30 maio, 2009
NOTÍCIAS... À BRÁS
Ora aí está uma novidade, que já não é para muitos almeidenses, dada a informação a correr na comunicação digital, inclusive na blogosfera local, que agora aparece também na letra impressa.
E apesar do silêncio que continua no sítio oficial da CMA, o Sr. Baptista Ribeiro, sabendo do interesse que os seus munícipes costumam dispensar às notícias do TB, ainda recentemente com questão da referida não entrega da declaração de rendimentos do Presidente da CMA no Tribunal Constitucional, logo se dispõe a prestar declarações a este periódico, aproveitando não para esclarecer sobre a veracidade dessa incómoda questão, mas para procurar salientar “o trabalho desenvolvido nos últimos anos movido pela intenção de elevar Almeida a património mundial”.
A notícia deveria ter todos os ingredientes para agradar aos almeidenses... e não só. Por isso houve que apostar nela, apesar de esvaziada que estava a novidade, sendo óbvio que quando proferiu declarações ao TB, o Sr. Presidente, andava já há uns dias a ouvir zurzidelas da blogosfera, por certo espantado com a falta de entusiasmo manifestada (mesmo capaz de jurar que não lê). Aproveite-se, portanto, o “furo” jornalístico que perdeu, não o comunicando directamente aos seus munícipes através do sítio oficial da CMA, para ao menos passar recados à comunidade…
Sabendo que a notícia já não vai embasbacar ninguém, apesar do tabu que tentou criar com o anúncio de uma “grande notícia, de impacto nacional”, por altura do lançamento da sua recandidatura, há que ressalvar que o município constituiu uma equipa com «pessoas sabedoras da matéria e cientificamente preparadas para preparar a candidatura à UNESCO» e prepara-se ainda para criar outro mini-tabu sobre as «altas individualidades a nível científico a trabalhar no dossier de Almeida para que este projecto tivesse o melhor rumo».
E com isto consegue-se imaginar o consolo do autor dessas declarações, julgando dar uma chapelada a todos aqueles irritantes críticos da gestão do seu mandato, desde a alegada má gestão financeira, à patrimonial, passando pelas queixas dos próprios funcionários municipais alegando perseguição e injustiças, os mais jovens desiludidos e indiferentes, os mais velhos cépticos e desiludidos… e tudo o mais que ainda está por saltar das gargantas fundas.
Por outro lado, compreende-se ainda a perplexidade, apesar de todos estes contornos de golpe, agora inclusive nem com a uma possível candidatura a património mundial da UNESCO batem palmas, mas afinal que querem eles, queixam-se até por excesso de festas, ninguém os entende, uma corja, é preciso acabar com isso… antes que se faça tarde, senão que vai ser deste executivo, sempre tão bem intencionado e sempre tão mal compreendido!
Chega a dar pena! Tanto dinheiro gasto, e os almeidenses não dão mostras de entender o executivo eleito há quase quatro anos e, assim, com tantas reclamações, e sempre rodeado de pessoas tão competentes, tão sabedoras da matéria e cientificamente preparadas para a candidatura à UNESCO… só pode ser ingratidão ou rudeza destes ignorantes.
Será? É bem possível que os almeidenses, briosos com o seu património histórico, provando ser capazes de se indignarem por ele, quando muitos julgariam que estariam a dormir, se regozijem no íntimo, por um possível reconhecimento mais alargado da sua herança histórica como esperança ou miragem de sustentabilidade e desenvolvimento social e económico da população. Nem sequer os belisca que o projecto apareça integrado numa candidatura conjunta, de longe a ser preparada com pés e cabeça, até porque reconhecem que não seria nunca com esta forma atamancada que tem caracterizado a administração em Almeida, que alguma vez conseguirão alcançar esse sonho há muito perseguido, sempre a pairar no ar e sempre a esfumar-se no concreto.
Mas uma coisa parece clara, em todo este ambiente de tabus e cartolas, esqueceu-se o mais importante: o envolvimento afectivo e efectivo da população, a qual, em vez de se regozijar, agora apenas se sente joguete de manobras eleitoralistas. Por mais bem intencionada que seja, uma administração pública nunca deveria perder de vista o respeito pela comunidade que a elegeu para a governar. Quando venceu as últimas eleições, o executivo actual já tinha em mente a implementação deste projecto. Tanto, que fazia parte do seu programa e, porventura julgando até estar a trabalhar por ele, entregou Almeida às mãos dos seus técnicos “muito sabedores”, procurando sempre satisfazer-lhes os gostos, e até caprichos, sem sequer se dignar ouvir o sentir do resto da população. E se é justo que se diga que lhe fica bem esforçar-se por aquilo que constava do seu programa eleitoral, já não satisfaz que para alcançar quaisquer objectivos, sejam políticos ou pessoais, seja preciso vender a alma ao diabo, ou deixar-se enrolar por alfaiates que prometem casacas debruadas a ouro e diamantes!
Pelo que se pode verificar, a factura do ostracismo e decepção, nos mais variados domínios, na mistura de arrogância sempre repetida e profunda ao longo deste anos perante os eleitores, por mais bodos oferecidos aqui e ali ou quaisquer operações de charme para convencer a clientela, começam a não funcionar e até a obter um efeito completamente inverso: além de já não convencerem, acabam até por contribuir para acicatar uma indignação já acumulada.
Assim, não é de espantar que qualquer realização mais positiva se torne indiferente, qualquer “boa” notícia, ou qualquer outro truque de magia até às próximas eleições, mesmo que apadrinhado pelos nomes mais sonantes que possam ir agora buscar, ao invés das esperadas manifestações de agrado, se convertam facilmente em assobios estridentes, que nem mesmo com alguns aplausos mais abnegados se conseguem fazer calar.
Maria Clarinda Moreira
26 maio, 2009
ALMEIDA E A UNESCO...
Apesar do silêncio do sítio da CMA, alguns municípios e imprensa regional, começam a levantar o véu e começa a saber-se que Almeida, conjuntamente com outros quatro municípios (Elvas, Estremoz, Valença e Marvão), apresentaram intenção de em conjunto se candidatarem a Património Mundial da Unesco.
O que se deseja é o melhor para Almeida e se ser Património Mundial da Unesco fosse, por si só, bom seria óptimo. Mas as coisas não são assim tão lineares e muita, mas muita água vai correr debaixo das pontes até que a Unesco considere a candidatura válida…
Há que recordar que Marvão, que vem trabalhando metodicamente há muitos anos com esse objectivo, desistiu inicialmente da sua candidatura, por prever não cumprir os actuais critérios de classificação. Portanto, continua a não haver que embandeirar em arco só por uma almejada intenção de candidatura, pois muito haverá que alterar nos rumos já traçados bem à vista de todos nós - fora aqueles em previsão, um dos quais no artigo anterior em discussão, com todos os ramais temáticos, que cada vez mais merece dos almeidenses o slogan PEDRAS À NOSSA PORTA, NÃO!
