30 novembro, 2007

Uma questão de principios...

José Augusto.
Li atentamente o teu artigo e, a minha desilusão acerca de determinadas pessoas, por quem tinha consideração e até estima, é um facto...é o que sinto...enfim...
Eu estive realmente num almoço que serviu para me informarem da renúncia do Dr. Costa Reis, e da candidatura de Baptista Ribeiro e José Alberto Morgado às eleições autárquicas de 2005, sendo até informado que era um facto irreversível (um aviso feito por pura precaução?...só?..então porquê???).
Mas, também sabes que, de imediato te telefonei para saber qual seria a tua posição como Presidente da Comissão Concelhia. Aí então fui informado por ti, que o Presidente da Comissão Concelhia não sabia de nada do que se estava a passar.
Também sabes da minha revolta e da minha posição na altura perante os factos: elementos estranhos à estrutura do PPD/PSD estarem a elaborar uma candidatura, à revelia da mesma estrutura partidária, nomeadamente, dos seus próprios militantes, era inadmissível!
E a minha revolta, pelo desprezo e falta de respeito que os militantes "mereceram" de quem só podiam receber gratidão, foi clara. Será que quem andou anos a defender uma equipe, sem pedir nada em troca, não merecia outro tratamento?...Ou não, José Augusto?
Mas, eu continuo a afirmar que a tua posição, como Presidente da estrutura partidária concelhia, devia ser firme, imediata e coerente.
Será que quem defende posições justas e sérias não pode andar na politica?
Em defesa dos militantes e da postura de seriedade do partido, tu devias ter feito tudo para que os estatutos do PPD/PSD fossem cumpridos.
Mas também sabes que esse meu sentimento de revolta, não impediu que cumprisse com os meus deveres, como militante do PPD/PSD, durante a campanha eleitoral e mesmo enquanto deputado na Assembleia Municipal.
Mas sabes porquê?
Porque para mim, para além das questões politico partidárias, para além dos partidos, estão principios de vida. Principios que vou defender enquanto por cá andar: a ética,a lealdade, a justiça, a seriedade e a honestidade, o respeito pelo próximo, principalmente pelos mais humildes.
Eu quero ter o orgulho de dizer que a minha honra merece confiança.
Eu quero que os meus filhos saibam e conheçam os principios que o pai defende e respeita. Eu quero que os meus filhos nunca se envergonhem da postura do pai, como homem.
Estão aqui algumas das razões porque não me sinto bem como militante, não me sinto bem neste ambiente politico partidário. Ambiente de constante subserviência e de seguidismo, só por interesses particulares e materiais.
Até onde iremos chegar com esta espécie de politica?
Agora até se utiliza outra táctica ou ainda não te apercebeste...? Que é colocar nas estruturas partidárias pessoas de confiança, que só saberão dizer que sim, que sejam uma correia de transmissão das vontades...ou ainda não te apercebeste?
Perante este panorama politico...que vontade terei, ou poderei ter em ser militante?
Ou estarei a dizer algo de novo?
Eu cá por mim...continuo a lutar por querer os mais competentes e sérios, imaginativos e com ideias novas, na liderança dos destinos do nosso Concelho...
Mas sempre com muita seriedade, lealdade, ética e respeito pelo próximo.
E tu sabes que é verdade...sabes que a minha postura sempre foi esta, ou não?
Um abraço, Companheiro.
João Neves

26 novembro, 2007

José Augusto Marques disse...

Referenciando o artigo "Eça de Queiróz - Ano de 1867" o ex-Presidente da Comissão Politica Concelhia do PPD/PSD disse:



João Neves e demais...

Ao ser alertado por alguns amigos, que me informaram do artigo publicado neste Forum, e no qual de alguma forma era visado, venho voluntáriamente esclarecer algumas dúvidas.

Na altura, e vou reportar-me só à questão das Autárquicas de 2005, eu era o Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD.

Ano e meio antes das eleições, numa reunião da Comissão Política Distrital na qual tinha assento por direito,abordei a questão dos candidatos às eleições Autárquicas de 2005, uma vez que alguns meios de comunicação social locais já começavam a falar do tema e dos possíveis candidatos.Não foi dado grande enfase à minha questão.Nessa mesma altura, e numa conversa de rotina que tive com o Prof. Baptista Ribeiro, afirmei-lhe que era minha convicção que o Presidente da Câmara na altura, Dr. Costa Reis, não se iria recandidatar. Assim sendo, ele Prof. Baptista, seria o melhor candidato que o PSD poderia apresentar a essas mesmas eleições.

