28 janeiro, 2009

AINDA SOBRE OS "TRANSTORNOS" DA HISTÓRIA...


A propósito da febre interventiva no património histórico em Almeida, vale a pena ler e reflectir bem no teor desta notícia publicada no” Jornal de Notícias” de 13 de Janeiro corrente. (Clicar sobre o artigo, para ampliar a imagem e ler. Para regressar ao blog, clicar de novo em cima da seta, no canto superior esquerdo) Daqui poderemos tirar algumas ilações, nomeadamente da positiva dinâmica por parte da Câmara Municipal de Elvas. Inevitavelmente, transportando-nos para a nossa Almeida não deixamos de nos entristecer com a diferença de métodos e acções…

Também dá para pensar a notícia de 20 Janeiro no “Global Notícias” onde se refere a criação para Março da associação nacional do movimento "Slow Cities", no Algarve. O movimento, que se iniciou em 1999, em Itália, pretende a defesa dos valores tradicionais que englobam não só o património como a gastronomia. A responsável pelo movimento em Portugal, sintetiza : "não estamos de modo algum contra a evolução, mas queremos combater a globalização no seu pior sentido, porque conduz à uniformização e por consequência à mediocridade".

É a tal onda de modernidade globalizante que se está a abater sobre Almeida, que a está a descaracterizar, a roubar-lhe aos poucos a sua identidade. Como tal, é necessário e urgente todos termos consciência desse perigo e das consequências da degradação ou apressada intervenção sobre o património – seja a pretexto de prazos para fundos perdidos… ou outros! E, por isso mesmo, devem os Almeidenses ter uma palavra a dizer sobre o rumo que pretendem para a sua terra!

Rui Brito Fonseca

21 janeiro, 2009

A MAGIA E OS “TRANSTORNOS” DA HISTÓRIA

A magia do tempo de Natal que nas grandes cidades é mais visível em actos de consumismo exacerbado, nas pequenas localidades da nossa Beira tem outro sabor e se for em Almeida… outra alma.Todos os almeidenses, residentes ou na diáspora pelo país ou pelos quatro cantos no mundo, sabem bem isso, e falar nesse tema é para eles um exercício de nostalgia com mistura de felicidade que fugazmente se dilui na realidade do tempo actual.Pensei em vir exactamente relembrar os tempos já idos da nossa infância ou juventude, mas a revoltante sensação do que fui encontrar em Almeida neste Natal fez-me arredar desse propósito.

O desespero que senti ao ver as Casamatas esventradas, lajeados de original cantaria granítica removidos, dilacerados por martelo pneumático, próteses nas coberturas em granito rectilíneo e aparelhado, contrastando com o tosco e forte antigo; asnas, vigas,estruturas metálicas prontas a ser colocadas sobre um inventado chão na parte das coberturas…não pode deixar de me causar uma grande indignação e repulsa por tamanha adulteração do nosso património histórico original.






Já polémica tinha sido a opção de desaterrar e assim deixar todas as estruturas das coberturas à mostra, como se nunca devessem ser tapadas, tendo havido diversos especialistas que afirmaram não ser essa a melhor opção. Depois, ao climatizar parte das salas subterrâneas (que agora deixaram de o ser) para ali se montar um museu com outras valências, esquecendo que o sítio é histórico e tem uma história de tragédia a contar, retirando todo o ambiente soturno, frio e húmido, que lhe é próprio, estão a alterar toda a ambiência essencial para fazer sentir ao visitante o que no local existiu, relembrando os homens, militares ou civis, mulheres e crianças que ali sofreram atribulações de toda a espécie, adulterando essas mesmas possibilidades de musealização genuína.