Pelo menos no que diz respeito às intervenções arquitectónicas, sem esquecer a negligência de relacionamento com a sua própria comunidade, as opções que o Executivo tomou em Almeida ultimamente não virão, certamente, beneficiar esses critérios de classificação como Património Mundial. Pelo contrário, mesmo a correr favoravelmente esse processo, prevê-se que vai haver que despender muito dinheiro em modificações, pois a Comissão da Unesco que avalia as candidaturas é cada vez mais selectiva no rigor quanto a mamarrachos e outros devaneios arquitectónicos contrastantes numa desejada harmonia construtiva de locais históricos bem delimitados, como é o caso de Almeida.
Porque apresentar intenção de candidatura, por si só, não significa ter nota positiva no exame. Haverá primeiro que passar nas provas para isso. Sem esquecer a dificuldade de articulação de uma candidatura colectiva, com tudo o que isso implica!
Curiosa coincidência não deixa de ser a futura candidatura anunciada em ano de triplas eleições, para os vários órgãos: europeus, nacionais e autárquicos. Mas a tudo isto estaremos todos, enquanto cidadãos, bem atentos!
Rui Brito Fonseca
14 maio, 2009
REQUALIFICAÇÃO DO LARGO 25 DE ABRIL
Ainda que se ache necessário um arranjo condigno e consentâneo com a imponência das Portas de S. Francisco e se concorde com um monumento ao 25 de Abril, pensar em construir algo como o previsto no largo fronteiro às Portas de S. Francisco só passa pela cabeça de quem julga que os almeidenses não prezam a sua terra. É de tal modo grave e descabido o que ali se projecta fazer, que não há palavras para exprimir o quanto a Praça-Forte ficaria prejudicada! Pelos vistos, ainda não está satisfeita a sanha interventiva e insensível que o Executivo Camarário neste últimos anos tem desfechado sobre o património de Almeida, de tal modo danosa que muito a custo os almeidenses a poderão reparar. Todos conhecemos as opções que em nome da renovação de espaços têm sido tomadas, mas as que estão para vir reforçam a senda do desrespeito pelo valioso património histórico da Vila. Custa, assim, a crer que os almeidenses se desinteressem por esta situação, ou então passem procuração de olhos fechados à Câmara que elegeram há quase quatro anos, dando-lhe carta branca para decidir por eles. Mesmo outros poderes instituídos na vila, quer sejam associações culturais ou instituições políticas foram arredadas da discussão pública das machadadas que o poder camarário tem dado e tenciona continuar, tudo procurando silenciar.
Os projectados super mamarrachos, quer junto ao Castelo quer com a localização do monumento ao 25 de Abril (cujos projectos foram já objecto de acesa discussão aquando da realização de uns workshops em Agosto passado e logo posteriormente, quando colocadas imagens e resumo tanto no jornal Praça Alta como neste blogue Fórum Almeida , sob o título “(Des)arranjos em Almeida”) chocam ferozmente com a envolvência histórica da fortificação abaluartada, roubando a imponente esplanada ao monumento defronte às Portas de S. Francisco e afectando, pelo desmesurado contraste e anacronismo, a linha do horizonte da vila histórica.
É preciso consciencializar que a Praça-Forte padece com estes aleijões que estão a apagar o seu legado histórico-arquitectónico especial e único. É que essas incoerentes opções “renovadoras” estão a criar uma terra visualmente vulgar, como tantas outras que infelizmente enxameiam por Portugal! E nem os discursos estéticos ou coelhos tirados à última hora da cartola, como de uma eventual e sempre insinuada candidatura a classificação de Património Mundial da Unesco, justificam, bem pelo contrário, tanto disparate, nada trazendo de novo que os Almeidenses se possam verdadeiramente orgulhar e com que futuramente melhor se possam governar, se em mais assim se apostar.
Neste momento, não é de um aumento de fluxo de visitantes que Almeida precisa, mas de repensar em estratégias sustentáveis para o seu presente e futuro. E o orgulho dos almeidenses deve estar na inovação sem prejuízo da preservação do “seu” monumento, com todas as lições de História que dele podemos apreender, partilhando-o com o visitante. Não na sua vulgaridade.
Abramos os olhos!
Rui Brito Fonseca
NOTA: Este 'post' baseia-se num artigo publicado no nº168 do Jornal 'Praça Alta' a 12 de Maio. Para melhor informação dos almeidenses, optou-se ainda por digitalizar a planta do Projecto de Requalificação com sinalização dos respectivos sentidos viários, bem como a legendagem explicativa apresentada pela redacção do mesmo Jornal, que se seguem.


11 maio, 2009
IMPORTANTE PARA OS NOSSOS AGRICULTORES
INFORMAMOS TODOS OS AGRICULTORES E DEMAIS INTERESSADOS QUE O PRAZO PARA LEGALIZAÇÃO DE POÇOS, CHARCAS E OUTROS, FOI PRORROGADO PARA
31 DE MAIO DE 2010
Todos os agricultores do nosso concelho podem efectuar a legalização instituída por lei com a maior calma, em sossego uma vez que ainda têm mais um ano de prazo.
Mais informamos, que neste momento existem entidades devidamente preparadas para os auxiliar na execução deste processo, extremamente simples, são elas:
Junta de Freguesia de Vilar Formoso
Gabinete do Agricultor – C. M. A.
Não podemos deixar de passar esta oportunidade sem criticar o actual executivo camarário, representado pelo Senhor Presidente da Câmara Batista Ribeiro e o Senhor Vereador José Alberto Morgado, na forma e conteúdo como lidaram com todo este processo.
Sem pragmatismo, pois só se lembraram de Santa Bárbara quando trovejou, sem calma e sem ponderação de forma a não criar alarmismos desnecessários, pois a plateia era constituída na sua maioria por pessoas com idade já avançada e sem conhecimento da Lei.
Foi realizada uma sessão, que diziam de esclarecimento e informação do estatuído pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007 – nomeadamente art.º 89, convocada com toda a pompa e circunstância (o convite mais parecia para um casamento) para o Auditório Municipal de Almeida.
O Senhor Presidente da Câmara Municipal Batista Ribeiro não fez mais nada a não ser criar um ambiente de pânico aos presentes, insistindo por mais de uma vez que havia coimas, impostos e taxas, deixando na mente dos presentes uma imagem catastrófica.
Mas de esclarecimento sobre a legalização dos ditos poços… não sabia nada porque…não sabia.
Fiquei sem saber o que foi lá fazer então!
O Senhor Vereador José Alberto pouco ou nada adiantou também, pois…não sabia.
Limitou-se a afirmar que os poços secos não obrigavam ao seu registo.
Divulgou uma linha de crédito para Agricultores, afirmando ou dando a imagem, que a mesma seria a salvação da Pátria. O futuro nos dirá se tinha razão.
Se os protagonistas da convocatória da reunião, Batista Ribeiro e José Alberto Morgado da Câmara Municipal de Almeida, nada sabiam como o afirmaram, então qual o motivo e finalidade da convocatória desta reunião?
Porque se incomodaram as pessoas que vieram das suas terras deixando os seus afazeres a deslocarem-se a Almeida para lhes dizer que “…atenção vem aí um terramoto mas nós não vos podemos valer e se quiserem mais informações, dirijam-se ao Gabinete do Agricultor.”
Felizmente neste País ainda há Instituições que zelam pelos interesses de todos nós, que têm ao seu serviço gente com grande capacidade profissional, atentos a todas estas situações. Neste caso a minha homenagem à CAP- Confederação dos Agricultores de Portugal, e aos seus representantes no Concelho de Almeida.