Debatida esta questão muito mais tarde no seio da Distrital, a Presidente da altura afirmou que só tinha dois ou três concelhos onde a questão ainda não estava devidamente definida. Questionada por mim sobre Almeida, nada me foi dito, mantendo-se assim a incógnita.

Muito mais tarde vim a saber, por terceiros, que as coisas já tinham sido faladas, mas em ambiente restrito e do qual eu, óbviamente, não fiz parte.
Numa reunião no gabinete do Presidente da Câmara, já muito em cima do calendário eleitoral, na qual estava eu, o Prof. Batista e o Dr. Costa Reis, por este, foi-me dito que não se iria recandidatar e que seria o Prof. Baptista o candidato à Câmara. Disse-lhe que essa já era a minha ideia à muito tempo e que eu já tinha demonstrado isso ao Prof. Batista.

A nível local, penso que tu foste uma das poucas pessoas mais bem informada sobre o assunto, uma vez que foste convidado para um almoço a quatro, em Espanha, no qual te foi dado conhecimento de outros nomes a englobar a lista e do qual eu só posteriormente tive conhecimento.
Como afirmas no texto original, é verdade que enquanto responsável pela estrutra do PSD concelhia, deveria ter sido no mínimo informado da decisão da elaboração da lista, mas não fui. Porquê? Não sei. Seria no mínimo o dever, não para commigo, mas para com o partido.

Aquando da apresentação pública da candidata do PSD à Câmara da Guarda, o Presidente do partido Dr. Marques Mendes esteve na Guarda. Sei que antes do objectivo principal da visita, organizou numa das salas uma reunião, e na qual endereçou o convite ao Prof. Baptista Ribeiro para ser o candidato oficial do Partido à Câmara de Almeida.
Sei quem esteve presente, mas a concelhia não foi convidada. Porquê?
Ficaram sem efeito as palavras da Presidente da Distrital, quando dizia que os candidatos nunca serão convidados sem a presença da concelhia.

Se aquela era a forma de actuar dos quadros do partido, então podemos agora, melhor compreender o motivo pelo qual o PSD na oposição, não conseguia melhorar nas sondagens à opinião favorável dos portugueses.
Felizmente o Dr. Marques Mendes já lá vai.
Mas outros lhe hão-de seguir os passos, se continuarem a actuar da mesma forma, políticamente falando,claro.

Amigo João.
Muito mais haveria para deixar neste espaço, mas...

Só espero de não ter que voltar, para este tema.
Virei por e/ou para outros.
Para finalizar quero deixar expresso o meu apreço pelo espaço.
E faço votos para que o mesmo sirva para debate dos temas interessantes para o desenvolvimento do nosso concelho ALMEIDA.

José Augusto Marques

26 de Novembro de 2007

16 novembro, 2007

Os Senhores Anónimos...

A mim, os Senhores(as) Anónimos que enviam comentários para os Blogs, não me escandalizam, pelo facto de não se identificarem.
De forma alguma.
Eu acho que têm todo o direito de se pronunciarem ou de darem a sua opinião...desde que seja com correcção, como será lógico.

Agora, o que me preocupa...isso sim, preocupa-me imenso, é o facto de quererem expressar a sua opinião e, por qualquer motivo, não se poderem identificar... talvez com receio de sofrer represálias. Isso sim, é que me preocupa!

Porque é um sinal que NÃO HÁ LIBERDADE suficiente, que permita expressarem as suas ideias...
Porque podem ser prejudicados...neste ou naquele trabalho... ou perder um possivel emprego...
Neste aspecto sim... preocupa-me que um cidadão do meu País, tenha mêdo da...liberdade de expressão!

Eu sei o que isso é...pois já sofri na carne por querer ser um homem livre e de tomar as atitudes que a minha consciência dita...e reparem que não foi antes de Abril de 74...já é história muito recente!
Até pelo facto de publicar este blog...tão "novinho" ainda, e já estou a "sentir" alguns sinais de...eu ia a dizer...autoritarismo...ou será...de "défice democrático"...como dizem os nossos políticos?

Portanto, Senhores Anónimos, os vossos comentários são bem vindos, desde que, repito, sejam feitos de uma forma correcta. Venham eles.

Um abraço a todos.

João Neves

EÇA DE QUEIRÓZ - ANO DE 1867

“Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas.
Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto politico, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos.
Política de acaso, política de compadrio, politica de expediente.
País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?”

(Eça de Queiroz, 1867 in “O Distrito de Évora”)




Este escrito foi feito por Eça de Queiroz há 140 anos.
Quem o leia atentamente pode perfeitamente afirmar, a “pés juntos”… que foi escrito hoje.
Nada de mais actual podia ser dito…

Quando ouvimos referências aos políticos ou à politica do género de… “são uns mentirosos”… “eu não quero nada com a política” … “é tudo uma uma podridão” ou…“isso são todos iguais…é uma cambada…”, já não é novidade nenhuma, pois penso que a esmagadora maioria dos portugueses já as proferiu, e de certeza que alguns comentários serão ainda mais “apimentados”.