Para finalizar, a cereja em cima do bolo: a construção de uma cafetaria em vidro e aço bem destacada no Baluarte de S.João de Deus! Nem dá para acreditar em tanto e tanto disparate junto! E o que mais impressiona é o IGESPAR ter aceitado tudo isso, apesar da oposição, reiterada da Delegação de Castelo Branco e do seu director, pelo que se torna responsável máximo por essa obra parola, de uma atroz ostentação e, mais que tudo, destruidora das características arquitectónicas e da autêntica função militar para que as Casamatas foram construídas. É inqualificável o que se está fazer e o mais que se pretende fazer em Almeida !


Pode ser a minha voz tida apenas como um pregar no deserto, mas penso que transmite também o sentir de muitos dos almeidenses. E, se a opinião dos almeidenses não conta nada junto aos senhores que têm proposto estes desarranjos continuados com a argumentação de que são valorativos, e que há que encravar o moderno no antigo, tudo desfeando e adulterando, a solução terá que ser pôr essa gente fora dos lugares de decisão e apoiar quem efectivamente dê mostras de respeitar a cultura local, as suas tradições, memórias e anseios de uma população que quer o desenvolvimento efectivo, mas não um engodo dele para turista ver.

Rui Brito Fonseca

17 janeiro, 2009

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALMEIDA


Sempre foi vontade dos Autores do Almeida Fórum publicarem as actas das reuniões da Assembleia Municipal e do Executivo.
Por falta de disponibilidade não o conseguimos fazer, apesar dos nossos pedidos constantes a diversos Deputados da Assembleia Municipal para nos cederem um resumo das mesmas.
Lamentamos também que o site da Câmara só sirva para publicar os eventos que ela própria realiza.
O anterior site,ainda nos mandatos do Dr. Costa Reis, publicava as reuniões do Executivo da Câmara. Infelizmente este executivo, alterou-o para quê? Se foi só para publicar ou publicitar os tais eventos e não informar os munícipes de tudo o que acontece dentro daquelas paredes, respeitando a transparência politica em todas as suas vertentes, então não valeu a pena a alteração do site. Outros desenhos porventura mais engraçados, outra estrutura, outra imagem, para quê? Nós queremos é ser devidamente informados. Temos esse direito também.
Por gentileza do Prof. Vítor Almeida publicamos a seguir um resumo de uma reunião da Assembleia Municipal, deixando aqui um apelo ao mesmo, para que nos elabore os resumos das próximas. Ficaremos gratos, nós e todos os Almeidenses que habitam aqui no nosso Concelho e espalhados por esse Mundo também.



Vitor Almeida a 2 de Janeiro de 2009.

…Na última Assembleia Municipal, entre outras coisas de grande interesse para o Concelho, o membro Dr. Matias lançou uma ideia/proposta que, no meu entendimento, é muito feliz e poderia muito bem dar uma resposta estratégica a este problema bem como a outros! Ideia que o Presidente da Câmara não entendeu, sempre receoso de que as intervenções são ataques, desenvolvendo assim um constante sentimento de perseguição pessoal, enfim… que pena! A ideia é brilhante por ser eficaz e simples. A Câmara Municipal adquiriria alguns dos edifícios que se encontram ou em ruínas ou desabitados e, aproveitando os serviços técnicos e mão-de-obra, construiria casas sociais e casas para turismo rural. Por um lado daria uma resposta social condigna sem necessidade de construir “caixotes” para albergar os mais desfavorecidos, ao mesmo tempo recuperava grande parte das ruínas dos imóveis do interior /muralhas, criando condições para existir mais “Vida” no seu interior. Por último poderia arrecadar algumas receitas que tão escassas andam!

Já agora aproveito para informar, desta forma, outras intervenções na referida Assembleia:

• Sobre o principal ponto da ordem de trabalhos, Orçamento para 2009, ocorre-me dizer que o documento apresentado ao executivo não foi o mesmo apresentado aos membros da Assembleia!
O curioso é que esta situação não mereceu uma explicação do Presidente.
Foi graças aos representantes do PS no executivo e às suas orientações e criticas sobre gralhas graves que o documento final do Orçamento, pôde chegar à Assembleia. Por outro lado, podia referir aqui muitas críticas/observações apresentadas ao Orçamento, brilhantemente apresentadas nas intervenções dos membros: Frias, Escaleira, Ricardo, Patrício, entre outros, mas, no seu conjunto , podem concluir-se na seguinte ideia: muitas rubricas abertas, pouco dinheiro… muito dinheiro canalizado para a “Municipia” (Empresa Municipalista)!
Se não houver apoio do Estado nenhuma obra de vulto!!!!!!!!!!