Que este acto sirva de exemplo e permita alguma aprendizagem a todos vós.
João Neves
08 maio, 2009
ALMEIDENSE LANÇA NOVO LIVRO
9 Maio - 15h - Biblioteca Municipal de Sesimbra
"Congeminações de um Neopitagórico" é o título do novo livro de António Telmo, um dos representantes vivos da escola da filosofia portuguesa. Esta obra integra-se na colecção Nova Águia, dedicada à Filosofia e Cultura Lusófonas.
O lançamento terá lugar já no próximo dia 9 de Maio, pelas 15h, na Biblioteca Municipal de Sesimbra. Para além de contar a presença do autor, a obra será apresentada por Pedro Sinde. Estarão igualmente presentes Renato Epifânio, director da Colecção e da Revista Nova Águia, Carminda Proença e o editor Alexandre Gabriel. Nesta ocasião será igualmente apresentado o 3º número da Revista Nova Águia, dedicado ao legado de Agostinho da Silva.
SOBRE A OBRA
«Foram Portugal e Espanha - sobretudo Portugal - a darem ao Mundo o conhecimento de si mesmo. Agora lhes conviria e lhes caberia o papel de dar o conhecimento daquilo que é fundamental nesse Mundo: Toda a gente poder ter aquilo a que chamo de Vida Poética, no sentido de criadora, em qualquer dos domínios: artes, ciência, filosofia, mística.
Este livro apresenta-se como o órgão literário de um pequeno círculo, animado pela vida contínua e pelo movimento de expansão e entrega ao Mundo.
É a expressão de um grupo que, desenvolvendo-se por mestria de esquadro e compasso, pretende cultivar a Vida Poética, tal como no-la faz entender Agostinho da Silva, em si e nos outros.
«Este é um livro que se lê e relê com o proveito contagiado pela alma ígnea que anima o autor. O seu estilo característico alia com mestria, como raramente se encontra, a arte de bem dizer e o dizer profundo ou fecundo ao humor, o que torna este livro, a par de outro comparável a este titulado Filosofia e Kabbalah, um caso único no panorama contemporâneo das letras em Portugal. A melhor forma de fazer jus ao livro é deixá-lo falar por si próprio.»Pedro Sinde

SOBRE O AUTOR
Mais informação em:
30 abril, 2009
UM ANÓNIMO DISSE...
E o povo de Almeida continua sem saber como pode aparecer um edifício como o mamarracho naquele sítio, quando nem sequer uma grade autorizam colocar numa janela.Quando é que alguém se propõe explicar esta situação caricata?Porque razão alguns podem fazer edifícios que são autênticos escarros e outros não podem colocar só uma grade de protecção numa simples janela.Alguém tem que explicar isto…
Quando foram colocados neste blogue os excertos das comunicações de Ray Bondin e do Presidente da CMA, sob o título “CIDADES AMURALHADAS – Problemas de gestão”, abstive-me de sublinhados e destaques porque os mesmos, por si só, eram suficientemente elucidativos. Bastava uma simples leitura atenta para compreender a sua importância e o seu alcance. Os comentários entretanto adicionados ao dito ‘post’ mostram que os almeidenses são argutos e não precisam de muitas palavras para dizer o que lhes vai na alma…
E o que lhes vai na alma, como se viu, não deixa de ir ao encontro das reflexões mais profundas e desenvolvidas por um perito de prestígio internacional em matéria de Preservação de Bens Culturais, como Ray Bondin, porque estas matérias, ainda que alguns defendam quase exclusivas de “entendidos”, assentam também numa observação e opinião de bom senso, possível a qualquer um que estima e sente como sua uma herança patrimonial que lhe cabe defender, já que também por ela sempre tem sofrido outro tipo de constrangimentos.
Quando os almeidenses vivem toda a espécie de restrições para recuperarem os seus imóveis, sem ajuda técnica, sem incentivos para a preservação de um bem que é também colectivo, e ainda com o risco de verem os seus investimentos atrofiados por uma máquina incongruente que constantemente lhes cria obstáculos, jamais podem aceitar que lhes enfiem umas palas com argumentos de “críticas paralisadoras”. Muito menos, se bem na frente dos olhos lhes põem outros “autênticos escarros”, sem sequer lhes consentir o direito de contestação, sob pena de marginalização ou represálias, remetendo-os à condição de anónimos, procurando intimidá-los com espingardadas à toa, apostando em trunfos que só denunciam legitimidade perdida ou, pior ainda, em estratégias silenciosamente urdidas com o fito de impor mais intervenções avulsas, descontextualizadas, quer da vontade colectiva dos seus habitantes quer do pulsar de todo o ambiente e envolvência histórica da sua terra.
Uma evidência dessa estratégia fez-se em Agosto passado, como se pôde verificar com uns chamados ‘workshops’, em que foram convidados diversos escultores para trabalharem o granito de forma a criarem ‘projectos escultóricos’, os quais por sua vez serviriam de base, para não lhes chamarmos de pretextos, para outras intervenções cuja dimensão e impacto deixaram os almeidenses de boca aberta: um imponente miradouro, com rampas, escadarias, pérgola, esplanada… em posição dominante e visível de todos os quadrantes, ao pé e à distância de aproximação à vila e, por outro lado, um cravo com um pedúnculo de centenas de metros de extensão com tanques e repuxos de água, encimado por um amontoado de paralelípedos de pedra para condicionar o acesso à entrada principal da fortificação, defronte às Portas de S. Francisco.
O que está em causa não é, como é óbvio, o progresso de Almeida, que ninguém, muito menos os almeidenses, os mais interessados, querem impedir, nem os próprios monumentos, um o memorial do Bicentenário da Guerra Peninsular, outro o monumento ao 25 de Abril, cuja ideia até partiu de cidadãos de Almeida que, sobretudo no último caso, há muito nela persistem. Por muito questionáveis que sejam os tais ‘projectos escultóricos’, não é tanto contra os mesmos que os almeidenses se insurgem. Esses ou outros projectos… era pouco previsível que fossem consensuais. Talvez, contudo, o risco fosse menor se tivesse havido um envolvimento afectivo das forças vivas do concelho, cativando os estudantes e as associações culturais, bem como outros cidadãos, de preferência almeidenses, num esforço afectivo e em saudável competição de ideias que poderiam depois ser desenvolvidas pelos artistas, o que não aconteceu… e já poderia ter acontecido também na chamada requalificação da porta nova, ficando apenas ao critério de um núcleo restrito de decisores, vendo-se agora que o resultado não é da simpatia dos seus habitantes, nem sequer constitui qualquer motivo de orgulho nele!
Nesse, como noutros casos, o que mais fere e indigna os almeidenses, como se tem conseguido perceber pelas opiniões manifestadas, agravadas pelo clima de secretismo, tentativa de imposição, com aprovações consumadas, é o enquadramento e impacto proposto: para um memorial ao sacrifício de Almeida, com a explosão do seu castelo há 200 anos, é previsto o acoplamento de uma enorme estrutura betonada para turista mirar, em conflito com a memória dos seus habitantes; enquanto que para outro monumento à designada ‘revolução dos cravos’, se apresenta como já oficialmente aprovado, um projecto para uma grande rotunda com espelhos de água, pedra e mais pedra, largos passeios em redor, restringindo os corredores de circulação. No primeiro, uma volumetria para se conseguir ver bem à distância, no outro um enquadramento que condicionaria e ofuscaria o que está na frente, com séculos de pré-existência!
