que ter a aceitação dos professores! Na educação, como noutra área da sociedade, tem que ser assim, daí o eleitorado, como tu bem dizes, continuar a apoiar este governo. Estranho que o 1º ainda não tenha dado a cara, e permita que alguns “necrófagos” se venham alimentar dos restos da ministra, fazendo perigar conquistas nesta área, bem como noutras. Concordo que o teu partido está pior do que nunca, mas discordo que não exista uma política social deste governo. Mais tarde poderei apresentar factos destas minhas afirmações. Hoje vim ao teu blog porque estou contente. Sei de fonte politica que o, tão falado, Quartel dos Bombeiros vai ser, em breve, uma realidade. E vim aqui manifestar o meu contentamento porque uns fazem fumo mas não se vê o fogo, outros, como tive oportunidade de referir anteriormente, fazem trabalho de bastidores e de uma forma altruísta e por isso gratuita, trabalham em prol da Nossa Terra, muitas vezes defendendo posições, ideias, atitudes, contrárias à daqueles que nos governam. Acredita João que estou contente pela notícia e por saber que somos diferentes de outros, sabemos estar, quer na vida pessoal, quer na política!
    Abraço

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  2. Vitor.
    Primeiro deixa-me rectificar o seguinte: o artigo não é meu, Vitor. É do meu Companheiro José Augusto. O seu a seu dono, não é? Logo abaixo do artigo está o nome dele...ora vê lá...eu espero...
    No entanto deixa-me dizer também algo e comentar o que acabas de afirmar.
    Primeiro o Quartel dos Bombeiros.
    Vitor, se o que acabas de afirmar sobre a construção próxima do mesmo, tu sabes que eu fico contente pelos nossos Bombeiros.
    O que não invalida tudo o que afirmei anteriormente e mantenho tudo o que afirmei até agora. Porque, eu não estou por dentro do que se passa dentro dos meandros do PS e do seu Governo, entendes?
    Eu sei que há gente no aparelho do partidário do PS a trabalhar neste processo do quartel, não tenho dúvidas nenhumas. Eu sei que há gente empenhada, do Partido Socialista, a trabalhar para que esta infraestrutura seja uma realidade. Também sei que no último fim-de-semana realizaram-se as Jornadas Parlamentares do PS, na cidade da Guarda. Vês como eu também sei algumas coisas?
    Concluindo, o que importa mesmo é que o Quartel seja construido, não é?
    Claro que tenho pena não ter sido um Governo PPD/PSD a realizar esta obra, mas, repito, venha o quartel para Almeida, seja obra do PS o não, ficarei feliz também.
    Agora, vais perdoar-me mas, como dizem os ditados populares "gato escaldado, da água fria tem mêdo" ou se quiseres "quando a esmola é grande, o pobre desconfia", percebes?
    Eu só acredito no Quartel quando vir com os meus olhos. Acredito muito pouco nos nossos politicos, Vitor.

    Quanto ao Governo PS e politica para a educação, na generalidade estou de acordo contigo, percebo o raciocinio do José Augusto, aliás já conversámos sobre este tema diversas vezes, e com a frontalidade que tu sabes que eu tenho, afirmo o seguinte:
    Este foi o Governo que mais reformas efectuou e está a efectuar desde há 2 ou 3 décadas. Este está a ser o Primeiro Ministro que mais coragem tem demonstrado em efectuar reformas que exijam medidas antipopulares, que ponha verdadeiras reformas em prática sem pensar "nas próximas eleições que aí vêm", entendes?
    Não tenho problemas absolutamente nenhuns em afirmar isto.
    Se calhar está aqui um dos motivos porque o 1º Ministro Sócrates continua em alta nas sondagens, apesar da contestação que o seu Governo sofre.
    Claro que tenho críticas - e muitas - em relação a essas mesmas politicas reformistas.
    Mas, e como já vai longo o meu comentário, deixa-me só terminar dizendo-te que já houve uma tentativa de introduzir este tema da politica educativa em debate neste blog, mas ninguém quis comentar, outros afirmaram-me que só discutiam o assunto "no local próprio" (não cheguei a entender, mas enfim...), mas que não houve debate nenhum é verdade. Lamento, porque era, e é, um dos temas que gostaria de ver aqui debatido, porque como sabes, sou Pai.