• Um outro momento que registo, foi aquele em que após uma clara e pertinente intervenção sobre documentos técnicos, por parte do membro Frias, o Presidente novamente fez estalar o verniz exaltou-se e chamou pessoal técnico por não saber dar uma resposta… Concluindo-se que o Sr.Frias tinha razão sobre a situação do empréstimo anterior, não fazer parte do actual orçamento… (mais uma!).

• Sobre a minha intervenção relativamente ao “arame farpado e lixo de toda a espécie” nas muralhas bem como a situação dos arrendatários dos fossos, novamente o Presidente mostrou um comportamento de sentimento de perseguição e passou ao ataque não percebendo que a minha intervenção era construtiva. Apenas estava a lembrar que do total de 10 arrendatários apenas existe um com vida!
Em resposta referiu que o Vice-Presidente estava a contactar as pessoas (espero que não ande a contactar os mortos!!!!!!). E que como não era jurista não podia dar resposta à situação!
No mínimo ridículo, o que vos parece?!
Sobre o bar do Picadeiro, nada… conclusão, ainda não vai abrir!

O Sr. Eng. Patrício esteve brilhante também quando saiu em defesa do Ministro da Agricultura. Lembrou a todos os presentes que o último grupo de Sapadores se ficou a dever à colaboração de quase todos e em particular dele e do Ministro.
Colocou assim a ridículo a presunção do feito ser só deles…Câmara Municipal.


• Da parte da bancada da CDU.
O Presidente de Freguesia, muito morno, foi colocando algumas questões de interesse mas sem se chatear muito, num ponto importante nem obteve resposta! Mas tudo bem!
O colega Zé Vaz, esse sim, foi altivo mas para quê? Para criticar o Governo da nação!
No mínimo ridículo, mas é mais do mesmo!

• Já a finalizar a sessão o amigo de Castelo Bom, membro da bancada PSD fez uma intervenção que de tão bizarra não a consigo adjectivar. Referiu que os membros do PS manipulam todas as intervenções gastando por isso muito tempo????


O bizarro disto é que os membros da bancada PSD entram mudos e saem calados… também mais do mesmo!

Vítor Almeida

13 janeiro, 2009

46664 - Parte II

Em Agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, tendo sido sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 12 de Junho de 1964 foi sentenciado novamente, desta vez a prisão perpétua (apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planear acções armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela tornou-se de tal modo associado à oposição ao apartheid, que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos anti apartheid ao redor do mundo.
Nelson Mandela recebeu em 1989 o Prémio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos.
Ele e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.