Ao que parece, nem a sugestão de que o monumento fosse colocado mais sobre o espaço do jardim exterior foi considerada. É para pôr à frente das Portas da Fortaleza e pronto! Mesmo que afecte a envolvência da chegada, percepção e fruição do outro monumento de fundamental relevância e antiguidade histórica no local.
Mas que critérios de intervenção são estes, em que a uns tudo parece ser possível e a outros nada, nem uma simples grade, com o argumento de não compatibilidade com a envolvente do centro histórico? Alguém que explique, pede um anónimo.
Um documento da UNESCO, o Memorando de Viena, datado de 2005, citado por Ray Bondin como uma enorme esperança para o entendimento das intervenções nas cidades históricas, obriga a reflectir sobre esta problemática, pondo em evidência o risco de que enquanto precisamente a discussão internacional procura centrar-se nas intervenções modernas nas cidades históricas, enfatizando a importância de preservar a sua envolvência, como forma de ajudar a compreender as forças e as necessidades das pessoas que as construíram… no rincão modesto de Almeida, com toda a sua relevância patrimonial nacional, traçam-se rumos totalmente opostos.
Logo no Preâmbulo do referido documento avisa-se que este deve ser lido como um continuum de outros documentos fundamentais da UNESCO, já aprovados, nomeadamente de 1964 a "Carta Internacional para a Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios" (Carta Veneza), de 1968, a "Recomendação da UNESCO relativa à preservação dos bens culturais ameaçados por obras públicas ou privada", de 1976 "Recomendação da UNESCO sobre a protecção e Contemporânea Papel das Áreas Históricas ", de 1982 ICOMOS-IFLA a"Carta Internacional de Jardins Históricos"(Carta Florença), do ICOMOS 1987 "Carta para a Conservação das Cidades Históricas e Zonas Urbanas"(Carta Washington), de 1994 o Documento de Nara sobre Autenticidade, bem como a Conferência HABITAT II e da Agenda 21, ratificados pelos Estados-Membros, em Istambul (Turquia), em Junho de 1996.
Chama ainda a atenção de que o referido Memorando e o actual debate sobre a conservação sustentável dos monumentos e sítios devem ser vistos como uma chave para a afirmação de uma abordagem integrada, ligando arquitectura contemporânea, desenvolvimento urbano sustentável e integridade da paisagem assente nos padrões históricos existentes, parque imobiliário e contexto.
E mais adiante, nos Princípios e Objectivos, refere:
‘O desafio central da arquitectura contemporânea na histórica paisagem urbana é responder a dinâmicas de desenvolvimento a fim de facilitar as evoluções sócio-económica e de crescimento, por um lado, e, simultaneamente, respeitar a definição da sua paisagem urbana e o seu enquadramento paisagístico, por outro. A vivência das cidades históricas, especialmente cidades Património Mundial, exige uma política de planeamento urbanístico e de gestão que toma a conservação como um ponto-chave para a conservação. Neste processo, a autenticidade e integridade da cidade histórica, que são determinadas por vários factores, não podem ser comprometidas’.
'O futuro da nossa histórica paisagem urbana apela à compreensão entre os responsáveis políticos, urbanistas, empreendedores urbanos, arquitectos, conservadores, proprietários, investidores e cidadãos preocupados, trabalhando em conjunto para preservar o património urbano, considerando simultaneamente a modernização e o desenvolvimento da sociedade de um modo cultural e historicamente sensível, reforçando a identidade e a coesão social.'
Ora, pelo que é dado observar pelo percurso destes últimos anos, e novamente pela apresentação oficial de mais um projecto de intervenção, ainda no último dia 25 de Abril, precisamente para assinalar a efeméride, não é nada disso que se está a passar em Almeida. Há qualquer coisa aqui que está errada.
E só os almeidenses podem ajudar a corrigir.
Maria Clarinda Moreira

Digitalização de pág. da revista 'Visão' desta semana. Se o monumento é polémico agora, imagine-se com o restante.
24 abril, 2009
25 DE ABRIL
... o MFA é um Estado de espírito, por isso nunca pretendeu a institucionalização ou a sua continuação; foi criado com um objectivo e deixou de existir quando o alcançou..."
MAIA, Fernando Salgueiro, CAPITÃO DE ABRIL
18 abril, 2009
CIDADES AMURALHADAS – Problemas de Gestão
Almeida é sem dúvida uma das mais importantes vilas amuralhadas. Ao contrário de muitas outras cidades que têm apenas algumas portas ou parte da muralha original, Almeida é uma vila que se pode vangloriar de ter as muralhas completas e intactas. Isso torna-a perfeita para o estudo dos problemas das cidades amuralhadas e do desenvolvimento da arquitectura das fortificações. Almeida, assim com Elvas, são dois dos melhores exemplos de preservação de cidades amuralhadas. Almeida, em particular, deve estar muito orgulhosa do que faz para conseguir a sua preservação
(…)
As cidades amuralhadas são especiais. O simples facto de que os nossos antepassados decidiram fortificar essas cidades significa que lhes deram muita importância. As cidades fortificadas são, por isso, muito especiais. Já são muito poucas as cidades que ainda têm um sistema fortificado apesar de terem existido centenas delas.
(…)
Isto leva-me a outro ponto importante. Hoje em dia já não se olha para um projecto de conservação como sendo uma lista de projectos de restauro de edifícios individuais. Não faz sentido conservar um edifício único sem referir à área circundante.
(…)
Nenhuma construção pode ser considerada apenas por seu próprio mérito mesmo que desenhada pelo arquitecto mais importante. Tem de ter um contexto. Deve ser compatível com o tecido urbano da cidade. Quando se pensa numa intervenção dentro de cidades históricas, deve pensar-se na cidade como um todo.
(…)
Repito. Uma cidade histórica não é uma colecção de edifícios importantes mas um conjunto, uma enorme intervenção humana numa área em particular, que deve ser respeitada, reflectindo os diferentes períodos de desenvolvimento. Nenhuma cidade pode estagnar num período num período em particular porque cidades desta natureza estão sempre em desenvolvimento. Tenho a certeza que os arquitectos, deste modo, concluirão que temos o direito de intervir. A minha resposta é afirmativa, temos a obrigação de preservar o que os nossos antepassados construíram mas isso não significa que não permitiremos novas construções, mas em perfeita compatibilidade com as existentes.
(…)
O património é um activo, muitas vezes o único activo económico das cidades históricas. Temos que, doravante, olhar para a sua protecção deste ângulo. O património pode e deve ser um importante activo económico para as nossas cidades e temos de pensar na sua conservação e desenvolvimento com este facto em mente. Portanto ao discutirmos a administração das cidades históricas temos de dar importância a dois elementos, isto é, modelos económicos e, tanto quanto possível, o envolvimento da população local.
(…)
O turismo pode e deve ser visto como um elemento positivo na preservação do património. O turismo cria problemas especialmente em cidades pequenas mas também traz benefícios económicos. Os problemas de turismo podem ser resolvidos com um sistema de gestão.
