
O artigo que acima se reproduz foi publicado na edição de 13 Abril 2010 do Jornal Praça Alta. Por achar que muitos, além de mim, pudessem ver-me no seu teor como o alvo dos recados, enderecei ao mensário um texto para publicação, que a seguir se insere:
Ex.mº Senhor Director do mensário
Praça Alta
Almeida
CC/ Chefe da Redacção do Praça Alta
Li, com estupefacção, o apontamento publicado na pág. 2, sob o Editorial da última edição do Jornal Praça Alta intitulado " As obras já começaram...", referindo-se ao começo das obras relativas implantação de um monumento ao 25 de Abril na praça do mesmo nome, o qual se vai situar defronte às Portas de S. Francisco em Almeida.
Não me insurgiria com o teor do texto se o autor (e como não é assinado, será da autoria da Direcção / Redacção desse mensário) apenas desse conhecimento das referidas obras sem comentários de outro foro. No entanto, refere que houve polémica quanto à implantação do monumento usado como "arma de arremesso político" (no original, entre aspas) e, prosseguindo, que tal construção motivou, nas páginas do PA uma certa, (de novo entre aspas e também em itálico), "azia intelectual bacoca", finalizando o período, afirmando ainda que "para alguns que não devem conhecer o ditado popular: "Presunção e água benta, cada qual toma a que quer"” (com aspas e em itálico).
No derradeiro parágrafo, remata com os votos bem expressos, a negrito, de que o resultado final dos trabalhos fique a contento de todos.
Senhor Director, como sabe, o signatário tem vindo a escrever tanto no blogue http://forumalmeida.blogspot.com/ como nas páginas do PA vários artigos, manifestando total discordância com a decisão do actual executivo camarário relativamente ao que pensa ser uma aberração o implante, requalificação ou o que quer que se lhe queira chamar, de uma construção espúria e completamente desfasada da envolvente histórico-patrimonial que são as muralhas da Vila de Almeida, estas sim, classificadas monumento nacional.
Além de mim, apenas a Redacção do Praça Alta publicou, na edição nº 168 de Maio de 2009, uma notícia comentada sobre uma planta e um esquema do que seria o novo percurso de trânsito automóvel a que que tal novo"monumento" iria obrigar, o que logo bastou para que no número seguinte a mesma redacção viesse fazer um acto de contrição público, com um humilde pedido de desculpas, pois o autor ou os autores do projecto se acharam ofendidos, inclusive ameaçando processar a Redacção por abuso e não autorização de publicação dos esquemas, ou peças do projecto em causa. E, depois disso, não mais a redacção do PA publicou qualquer outra notícia alusiva às projectadas obras.
Nesta perspectiva, a publicação em aspas das frases anteriormente mencionadas parecem, no contexto em que que se apresentam, serem uma tomada de posição crítica da Direcção/Redacção do PA, não a si própria e ao seu trabalho publicado, mas antes dirigidas ao signatário, o que é totalmente inaceitável e de modo algum corresponde à verdade, pois nunca referi ser a construção da nova configuração da Praça 25 de Abril, uma "arma de arremesso político", nem referi que tenha sido uma "azia intelectual bacoca" ou que "presunção e água benta, cada qual toma a que quer"...
Portanto, agradeço que seja pela parte da Direcção / Redacção do PA definido o que se pretende dizer com tais afirmações, pois não quero crer que queiram visar um membro de há longos anos, que prezo ser, da Associação dos Amigos de Almeida, da qual fui seu Presidente da Direcção, apenas me movendo o amor que nutro por Almeida, reservando-me simplesmente o direito de me insurgir, como qualquer cidadão de bom-senso e algum conhecimento de História, com as múltiplas intervenções que a estão a descaracterizar um vetusto e insubstituível Património colectivo. Solicito pois, não só a publicação deste meu texto como a já referida definição explicativa do teor do apontamento em causa, se não na mesma página do Editorial, pelo menos com clara indicação nesse local quanto a esta reacção que vai assinada por mim para publicação.
Com os meus cumprimentos,
Rui Brito da Fonseca
No dia 27 de Maio, recebi um mail do Sr. Armindo Pereira informando que "quem neste momento toma decisões” decidiu não publicar o meu texto no PA, conforme eu solicitara, pois o mesmo "estará desprovido de qualquer interesse editorial".
Pode não ter interesse editorial, mas como poderia ser visto como o visado do mencionado apontamento, levando inclusive os leitores a interpretações sobre o que de mim o(s) autor(es) do artigo teria(m) escrito, penso que ao menos merecia ser publicado, assinado como foi, tratando-se do meu ponto de vista. O Sr. Armindo Pereira, contudo, esclarece-me que as várias expressões usadas no artigo nada tinham a ver comigo, não me sendo, portanto, dirigidas, nem reproduzindo, mesmo que eufemisticamente, qualquer posição que eu tomara enquanto discordante da implantação daquela forma do chamado "Monumento ao 25 de Abril" na Praça do mesmo nome, em Almeida. Seriam tais frases dirigidas a outrem...
Não reproduzo o mail que me foi dirigido já que o mesmo foi assinado não pelo director do PA, mas sim pelo Sr. Armindo Pereira, manifestando-me consideração. E como tal, interpreto a missiva como de carácter pessoal, não devendo ser aqui publicamente divulgada. Ao próprio comuniquei a decisão de publicação neste Fórum, salvaguardando a posição que defendo.
Rui Brito da Fonseca