O nosso regime politico é democrático, baseado na representação parlamentar.
A base deste regime são os partidos políticos.
Por sua vez, a estrutura base dos partidos políticos, são os seus militantes.
Até aqui estamos todos de acordo…
E na prática…como será?
Será que os militantes dos nossos partidos têm poder? Será que são, ao menos, respeitados?
Será que os órgãos partidários, representativos dos seus militantes, têm poder ou serão respeitados?
Será que esses mesmos militantes têm influência na eleição dos seus representantes para os altos cargos da Nação e/ou até da sua região?
Não…claro que toda a gente sabe que não!
Não há ética, não há respeito, não há lealdade, não há honestidade…enfim não existe princípios que sirvam de exemplo a quem quer que seja!


Para que servem os militantes partidários? Simplesmente para legitimar as atitudes de outros que estão no poder partidário.

Os militantes dos nossos partidos servem única e exclusivamente para dar cobertura às actuação de quem quer estar no poder e/ou perpetuarem-se nesse mesmo poder. Já nem para as campanhas eleitorais são necessários.

Situemo-nos nas últimas eleições autárquicas de 2005..... por exemplo.

Quem esteja identificado ou atento à vida politica e social no nosso Concelho e concretamente ao PPD/PSD sabe como foi elaborado o processo de escolha da equipe candidata às eleições autárquicas em 2005.
O anterior Presidente da Câmara, pessoa digna, honesta e que merece todo o meu respeito, resolveu à última da hora, já em época de “pré-campanha eleitoral”, que não se iria redandidatar… o que estaria dentro do seu direito.

O que não pode fazer, não deve fazer e não é de forma alguma ético, é:

Não sendo militante do PPD/PSD, ao tomar a posição de não se recandidatar, deliberar que não se candidata mas…vejam bem…apresento-vos o meu substituto e o seu adjunto. E está deliberado e não há discussão!
Nada de mais caricato. É contra os estatutos do PPD/PSD e terá até alguns indícios, parece-me a mim, de autoritarismo…no mínimo!
Não se auscultam os órgãos partidários concelhios – a Comissão Concelhia do PPD/PSD não foi ouvida –, a estrutura Distrital não sabia de nada (palavras da então Presidente da Distrital da Guarda), não se ouvem os militantes, não se quer saber qual a opinião dos militantes de base. Atitude tomada por pessoas que me merecem todo o respeito, mas que não agiram com correcção quando, ainda por cima, nenhum deles era militante do PPD/PSD.
Que trapalhada!!!! E o Senhor Presidente da Concelhia “deixa passar” um situação destas? E a Senhora Presidente da Distrital da Guarda…assobia para o ar?
O que aconteceu foi uma atitude, no mínimo, típica de uma monarquia: ou seja..do género.. meus senhores eu abdico da coroa, mas estes senhores são os meus “herdeiros” directos…e os senhores “comem e calam”.

Em suma não se respeitaram os militantes do partido, passou-se um atestado de incompetência aos militantes...ofendem-se militantes que, por mais humildes que sejam, merecem todo o respeito...não se respeita os principios da democracia! Mas...e será só uma questão de respeito?

Não é assim que se dignifica a politica nem os políticos.

E eu continuo a perguntar…e os militantes servem para quê?

Por existirem este tipo de atitudes, é que os políticos e a politica no nosso País têm a fama que têm.

Quando se conquista o poder desta forma.

Quando sabemos que os votos se conquistam à custa de promessas de emprego, ou de outro género qualquer.

Quando sabemos que a maior preocupação que os nossos dirigentes partidários têm constantemente é… com as próximas eleições. E é logo no dia seguinte à vitória, que se começa a pensar nas próximas eleições. Não se pode perder a competição. Há que ganhar de qualquer forma...

...quando é esta a forma de estar dos "nossos" politicos...que outra opinião estaríamos à espera do povo português?

E a oposição…cumprirá com o seu dever? Estará a desempenhar convenientemente com as funções que o povo lhe conferiu?
Não estará, preguiçosamente, à espera também das próximas eleições?
Que contribuição já deu ou está a dar para que a nossa gente viva melhor?

Não estará o nosso sistema eleitoral viciado?

Termino... afirmando… mais uma vez…que a minha intervenção politica aumenta cada vez mais... mas... no entanto, a minha militância (infelizmente!) vai diminuindo.

Até para a próxima.

Cordiais saudações.

João Neves