(…)
Como já disse anteriormente, dou muita importância a um bom sistema de administração, especialmente quando esses sistemas são baseados numa vasta participação. Os Presidentes de Câmara devem tentar a maior participação possível. Nas sete cidades em que fui responsável durante vinte anos criei três Comissões de Aconselhamento nas quais havia uma grande representação da sociedade, incluindo Municipalidade, sector comercial, historiadores, projectistas, sector cultural, entre outros. Nas reuniões mensais eles discutiam formas de tirar o maior proveito dos fundos de apoio às cidades e, em particular, preparar projectos integrados que tanto no curto como no longo prazo, ajudassem as cidades a desenvolver e a preservar melhor o seu património. Este sistema não é perfeito, mas permite aos representantes uma melhor gestão das cidades. Estas comissões não olhavam só aos projectos de conservação mas também a projectos de melhoramentos do ambiente.
Ao preservar as nossas cidades, o objectivo principal é, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, conseguir um desenvolvimento económico, alcançar melhores padrões de vida. Isto só pode ser conseguido através da preservação do coração urbano histórico das nossas cidades.
Autor: Ray Bondin, membro do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), do ICCROM (Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauro da Propriedade Cultural) e do CIVVIH (Comité Internacional para as Aldeias e Cidades Históricas do ICOMOS), in Revista CEAMA nº 1, extractos de comunicação apresentada em Agosto de 2007, em Almeida.
II.
(…) O caminho vai sendo percorrido, mas é o que falta fazer que sempre constitui o desafio mais interessante. É nessa parte do que nos espera, como meta para a nossa actividade, que está a motivação maior do empenho de todos os que contribuem para construir o Presente, preservando o Património para que melhor possa cumprir as funções que o Futuro reclama.
De todos esperando participação, a todos tendo em consideração, a todos outorgando e de todos requerendo o respeito que nos merece o engrandecimento da nossa Terra, vamos brevemente colocar à disposição de todos mais dois equipamentos de qualidade que nos orgulham e ampliam o percurso que encetámos: refiro-me, concretamente, à abertura ao público da Biblioteca Municipal e do Museu de História Militar, este a instalar nas Casamatas.
Este caminho também é a aventura e a responsabilidade de ser indiferente à crítica paralisadora, assumindo a responsabilidade de quem, como poder político, é mandatado para decidir e fazer as opções que contribuirão – tenho a certeza! – para a abertura do nosso Concelho ao Universo Cultural, e que deixarão marca para os vindouros. (…)
Autor: António Baptista Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal, in Editorial da Revista CEAMA nº 3, 2009.
NOTA: Este ano, neste dia 18 de Abril, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se comemora não apenas internacionalmente mas também em Portugal, um pouco por todo o lado em vários municípios, incluindo no Distrito da Guarda, o tópico escolhido pelo ICOMOS é: ‘Património e Ciência’.
A escolha prende-se com o objectivo de proporcionar uma oportunidade de reflexão e de reconhecimento do papel da Ciência na criação do património cultural e, ainda, de incentivar a discussão sobre o potencial contributo que a Ciência (e Tecnologia) oferece ao estudo e preservação do património.
Em jeito de contributo para essa reflexão, à falta de melhores meios de debate que o Prof. Doutor Ray refere acima, num texto publicamente acessível, que recomendamos vivamente e que por excessiva extensão não reproduzimos na íntegra, apenas no essencial e omitindo algum louvor à pessoa que lhe dirigira o convite, uma vez que essa comunicação foi feita por ocasião da sua primeira visita a Almeida sem conhecimento directo do que veio encontrar, propõe-se uma análise dessa experiência e considerações com a realidade sintetizada apresentada pelo Presidente da CMA, no Editorial de uma publicação subsequente da mesma colecção de estudos, este integralmente disponível também em imagem abaixo.
Para não condicionar o debate em qualquer direcção, abstemo-nos de destaques ou sublinhados, deixando a cada um o interesse de uma leitura bastante atenta e o arbítrio de uma reflexão que a cada um é possível.
Maria Clarinda Moreira
04 abril, 2009
O Futuro dos nossos....
Nos dias de hoje, tanto a sociedade em que vivemos como a economia, conhecem uma evolução sem precedentes. Os órgãos de comunicação social invadem diariamente a nossa privacidade trazendo-nos informação sobre a flutuação dos mercados e consequentemente a grande preocupação em função das fortes exigências necessárias como forma de sucesso.
Quando falamos em mercados, falamos naturalmente da sua essência que são as empresas. Estas por sua vez, também procuram nestes tempos de turbulência, marcar a diferenciação de forma a manterem os seus índices de competitividade.
Há muito pouco tempo olhávamos para a economia de uma forma diferente da de hoje. Analisávamo-la em espaços muito curtos. Hoje procuramos fazer um investimento em valores sólidos do ponto de vista económico e social, que por sua vez os transforma sob uma visão de longo prazo.
No mundo de hoje, onde a modernidade e o avanço forte nas novas tecnologias são cada vez mais uma realidade, estes vectores, tornam-se sinónimos de persecução de objectivos estratégicos finais de rendibilidade das empresas.
Estas definições, levam-nos a acreditar que empresas que visem em curto prazo uma consciencialização de políticas de transparência e solidez, melhorem a sua estratégia num médio e/ou longo prazo. No entanto sabemos que também existem algumas que só se preocupam com questões de curto prazo. Para estas, as dificuldades serão certamente acrescidas e o futuro não é nada prometedor.
A experiência ultimamente vivida pelo aspecto negativo de investimentos, leva-nos cada vez mais a estarmos atentos às mudanças nos diversos sectores. Todos aqueles que nos preocupamos com investimentos, cada vez mais temos que analisar o que é responsável do que não passa de uma miragem, que é como quem diz, de uma imagem de marketing.
Por sua vez, também as empresas cada vez mais devem melhorar a sua avaliação aos consumidores, considerando que estes, pelas experiências negativas vividas, cada vez mais estão conscientemente esclarecidos para poderem optar pela segurança.
Para nós investidores e ao fim ao cabo consumidores, devemos entender que a melhor forma de analisarmos uma empresa, é pela sua actividade económica.
Deve ser uma empresa cuja actividade tem que ser lucrativa, baseando-se primordialmente nos produtos ou serviços que desenvolve e na forma como relaciona a sua actividade económica.
Se todos nós tivermos em linha de conta estas situações, certamente o Mundo melhorará em todas as vertentes e a condição de vida para nós, para os nossos filhos, netos e vindouros, surpreender-nos-á pela positiva e acabaremos cada dia mais feliz.
02 abril, 2009
DIA DAS MENTIRAS?
Para os comentaristas que descobriram logo a montagem sobre uma imagem de “Almeida antiga” isso não é novidade nenhuma! Parabéns pelo discernimento e pelo humor! Sobretudo do “Zé da atalaia”…
Os outros… estão perdoados! Pela sofreguidão de recriminações aos “indivíduos(a)s da nossa praça” já receberam a sua compensação: atrás do isco, engoliram o anzol, chumbeira, linha, cana e tudo!