    Um abraço, Vitor e obrigado pela tua participação.

    João Neves

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  3. Não sei se a grelha de avaliação dos professores é justa, no entanto a contestação dos professores aconteceria sempre, com esta ou outra grelha de avaliação qualquer.

    O problema dos professores é a progressão na carreira, pois até aqui o topo da carreira era sempre atingido independentemente da qualidade do ensino e do mériro dos professores.

    O sindidicato dos professores já devia ter compreendido que quanto maior for a resistência do primeiro ministro ao protesto dos professores mais apoio popular tem.

    Nos vários debates sobre o assunto que tenho visto, os únicos que estão de acordo com o motivo dos protestos são os próprios professores.

    Penso que quer a grelha de avaliação quer o timing proposto para a sua implementação são falsas questões.

    Um trabalhador seja no publico seja no privado é avaliado pelo produto do seu trabalho, no caso dos professores este produto é o resultado obtidos pelos seus alunos e no caso do Concelho de Almeida deixa muito a desejar isto tendo em conta a classificação das escolas do Concelho que tem as duas escolas secundárias do Concelho quese nos últimos lugares da tabela.

    Algo vai mal
    Não quero acreditar que os jovens do meu concelho sejam desprovidos de inteligância ou ambição

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  4. Fica uma reflexão:

    Este tema da educação e dos professores dá "pano para mangas". Daria para escrever muito mais do que pequenos artigos acerca do presente e do passado dos professores portugueses.
    Não me querendo alongar no comentário, admito que algumas coisas não estão bem na articulação das carreiras dos professores, no entanto, seria bom que se fizesse um exercício mental e se pensasse se, afinal de contas, os professores não têm nenhuma cota parte na responsabilidade pelo estado em que a educação está em Portugal.
    Na verdade, acusar os sucessivos governos (de todos os partidos) de incompetência em assuntos de educação é bem mais fácil!

    As muitas dezenas de milhares de docentes não têm responsabilidade nenhuma no estado actual da educação?

    Será legítimo que milhares de professores recém-licenciados saiam à rua em protestos por falta de emprego quando, no momento em que iniciaram os respectivos cursos, já tinham a noção exacta de que não existiam vagas e saídas profissionais?

    Alguém viu professores nas ruas, em protestos, quando, há uma década atrás, estes profissionais tinham cerca de 5 meses de férias por ano?

    Não é normal que os professores devam ser avaliados como os demais trabalhadores do Estado e de empresas privadas?

    Que fique claro que não considero que estas questões que acabei de colocar sejam uma justificação para as "coisas menos boas" que a actual reforma contém. Mas, a verdade é que os professores têm o dever moral e profissional de tentarem ser parte da solução e não parte do problema!

    Mal estaria (ainda pior) o nosso país se fosse governado ao som de manifestações e de bandeirolas agitadas...

    Mário Martinho (Jr.)

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  5. Ainda a propósito do meu comentário anterior e porque, hoje, li um artigo que considero interessante e que vai de encontro a algumas das questões de fundo que eu partilho relativamente a este tema da educação e dos professores, resolvi acrescentar estas breves palavras.

    Já o escrevi, anteriormente, que considero ALGUNS dos comentários do Sr. Miguel Sousa Tavares, exagerados, utópicos e por vezes até, despropositados. No entanto, e como disse no parágrafo anterior, o que de seguida sugiro para leitura, espelha bem o actual estado de coisas no que concerne a reformas em Portugal.

    Proponho a leitura, para debate, do seguinte endereço:
    http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/260895

    Saudações cordiais,

    Mário Martinho (Jr.)

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  6. Para quem quiser ficar a conhecer um pouco melhor o novo regime de avaliação do desempenho do pessoal docente e para que eventuais dúvidas possam ser dissipadas, sugiro a consulta do seguinte endereço:

    http://www.ps.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=259&Itemid=31

    Mário Martinho (Jr.)

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