Em Portugal felizmente podemos afirmar que em 25 de Abril de 1974 houve uma mudança de regime, terminando um regime autoritário e ditatorial e implantando-se o regime democrático, aliás como todos nós sabemos. No entanto, podemos afirmar que este é ainda muito jovem, que a nossa vivência em termos de respeito pela liberdade da pessoa humana, de respeito pelos direitos humanos até, enfim, pela opinião divergente desta ou daquela pessoa, ainda não está implantada de uma forma natural na nossa vivência. Quero acreditar que só nas novas gerações, talvez dos nossos filhos e netos, é que se irá respirar democracia e liberdade com naturalidade, e se aceitarão as opiniões e críticas contrárias sem qualquer tipo de preconceitos.
Hoje, ainda não.
Hoje ainda existem tiques ditatoriais, aqui e ali, ainda se verificam atitudes contrárias à livre expressão de opiniões e críticas, ainda se observam actos, cada vez mais raros. É verdade. Retaliações por atitudes e expressões contrárias às nossas ideias ou ideais. Sejamos claros neste raciocínio e reconheçamos que é verdade.
Quando recebo missivas, de certa forma ameaçadoras, por parte de quem detém o poder no nosso Concelho, só pelo facto de divergir e criticar a forma de estar e actuar de organismos públicos, leia-se Partido Politico; quando eu próprio sofro na pele represálias que são do domínio público, pelo menos foram publicadas neste blog, por ter uma opinião contrária ou divergente do poder autárquico instituído; quando essas represálias não se limitaram ao afastamento do partido no qual militava e defendia os seus ideais, de uma forma quase caciquista, ao ponto de ter sofrido uma tentativa de agressão pelo líder da estrutura partidária do mesmo; quando essas represálias chegam ao ponto de tentar atingir pessoas inocentes e que são estranhas e alheias a uma qualquer discussão ou ao debate de ideias, eu tenho que chegar à conclusão que muito mal vai o nosso conceito de democracia, de liberdade, de direito de livre expressão, eu tenho que afirmar em alto e bom som que não me considero um homem livre.
Não sinto que seja um homem livre no meu País, no meu Concelho, mas não deixarei de lutar por essa liberdade. Isso nunca irá acontecer.
Depois de algum tempo de “recolhimento” e de afastamento da discussão politica pública, do debate de ideias, precisamente pela desilusão que sentia com o já anteriormente referido sistema politico-partidário, cheguei à conclusão que não estaria a ser coerente com o meu DEVER de simples cidadão deste País.
Depois de meditar maduramente sobre tudo que se passou na nossa Sociedade e na nossa Região nos últimos anos, penso que a intenção de me afastar da vida política activa, de “aparecer de vez em quando a dar uns bitaites” (como tem por hábito dizer um amigo meu), de não me meter em candidaturas, em campanhas eleitorais e afins, de me afastar da luta política em si, não era a posição mais correcta, a mais coerente em relação a mim próprio, como Homem, como Almeidense e como Cidadão deste País.

Assim, é com toda a serenidade, que posso afirmar que vou estar outra vez na luta política activa, que vou estar no “terreno” em defesa dos meus ideais e pela minha linha de pensamento, respeitando e defendendo a democracia e a liberdade de todos.
É minha obrigação, pelo respeito que me merecem os meus familiares, os meus amigos e os meus conterrâneos.
Volto com outra vontade, quiçá mais maduro, mais experiente e mais forte.

Penso que seria uma atitude que todos nós habitantes deste Concelho deveríamos assumir, sem receios de qualquer espécie, pois ainda acredito na liberdade e na democracia no meu País.
Assim, e sublinhando a minha actual predisposição, afirmo desde já que quero, e vou estar presente, na próxima luta politica principalmente no que se refere às próximas eleições autárquicas, com todo o entusiasmo, alegria e vontade de servir.


Para Descartes, “age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha”.

Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.

Pessoas que não buscam informações, têm mais dificuldades para identificar as inúmeras alternativas que existem, pois alternativas são frutos da aquisição dessas informações.

Até breve.

João Neves

08 janeiro, 2009

Comentário Livre

Por e-mail, por telefone ou pessoalmente, têm chegado até nós diversos pedidos para que o Almeida Fórum leve determinados temas a debate.

Alguns dos sugeridos são oportunos e interessantes.
Outros há, que é preferível aguardar oportunidade ideal para serem debatidos.

No entanto, procurando não privar aqueles que por um ou outro motivo queiram manifestar a sua opinião sobre um qualquer tema, foi decidido criar este espaço com o nome de “Comentário Livre” , para que cada um possa escrever o que muito bem entender, sem ter que estar sujeito a um tema específico.

Reiteramos mais uma vez a exigência da respeitabilidade de todos, em todos os artigos, para com todos.
Divergências de opinião são importantes para discussão e apuramento de conclusões.
Ofensas pessoais, nem pensar. Não serão publicadas.