Que mais os podia satisfazer além daqueles cinco minutos de teclar triunfante sobre o “logro” de não se conseguir ver a mais-valia destes brilhantes técnicos para a nossa Almeida? Quantas mais pessoas não estariam visadas (na sua mente) nesse barrete?
Todas aquelas que também possivelmente serviram de alvo no discurso inaugural do autor das ditas “pirâmides”: “A ideia surgiu-me a partir de tanta matemática e tanta geometria na construção da fortaleza” (…) “um pai a passear nas muralhas podia explicar a um filho o que eram pirâmides!” (…) “E foi por isso que tive essa ideia. E não para fazer aumentar as críticas ESTÚPIDAS!” (isto dito em crescente ênfase até à última palavra, pronunciada em tom quase violento).
Realmente! Atirado aos almeidenses, na sua própria cara. Em plena inauguração! E acreditam que não era dia de enganos? FOI APLAUDIDO!
Mas de quem a verdadeira responsabilidade de tanto desaforo apajoado por dinheiros públicos?
- Nossa!
…Por (e tanto mais) SE o continuarmos a permitir.
Ou não cabe a todos nós defender o que é nosso?
Rui Brito Fonseca
01 abril, 2009
ALMEIDA ANTIGA - Surpreendente descoberta!

Diz-se agora que os estudiosos da matéria em todo o mundo terão que reformular novas teorias sobre a tipificação dos elementos característicos da arquitectura abaluartada, já que nunca fora conhecida tal tipo de clarabóia em forma de pirâmide coexistindo com uma construção em cantaria à prova de bomba.
Almeida, assim, uma vez mais se torna uma referência internacional. Parabéns à equipa dos qualificados técnicos que recuperaram essa mais-valia, que não temos dúvida em classificar como autêntica jóia na disciplina de arquitectura militar abaluartada!
28 março, 2009
NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO…
(O mesmo continua acessível neste blogue, bastando clicar na Etiqueta abaixo – “Dia dos Municípios com Centro Histórico”, no final deste artigo).
Decorrido este período de tempo, as questões de fundo são as mesmas. No entanto, a propósito deste mesmo Dia, verificaram-se duas mudanças dignas de menção: a primeira, é que, muito possivelmente estimuladas pelos reparos, ou quem sabe porque cada vez mais todos os momentos são importantes para se mostrar dinamismo, as autoridades concelhias, este ano, não se esqueceram de assinalar a data. Sobre isso, Almeida pode regozijar-se: os reparos, ainda que transmitidos pela única via aberta, como um simples blogue, que restou aos almeidenses para comunicar com as autoridades locais, parecem afinal ir surtindo algum efeito, apesar também de alguma natural crispação, por variados motivos que sempre envolvem estas situações.
A segunda mudança, relacionada com a primeira, é que desta vez é apresentado um programa de Jornadas do Instituto de História de Arte de Coimbra, recheado de iniciativas:
Dia 27, 12.00 horas - Percurso guiado (não diz por quem, mas se o Instituto de História de Arte é o convidado, presumivelmente será conduzido nessa visita…);
Dia 28, 9.00 horas – O Baluarte de S. João de Deus - Visita ao estaleiro.
Bem a propósito: o estaleiro das casamatas. A polémica intervenção que tanta tinta fez correr e originou um debate acesso, inclusive em sessão pública, por sua vez muito agitada já em 2006, esta com a presença do Executivo, do Coronel Eng. Sousa Lobo (defendendo a necessidade de um estudo mais aprofundado antes de qualquer intervenção radical), dos Arq. João Campos e Arq. João Marujo (defendendo o contrário), bem como do Arq. José Afonso, então Director Regional do IPPAR, (o qual viria a assumir uma forte oposição ao projecto das casamatas), além de outros. De toda aquela estrondosa diatribe, a que também concorreu o protesto da oposição política, resultaria uma obra da autoria do Arq. João Campos, publicada pela CMA nesse mesmo ano, com a sua proposta para intervenção nas casamatas, posteriormente alterada. Recordo o destaque: “com prefácio do Prof. Doutor Pedro Dias”.
E recordo-o, porque nessa altura, mesmo a colaborar com a CMA, fui surpreendida pela decisão de inclusão dessa informação relativa a um prefácio para um cartaz, facto que transmiti tanto ao Executivo como a quem o concebeu (imagem abaixo), o qual foi ainda exactamente transposto para os outdoors de divulgação do Programa da 2ª Recriação Histórica de Almeida: parecera-me, excessivo, descabido, e até pretensioso, tanto mais que no mesmo programa constava igualmente a apresentação da reedição do livro “O Castelo de Almeida” do Dr. José Vilhena de Carvalho, o qual estava previsto ser justamente homenageado nesse ano, bem como das “restantes Edições da CMA”, onde vários e também conceituados autores tinham colaborado de forma muito generosa, mas sem qualquer destaque individualizado nessa divulgação, conforme as indicações por mim enviadas.

Voltando, no entanto, a estas Jornadas de 2009, a propósito do Dia dos Municípios com Centro Histórico, vou saltar alguns pormenores que podem ser consultados no sítio da CMA em http://www.cm-almeida.pt/municipio/agendadomunicipio/Paginas/Comemoracaoceama.aspx
referindo apenas uma inauguração de uma exposição do Instituto Geográfico Português, que promete e ainda bem que permanece mais uns tempos, para chegar ao programa previsto para as 11.30 horas - Sessão Comemorativa do Dia com Centro Histórico: Um documento para o Acervo do CEAMA pelo Prof. Doutor Pedro Dias.
Note-se, o Prof. Doutor Pedro Dias é uma respeitável figura académica, certamente vem a Almeida, a convite, e com a melhor das boas intenções. Mas tanto destaque fez-me lembrar uma qualquer outra notícia que pressenti relacionada. E de facto: um dos parágrafos relativos aos elementos do júri do recente doutoramento do Arq. João Campos, precisamente em História da Arte, tão pressurosamente alardeado no sítio oficial da CMA, e logo depois retirado perante as críticas, para ser publicado no jornal Praça Alta, reza o seguinte:
- O Senhor Doutor António Pedro Machado Gonçalves Dias, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Orientador;
Bom. Com isso se pode melhor explicar o objectivo da Comemoração do Dia dos Municípios com Centro Histórico este ano em Almeida. Senti pena. Afinal, não parece verificar-se uma maior sensibilização por parte do Município relativamente ao seu Centro Histórico. Todo este fio condutor de coincidências e de factos configura mais uma necessidade de patentear aos almeidenses a ideia de que o que tem vindo a ser feito em Almeida ao nível do património recebe bênçãos académicas lançadas do alto, num jogo de imagem que tacitamente promove o doutoramento de um técnico contratado pelo município, onde o “mestre”, é convidado a visitar a obra do “discípulo”. Mas neste jogo de espelhos, há um estilhaço brutal que fende a imagem quase idílica de alto a baixo: que o técnico, discípulo, consultor, por muito qualificado que seja, repetidamente demonstrou, tanto em público como em privado, a sua incapacidade de diálogo e a sua atitude impositiva para com o património de Almeida – com o que profundamente ofende e repele os almeidenses.
E é assim que esta Comemoração de um Dia dos Municípios com Centro Histórico, se revela afinal mais uma vez ditado de cima para baixo, ineficaz, deparando-se com o mesmo vazio de adesão, porque é destinado a encher o olho, quando os almeidenses já estão fartos de que tanto lhes atirem areia para os olhos!
Maria Clarinda Moreira
19 março, 2009
Almeida Moderna
A evidência disso chegou-nos por um anónimo que registou uma iniciativa bem-humorada, de que alguns falavam, mas poucos tinham conseguido observar, possivelmente devido à celeridade de quem se sentiu visado…
Aqui está: Almeida moderna!
12 março, 2009
HOTEL 4 ESTRELAS
Pergunto se alguém terá dúvidas em definir esta acção como um acto eleitoralista?
O senhor Presidente da Câmara Municipal de Almeida na última Assembleia Municipal de 26 de Fevereiro de 2009, informou os presentes que está a ser efectuado um novo furo para extracção de água, actualmente com uma profundidade de cerca de 250 metros.
“…há um novo furo que já vai com cerca de 250 metros de profundidade…”.
Informou ainda que durante o corrente ano este furo vai ter necessidade de uma fase de experimentação, supostamente digo eu, para se saber se a água extraída é adequada ao seu uso terapêutico. Não obstante a afirmação, deixou pairar no ar a incerteza na capacidade do caudal do furo para abastecer a piscina das termas.
“…O actual furo precisa de período de experimentação que vai ocorrer já este ano. O furo vai ter capacidade, mas talvez não seja possível alimentar a piscina…”.
Deixou ainda a informação de que na eventualidade do furo não satisfazer o exigível, só resta a alternativa de procurar um segundo furo.
“…Os trabalhos estão a correr bem, apareceu um primeiro aquífero, está-se à procura de um segundo talvez à temperatura de 45 graus centigrados…e se este furo falhar só resta uma alternativa: um segundo furo!...”
Poderemos concluir da declaração do senhor Presidente da Câmara de Almeida à Assembleia Municipal, que nada está seguro no que diz respeito à principal exigência numas termas, como é a qualidade terapêutica da água.
Como diz e muito bem o nosso Povo, neste caso concreto a Câmara andou com o carro à frente dos bois.
Vou colocar a hipótese muito subjectivamente, de imaginar que nenhum dos furos consegue produzir água em quantidade ou em qualidade.
Perante uma situação destas qual vai ser o fim dos balneários, do hotel a construir, das infra-estruturas ali já construídas? Qual será a finalidade da parceria entre a entidade privada e a empresa municipalista? E se houver custos, porque vai haver, e não houver receita? Quem arca com as despesas? E se a entidade privada perante uma situação de fracasso puro da extracção de água, decidir falir, quem assumirá responsabilidades dos investimentos? Qual o motivo porque a empresa municipalista fica como sócio minoritário? Numa reunião do conselho de administração o que é que pode exigir? De quem são os terrenos onde estão a ser efectuadas as construções? Porque razão.....
Poderia deixar aqui mais perguntas para as quais as respostas serão certamente discutíveis. No entanto, como cidadão deste concelho, tenho o direito de saber as respostas para estas e outras que possam surgir, porque é aqui que eu pago os meus impostos.
Respondendo eu próprio à pergunta que fiz quando comecei este comentário, direi que qualquer acto que qualquer presidente de Câmara faça ou decida, é sempre de cariz político. A razão do mesmo é precisamente angariar mais votos.
No entanto e pelas declarações do senhor presidente da Câmara Municipal de Almeida à Assembleia Municipal última, é que me surgiram as perguntas que deixei ficar e que mais pessoas as partilham.
Mas a minha maior preocupação é pela questão da água.
Não sou técnico nem especialista da matéria. Mas o meu pai já falecido, ensinou-me que quando num local semelhante ao da Fonte Santa onde sempre existiram linhas de água e de qualidade como todos sabemos, o facto de se fazerem rebentamentos com dinamite a alguma profundidade, provocam quase sempre desvios dessas linhas de água. Será por isso que o senhor presidente já levantou um pouco do véu, para que amanhã não apanhemos uma surpresa maior?
Este executivo deveria ser mais respeitador por todo um trabalho desenvolvido pela anterior Vereadora e Vice-Presidente da Câmara, essa sim de qualidade para Almeida, que foi a Dra. Natércia Ruivo Gouveia.
Voltarei mais tarde a este tema.
João Neves
10 março, 2009
ONDE SERÁ QUE EU JÁ VI ISTO...?
Quem disse que a marca “Almeida” não vende?

Pode estar aqui o “ovo de Colombo” dos Comerciantes da Vila de Almeida…
Este candeeiro urbano esteve em “exposição” na Vila de Almeida com o intuito de ser instalado pelas suas ruas e demais espaços urbanos mas, não chegou a ser utilizado.
Perante o desagrado da população desistiram de os aplicar.
Para meu espanto, eis que constato agora que está a ser comercializado pela Empresa
Rua Central de Frejufe, 786
Silva Escura
4475 - 819 Maia
Telefone: +351 229 417 741
Fax: +351 229 417 706
Email: geral@soneres.pt
Sim, porque o candeeiro foi arquitectado para ser aplicado em Almeida.
Não foram utilizados porque a população não gostou e não os queria, agora aparecem à venda com a designação de Candeeiros Tipo Almeida.

Quem disse que a marca ALMEIDA não vende?
08 março, 2009
05 março, 2009
Consciência....
Falar de consciência é falar de algo muito importante na nossa vida no dia-a-dia.
Falar de consciência é falar de valor ou valores, que nos devem ter sido incutidos pelos nossos pais aquando da formação de crianças para jovens e posteriormente adultos.
Falar de consciência é falar no comportamento que nos deve orientar não só hoje, como no amanhã, no depois, e no depois.
Existem outras palavras que de uma ou outra forma, também podem substituir a expressão consciência sem alteração do sentido.
Consciência pode ser igual a, verdade.
Consciência pode ser igual a, honestidade.
Consciência pode ser igual a, rectidão.
Consciência pode ser igual a, honradez.
Consciência pode ser igual a, conhecimento.
Consciência pode ser igual a, remorso.
Consciência pode ser igual a, humildade.
Consciência pode ser igual a, cuidado extremo com que se executa qualquer trabalho.
Mas também podemos utilizar a palavra noutras expressões de cariz popular, e se tivermos um pouco de tempo para as analisar em pormenor, certamente levar-nos-ão a dar muitas voltas na nossa consciência à medida que fazemos uma introspecção.
Chamar-lhe-ei, a consciência do eu por si mesmo.
Exemplos.
Consciência moral, é no meu entender a função da consciência que consiste na distinção entre o bem e o mal.
Meter a mão na consciência, é no meu entender a forma de examinar com atenção os próprios actos ou sentimentos.
Voz da consciência, é no meu entender um sentimento íntimo que nos avisa do que se passa em nós, dando-nos o conhecimento das nossas acções, aprovando-as ou reprovando-as.
Objecção de consciência, é no meu entender um acto de recusar servir como soldado.
Poderia deambular por vários pensamentos relacionados com as expressões aqui deixadas, ou mesmo pelos vários significados expressos da palavra consciência, relativamente a atitudes assumidas pelas mais diversas pessoas no desempenho das suas funções profissionais.
O objectivo deste pensamento, não é este.
O objectivo deste pensamento, é despertar as consciências em todos quantos lerem este texto, e fazerem uma análise química, para depuração de ideias.
O objectivo deste pensamento, é que cada um de nós meta a mão na consciência, faça uma introspecção da sua capacidade de execução profissional e compreenda definitivamente se deve ou não assumir desafios para os quais está ou não preparado.
É aqui que observamos a objecção de consciência. Devemos recusar-nos servir como soldado num posto de general, uma vez que as decisões carecem de conhecimentos estratégicos mais profundos. Mas não nos devemos importar de servir num posto de soldado apesar de sermos coronéis, ou generais.
É aqui que a consciência se converte em humildade.
Estas atitudes são raras, mas existem.
E não é menos verdade que só são assumidas por HOMENS.
11 fevereiro, 2009
Seremos implacáveis....
O Mundo de dia para dia vai-nos trazendo notícias que só servem para aumentar a nossa preocupação.
Vivemos hoje uma vida tão intranquila, que o sonho que fomos mantendo durante tantos e tantos anos na previsão do nosso futuro como Homens, está a desmoronar-se com a rapidez de um castelo de cartas em cima de uma mesa, num dia de terramoto.
Encontrar culpados para justificar esta situação é talvez a tarefa mais fácil.
O mais difícil é encontrar soluções para corrigir os erros.
Goste-se ou não dos Estados Unidos, goste-se ou não do seu actual Presidente, Barack Obama, a questão é que este jovem, assim que tomou posse não perdeu tempo a decidir que todos os gestores de empresas que recorrem a fundos estatais, não podem auferir mais do que 390.000 euros ano.
E em Portugal? Será que tudo se vai manter como até aqui? Será que vamos continuar a ver gestores de grandes empresas a “abotoar-se” com vencimentos chorudos e prémios quase idênticos sendo que nalguns casos até superiores aos dos americanos?
Será que empresas vão continuar a despedir funcionários por dificuldades de consumo de mercado e por dificuldades económicas, enquanto os patrões/gestores continuam a viver uma tranquila vida em festas e festinhas de arromba e a gastar grandes fortunas ao longo de todo um ano?
Não sou dos que pensam que não deve haver patrões. Não sou dos que pensam que não deve haver ricos. Toda a vida houve gente assim, e tem que continuar a haver.
Mas também é certo que sempre houve ricos que souberam respeitar e ajudar os pobres, e ricos houve que só não os exploraram mais porque eles não deixaram.
Toda a vida houve gente que mandou e gente mandada. Mas também é verdade que houve gente que mandou sem saber mandar e gente que obedeceu sem questionar o que quer que fosse, porque essa é a sua cultura.
Talvez por tudo isso, hoje estamos a viver e a conviver lado a lado com pessoas que por força das circunstâncias e com as responsabilidades que lhes atribuíram, só nos trouxeram problemas, dificuldades, incompreensões, incompetências e arrogância.
O momento é muito crítico e as dificuldades da vida ainda se irão degradar mais ao longo do ano que estamos a viver. Talvez o meu pessimismo seja em demasia, mas a questão é que acredito que nem 2010 vai ser um ano positivo. Talvez pelo contrário.
A questão neste momento reside em conseguirmos obter um conjunto de vantagens que nos permita a curto prazo diminuir os danos colaterais. A forma mais fácil é levando a cabo o lema do nosso Povo: A união faz a força.
Este ano teremos nada mais do que três actos eleitorais.
Eleições para o Parlamento Europeu, para a Assembleia da República, donde sairá o próximo Governo para mais quatro anos de grandes decisões, e eleições Autárquicas, aquelas que mais directamente e de mais perto nos tocam a todos nós.
Este, ainda não será certamente o momento para trazer a discussão decisões ou ideias. Deixemos passar mais algum tempo, pois certamente virão aí posturas publicitadas como excelentes e inovadoras e de cariz social, procurando assim desta forma tentar recolher simpatias e adeptos, que é como quem diz votos.
Aqui, estaremos atentos a tudo isso para aplaudir o que for positivo e criticar o que entendermos ser negativo. Seremos implacáveis nas críticas a incompetentes e esbanjadores.
Mas uma coisa é certa, nada nos moverá de emitirmos a nossa opinião.
02 fevereiro, 2009
ATENTADOS…OU NÃO…

A recuperação ou reconstrução do passado histórico envolve sempre alguma subjectividade, seja numa perspectiva escrita dos factos (a História), seja na preservação e reconstituição do património arquitectónico. Só para ilustrar este último, lembremo-nos que no dealbar da 1ª República, todos os castelos bem como a maior parte dos grandes monumentos se encontravam muito degradados. Com a necessidade da solidificação do Novo Regime, houve um autêntica febre de reconstruções a todos os níveis, sendo exemplo muitas das igrejas antigas e todos, mas todos os castelos que hoje em dia conhecemos relativamente “bem conservados”. Almeida também foi alvo dessas recon


As marcas deixadas em várias épocas numa determinada construção ou conjunto monumental, não são de rejeitar liminarmente. Ao fim e ao cabo, não deixam de ser testemunhos da sociedade humana que ali habitou, fazendo parte da História e que convém preservar para a sua apreensão.
Questiona-se, por exemplo, em Almeida a construção do depósito da água que constrasta com toda a construção do monumento e que hoje, n

Saltando para a actualidade e as construções que ora se têm feito e se pretendem efectuar, e que tanta controvérsia têm levantado, convém recordar que a vila intramuros não é um núcleo histórico em espaço aberto, como em muitos locais, mas constitui só por si todo um centro histórico, muito bem definido e que VALE POR ISSO MESMO, sendo a sua manutenção, conservação e restauro, um factor essencial de potencial desenvolvimento económico local, mas sobretudo de preservação da sua importância histórica. Chamem-lhe vila-museu, ou o que se quiser, mas se não houver uma arquitectura integrada com o todo envolvente, a sua identidade como praça-forte e local histórico que marca a diferença em relação a outros sítios, e orgulho dos seus habitantes, inevitavelmente se vai perder. E

Rui Brito da Fonseca
28 janeiro, 2009
AINDA SOBRE OS "TRANSTORNOS" DA HISTÓRIA...

Também dá para pensar a notícia de 20 Janeiro no “Global Notícias” onde se refere a criação para Março da associação nacional do movimento "Slow Cities", no Algarve. O movimento, que se iniciou em 1999, em Itália, pretende a defesa dos valores tradicionais que englobam não só o património como a gastronomia. A responsável pelo movimento em Portugal, sintetiza : "não estamos de modo algum contra a evolução, mas queremos combater a globalização no seu pior sentido, porque conduz à uniformização e por consequência à mediocridade".
É a tal onda de modernidade globalizante que se está a abater sobre Almeida, que a está a descaracterizar, a roubar-lhe aos poucos a sua identidade. Como tal, é necessário e urgente todos termos consciência desse perigo e das consequências da degradação ou apressada intervenção sobre o património – seja a pretexto de prazos para fundos perdidos… ou outros! E, por isso mesmo, devem os Almeidenses ter uma palavra a dizer sobre o rumo que pretendem para a sua terra!
Rui Brito Fonseca